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CRIMES DE DISCURSO DE ÓDIO NA INTERNET

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COLÉGIO ADVENTISTA DE FOZ DO IGUAÇU 
 
 
LEONARDO LOURENÇO DA SILVA, WANDERLEY MATHEUS CARDOSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIMES DE DISCURSO DE ÓDIO NA INTERNET 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foz do Iguaçu 
2019 
 
 
 
 
2 
 
LEONARDO LOURENÇO DA SILVA, WANDERLEY MATHEUS CARDOSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIMES DE DISCURSO DE ÓDIO NA INTERNET 
 
 
Artigo científico apresentado referente a 
disciplina de sociologia ao Colégio Adventista 
de Foz do Iguaçu 
 
Orientador: Prof. Aretusa Barakat 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foz do Iguaçu 
2019 
 
 
 
3 
 
CRIMES DE DISCURSO DE ÓDIO NA INTERNET 
 
LEONARDO LOURENÇO DA SILVA 
 
19 DE NOVEMBRO DE 2019 
 
 
RESUMO 
 
Em vista da crescente utilização das redes sociais, percebe-se a proliferação da disseminação 
de ódio sem pudor de forma facilitada, tornando a internet um meio anônimo palco de inúmeras 
discussões que, por sua vez, devido ao mal-uso da mesma configura a disseminação de discursos 
de ódio frequentes. Desse modo, este artigo buscou analisar os discursos de ódio na internet, 
apresentando uma pesquisa jurisprudencial com o objetivo de verificar crimes de ódio nas redes 
sociais, com ênfase no Facebook. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Discurso de ódio; Liberdade de expressão ; Crimes virtuais ; Redes 
sociais ; Facebook ; Internet. 
 
 
ABSTRACT 
 
In view of the increasing use of social networks, one perceives the proliferation of the spread 
of inshame less in a facilitated way, making the internet an anonymous stage of numerous 
discussions that, in turn, due to the misuse of it configures the dissemination of frequent hate 
speech. Thus, this article sought to analyze hate speech on the Internet, presenting a 
jurisprudential research with the objective of verifying hate crimes on social networks, with 
emphasis on Facebook. 
 
 
KEYWORDS: Hate speech; Freedom of expression; Social networks ; Facebook ; Internet. 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 
5 
1 – DO CRIME DE DISCURSO DE ÓDIO E SUA DEFINIÇÃO ........................................... 6 
1.1 - DEFINIÇÃO JURÍDICA 
................................................................................................... 6 
1.2 CARACTERIZAÇÃO DO DISCURSO DE 
ÓDIO............................................................ 8 
2 – LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O DISCURSO DE ÓDIO ............................................ 9 
3 – DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ..................................................................... 11 
4 – DADOS JURISPRUDENCIAIS QUANTITATIVOS ....................................................... 
12 
4.1 – MÉTODO DE PESQUISA ADOTADO ......................................................................... 12 
 ........ 
14 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 17 
CRIMES DE DISCURSO DE ÓDIO NA INTERNET 
 
INTRODUÇÃO 
 
4.2 - EXPOSIÇÃO E ANÁLISE QUANTITATIVA DOS DADOS ENCONTRADOS 
5 
 
Com o advento da internet, a sociedade se transformou em variados aspectos, entre esses, as 
relações entre os indivíduos e suas diversas maneiras de se relacionarem. Como ressalta o 
filósofo contemporâneo Zygmunt Bauman1, “A internet e o Facebook nos tranquilizam e nos 
dão a sensação de proteção e abrigo, afastando o medo inconsciente de sermos abandonados. 
 
Na verdade, muitas vezes você está cercado de pessoas tão solitárias quanto você.” Tal 
comportamento, é reflexo da carência dos indivíduos na sociedade hodierna, assim, 
exteriorizando a autoafirmação dos mesmos, através da valorização do “eu”, e ainda suas 
ideologias e pensamentos, como forma de defesa em um contexto de sociedade doentia. Nesse 
sentido, a internet possibilitou que as disseminações de ódio fossem proferidas de forma 
anônima e sem pudor, como salienta Gonçalves (2012, p. 15) 
 
“A Internet é um meio de comunicação sem mediador, onde: “[...] ao mesmo 
tempo em que abrem exponencialmente as possibilidades de exercício das 
liberdades públicas e de participação democrática, acentua o risco de abuso 
dessas liberdades sob a forma de difusão de conteúdos ilícitos, difamação e 
ofensa ao bom nome e reputação, e outras práticas de caráter fraudulento.” 2 
 
O grande problema nos crimes praticados na internet é a ausência quase total de punibilidade 
pelo Estado, tendo em vista que, a prática de tais crimes avançou mais rápido do que as medidas 
cabíveis ao combate e a identificação dos praticantes. Os crimes virtuais vêm se tornando 
corriqueiros em nosso país, e, infelizmente, a lentidão do poder legislativo e judiciário em traçar 
medidas voltadas ao combate à essas modalidades de crimes, vem criando um clima de “terra 
sem lei” na internet, pois os criminosos sabem da dificuldade para a identificação desses crimes, 
e ainda que identificados, a lentidão do judiciário ao punir essas condutas cria um clima de 
impunidade e traz certo conforto aos criminosos. 
 
 
1 – DO CRIME DE DISCURSO DE ÓDIO E SUA DEFINIÇÃO 
 
1 Zygmunt Bauman (Poznań, Polônia, 19 de novembro de 1925 – Leeds, Reino Unido, 9 de janeiro 
de 2017) sociólogo e filósofo polonês 
 
2 GONÇALVES, Maria Eduarda. Informação e Direito na era digital: um novo paradigma jurídico? 
Dez. 2012. 
6 
 
 
Os crimes de discurso de ódio no Brasil, se fazem cada vez mais presentes nos meios de 
comunicação jornalísticos e nas redes socias, já que, o número crescente de denúncias tem 
chamado atenção do Estado e de parte da sociedade. Entretanto, as diversas vezes em que o 
termo “discurso de ódio” foi citado, não se esclareceu o real significado jurídico para tal, 
concedendo espaço para diversas interpretações da definição dos crimes de ódio praticados na 
internet. 
 
1.1 - DEFINIÇÃO JURÍDICA 
 
No que diz respeito a prática dos crimes de discurso de ódio, a legislação brasileira se encontra 
em estado defasado, ao passo que a comunidade internacional já tem elaborado medidas de 
combate para tal. 
“A posição de não admissão do hate speech vem marcada em diversos 
instrumentos internacionais de diretos humanos como Pacto dos Direitos Civis 
e Políticos (1966), Convenção Americana sobre Direitos Humanos (1969), o 
Pacto Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
Racial (1965), a Declaração (itens 86 a 91) e o Plano de Ação (itens 143 a 147) 
emitidos na III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação 
Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, ocorrida em Durban em 2001.” 
(NAPOLITANO, Carlo José; STROPPA, Tatiana. 2017 p. 313-332) 3 
 
Na mesma ótica, disse o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António 
Guterres, 
“Enfrentar o discurso de ódio não significa limitar ou proibir a liberdade de 
expressão. Significa evitar que este discurso se transforme em algo mais 
 
 
3 NAPOLITANO, Carlo José; STROPPA, Tatiana. O Supremo Tribunal Federal e o discurso de ódio 
nas redes sociais: exercício de direito versus limites à liberdade de expressão. Rev. Bras. Polít. Públicas, 
Brasília, v. 7, nº 3, 2017 p. 313-332 
7 
 
perigoso, particularmente que incite discriminação, hostilidade e violência, o 
que é proibido pela legislação internacional.”4 
 
A legislação brasileira é pouco específica em relação aos crimes de discurso de ódio praticados 
na internet, já que se trata de uma prática recente no país, na esfera de análise do judiciário. 
Ademais, a legislação que trata desse tema é do final da década de 80, sendo que a internet no 
Brasil se proliferou a partir dadécada de 90, e consequentemente essas problemáticas em 
relação a crimes de ódio se alastraram, devido à falta de medidas cabíveis e eficazes. 
 
Assim, segundo a Lei 7116/89 de Nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 
 
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de 
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência 
nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) 5 
 
Desse modo, o Projeto de Lei Nº 7582/2014 que está em tramitação no Congresso Nacional, 
tem como objetivo definir o que são os “crimes de ódio”, e ainda incluir grupos não inseridos 
na Lei 7116/89. 
 
Destaca-se o artigo 5º do projeto, que visa circunscrever os crimes de ódio praticados na 
internet, de forma que tenham pena separada na prática de discriminação por meio do discurso 
de ódio, nos seguintes aspectos: 
 
Art. 5º Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito, por meio de 
discurso de ódio ou pela fabricação, comercialização, veiculação e 
distribuição de símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda, 
por qualquer meio, inclusive pelos meios de comunicação e pela internet, em 
razão de classe e origem social, condição de migrante, refugiado ou deslocado 
 
 
4 GUTERRES, A. (2019). As chamas do discurso do ódio - 30/06/2019 - Opinião - Folha. Retrieved 
November 18, 2019, from https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/06/as-chamas-dodiscurso-
do-odio.shtml 
 
5 LEI No 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989. (1989). Retrieved November 18, 2019, from 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7716.htm 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11797954/art-1-da-lei-do-crime-racial-lei-7716-89
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11797954/art-1-da-lei-do-crime-racial-lei-7716-89
8 
 
interno, orientação sexual, identidade e expressão de gênero, idade, religião, 
situação de rua e deficiência. 6 
 
 Pena – Prisão de um a seis anos e multa. 
 
1.2- CARACTERIZAÇÃO DO DISCURSO DE ÓDIO 
Faz-se imprescindível, a determinação de parâmetros que permitam a consideração de um 
discurso como sendo de ódio, uma vez que as ideias e opiniões contrárias a maioria não podem 
se tornar reféns dos ideais do “politicamente correto”, tendo em vista a necessidade de 
resguardar a pluralidade de pensamentos em um Estado democrático de direito. 
Nesse sentido, Thiago Dias Oliva (2015), afirma que: 
 
“ O discurso de ódio — entendido como a visão mais radical do discurso 
discriminatório — por definição: a) é um ato discursivo tendo um caráter 
eminentemente comunicativo; b) intimida os grupos fazendo com que deixem 
o espaço público ao mesmo tempo em que instiga as demais pessoas a rejeitar 
esses mesmos grupos; c) revela-se como uma forma de discriminação 
consciente de grupos sociais vulneráveis, buscando negar a esses o acesso a 
direitos.”7 
 
Na mesma ótica, o discurso de ódio tem como intenção rebaixar a vítima, de forma que se sinta 
desamparada e abandone o ambiente que se encontre, ainda que seja um ambiente virtual. 
Ainda nessa ótica, a ONG Artigo 19, orientada pelos “Princípios de Camden sobre a Liberdade 
de Expressão e Igualdade”, princípios definidos por um grupo de oficiais de alto nível da ONU 
e de outras organizações, assim como especialistas em direito internacional dos direitos 
humanos da academia e da sociedade civil, recomenda a verificação dos seguintes critérios: 
 
Severidade: a ofensa deve ser “a mais severa e profunda forma de opróbrio”. 
 
Intenção: deve haver a intenção de incitar o ódio. 
 
 
 
6 ROSÁRIO, M. (2014). Projeto de Lei No 7582/2014. Retrieved from 
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=616270 
 
7 OLIVA, T. D. (2015). O discurso de ódio contra as minorias sexuais e os limites da liberdade de 
expressão no Brasil. FD-USP. Faculdade de Direito. 
https://doi.org/10.11606/D.2.2015.tde14122015-093950 
9 
 
Conteúdo ou forma do discurso: devem ser consideradas a forma, estilo e 
natureza dos argumentos empregados. 
 
Extensão do discurso: o discurso deve ser dirigido ao público em geral ou à 
um número de indivíduos em um espaço público. 
 
Probabilidade de ocorrência de dano: o crime de incitação não necessita que o 
dano ocorra de fato, entretanto é necessária a averiguação de algum nível de 
risco de que algum dano resulte de tal incitação. 
 
Iminência: o tempo entre o discurso e a ação (discriminação, hostilidade ou 
violência) não pode ser demasiado longo de forma que não seja razoável 
imputar ao emissor do discurso a responsabilidade pelo eventual resultado. 8 
 
“O “discurso de ódio” revela-se pelo conteúdo segregacionista, 
discriminatório dirigido às pessoas que compartilham de alguma característica 
que as tornam componentes de um grupo, ou seja, o discurso de ódio 
estabelece a superioridade do emissor e a inferioridade do atingido, tido como 
inferior. Salientam, ainda, que tais manifestações insultam, diretamente, à 
vida, afetando a dignidade de determinado grupo de pessoas que partilham de 
um traço comum. E, ao mesmo tempo, instigam os leitores/ ouvintes a 
participar do discurso discriminatório, não somente com palavras, mas 
também com ações” (SILVA, Rosane Leal da et al, dez. 2011)9 
 
 
Percebe-se, dessa forma, que os crimes de discurso de ódio são, em sua grande maioria, 
desconsiderados da análise legal e aplicabilidade por falta de caracterização do ato de crime. 
 
2 – LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O DISCURSO DE ÓDIO 
Em um regime democrático marcado pela pluralidade de ideias e opiniões, faz-se necessário 
analisar se um discurso, inicialmente colocado como de ódio, se assegura o direito de proferilo 
pela norma da liberdade de expressão. 
 
 
 
8 ARTICLE 19. (2016). PANORAMA SOBRE DISCURSO DE ÓDIO NO BRASIL - PDF. Retrieved 
from https://docplayer.com.br/16571832-Panorama-sobre-discurso-de-odio-no-brasil.html 
9 Silva, R. L. da, Nichel, A., Martins, A. C. L., & Borchardt, C. K. (2011). Discursos de ódio em redes 
sociais: jurisprudência brasileira. Revista Direito GV, 7(2), 445–468. 
https://doi.org/10.1590/s1808-24322011000200004 
10 
 
Nesse sentido, a criação de leis que mediam o quanto uma opinião fere outro indivíduo é 
deveras importante, pois a pluralidade de opiniões é inevitável em um regime democrático, 
como citado anteriormente. 
 
Em tempos antigos, os meios de comunicação eram em sua maioria restritos a poucas pessoas 
de classes sociais elevadas e que geralmente compartilhavam de uma mesma opinião. No 
entanto, com a expansão das redes sociais, grande parte da sociedade foi contemplada no 
processo de avanço, e obtiveram um canal para difundir suas ideias, que posteriormente passou 
a gerar um conflito intenso de opiniões sobre diferentes temáticas, dando margem à inserção 
dos discursos de ódio, com grande visibilidade e abrangência, de forma que se tornou difícil 
controlar tais manifestações repugnantes. 
Como salienta, STROPPA, 2010, 
 
“Ainda, é preciso superar a percepção de que a liberdade de expressão é apenas 
uma liberdade negativa, ou seja, que existe liberdade apenas quando não há 
uma interferência externa, identificada, sobretudo, com atuação do Estado, 
que impeça o sujeito de fazer o que quiser. Há que compreender que o Estado, 
ao contrário de ser inimigo da liberdade de expressão, pode exercer um papel 
positivo para aqueles grupos que, sem a garantia do Estado, não conseguem 
se expressar no espaço público porque há um “efeito silenciador” promovido 
pelo discurso dos grupos dominantes.” ( STROPPA, Tatiana, 2010. p. 138-
142)10 
 
Nesse contexto, entende-se que a manifestação de ódio não contribui para o convívio social e 
devem ser reprimidas, porém não se deve utilizar tais ações como pretexto de legalidade para a 
condenação de discursosnão condizentes com a moral ou incomuns porque tal comportamento 
se conflita com a liberdade de expressão. Dessa maneira, não é correta a repressão a 
manifestações pelo simples fato de rejeitarem opiniões com maior aceitação social ou discordar 
dos posicionamentos oficiais adotados pelo governo. 
 
Assim, entende-se que a liberdade de expressão se conflita com os direitos fundamentais de 
todo indivíduo, bem como se insere em uma linha tênue da moral, gerando conflitos sociais, 
principalmente na internet. 
 
10 STROPPA, Tatiana. As dimensões constitucionais do direito de informação e o exercício da liberdade 
de informação jornalística. Belo Horizonte: Fórum, 2010. p. 138-142. 
11 
 
 
 
3 – DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
As manifestações de ódio proferidas a determinado grupo social, ou até mesmo a qualquer 
indivíduo, fere a dignidade humana. Pois, quando se profere discursos de ódio, a tentativa do 
agressor é claramente rebaixar a vítima, ou seja, atingir a autoestima da pessoa, de forma que a 
mesma se sinta retraída e apenas aceite a ação. 
 
A Constituição Federal11 esclarece os princípios da dignidade humana em seu artigo 1º, inciso 
III, onde trata a dignidade humana como um dos fundamentos do Estado Democrático de 
Direito, inerente à República Federativa do Brasil. Nesse sentido, trata-se de um direito 
inviolável de todo indivíduo, assim, nem o Estado, bem como nenhuma outra instituição ou 
indivíduo, deve ferir tal direito. 
 
“Temos por dignidade da pessoa humana a qualidade intrínseca e distintiva de 
cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por 
parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de 
direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e 
qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as 
condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e 
promover sua participação ativa co-responsável nos destinos da própria 
existência e da vida em comunhão dos demais seres humanos.” (SARLET, 
2001 p.60)12 
 
Na mesma ótica, BARROSO, Luís Roberto, identifica aspectos da dignidade humana: 
 
“A dignidade humana identifica três aspectos: a) o valor intrínseco, 
como o conjunto de características inerentes e comuns a todos os seres 
humanos, que lhes confere um status especial no mundo; b) autonomia, 
identificada como o fundamento do livre arbítrio dos indivíduos e com 
a autodeterminação; e c) por fim, o valor comunitário, que representa o 
elemento social da dignidade, ou seja, as relações do indivíduo com os 
 
11 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. (1988). Retrieved 
November 18, 2019, from http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm 
 
12 SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na Constituição 
Federal de 1988. 2001, p. 60. 
12 
 
outros, com o mundo ao seu redor. Este último tem especial relevância 
para o trabalho, na medida em que a autonomia pessoal de cada 
indivíduo é restringida por valores e direitos de outras pessoas tão livres 
 
e iguais quanto ele, assim como pela regulação estatal coercitiva.” 
(BARROSO, Luís Roberto, 2013 p. 72-98)13 
 
Entende-se, portanto, que os discursos do ódio atingem de forma incisiva a dignidade humana, 
pois, por seu conteúdo incitador e provocador, entram em conflito direto com a dignidade não 
só da pessoa em si, mas também do grupo social atingido. 
 
Isto posto, a dignidade humana deve ser interpretada como um princípio delimitador para as 
expressões dos indivíduos, devido ao fato de que não é correto utilizá-la para eclipsar o direito 
de liberdade e esclarecimento de opiniões. 
 
4 – DADOS JURISPRUDENCIAIS QUANTITATIVOS 
 
Tal parte do trabalho tem por objetivo realizar uma pesquisa de campo para analisar o 
comportamento do Poder Judiciário nos casos de discurso de ódio nas redes sociais, dessa 
forma, apresenta-se os resultados em duas partes. A primeira parte, se dedica ao método de 
pesquisa utilizado na coleta dos dados jurisprudenciais. Já a segunda parte visa relatar os dados 
obtidos por meio da pesquisa e realizar a análise dos mesmos. 
 
4.1 – MÉTODO DE PESQUISA ADOTADO 
 
Com o objetivo de obter, em um curto período, uma visão mais completa possível do tratamento 
conferido pelo Poder Judiciário aos discursos de ódio online, realizou-se uma pesquisa 
 
13 BARROSO, Luís Roberto. A dignidade da pessoa humana no direito constitucional contemporâneo: 
a Construção de um Conceito Jurídico à Luz da Jurisprudência Mundial. 1ª reimpressão. Belo Horizonte: 
Fórum, 2013. 
13 
 
jurisprudencial pela internet em tribunais recursais do Estado do Paraná, bem como os tribunais 
recursais federais que poderiam ter competência para tal. Enquadraram-se, nesse sentido, o 
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o Superior 
Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal. Foram definidos como resultados da pesquisa 
 
tanto decisões monocráticas quanto acórdãos proferidos por esses juízos. Assim, possibilita-se 
uma abordagem fiel à posição do Poder Judiciário junto a esse tipo de manifestação de ódio. 
 
A pesquisa jurisprudencial foi feita através dos sites dos tribunais na internet, nos quais existem 
áreas que possibilitam o acesso às decisões proferidas por aquele juízo, geralmente 
denominadas "Jurisprudência" ou "Consulta de Jurisprudência". Os dados referidos neste artigo 
foram colhidos no período de 10 a 16 de novembro de 2019, abrangendo decisões proferidas a 
partir dos anos de 2010 a 2019. 
 
A palavra-chave utilizada para realizar a filtragem dos resultados foi Facebook, de forma que a 
pesquisa realizada fosse limitada aos processos em que se utilizaram dessa rede social para a 
prática do crime. A escolha da rede social Facebook se deu em vista do número de usuários 
ativos, cerca de 130 milhões de pessoas, segundo a Statista e Rock Content Cuponation14, bem 
como a pluralidade de idades dos mesmos. 
 
Durante a pesquisa, entendeu-se necessário a limitação dos crimes de discurso de ódio em casos 
de crimes contra a honra e crimes contra a liberdade pessoal. Dividiu-se, portanto, nas seguintes 
categorias: difamação, injúria, calúnia e ameaça. 
 
Foram classificados como "discurso de ódio" os julgados cujo processo envolvia manifestações 
discriminatórias dirigidas contra determinado grupo ou indivíduo em função de uma 
característica das vítimas. 
 
 
14 • Facebook users worldwide 2019 | Statista. (n.d.). Retrieved November 18, 2019, from 
https://www.statista.com/statistics/264810/number-of-monthly-active-facebook-users-worldwide/ 
14 
 
Na categoria denominada "difamação", incluíram-se situações de violação aos direitos à 
honra,(art. 139 do Código Penal)15. Imputar um fato a alguém que ofenda a sua reputação. 
Independentemente de sua veracidade. 
 
 
Os julgados submetidos à categoria de "injúria" crimes de ofensa à dignidade de alguém, onde 
entende-se, nesse caso, como "injúria discriminatória", xingamento for fundamentado em 
elementos extraídos da raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de idosa ou deficiente (art. 
140, § 3º do Código Penal)16. 
 
A categoria "calúnia", se refere a imputação falsa de um fato criminoso a alguém, (art. 138 do 
Código Penal)16. Ou seja, contar uma história mentirosa na qual a vítima teria cometido um 
crime. 
 
Por fim, a categoria “ameaça”, consiste no ato de ameaçar alguém, por palavras, gestos ou 
outros meios, de lhe causar mal injusto e grave (art. 147 do Código Penal). Dessa maneira, a 
promessa de mal pode ser contra a própria vítima, contra a próxima pessoaou até contra seus 
bens. 
 
4.2 - EXPOSIÇÃO E ANÁLISE QUANTITATIVA DOS DADOS ENCONTRADOS 
Ao fim da pesquisa jurisprudencial foi encontrou-se um total de 354 julgados. Desse total, 42 
correspondem ao Tribunal de Justiça do Paraná; 72 foram obtidos no Tribunal Regional Federal 
da 4ª Região; 232 foi o número de decisões encontradas no Superior Tribunal de Justiça; e no 
Supremo Tribunal Federal foram obtidos apenas 8 resultados. 
 
 
15 Art. 139 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40. (n.d.). Retrieved November 18, 2019, from 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622728/artigo-139-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-
dezembrode-1940 
16 Art. 138 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40. (n.d.). Retrieved November 18, 2019, from 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622974/artigo-138-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622653/artigo-140-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622653/artigo-140-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622653/artigo-140-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622653/artigo-140-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622481/par%C3%A1grafo-3-artigo-140-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622481/par%C3%A1grafo-3-artigo-140-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622481/par%C3%A1grafo-3-artigo-140-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 Art. 140 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40. (n.d.). Retrieved November 18, 2019, from 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622653/artigo-140-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-
dezembrode-1940 
GRÁFICO 1: 
 
 
Do total de decisões é possível observar no Gráfico 1, que "ameaça" foi a categoria mais 
encontrada com 49%, seguida por "injúria", que correspondeu a 21%, ao lado da categoria 
"difamação" com 18%, e por fim "calúnia" com 12% dos julgados encontrados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
% 18 
% 12 
21 % 
% 49 
CRIMES DE DISCURSO DE ÓDIO NA INTERNET 
Total de julgados encontrados ( TJ - PR , TRF - 4 , STJ , STF ) 
Difamação 
Calúnia 
Injúria 
Ameaça 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 2: 
 
Nesse sentido, no Gráfico 2, é possível analisar o comportamento do Poder Judiciário referente 
ao Estado do Paraná, representando um total de 114 casos, onde se englobam o Tribunal de 
Justiça do Paraná17 e o Tribunal Regional Federal da 4ª Região18. 
 
17 Jurisprudência - TJPR. (n.d.). Retrieved November 18, 2019, from 
http://portal.tjpr.jus.br/jurisprudencia/ 
18 TRF4 - Pesquisa de Jurisprudência. (n.d.). Retrieved November 18, 2019, from 
https://jurisprudencia.trf4.jus.br/pesquisa/pesquisa.php?tipo=1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
% 20 
16 % 
29 % 
35 % 
CRIMES DE DISCURSO DE ÓDIO NA INTERNET 
Total de julgados encontrados ( TJ - PR , TRF - ) 4 
Difamação 
Calúnia 
Injúria 
Ameaça 
17 
 
 
No total de casos julgados nos critérios citados acima, observa-se que, 35% (40) dos julgados 
correspondem à categoria “ameaça”, junto a categoria “injúria” que abrange 29% (33) , ainda 
“difamação” com 20% (23) dos julgados, e por fim a categoria “calúnia” com 16% (18) dos 
casos encontrados 
 
 
 
Gráfico 3: 
 
 
Ainda nesse sentido, o Gráfico 3 representa as decisões nos Tribunais Federais, sendo esses o 
Superior Tribunal de Justiça19 e o Supremo Tribunal Federal20, onde se concentram 240 casos. 
 
19 STJ - Jurisprudência do STJ. (n.d.). Retrieved November 18, 2019, from https://scon.stj.jus.br/SCON/ 
20 Supremo Tribunal Federal. (n.d.). Retrieved November 18, 2019, from 
https://portal.stf.jus.br/jurisprudencia/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
% 16 
% 11 
17 % 
56 % 
CRIMES DE DISCURSO DE ÓDIO NA INTERNET 
Total de julgados encontrados ( STJ , STF ) 
Difamação 
Calúnia 
Injúria 
Ameaça 
18 
 
Do montante dos casos julgados nos Tribunais citados acima, 56% (135) correspondem à 
“ameaça”, seguido de “injúria” com 17% (41), e “difamação” com 16% (39) das decisões, com 
11% (25) “calúnia” foi a categoria com menor número de casos encontrados. 
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O presente estudo buscou analisar o crime de discurso de ódio na internet brasileira, de forma 
que fosse possível relacioná-lo à legislação vigente. Dessarte, enfatizou a necessidade de uma 
definição criteriosa para o enquadramento de uma mensagem como sendo de ódio, assim, 
destacando o seu conteúdo discriminatório, com a intenção clara de atacar grupos ou indivíduos 
 
vulneráveis. Nesse sentido, como foi apresentado, necessita-se analisar de forma minuciosa uma 
mensagem que foi considerada como de ódio, já que, não deve ser excluída a liberdade de 
expressão dos indivíduos. 
 
Ademais, a pesquisa buscou relatar como os agressores agem anonimamente em meio virtual, 
de modo que se torna difícil identificar o autor do crime, que muitas vezes age motivado por 
uma divergência de opinião, enquanto a legislação brasileira não desenvolve meios viáveis de 
combate a esse tipo de crime. 
 
Analisou-se, também, a relação entre a dignidade da pessoa humana frente aos crimes de 
discurso de ódio, onde os indivíduos ou grupos sociais sofrem moralmente, em vista de uma 
agressão virtual. Pois, a dignidade da pessoa humana, tem valor sagrado e não deve de maneira 
alguma ser danificada, face as consequências sociais causadas por esse tipo de agressão. 
 
Por fim, concluiu-se que o Poder Judiciário Brasileiro não tem agido de forma eficaz, pois o 
número de casos julgados, de acordo com a pesquisa jurisprudencial realizada acima, é deveras 
baixo em comparação aos julgamentos de outros crimes morais. Portanto, entende-se que é 
necessário um cuidado mais elaborado em relação aos crimes de discurso de ódio na internet, 
atualizando a legislação e orientando o Poder Judiciário, de maneira que as decisões sejam 
tomadas de acordo com a lei na íntegra, desprendendo-se das jurisprudências federais. 
 
 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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redes sociais: jurisprudência brasileira. Revista Direito GV, 7(2), 445–468. 
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20 
 
10 STROPPA, Tatiana. As dimensões constitucionais do direito de informação e o exercício da 
liberdade de informação jornalística. Belo Horizonte: Fórum, 2010. p. 138-142. 
 
11 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. (1988). Retrieved 
November 18, 2019, from http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm 
 
12 SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na 
Constituição Federal de 1988. 2001, p. 60. 
 
13 BARROSO, Luís Roberto. A dignidade da pessoa humana no direito constitucional 
contemporâneo: a Construção de um Conceito Jurídico à Luz da Jurisprudência Mundial. 1ª 
reimpressão. Belo Horizonte: Fórum, 2013. 
 
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https://www.statista.com/statistics/264810/number-of-monthly-active-facebook-users-worldwide/ 
 
15 Art. 139 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40. (n.d.). Retrieved November 18, 2019, from 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622728/artigo-139-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-
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16 Art. 140 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40. (n.d.). Retrieved November 18, 2019, from 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622653/artigo-140-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-
dezembrode-1940 
 
17 Art. 138 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40. (n.d.). Retrieved November 18, 2019, from 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622974/artigo-138-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-
dezembrode-1940 
 
18 Art. 147 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40. (n.d.). Retrieved November 18, 2019, from 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10621647/artigo-147-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-
dezembrode-1940 
 
19 Jurisprudência - TJPR. (n.d.). Retrieved November 18, 2019, from 
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20 TRF4 - Pesquisa de Jurisprudência. (n.d.). Retrieved November 18, 2019, from 
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21 STJ - Jurisprudência do STJ. (n.d.). Retrieved November 
 18, 2019, from https://scon.stj.jus.br/SCON/ 
 
22 Supremo Tribunal Federal. (n.d.). Retrieved November 18, 2019, 
 from https://portal.stf.jus.br/jurisprudencia/

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