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Fontes do Direito Professor: Diego dos Santos Ramos Aluno: Guilherme de Lima Massoto Matrícula: 21852533 Curso de Ciências Econômicas Turma FA06 - 5º Período Noturno 1. Fontes do Direito 1.1 Conceito e Classificação O termo fonte provém do latim fons, fontis, que exprime o conceito de nascente de água. Compreende-se por fonte tudo que dá origem, começo, início de tudo. Fonte do Direito se define como a origem do Direito, suas raízes históricas, de onde se nasce e como se aplica, ou seja, o processo de elaboração das normas, dentro desse contexto as fontes do direito são classificadas em fontes formais e fontes materiais. 1.2 Fontes Materiais As fontes materiais do Direito são fontes ‘que vem da vida’ segundo um jargão do direito brasileiro. Conforme Dimitri Dimoulis (2003) são todas as autoridade, pessoas, grupos e situações que influenciam na criação do direito em determinada sociedade. Ou seja, fonte material é aquilo que acontece no âmbito social, nas relações comunitárias, familiares, religiosas, políticas, que servem de fundamento para a formação do Direito. Assim, fonte material é de onde vem o direito (GARCÍA 2015). Podemos ilustrar de maneira simplificada e com finalidade didática, a hipótese de uma lei válida em todo território nacional que proibisse os cidadãos brasileiros de não utilizar vestes que cobrisse sua parte superior do corpo (camisas, camisetas, e afins). De fato, essa lei parece e é bastante improvável em nosso país considerando nossa cultura, porém, em outras países com cultura, religião e relações sociais completamente distintas da nossa, essa lei existe é cumprida com normalidade. As fonte do direito material são justamente o ponto no qual cada sociedade origina sua legislação, por esse motivo, nossa lei hipotética seria algo completamente fora dos costumes do cidadão brasileiro e podemos afirmar que seria uma lei sem fonte de direito material. 1.3 Fontes Formais Chamamos de fontes formais os canais por onde se manifestam as fontes materiais (GARCIA 2015), ou seja, cada ordenamento jurídico possui as suas fontes formais no qual se encontra o direito em vigor. Possui esse nome por atribuir forma ao tratamento dado pela sociedade à determinado valor, em determinada época. Tais fontes podem se apresentar de forma oral ou escrita, na atualidade predomina a forma escrita visando o pleno acesso e a lisura da aplicação da legislação. As fontes formais, no civil law, são divididas em Imediata/Primária ou Mediata/ Secundária. 1.3.1 Fontes Imediatas ou Primárias É onde primeiro se busca solução para causa ou conflito. São as LEIS , definidas pelo dicionária de maneira didática como: Regra, prescrição escrita que emana da autoridade soberana de uma dada sociedade e impõe a todos os indivíduos a obrigação de submeter-se a ela sob pena de sanções. Dessa forma é das leis que nascem direitos, deveres, obrigações, sanções, conduta típica, definição do que é crime ou não. No sistema civil law praticado no Brasil, caso haja conflito entre leis, prevalece a lei: mais recente sobre a mais antiga; específica sobre genérica; superior sobre inferior. 1.3.2 Fontes Mediatas ou Secundárias São as fontes que suprem a ausência das fontes primárias, dessa forma o artigo 4º da Lei de Introdução ao direito brasileiro expressa: ‘Art. 4o quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito’. Com base nessa prerrogativa, o direito brasileiro tem 4 fontes secundárias principais, são elas: a Jurisprudência, a Analogia, os Costumes e a Doutrina. 1.3.2.1 Jurispudencia É entendida como uma série de decisões uniformes e repetitivas dos tribunais visando dissolver conflitos não previstos nas fontes primárias, não vinculam julgadores mas serve como orientação para o julgamento. A jurisprudência é um tema que gera discordância entre os juristas brasileiros, que embora reconheçam sua importância entendem que esta não é fonte do direito uma vez que ao juiz cabe julgar de acordo com a lei, não podendo, portanto, criar o direito (ORLANDO GOMES, 2014), em contraponto há uma forte vertente que entende que a atividade jurisprudencial é fonte do direito consuetudinário uma vez que a uniformização de entendimento positiva o “costume judiciário” (MARIA HELENA DINIZ, 2008). 1.3.2.2 Analogia Analogia se define no ato do julgador aplicar a determinado caso uma solução aplicada anteriormente a um caso semelhante. A analogia se subdivide em legal e jurídica. Legal é aquela que utiliza outra lei para casos semelhantes e analogia jurídica aquela que utiliza outras fontes do direito que não a lei. Para a aplicação da analogia são necessários se três requisitos: que o fato em questão não seja regulado de forma específica e expressa pela lei; que a lei regule hipótese similar; que a semelhança essencial entre a situação não prevista e aquela prevista na lei tenham a mesma razão jurídica (GARCIA 2015). 1.3.2.3 Costumes O costume é constituído por uma forma de conduta repetitiva, uniforme e constante pelos membros de uma sociedade. Para determinado costume ser considerado uma fonte do direito, a doutrina exige a concorrência de dois elemento: o elemento objetivo corresponde à prática, universal, de uma determinada forma de conduta. O elemento subjetivo consiste no consenso, na convicção da necessidade social daquela prática. (GARCIA 2015, citando a teoria da convicção jurídica de Savigny). A lei prevê três espécies de costumes são eles: secundum legem, praeter legem e contra legem. O costume secundum legem está previsto na lei, que reconhece sua eficácia obrigatória, o costume é praeter legem quando se reveste de caráter supletivo, suprindo a lei nos casos omissos, preenchendo lacunas, o costume contra legem é aquele que se forma em sentido contrário ao da lei. Embora não revogue a lei pode fazer com que ela entre em desuso. (GARCIA 2015). 1.3.2.4 Doutrina Maria Helena DINIZ (2008) trata a doutrina como fonte decorrente da atividade científico-jurídica, isto é, dos estudos científicos realizados pelos juristas, na análise e sistematização, interpretação, elaboração das normas jurídicas, facilitando e orientando a tarefa de aplicar o direito, e na apreciação da justiça ou conveniência dos dispositivos legais, adequando-os aos fins que o direito deve perseguir. Porém a aceitação da doutrina como fonte do direito não é unanimidade, Miguel Reale (2003) e Paulo de Barros Carvalho entendem que a doutrina não altera a estrutura do direito apenas ajuda a compreendê-lo e portanto seria uma forma de interpretação do direito e não uma fonte. A Doutrina não pode ser utilizada como uma fonte do direito a ser aplicada nos tribunais, os juízes não são obrigados a levar em conta a opinião dos doutrinadores, pois os textos doutrinários não possuem força jurídica. No entanto é inegável a importância da doutrina dentro do sistema civil law, É graças a ela que conceitos jurídicos são determinados, auxiliando no entendimento do texto legal einova as formas de interpretar, preenche lacunas entre outras importantes funções. 2 Referências BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: dia 23/09/2020. ______. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015: Novo Código de Processo Civil. Disponível em: http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.105-2015?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.105-2015?OpenDocument <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm.> Acesso em: 23/09/2020. ______. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002: Institui o Código Civil Brasileiro. In: CURIA, L. R.; CÉSPEDES, L.; NICOLETTI J. Vade Mecum Saraiva. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2013a. p. 155 – 289 DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 283-284. GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa Introdução ao estudo do direito: teoria geral do direito – 3. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense: São Paulo: MÉTODO,2015. GOMES, Orlando. Introdução ao Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2014. GOMES, Orlando. Introdução ao direito civil. 19. ed. rev., atual. e aum. por Edvaldo Brito e Reginalda Paranhos de Brito. Rio de Janeiro: Forense, 2007. p. 43. NADER, Paulo, Introdução ao estudo do direito, 24 ed. atual. Rio de Janeiro: Forense, 2004. GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil. Parte Geral. 14 ed. São Paulo. Saraiva, 2012. p. 56-57. REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 27ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2003.
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