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MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS NO SPDA – NBR 5419-3/2015 A construção de um SPDA requer uma grande quantidade de pe- ças acessórias, todos esses itens que compõem um SPDA devem ser compostos de materiais normalizados, minimizando assim a corrosão e garantindo uma maior vida útil do sistema instalado. A seguir, serão mostrados vários desenhos de peças mais utili- zadas nos projetos de SPDA, abrangendo diferentes situações práticas. O item 5.5.1 da NBR-5419 parte 3 especifica os principais ma- teriais e a aplicação correta de cada item que será utilizado na implantação do sistema de SPDA. “5.5 Componentes 5.5.1 Geral Componentes de um SPDA devem suportar os efeitos eletro- magnéticos da corrente de descarga atmosférica e esforços aci- dentais previsíveis sem serem danificados. Devem ser fabricados com os materiais listados na Tabela 5 ou com outros tipos de ma- teriais com características de comportamento mecânico, elétrico e químico (relacionado à corrosão) equivalente.” Os componentes devem ser fabricados e utilizados conforme as determinações apresentadas na Tabela 5, apresentada a seguir. 01 INTRODUÇÃO PRINcIPaIs maTeRIaIs segUNDO a NBR-5419 PaRTe 3 1 2 Cobre, aço e alumínio são exemplos de materiais que constam da tabela 5 da NBR 5419 e que são usualmente utilizados na ins- talação do SPDA. O alumínio tem uso restrito aos subsistemas de captação e de descida (instalação ao ar livre), a utilização do aço fica condicionada ao tipo de recobrimento que deve ser com camadas de zinco por imersão (galvanização a quente). Todos os metais mencionados devem suportar os esforços mecâ- nicos inerentes à instalação. É importante mencionar que a união de materiais diferentes (cobre, aço e alumínio em qualquer com- binação (cobre/aço, aço/alumínio, etc.)) proporciona condição favorável para o aparecimento da corrosão eletrolítica através do par galvânico formado, por isso não é permitido a utilização de cobre/aço revestido de cobre em concreto armado. Figura 1 - abela 5 - Materiais para SPDA e condições de utilização 02 Figura 2 - Corrosão formada pela união de diferentes materiais Nesses casos, em que é necessário fazer a conexão de dois mate- riais diferentes a dica é para que sejam utilizados conectores bime- tálicos. 03 Os requisitos mínimos referentes a fixação dos captores e condutores são descritos no item 5.5.2 da NBR-5419-3, o projetista deve sempre representar nos projetos a forma e a disposição de fixação. “5.5.2 Fixação Elementos captores e condutores de descidas devem ser firmemente fixados de forma que as forças eletrodinâmicas ou mecânicas acidentais (por exemplo, vibrações, expansão térmica etc.) não causem afrouxamento ou quebra de condu- tores. A fixação dos condutores do SPDA deve ser realizada em dis- tância máxima assim compreendida: a) até 1,0 m para condutores flexíveis (cabos e cordoalhas) na horizontal; FIXaÇÃO3 b) até 1,5 m para condutores flexíveis (cabos e cordoalhas) na vertical ou inclinado; c) até 1,0 m para condutores rígidos (fitas e barras) na horizontal; d) até 1,5 m para condutores rígidos (fitas e barras) na vertical ou inclinado. NOTA: Para estruturas de pequenas dimensões, recomenda-se garantir o número mínimo de fixações de modo a impedir que esforços eletrodinâmicos, ou esforços mecânicos acidentais (por exemplo, vibração) possam causar a ruptura ou desconexão do sistema. ” 04 Figura 3 - Elementos de fixação de condutores Um ponto muito importante que devemos sempre ter atenção é com relação aos materiais dos elementos de fixação. Por exem- plo, em instalações externas devemos utilizar somente compo- nentes de aço com galvanização a quente, mas é muito comum encontrar no mercado o mesmo tipo de elemento de fixação fabricado aço com galvanização eletrolítica o que não é permitido segundo a NBR-5419. 05 Figura 4 - Exemplo de utilização - Presilha de fixação Figura 5 - a) Galvanização eletrolítica e b) Galvanização a fogo 06 Quando estamos dimensionando um SPDA, pensamos nos ele- mentos e componentes do sistema e às vezes esquecemos da estrutura que irá recebê-los. Normalmente, os condutores do SPDA ficam sobre as platibandas, que geralmente são protegidas contra infiltrações. Ora, se perfurarmos esta proteção para a fixa- ção dos condutores do SPDA, poderemos causar uma infiltração e gerar um enorme problema para o cliente e, por consequência, para os responsáveis pela instalação. Neste caso, colar a fixação dos condutores é uma alternativa disponível no mercado e elimi- na o risco de infiltração. Figura 6 - Fixação através de colagem em telha de fibrocimento No mercado estão disponíveis diversos tipos de cabos de cobre nu, nas mais variadas composições e configurações, que levam em consideração apenas o fator preço, excluindo a qualidade e segurança. caBOs De cOBRe NU, em cONFORmIDaDe cOm as NOR- mas NBR 6524 e NBR 5419/20154 07 Figura 7 - Especificação cabo de cobre nú - NBR 6524 É importante observar a seção transversal e verificar se o cabo possui formação de sete fios, conforme a NBR 6524. Geral- mente, os cabos de cobre nu de 35mm² e 50mm², possuem 2,5mm e 3,00mm de diâmetro em cada fio, respectivamente. O uso dos chamados cabos de cobre “comerciais” não é recomendado. O mais comum é que esses condutores sejam fornecidos com 19 fios, e a seção total dos fios seja muito inferior à seção mencionada no projeto, o que não é permiti- do pela norma por razões mecânicas, podendo ocorrer perda de conexão dos condutores comprometendo o funcionamen- to do sistema de proteção. É essencial conferir o material na obra antes de executar os serviços. Figura 8 - Comparação condutor normatizado e versão “comercial” O projetista pode utilizar qualquer modelo de cordoalha que de- sejar, desde que atendam as tabelas 6 e 7 da NBR 5419-3. Para captação e descida, o tipo de cordoalha mais comum é a cordoalha de cobre nu 7 fios 35 mm², uma alternativa de baixo custo para a captação e descida é a utilização da barra chata de alumínio. 08 Figura 9 - Tabela 6 NBR-5419:3 09 Para o aterramento, a cordoalha mais comum é a cordoalha de cobre nu 7 fios 50 mm². Figura 10 - Tabela 7 NBR-5419:3 O diâmetro deve ser de no mínimo 12,7 mm para aço cobre- ado conforme figura 10, com uma camada mínima de 254 micras de cobre (Figura 11). O comprimento das hastes de aterramento depende do quanto você precisa acrescentar no seu subsistema de aterramento. O padrão de mercado é a uti- lização de hastes de 5/8″ (diâmetro nominal de 14,3 mm) com 2,4 m de comprimento. HasTes De aTeRRameNTO5 10 É bastante comum encontrar no mercado materiais fora das normas (Figura 12), principalmente hastes de baixa camada, não atendendo às especificações contidas na NBR-5419 e NBR- 13571. Hastes de baixa camada, possuem uma camada de cobre muito fina, podendo se quebrar facilmente no momento em que se faz sua colocação no solo. No pequeno prazo, o aço, em con- tato direto com a umidade, enferrujará rapidamente, comprome- tendo todo o sistema. Figura 11 - Hastes de aterramento (NBR-13571:1996) Figura 12 - Haste de baixa camada 11 Figura 13 - Identificação impressa haste de alta camada Para realizar a correta identificação das hastes alta camada, basta observar as marcações que identificam a espessura da camada de cobre e a norma NBR-13751. Conexões devem ser executadas e mantidas de forma segura e duradoura. Todas a conexões mecânicas só podem ser abertas através da utilização de ferramenta adequada. Não são permitidas emendas em cabos de descida, exceto o conector para ensaios, que é obrigatório, devendo ser instalado próximo do solo de modo a proporcionar fácil acesso para realização de ensaios. “5.5.3 Conexões O número de conexões ao longo dos condutores deve ser o me- nor possível. Conexões devem ser feitas de forma segura e por meio de solda elétrica ou exotérmica e conexões mecânicas de pressão (se embutidas em caixas de inspeção) ou compressão. Não são permitidas emendasem cabos de descida, exceto o conector para ensaios, o qual é obrigatório, a ser instalado próxi- mo do solo (a altura sugerida é 1,5 m a partir do piso) de modo a proporcionar fácil acesso para realização de ensaios. ” São admitidas conexões mecânicas (através de conectores ou fixa- dores) e soldadas. Dependendo do material utilizado e do local é possível a execução de solda elétrica, embora o procedimento mais comum seja a utilização de solda exotérmica. Lembrar que conexões enterradas devem ser soldadas. cONeXÕes6 12 Figura 14 - Emenda com conector para ensaios Figura 15 - Emenda com conector para ensaios No local da emenda não é obrigatório a instalação de uma cai- xa de proteção, geralmente são instaladas para o trecho com a emenda não ficar exposta. Eletrodutos são instalados para proteção mecânica dos condutores, porém sua instalação não é obrigatória segundo a NBR-5419, a instalação de eletrodutos no trecho de descida não garante nenhuma proteção conta tensões de toque. 13 Caixas de inspeção são necessárias para verificar as condições dos eletrodos de aterramento. É essencial que elas estejam vi- síveis, em um local de fácil acesso. Elas existem tanto na forma Suspensa, como enterradas no chão que são encontradas caixas com diâmetro de 300mm ou de 250mm. Estas caixas de inspeção de aterramento devem permanecer sempre visíveis e não podem ser cobertas por qualquer tipo de material (terra, brita) e etc, por esse motivo indicamos a utiliza- ção de caixas suspensas, apesar de não existir nenhuma restrição normativa para o uso de caixas enterradas, pois é comum encon- trarmos esse tipo de caixa totalmente obstruídas e sem condições de fazer a inspeção. Os captores têm como função receber os raios, reduzindo ao mí- nimo a probabilidade de a estrutura receber diretamente o raio, deve ter a capacidade térmica e mecânica suficiente para suportar o calor gerado no ponto de impacto, bem como os esforços ele- tromecânicos resultantes, além disto o ataque por poluentes deve ser levado em conta na hora de seu dimensionamento. DevO UTIlIzaR caIXa De INsPeÇÃO DevO UTIlIzaR caIXa De INsPeÇÃO 7 8 Figura 16 - Caixa de inspeção obstruída 14 Os sistemas de captação que utilizam captores do tipo Franklin, de acordo com a norma, podem ser utilizados para os métodos o ângulo de proteção e eletrogeométrico. Hoje em dia no mercado são encontrados os chamados “super captores” que prometem uma maior eficiência e uma maior área de cobertura, itens esses que não estão de acordo com o item 5.2 da NBR-5419-3 e não devem ser utilizados em nenhuma hipó- tese. “5.2 Subsistema de captação 5.2.1 Geral Esta Norma somente especifica os métodos de captação citados nesta seção. Recursos artificiais destinados a aumentar o raio de proteção dos captores ou inibir a ocorrência das descargas at- mosféricas, não são contemplados nesta Norma. NOTA: Recomenda-se que os captores que contenham material radioativo sejam retirados de acordo com a resolução 04/89 da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). ” Figura 17 - Captores tipo Franklin 15 Para a instalação dos captores Franklin podem ser utilizados mastros ou postes conectado à malha de aterramento, para pro- teção das áreas contra as descargas atmosféricas. Os mastros são mais utilizados em sistemas instalados em edifí- cios e prédios. Figura 18 - Exemplos de super captores Figura 19 - Mastro SPDA 16 Um elemento muito utilizado também são os postes auto supor- tados que tem a função de captação das descargas atmosféricas em um sistema de SPDA isolado, suportando a instalação de cap- tores tipo Franklin, esse tipo de poste possui um fixador para que seja feita a conexão com o subsistema de aterramento. A norma não exige a instalação dos minicaptores (terminais aére- os) quando aplicado o método das malhas, uma vez que a efici- ência da gaiola não depende deles, no entanto, a sua instalação é recomendada para preservar os cabos de danos térmicos no caso de descargas diretas sobre eles e também podem ser utilizados para aumentar a área de proteção aplicando o método do ângulo de proteção ou da esfera rolante. Fica a critério do projetista o uso. Caso sejam instalados, a recomendação é usar nas quinas, Figura 20 - Poste autosuportados Figura 21 - Postes auto suportados - SPDA isolado 17 Os grampos auxiliam na realização da conexão, impedindo a mo- vimentação dos cabos e das barras e garantem a continuidade elétrica entre os condutores. gRamPOs PaRa cONeXÃO9 cruzamentos de cabos. O tipo é definido de acordo com o méto- do de captação e altura de acordo com o estudo da proteção. Figura 22 - Exemplo de Minicaptores Figura 23 - Grampos para conexão de barra chata e cobre 18 Os sistemas de SPDA devem ser compostos de materiais norma- lizados, aumentando a vida útil e a eficiência da instalação, para garantir que sempre sejam instalados itens de forma correta o projetista deve especificar os materiais com o máximo de deta- lhes possível, sendo indicado especificar as dimensões, particu- laridades do item e também as normas que definem o padrão de construção, abaixo dois exemplos de como fazer esse tipo de especificação: Cabo de cobre nu 35mm²/50mm², formação 7 fios, NBR 5419:2015 e 6524:1998 Haste cobreada alta camada 5/8 x 3,0m – 254u, NBR (13571:1996) cONclUsÃO10