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Davidson Benicio de Souza W B A 0 64 0 _v 1 Simples Nacional e Auditoria Fiscal © 2018 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de infor- mação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada Paulo de Tarso Pires de Moraes Conselho Acadêmico Carlos Roberto Pagani Junior Camila Braga de Oliveira Higa Carolina Yaly Danielle Leite de Lemos Oliveira Juliana Caramigo Gennarini Mariana Ricken Barbosa Priscila Pereira Silva Coordenador Tayra Carolina Nascimento Aleixo Revisor Gisele Zanardi Polizel Editorial Alessandra Cristina Fahl Daniella Fernandes Haruze Manta Flávia Mello Magrini Leonardo Ramos de Oliveira Campanini Mariana de Campos Barroso Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Souza, Davidson Benicio de S719s Simples nacional e auditoria fiscal / Davidson Benicio de Souza. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2018. 107 p. ISBN 978-85-522-0794-8 1. Planejamento tributário. 2. Auditoria tributária. I. Souza, Davidson Benicio de. II. Título. CDD 330 2018 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Responsável pela ficha catalográfica: Thamiris Mantovani CRB: 8/9491 SUMÁRIO Tema 1: Simples nacional: conceitos e características ...................6 Tema 2: peculiaridades e exceções do simples nacional .......... 21 Tema 3: Ente público responsável do simples............................ 34 Tema 4: Nacional ............................................................................ 34 Tema 5: Opção pelo simples nacional ......................................... 50 Tema 6: Vedação à opção pelo simples nacional ...................... 63 Tema 7: Cálculos e distribuição de lucros ................................... 76 Tema 8: Auditoria fiscal: conceitos e características ................ 90 Tema 9: Os débitos do simples nacional e o parcelamento ..... 104 Caro(a) aluno(a), tudo bem? Espero que sim! Diante da necessidade de exposição, teórico-prática e estudo pormenorizado do Simples Nacional como um regime tributário brasileiro vigente e diferenciado é que será deli- neado todo este material. De partida, é interessante que o egresso desta disciplina saiba que antes mesmo da entrada em vigor em 1º de julho de 2007 em decorrência da Lei Complementar 123/2006 já existia o denomi- nado Simples Federal, regime de tributação com funcionamento similar ao atual em vários aspectos e que teve sua vigência determinada no Brasil a partir do ano-calendário de 1997, por meio da Lei nº 9.317/96 findando-se em 30 de junho de 2007. Diante do contexto apresentado, saiba que mesmo antes da LC 123/06 ter a sua entrada em vigor, as pessoas jurídicas que se enquadrassem na condição de Microempresa ou de Empresa de Pequeno Porte poderiam optar pela chamada inscrição no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e contribuições. Todavia, quando comparado com o atual modelo vigente, nem todos os tributos estavam sujeitos ao formato unificado determinado por essa opção fiscal. Outrora, por exemplo, tributos como o ICMS (de competência dos Estados) e o ISS (sob competência dos Municípios), só poderiam integrar o bojo contido no recolhimento unificado, desde que a Unidade Federativa ou mesmo o Município em que estivesse estabelecida a empresa viesse a aderir a determinado convênio. Na atual conjuntura e considerando as mudanças que foram trazidas a partir de 2007 no que tange ao rol de tributos abarcados no recolhimento unificado, as empresas contam com APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA maior diversidade de tributos nesse regime, é considerável destacar que embora nem todas as pessoas jurídicas estão enquadradas nesse regime. Importante que entenda que o assunto é extremamente interessante e desafiador, pelo peso da abordagem jurídica que acaba por cercá-lo. Nesse contexto, você terá pela frente assuntos voltados: (a) aos conceitos e características do Simples Nacional; (b) o estudo de suas peculiaridades e exceções; (c) Ente Público responsável; (d) a opção pelo regime simpli- ficado; (e) vedações pelo regime; (f) Cálculos Distribuições de Lucros e (g) Auditoria Fiscal. Mas é de desafio que aquele que se dispõe a aprender, se alimenta, não é? Vamos em frente! 1 Simples nacional: conceitos e características 7 Objetivos Específicos Os conteúdos e temáticas previstos para essa aula serão apresentados a seguir: 1. A definição e entendimento do Simples Nacional. 2. A abrangência da Lei complementar nº 123, de 2006. 3. A regulamentação do Simples Nacional e o recolhimento unificado de tributos. 4. Da obrigatoriedade de participação aos Estados e Municípios. Introdução O regime Simplificado de Arrecadação dos Tributos no Brasil, embora aparenta promover a deso- neração das empresas optantes, deve ser minuciosamente estudado. Nessa linha de raciocínio, mesmo tal regime tributário ao ser considerado pelos especialistas como uma opção potencial na geração de economia para as empresas, deve ser sempre analisado com bastante cautela, pois exis- tem inúmeras variáveis a que estão sujeitas as empresas na sua seara tributária (tal procedimento nada mais é do que uma boa prática de organização preventiva e que visa a economia tributária, pois existem outros regimes possíveis), podendo, em alguns casos, não ser recomendado tal regime. Para aquele que nos lê, pode tal afirmação gerar certo incômodo ou desconforto, pelo fato de que o recolhimento unificado de tributos, proporcionado pelo Simples Nacional (antigo Simples Federal) visa, antes de qualquer coisa, desonerar aquelas empresas consideradas optantes. Pois bem, a exis- tência de regimes tributários menos onerosos tem ao menos sob nossa humilde opinião duas razões: (1) uma técnica e (2) outra econômica. (1) Sob o ponto de vista estritamente técnico, o legislador buscou a partir da criação da Lei Complementar em questão, facilitar diversas questões, por exemplo, a facilitação do cálculo men- sal do tributo simplificado e a escrita contábil (pois os registros são simplificados nesse regime), mas também possui o intuito de reduzir a complexidade trazida pelas inúmeras obrigações acessórias (sob o ponto de vista da Lei é tudo que não se configura ao pagamento de impostos) a que estão sujeitas as pessoas jurídicas em geral. 8 (2) Por sua ordem, sob a ótica estritamente econômica o que se busca com regimes tributários mais brandos como no caso do Simples Nacional é a redução da carga tributária a que estão sujei- tas as empresas em geral, desde que estas estejam resguardadas pelos pré-requisitos atinentes às microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) mencionadas na legislação complementar. 1. Considerações sobre a microempresa (ME) e empresa de pequeno porte (EPP) Com relação aos estudos do regime tributário, referente às microempresas e as empresas de pequeno porte, se faz necessário se atentar ao fato de que existe a possibilidade de tais empresas nacionais optarem por outros regimes de tributação no Brasil, por exemplo: Lucro Presumido, Lucro Real ou ainda pelo Lucro Arbitrado. Cada regime de tributação mencionado possui características específicas, apresentando vantagens e desvantagens, devendo o contribuinte considerar todas as especificidades dos regimes tributáriosem seus estudos preventivos e anuais de viabilidade (consubstanciados em orçamentos), principalmente quando se aproximar o término de cada exercício social destas empresas. Pelo fato da disciplina em questão ter como intuito discorrer sobre as características do Regime de Tributação Simplificado, nos atentaremos apenas ao seu estudo considerando, desde já, suas definições e peculiaridades. Diante disso, é adequado conhecer a definição do Simples Nacional de acordo com o art. 12 da LC 123/2006: diga-se que, referido dispositivo legal o define como sendo “um Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte”. Mencioná-lo como especial decorre do fato de que o ônus para o contribuinte (sujeito passivo da obrigação), tende a ser inferior ao observado em outros regimes tributários aplicados nas empre- sas em geral. A unificação que é tratada no tocante a arrecadação diz respeito ao fato de que não é necessário que o contribuinte faça uso de um sofisticado sistema de apuração e que o força a ter 9 obrigações contábeis mensais. Com a adesão/enquadramento no regime simplificado, serão meno- res os esforços com obrigações acessórias, de forma que o próprio portal do Simples dá subsídio para gerar as guias do DAS (Documento de Arrecadação Simplificado). Um aspecto que diferencia uma microempresa de uma empresa de pequeno porte é o seu fatura- mento. A Lei geral uniformizou e consolidou o tratamento de ambas, a partir da delimitação de seus faturamentos. É considerada microempresa de acordo com o SEBRAE “a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário, devidamente registrados nos órgãos competentes, que aufira em cada ano calendário, a receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00” (on-line). Da mesma forma, especificamente para o ano calendário de 2018 com a entrada em vigor da Lei Complementar nº 155/16, e segundo a mesma fonte, [....] se a receita bruta anual for superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00, a sociedade será enquadrada como empresa de pequeno porte. Estes valores referem-se a receitas obtidas no mercado nacional. A empresa de pequeno porte não perderá o seu enqua- dramento se obter adicionais de receitas de exportação, até o limite de R$ 4.800.000,00. Nesse sentido, é importante que o(a) aluno(a) iniciante no assunto tome ciência de que essas fai- xas de valores sofrem modificações de tempos em tempos, devendo as empresas e profissionais de contabilidade promover acompanhamento contínuo da legislação. É necessário também mencionar que a Lei Complementar 123, de 2006, em termos de abrangên- cia, criou o chamado Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) e estabeleceu normas que regulam as microempresas e empresas de pequeno porte que estão regidas no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. De certa forma, por competência dos Poderes listados anteriormente, a legislação complementar mencio- nada trata dos aspectos inerentes não só ao regime tributário diferenciado, ou seja, o dito Simples Nacional, mas também de questões que estejam relacionadas, por exemplo, às licitações públicas, ao estímulo nacional ao crédito, também das relações de trabalho que podem se estabelecer nesse âmbito, dentre outras situações. 10 1.1 Tributos de abrangência do simples nacional Ora, é extremamente necessário que você conheça o conjunto de tributos que estão contidos no documento de arrecadação do Simples (DAS) que será apurado mensalmente pelas empresas enquadradas nesse regime. Todavia, é importante ressaltar que há mais de uma década já existiam regimes espe- ciais de tributação das microempresas (ME) e das empresas de pequeno porte (EPP) que eram próprios da União, ou dos Estados e/ou ainda dos Municípios, que cessaram a partir de 01 julho de 2007, por força do que ficou disposto na Constituição Federal, ADCT, art. 94. Diante disso, é importante saber que com a LC 123/06, haverá uma única guia de arrecadação de tributos a ser recolhido pela empresa optante por este regime, o que não é novidade introduzida pela Lei Complementar em vigor. Todavia, no regime simplificado nos moldes vigentes no Brasil a partir de 1 de julho de 2007 (LC 123/2006), a guia de arrecadação do DAS abrangerá mais situações (leia-se tributos) do que víamos até então na Lei nº 9.317/96 (que, por exemplo, não contemplava em alguns casos, o ICMS e o ISS – fato esse que era determinado por cada ente Estadual ou Municipal competente). Existe para as demais empresas e regimes tributários características e procedimentos bem dis- tintos daqueles observados para o regime simplificado, no qual para cada tributo haverá uma guia de arrecadação específica, e em se tratando de tributo na seara Federal, essa guia é denominada de DARF (Documento de Arrecadação Federal). De certa forma e a partir da leitura do Art. 13 e inciso da LC 123/06 pode-se considerar os seguin- tes tributos como integrantes da guia do DAS: Link Das Disposições Preliminares da LC 123, de 2006. É extremamente recomendado que o(a) aluno(a) não se limite no estudo do regime simplificado ape- nas a abordagem desta disciplina, pois ela não pre- tende esgotar o assunto. Ademais, e para melhor entendimento das questões inerentes, por exemp- lo, às Disposições Preliminares da LC 123, de 2006, recomenda-se que sejam lidos trechos da própria legislação vigente, em especial do Art. 1º ao Art. 2º considerando desde já todos os seus incisos e parágrafos. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/CCivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm>. Acesso em: 04 mar. 2018. 11 QUADRO 1 - Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional • Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ). • Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). • Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). • Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). • Contribuição para o PIS/Pasep. • Contribuição Patronal Previdenciária (CPP). • Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). • Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). FONTE: Adaptado do Art. 13 e incisos da LC 123/2006. Veja bem, caro(a) aluno(a), mesmo com o recolhimento dos 8 (oito) tributos listados no Quadro 1 e que estão previstos na LC 123/06, por força do § 1º do mesmo Art. 13, tal recolhimento mensal não exclui, nem exime, que ocorra a incidência de outros impostos e contribuições para as empresas do regime Simplificado. Para entender o exposto anteriormente, imagine que determinada empresa na movi- mentação de sua conta de recursos originá- rios de empréstimos bancários, quando da liberação do dinheiro em sua conta corrente bancária, estará sujeita a incidência do tri- buto IOF, desde já respeitadas as alíquotas Assimile Em se tratando da Instituição e Abrangência dos tributos e contribuições aplicáveis às empresas en- quadradas no Simples Nacional, especificamente no tocante aos impostos e contribuições a que es- tão sujeitas as empresas enquadradas no Simples Nacional, sabe-se que a carga tributária das micro- empresas (ME) e das empresas de pequeno porte (EPP) são, em tese, as menores possíveis ao con- tribuinte optante. Todavia, em alguns casos pode- se observar que a carga tributária em questão não se limita apenas aos tributos que compõem o docu- mento de arrecadação Simplificado (DAS), haja vis- ta que as microempresas e empresas de pequeno porte estarão sujeitas a outros tributos com fatos geradores distintos daqueles contidos no rol inte- grante do regime simplificado. 12 e demais regras como a de base de cálculo, entre outras, vigentes na época da tran- sação. Da mesma forma, se determinada empresa efetuarimportação de produtos deverá arcar com o imposto de importação (II). Veja, que tanto o IOF quanto o II estão fora do rol de tributos relacionados na guia de arrecadação do Simples (DAS), mas tal situa- ção não exime que determinada empresa se encontre com a obrigação de pagar outros tri- butos, independentemente do regime tributário no qual esteja enquadrada. Diante do contexto apresentado, verifica-se que sempre haverá a necessidade de que o contri- buinte, por meio de sua gestão de tributos, tome conhecimento das melhores ferramentas de Elisão Tributária (esta como uma prática esperada e lícita), sempre considerando as possíveis operações vigentes e futuras da empresa. 1.1.1 Mudanças na legislação do simples nacional a partir do exercício social de 2018 De início, é mais que necessário observar ao nosso aluno e leitor que mesmo desenvolvendo o conhecimento de determinada situação na seara de tributos será necessário ao planejador/gestor tributário estar atento às mudanças da Lei. Sim, não pense que uma vez assimilada as regras de tributação, isso implicará em plena segurança no desenvolvimento de seus trabalhos. Sempre será necessário o acompanhamento contínuo da legislação específica. Prova do que é afirmado anteriormente pode ser amplamente ilustrado no caso em especial da LC 123/06, pois houveram diversas e recentes alterações com início de vigência para o exercício de 2018 por força da LC 155/16. Esta Lei Complementar tem a intenção de reorganizar a metodologia Exemplificando Para que não exista dúvidas sobre o assunto em questão, além daqueles tributos contidos no Quadro 1, as microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) também podem praticar situações que estarão sob o alcance da incidência de tributos, como: (a) o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF; (b) do Imposto de Importação – II; (c) do Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados – IE; (d) além de dentre outros aqui não listados. 13 de apuração do Simples Nacional. As mudanças promovidas pela LC 155/16 mais recente estão basicamente ligadas a aspectos, como: • Aumento no limite de Faturamento do Microempreendedor Individual. • Novo Limite para enquadramento para as microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). • As atividades que passam a poder adotar esse regime. • Novas alíquotas e Anexos. • Casos em que haverá o Regime Normal de Apuração do ICMS e ISS. • Mudanças na forma de Calcular o Simples. • Aspectos voltados à Fiscalização, dentre outros aspectos bastante relevantes. Assim sendo, para fins de melhor visualização a Tabela 1 oferece ao leitor a visão anterior e pos- terior à LC 155/16 de alguns aspectos que foram modificados a partir de 2018, senão vejamos: TABELA 1 - Resumo de algumas alterações da Legislação do Simples Novo Limite para enquadramento Antes Depois Limite de Faturamento do Microempreendedor Individual Até 60 mil reais Até 81 mil reais Microempresa (ME) Até 360 mil reais Até 360 mil reais Até 360 mil reais Até 3,6 milhões de reais Até 4,8 milhões de reais As atividades que passam a poder adotar esse regime Não era aplicável Organizações da sociedade civil (Oscips), as sociedades cooperativas e as integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social, além de organizações religiosas que se dediquem a atividades de cunho social Novas alíquotas A alíquota inicial permanece a mesma nos anexos de comércio (anexo I) e indústria (anexo II), bem como os anexos de serviços III e IV Todas as atividades do SN passam a ter uma alíquota progressiva quando o faturamento ultrapassar R$180 mil no acumulado dos últimos 12 meses 14 Novos Anexos Existiam os Anexos de I a VI Extingue-se o anexo VI e modifica-se o Anexo V Casos em que haverá o Regime Normal de Apuração do ICMS e ISS Não era aplicável Quando o faturamento exceder R$3,6 milhões acumulados nos últimos 12 meses, ICMS e ISS serão cobrados em separado do DAS FONTE: Elaborada a partir da LC 155/16. Embora toda a disciplina venha a discorrer sobre diversos aspectos contidos no Regime Simplificado você, como aluno(a) e leitor(a), pode, desde que entenda necessário e relevante, ler mais a respeito do assunto de modo a se aprofundar nas questões que serão abordadas em cada Unidade de Ensino desta disciplina. A partir do ano de 2018, a forma de cálculo para optantes do regime simplificado deverá primeiramente: • Levar em consideração o valor do faturamento dos últimos 12 meses anteriores ao do período de apuração. • Aplicar a fórmula: RBT12xAliq-PD/RBT12 (onde RBT = receita bruta dos 12 meses; Aliq = Alíquota da faixa da Tabela do Simples; PD = Valor a deduzir conforme tabela). • Multiplicar as alíquotas que foram encontradas pelo faturamento do mês. Importante ressaltar que o cálculo do Simples se tornou a partir da LC 155/16 um pouco mais dispendioso de como era visto anteriormente. Nesse sentido, imagine que determinada empresa obteve os seguintes valores: TABELA 2 - Dados e cálculo do Simples Nacional de acordo com a LC 155/16 Receita Bruta dos últimos 12 meses 1.500.236,00 Receita Mensal 170.133,20 (%) Faixa de Valores do Simples (comércio) 10,70% 15 Parcela a deduzir 22.500,00 Alíquota efetiva 9,20% Valor do imposto devido no mês 15.652,66 FONTE: Elaborada pelo autor. O cálculo da guia de arrecadação – DAS, de acordo com a Tabela 2 é de R$ 15.652,66, de forma que a alíquota efetiva foi obtida a partir da aplicação da seguinte fór- mula: (1.500.236,00*10,70%-22.500,00) / (1.500.236,00). Caso tenha dificuldades quando da leitura da Lei do Simples não se preocupe, pois esta disciplina pretende estabelecer uma lingua- gem mais simples e direta desse assunto. Questão para reflexão Como você viu, a legislação fiscal do Simples Nacional está sempre passível de alterações por parte dos legisladores, devendo o contador da empresa ou qual- quer outra pessoa responsável pela área de tributos, ficar sempre atenta em relação às mudanças ocorridas na lei, e os seus pos- síveis impactos no aumento da carga tri- butária. Ciente desses fatos, reflita como o Para saber mais Partes Promulgadas da Lei Complementar 155/06. Como dito antes, você pode explorar ou consultar sempre que necessário a Legislação vigente e que trata do assunto deste material. Com a consulta ao dispositivo da LEI COMPLEMENTAR Nº 155, DE 27 DE OUTUBRO DE 2016, você pode acessar as ta- belas vigentes e ter informações muito mais detal- hadas de toda as novidades da legislação do Sim- ples. Dentre elas, as novas Tabelas do Simples para setores de atividades, como comércio, indústria e serviços. Assimile A carga tributária das empresas diante da realidade brasileira e quando comparada às demais empre- sas é demasiadamente excessiva. Ao tecer tal afir- mação, podemos entender que a opção tributária efetuada pelo regime tributário do Simples Nacio- nal visa minimizar esse ônus fiscal. Todavia, não é porque o regime prega que haverá uma menor car- ga de tributos sob esse regime tributário, no caso o Simples Nacional, é que seja este sempre mais econômico para todas as empresas. Ademais, é necessário que, caro(a) aluno(a)-leitor(a), que em termos práticos, as vendas sejam alvo de instru- mento de orçamento anual antes mesmo da opção pelo regime simplificado. 16 profissional dessa área pode se manter atualizado. Veja que a leitura pura da lei é desafiadora. Considerações finais Diante do tema que foi discutido, você conheceu os conceitos, características e definições do Simples Nacional apresentadas a seguir: • Aspectos conceituais relativos ao entendimento do que são as Microempresas e as empresas de pequeno porte. • O significado e entendimento do chamado “Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos”. • As mudanças na legislação do tributo “SimplesNacional”. • As microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP) também estarão sujeitas a outros tributos. Glossário Elisão Tributária: direito atribuído ao contribuinte dentro do que a Lei considera adequada de que este possa promover ou não efetivação do fato gerador tributário, ou de que este ocorrendo o faça de maneira menos onerosa possível. Uma vez que não haja a possibilidade nem de não geração da dívida tributária ou de sua redução é aceitável, que tente de maneira lícita, a postergação de seu fato gerador. Fato gerador: é uma situação prevista na Lei no qual uma vez ocorrida, dará direito ao Sujeito Ativo da obrigação principal (no caso o fisco) de fiscalizar e cobrar do contribuinte uma obrigação de dar (pagar) o imposto ora devido. Sujeito Passivo da Obrigação: é o nome atribuído ao fisco na relação jurídico-tributária. 17 Verificação de leitura QUESTÃO 1- Inúmeros são os tributos contemplados na guia de arrecadação do Simples Nacional (DAS). Dentre os tributos listados, todos aqueles a seguir integram o imposto Simples, exceto: a) Cofins. b) Imposto de Importação. c) PIS. d) ISS para os prestadores de serviço. e) ICMS para empresas comerciais. QUESTÃO 2- A legislação Complementar 123/06 foi instituída com o intuito de reduzir a carga tributária das seguintes pessoas jurídicas de direito privado: Empresas de grande porte. Sociedades sem fins lucrativos. Empresas de pequeno porte. Microempresas. Sociedades de capital aberto. É correto apenas o que se afirmar em: a) I e III. b) II e IV. c) III e IV. d) IV e V. e) I e V. 18 QUESTÃO 3- Complete a Sentença: O sujeito ____________ da obrigação tributária é o contribuinte no qual recai sobre ele toda a _____________. Mesmo em regimes simplificados, como o estudado, existe a incidência de outros tributos além daqueles contidos na guia de arrecadação do Simples, por exemplo o ________. a) passivo/carga tributária/IOF. b) ativo/carga tributária/IOF. c) passivo/carga tributária/ICMS. d) ativo/benefício fiscal/IOF. e) passivo/ benefício fiscal/ISS. Referências Brasil. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nºs 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, da Lei nº 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis nºs 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm>. Acesso em: 04 mar. 2018. ______. Lei Complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016. Altera a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, para reorganizar e simplificar a metodologia de apuração do imposto devido por optantes pelo Simples Nacional; altera as Leis nºs 9.613, de 3 de março de 1998, 12.512, de 14 de outubro de 2011, e 7.998, de 11 de janeiro de 1990; e revoga dispositivo da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp155.htm>. Acesso em: 04 mar. 2018. SEBRAE NACIONAL. Entenda as diferenças entre microempresa, pequena empresa e MEI. 19 Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-as-diferencas-en- tre-microempresa-pequena-empresa-e-mei,03f5438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD/>. Acesso em: 08 mar. 2018. Gabarito QUESTÃO 1- Alternativa correta: letra b. Conforme descrito na LC 123/06 são tributos que estão contemplados no imposto simplificado: • Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ). • Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). • Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). • Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). • Contribuição para o PIS/Pasep. • Contribuição Patronal Previdenciária (CPP). • Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). Ademais, o imposto de importação (II) não integra a referida guia de arrecadação do simples. Uma vez que ocorra seu fato gerador, o contribuinte terá que fazer o recolhimento apartado. QUESTÃO 2- Alternativa correta: letra c. De acordo com o exposto na disciplina, por força da LC 123/06 a instituição pelo legislador de um regime simplificado vem a beneficiar com a redução da carga tributária em especial as microempre- sas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). QUESTÃO 3- Alternativa correta: letra a. A questão 3 fica adequada ao passo que se considere o texto com a seguinte informação. http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-as-diferencas-entre-microempresa-pequena-empresa-e-mei,03f5438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD/ http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-as-diferencas-entre-microempresa-pequena-empresa-e-mei,03f5438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD/ 20 “O sujeito passivo da obrigação tributária é o contribuinte no qual recai sobre ele toda a carga tributária. Mesmo em regimes simplificados, como o estudado, existe a incidência de outros tributos além daqueles contidos na guia de arrecadação do Simples, por exemplo, o IOF”. 2 peculiaridades e exceções do simples nacional 22 Objetivos Específicos Diante do Tema de estudo que se inicia, serão abordados os aspectos relevantes do regime de tributação denominado de Simples Nacional, especificamente no que tange às peculiarida- des desse regime, assim como aspectos que dizem respeito às exceções, vedações e ainda às limitações previstas na Lei Complementar aplicável àquelas pessoas jurídicas que pretendem ingressar nesse regime tributário. Diante do assunto a ser desenvolvido, você terá acesso a algumas questões:A definição e entendimento do Simples Nacional. 1. Conhecerá quais são as empresas que podem ingressar nesse regime tributário, sabendo que não é uma opção fiscal acessível a todas as pessoas jurídicas. 2. Conhecerá quais são os limites e faixas de faturamento previstos e constantes nas tabelas ane- xas da Lei Complementar nº 123/06 e alterações posteriores. 3. Aprenderá o conceito de Receita Bruta e os reflexos ocasionados pelas transações em conta própria e conta alheia na composição da base de cálculo do Simples Nacional. 4. Aprenderá a composição da Receita Bruta e dos impactos ocasionados pelas devoluções de vendas e dos descontos incondicionais Introdução Como já visto no Tema 1, o regime tributário denominado Simples Nacional abrange os mol- des atuais dos impostos estaduais e municipais, e teve início em meados do exercício social de 2007 a partir da LC nº 123/06, de forma que o Simples Federal (Lei anterior) vigorou até junho do mesmo ano. A proposta de ampliação dos tributos que deveriam compor a chamada guia uni- ficada do Simples, buscou além de desonerar as microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), facilitar a sistemática de cálculo a partir da criação de faixas de faturamento, tabe- las e alíquotas. De acordo com a Lei Complementar anterior, a forma de cálculo do imposto pos- suía menor complexidade sendo essa, inclusive, uma característica própria desse regime. 23 Diante desse fato, com a redução da complexidade e aumento das exigências contábeis, os empresários poderiam se preocupar com outras questões, por exemplo, a própria gestão do negócio. Apesar da Lei Complementar nº 123/2006 ter mantido uma metodologia de cálculo mais simplificada por um período de aproximadamente 10 anos, foi a partir do exercício social de 2018 (com entrada em vigor desde 1 de janeiro de 2018 da LC 155/16) que algumas mudan- ças significativas nessa metodologia foram implementadas. Diante das alterações menciona- das no dispositivo legal, também ocorreram modificações expressivas nas tabelas anexas à Lei Complementar123/06, inclusive com a entrada de outras atividades e a majoração do teto de faturamento do regime e criação de sublimites. Nesse momento, você pode perguntar se existem outras vantagens, além daquelas voltadas para a redução da carga tributária, para aquelas empresas que se enquadram nesse regime de tributação, pois a opção pelo Simples Nacional não isenta as empresas da incidência de outros tributos, por exemplo, o IOF, o Imposto de importação etc. Portanto, durante o estudo do tema, algumas questões serão esclarecidas. Vamos adiante! 1. Os optantes pelo regime do simples nacional e as peculiaridades fiscais Em relação ao estudo das peculiaridades do Regime do Simples Nacional, cabe mencionar que este regime de tributação se trata de um regime compartilhado no tocante à arrecadação, cobrança e fiscalização, no qual o fisco federal, por competência instituída em Lei, promove o acompanhamento de microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). Como já mencionado, em termos de abrangência, esse regime conta com a participação de todos os entes da federação, ou seja, a União, os Estados e os Municípios. Via de regra, ainda se considera o Distrito Federal neste rol. 24 São inúmeras as peculiaridades observadas no Simples Nacional, conforme denota o Portal do Simples Nacional (on-line): • ser facultativo; • ser irretratável para todo o ano-calendário; • abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP); • recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de arrecadação - DAS; • disponibilização às ME/EPP de sistema eletrônico para a realização do cálculo do valor mensal devido, geração do DAS e, a partir de janeiro de 2012, para constituição do cré- dito tributário; • apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais; • prazo para recolhimento do DAS até o dia 20 do mês subsequente àquele em que hou- ver sido auferida a receita bruta; • possibilidade de os Estados adotarem sublimites para EPP em função da respectiva participação no PIB. Os estabelecimentos localizados nesses Estados cuja receita bruta total extrapolar o respectivo sublimite deverão recolher o ICMS e o ISS diretamente ao Estado ou ao Município. E mais, é peculiar ainda que exista restrições para aquelas empresas que pretendem ingres- sar ao Simples de forma que estas devem demonstrar ter cumprido, no mínimo, aspectos como: 25 (a) estarem enquadradas nas definições de microempresa e empresa de pequeno porte; (b) terão que formalizar a opção pelo regime, e (c) deverão cumprir diver- sos requisitos da Lei Complementar. Pois bem, no tocante ao item (a) men- cionado anteriormente, para fins de carac- terização de determinada empresa como sendo uma microempresa (ME) é necessá- rio que esta tenha auferido no ano-calen- dário, “receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais)”. Por sua vez, é aplicável para fins de categorização de empresas como sendo de pequeno porte (EPP) que estas tenham auferido no ano-calendário anterior entre R$ 360.000,00 (trezentos e ses- senta mil reais) e R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais), faixas essas já de acordo com o que que está previsto na Redação dada pela Lei Complementar nº 155, de 2016. Por sua ordem, o agendamento da opção mencionada no item (b) determina que o contribuinte deve manifestar o seu interesse sempre no ano antecedente ao da opção, devendo o contribuinte (ME ou EPP) tomar ciência se existem eventuais fatores impe- ditivos de ingresso ao regime, de forma pré- via. Antecipar-se nesse caso pode significar não perder o prazo para solicitar a opção. Para as empresas que já estão Para saber mais As perguntas e respostas mais frequentes ao Re- gime Simplificado. Você sabia que existe no Portal do Simples Nacion- al (on-line) uma lista de perguntas e respostas ref- erentes ao Simples Nacional? Não? Acesse o link: <http://www8.receita.fazenda.gov.br/simplesna- cional/perguntas/perguntas.aspx>. Acesso em: 24 mar. 2018. Lá você pode tirar todas as suas dúvidas sobre o regime tributário, desde as noções intro- dutórias até questões que envolvem o parcelamen- to de dívidas tributárias. Para saber mais Da definição contida na Lei Complementar nº 123/06 no tocante à microempresa (ME) e em- presa de pequeno porte (EPP), para o(a) leitor(a) que não é especialista no assunto, podemos indi- car a definição de microempresa e a empresa de pequeno porte, no Capítulo II da LC nº 123/06, es- pecificamente nos incisos II e II. Tal conceito está totalmente atrelado aos montantes faturados por essas empresas no calendário imediatamente an- terior. 26 constituídas o período de agendamento vai do início do mês de novembro de cada ano até o final de dezembro, sempre considerando que se inicia e termina-se essa contagem em dias úteis. De acordo com o observado, o agendamento ao regime simplificado surtirá efeito a partir do primeiro dia (útil) do ano subsequente. 1.1 A receita bruta atribuída ao regime simplificado Além de conhecer as faixas mínimas e máximas de faturamento desse regime, é importante que o(a) leitor(a) entenda o conceito de receita bruta para fins do Simples Nacional. O conceito de receita bruta para fins do Simples Nacional pode ser visto no art. 3º, § 1º, da Lei Complementar nº 123, de 2006: Considera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos (on-line). Os bens e serviços no escopo da chamada conta própria dizem respeito a todas as operações relativas à atividade-fim da empresa, ao passo que aque- les que são oriundas de operações em conta alheia, são basicamente a intermediação de vendas ou outras formas de receita que não têm a intenção de comprar, produzir e ven- der/revender determinados bens ou servi- ços, temos como exemplo, as comissões. Um aspecto bastante interessante ainda na seara das receitas diz respeito ao fato de que algumas delas estão fora da base de cálculo do Simples Nacional, por exem- plo, as receitas de aplicações financeiras. Exemplificando Acerca das atividades empresariais e o conceito da receita bruta: determinada empresa optante do Simples Nacional e atuante no ramo do comércio varejista revende determinadas mercadorias, essas receitas integram a base de cálculo deste regime e são classificadas em operações auferidas em conta própria. Ao passo que determinada empresa que, opte pelo regime simplificado e que desenvolva a atividade de comércio de veículos em consignação, por meio de contratos de comissão terá como in- tegrante de sua receita bruta o resultado de uma operação em conta alheia, ou seja, originado basi- camente das comissões. 27 Independentemente destes rendimentos terem origem na renda fixa ou variável, conforme art. 13, § 1º, inciso V, e § 2º da Lei Complementar nº 123, de 2006, tais ganhos, segundo a letra fria da Lei, não se enquadram no conceito de receita bruta. Como visto anteriormente, há casos em que se observa a não inserção de determinados ganhos no conceito de receita. Todavia, temos outras situações, como no caso das gorjetas que integram o conceito de faturamento, sejam estas compulsórias ou não. Tal entendimento consta da Orientação originada das Soluções de Consulta Cosit nº 99, de 3 de abril de 2014, e nº 191, de 27 de junho de 2014. Que fique registrado que a gorjeta basicamente representa uma pequena quantia dada ou entregue de forma voluntária, em pagamento a um determinado serviço, como se fosse um agradecimento. Por sua ordem, os juros moratórios auferidos que podem surgir por atraso nos recebíveis de clien- tesnas microempresas e empresas de pequeno porte não compõem a base de cálculo do simples por força do entendimento do art. 2º, § 4º-B, inciso II, da Resolução CGSN nº 94, de 2011. Igualmente ao caso dos juros auferidos e das receitas financeiras, a venda de bens do ativo imo- bilizado não serão tributadas pelo Simples Nacional conforme dispõe o art. 2º, § 4º-B, inciso I, e § 5º, da mesma Resolução CGSN nº 94, de 2011. 1.1.1. Itens excluídos da base de cálculo da receita bruta do simples nacional É necessário que o(a) leitor(a) entenda que as transações comerciais relacionadas às receitas de vendas das empresas, sejam elas microempresas ou empresas de pequeno porte, devem por res- peito aos princípios e boas técnicas contábeis serem registrados em livros próprios e cercados de certas formalidades. Isso significa dizer que em termos da composição da receita bruta deve-se excluir tanto as vendas canceladas quanto os descontos incondicionais, sendo a primeira a anulação de valores anteriormente registrados como vendas. Por sua ordem, os descontos incondicionais, conforme visto na Solução de Consulta Cosit 28 nº 34, de 21 de novembro de 2013, são as “parcelas redutoras do preço de venda, quando constarem da nota fiscal de venda dos bens ou da fatura de serviços e não dependerem, para sua concessão, de evento posterior à emissão desses docu- mentos”. Para fins contábeis, os descon- tos incondicionais reduzem o valor da nota fiscal, de certa forma reduzem o custo para o comprador, sendo muito comum a sua ocorrência em casos de avaria, defeito ou ainda extravio. TABELA 3 - Receita bruta e efeitos das devoluções e descontos incondicionais Receita de vendas de mercadorias 400.000,00 Receita de Serviços 75.468,00 Devoluções de vendas (12.789,00) Descontos incondicionais concedidos (34.455,00) Total da receita bruta 428.224,00 FONTE: Elaborada pelo autor. Questão para reflexão Diante da construção do entendimento referente às receitas integrantes da base de cálculo do Simples Nacional, foram abordadas tanto as receitas que compõem a base de cálculo deste regime, quanto as receitas que não integram a referida base de cálculo. De antemão, vimos receitas inte- grantes da receita bruta, tais como: operações de venda oriundas em conta própria, conta alheia, além das gorjetas. Mas não exaurimos o rol de receitas que integram a referida base de cálculo. Você Assimile Veja um exemplo da composição da receita bruta de determinada empresa a respeito da composição e apuração da receita bruta das microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). Digamos que determinada empresa optante do Simples Nacional tenha faturado em determinado exercício o montante de R$ 400.000,00 por meio de vendas de mercadorias. Dessas vendas, houve a devolução do montante de R$ 12.789,00 e ain- da ocorreu o desconto incondicional concedido na ordem de R$ 34.455,00. Nesse mesmo exercício social, a empresa prestou serviços na ordem de R$ 75.468,00. Para fins de composição da receita bru- ta, temos: (veja a tabela 3) 29 faz ideia de que outras receitas não mencionadas anteriormente podem ser também consideradas como integrantes da base de cálculo do Simples? Reflita a respeito do assunto e pesquise as receitas: (a) Verba de patrocínio; e (b) Royalties. Considerações finais Diante deste Tema de estudo, você conheceu e compreendeu os seguintes assuntos: • Definição e composição da receita bruta do Regime Simplificado. • Eventuais exclusões da Receita Bruta, assim como a definição de devoluções e dos descontos incondicionais. • As peculiaridades e exceções ao Regime. • Eventuais receitas e despesas que devem compor ou não a base de cálculo do Simples Nacional. Glossário CGSN: Comitê Gestor do Simples Nacional. Cosit: Coordenação-Geral de Tributação. Regime Tributário: também denominado de opção fiscal, trata-se de modalidade escolhida pelo contribuinte de forma de tributação mais apropriada para seus negócios em detrimento de outras possibilidades impostas e também aceitas pelo fisco. Verificação de leitura QUESTÃO 1- Existem diversas peculiaridades que são inerentes ao regime de tributação do Simples Nacional. Dentre tais peculiaridades, podemos relatar algumas delas, a saber: I ser facultativo. II ser retratável para todo o ano-calendário. III abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição 30 para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP). IV recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de arrecadação - DAS. É correto o que se afirmar em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) II, III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. QUESTÃO 2- Existem receitas consideradas como originárias de conta própria e de conta alheia. Diante dessas constatações, assinale a alternativa que demonstra a definição cor- reta de receita bruta. a) Considera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, exclu- ídas as vendas canceladas e os descontos condicionais concedidos. b) Considera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, exclu- ídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. c) Considera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta alheia, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta própria, exclu- ídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. d) Considera-se receita bruta o produto de serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. e) Considera-se receita bruta o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. 31 QUESTÃO 3- Algumas receitas estão fora da base de cálculo do Simples Nacional. Das op- ções, a seguir, qual delas reflete essa afirmativa? a) Receita de bens. b) Receita de serviços. c) Comissões. d) Gorjetas. e) Venda de bens do ativo imobilizado. Referências Brasil. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nºs 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, da Lei nº 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis nºs 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm>. Acesso em: 04 mar. 2018. ______. Lei Complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016. Altera a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, para reorganizar e simplificar a metodologia de apuração do imposto devido por optantes pelo Simples Nacional; altera as Leis nºs 9.613, de 3 de março de 1998, 12.512, de 14 de outubro de 2011, e 7.998, de 11 de janeiro de 1990; e revoga dispositivo da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp155.htm>. Acesso em: 04 mar. 2018. ______. Resolução CGSN nº 94, de 2011. Dispõe sobre o Simples Nacional e dá outras providências. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=36833&vi- sao=anotado>. Acesso em: 20 mar. 2018. 32 ______. Solução de Consulta nº 34 - Cosit. 21 de novembro de 2013. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ. Disponívelem: <http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/ Legislacao/SolucoesConsultaCosit/2013/SCCosit342013.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2018. ______. Solução de Consulta nº 191 - Cosit. 27 de junho de 2014. ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/ SolucoesConsultaCosit/2014/SCCosit1912014.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2018. SEBRAE NACIONAL. Entenda as diferenças entre microempresa, pequena empresa e MEI. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-as-diferencas-en- tre-microempresa-pequena-empresa-e-mei,03f5438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD/>. Acesso em: 08 mar. 2018. Gabarito QUESTÃO 1- Resposta correta: Letra “d”. A questão possui apenas três opções consideradas corretas, dentre elas: • ser facultativo (correta, pois o contribuinte tem outras opções de regimes tributários no Brasil); • ser retratável para todo o ano-calendário (incorreta, pois uma vez que se opte pelo regime deve-se utilizá-lo por todo o exercício, ou seja, será irretratável); • abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP) (correta, são exatamente esses tributos que incidem sobre a guia de arrecadação do Simples – DAS); • recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de arrecadação - DAS (cor- reta, como já explicado anteriormente). QUESTÃO 2- Resposta correta: Letra “b”. Diante da questão, temos como correta a seguinte definição: 33 “Considera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta pró- pria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, excluídas as ven- das canceladas e os descontos incondicionais concedidos”. QUESTÃO 3- Resposta correta: Letra “e”. Dentre as receitas mencionadas nesta questão, a única que não integra a base de cálculo do sim- ples nacional é a receita da venda de bens do ativo imobilizado, conforme dispõe o art. 2º, § 4º-B, inciso I, e § 5º, da mesma Resolução CGSN nº 94, de 2011. 3 Ente público responsável do simples Nacional 35 Objetivos Específicos Neste Tema estudaremos a competência tributária do Ente Público responsável pelo Simples Nacional, sabendo que a este cabe instituir tributos, cobrar e fiscalizar as empresas optantes. Nesse sentido, você: 1. tomará conhecimento da atual competência tributária outorgada pela Constituição Federal (a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios); 2. terá ciência de que existe um tratamento por força do art.179 da CF/88 do tratamento diferen- ciado dispensado às microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP); 3. conhecerá os Tipos de Receita Bruta que integram a Base de Cálculo, Exclusões permitidas e o teto de faturamento atribuído pelo Ente Público; 4. entenderá a sistemática dos sublimites e dos Limites adotados do Simples Nacional no decurso do ano-calendário. Introdução Quando se estuda a respeito do Simples Nacional observa-se que a Lei Complementar nº 123/06 estabeleceu além de um regime único de recolhimento dos tributos, um tratamento totalmente dife- renciado às pequenas e microempresas. Tanto é verdade que as empresas que pretendem ingres- sar nesse regime tributário observam a eminente existência de benefícios no âmbito tributário (aqui entenda-se diminuição considerável do ônus fiscal – carga tributária propriamente dita), além da simplificação de diversos procedimentos, seja pela redução ou por eliminação efetiva de determina- das obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias nos termos do art. 179 da CF/88. Por simples inferência, tais ações da Lei Complementar soam como uma forma de incentivar as empresas optantes ao regime. Ao instituir um regime único de recolhimento, a Lei Complementar nº 123/2006 não deixou de atentar ao disposto no parágrafo único do art. 146 da CF, que diz que o regime unificado deverá ser administrado conjuntamente pela União, pelos Estados, Distrito Federal 36 e Municípios. Para tanto, foi criado um Comitê Gestor do Simples Nacional para que este discipline diversas questões referentes ao funcionamento desse regime de tributação. Diga-se de passagem, referido Comitê como dispõe o inciso I do Art. 2º da LC nº 123/06, é órgão vinculado ao Ministério da Fazenda possuindo 8 (oito) representantes com origem na Secretaria da Receita Federal do Brasil (4), na União (2), nos Estados e do Distrito Federal (2) e nos Municípios (2). A(o) leitor(a) é necessário que entenda que o Ente Público que instituiu o Simples Nacional objeti- vou, dentre outras coisas: a integração entre os fiscos e a promoção da melhoria no ambiente de negócios. Nota-se, também, que o regime simplificado buscou racionalizar alguns procedimentos tanto para o fisco quanto para as empresas, de modo a facilitar o cumprimento de certas obrigações tributárias e a redução da carga tributária. Da mesma forma, é notório que com o Simples Nacional ocorreu uma redução da informalidade (diversas atividades que antes não pagavam impostos pas- saram a se formalizarem, como é o caso de ambulantes, cabeleireiros etc.) e o incentivo à formação de novas empresas. 1. A competência tributária no ambiente do simples nacional Ao tomar conhecimento do conceito de competência tributária, você obser- vará como esse instituto funciona quando o assunto é a criação e cobrança de tributos. Nesse sentido, é necessário que você entenda que a cobrança e fiscalização dos tributos por partes dos Entes Públicos só é possível devido a outorga dada pela Constituição Federal do Brasil – CF/1988, que por meio dos seus diversos artigos con- cedeu aptidão e o poder aos referidos entes para legislar. Para saber mais Da capacidade indelegável de legislar, arrecadar e promover a fiscalização. Uma partilha de com- petências instituída pela Constituição Brasileira. Saiba, caro(a) aluno(a) leitor(a), que a indelegabi- lidade mencionada consta no CTN, em seu art. 7º, havendo o direito conferido por uma pessoa jurídi- ca de direito público a outra, nos termos do §3º do art. 18 da CF/88. 37 Pois bem, a referida competência tribu- tária pode ser vista nos artigos 153 a 156 da Carta Magna, sendo limitada a criação de tributos, e como dizem os mais doutos na lei, esta não se confunde com competên- cia legislativa, pois a última diz respeito à competência de os entes públicos legislarem sobre matéria de direito tributário. Em continuidade do assunto, as limita- ções ao poder de tributar previstas na Lei remetem a questões como o aumento de tributos, o tratamento tributário aos contri- buintes, além das formas em que se deve cobrar os tributos, da entrada em vigor da lei (vacatio legis), dentre tantas outras limi- tações. O conhecimento dessas questões também é extremamente relevante para quem estuda essa unidade. Pois bem, na seara do Simples Nacional, o que notadamente se observa (pela leitura atenta da legislação) em termos tributários é uma tributação efetiva mais branda às microempresas e às empresas de pequeno porte, ou seja, menos onerosa às suas ope- rações. Aqui, talvez, o Legislador entenda que se deva aplicar o que diz o inciso II do Art. 150 da CF/88, até então denominado de tratamento diferenciado. Saiba que tal tratamento só passou a existir devido a Emenda Constitucional nº 42/2003, ao Para saber mais A respeito da conferência privativa dos Entes Fed- erados no âmbito Federal. Como já mencionado, o direito brasileiro deixou claramente delineado onde começa e onde termi- na a competência tributária dos Entes Públicos, ao passo que deixou estabelecido na Constituição Fed- eral os Princípios Gerais, que basicamente tratam da pormenorização do poder de instituir os tribu- tos, assim como as limitações ao do Poder de trib- utar, sem prejuízo de outras garantias atribuídas ao contribuinte.Os dois assuntos em tela são delineados em duas seções da Constituição: (a) na seção I: que trata DOS PRINCÍPIOS GERAIS (que vai do Art. 145. ao Parágrafo único do Art. 149-A); e (b) na Seção II: que dispõe DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBU- TAR (que vai do Art. 150 ao Art. 152). Embora essa disciplina não tenha foco em questões puramente de direito é necessário que você crie hábito por essa leitura ao passo que estude regimes de tributação. Link Para que possa entender de maneira pormenorizada o abordado nesse trecho, recomenda-se que acesse o site da CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERA- TIVA DO BRASIL DE 1988. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/con- stituicaocompilado.htm>. Acesso em: 17 maio 2018 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm 38 passo que essa concedeu à União, a competência de legislar (inclusive sobre tributos estaduais e municipais) e arrecadar tributos das demais esferas, deixando à margem de sua capacidade tanto os Estados, quanto os municípios e o Distrito Federal no caso das empresas optantes pelo Simples Nacional. No tocante à fiscalização e à imposição de multa por parte dos Estados e dos Municípios aos optantes desse regime tributário, estes o farão não sob o condão da Lei de sua competência, mas sim, pela aplicação da Legislação Complementar, ou seja, nada de aplicar a Legislação específica do ICMS e ISS. 1.1 O Simples Nacional: tipos de receita bruta que integram a base de cálculo, sublimites estabelecidos e o teto de faturamento atribuído pelo Ente Público Como já estudado no Tema 2, a Receita Bruta a ser considerada para fins de enquadramento de certas empresas no regime simplificado é determinada no art. 16, §1º, da Lei Complementar nº 123, de 2006, sendo referida verificação a análise do montante efetivamente faturado no ano-calendá- rio anterior à opção, não ao agendamento, que é feito entre o primeiro dia útil de novembro de cada ano e o penúltimo dia útil de dezembro do ano anterior ao da opção. Para fins de melhor entendimento do conceito de receita bruta do regime simplificado listamos, a seguir, o que as constitui. TABELA 4 - Receitas, Status de inclusão/exclusão no Cálculo do Simples PRODUTO DA VENDA DE BENS SIM art. 16, § 1º, da Lei Complementar nº 123, de 2006 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SIM art. 16, § 1º, da Lei Complementar nº 123, de 2006 39 RECEITAS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS NÃO art. 13, § 1º, inciso V, e § 2º da Lei Com-plementar nº 123, de 2006. GORJETAS SIM Orientação conforme Soluções de Consul-ta Cosit nº 99, de 3 de abril de 2014, e nº 191, de 27 de junho de 2014 VENDA DE ATIVO FIXO NÃO art. 2º, § 4º-B, inciso I, e § 5º, da Resolu-ção CGSN nº 94, de 2011 JUROS SOBRE OS RECEBÍVEIS DE CLIENTES NÃO art. 2º, § 4º-B, inciso II, da Resolução CGSN nº 94, de 2011 VERBA DE PATROCÍNIO SIM art. 3º, § 1º, da Lei Complementar nº 123, de 2006 VALORES RECEBIDOS A TÍTULO DE CLÁUSULA PENAL POR RESCISÃO CONTRATUAL NÃO art. 2º, § 4º-B, inciso V, da Resolução CGSN nº 94, de 2011 REMESSA DE MERCADORIAS (AMOSTRA GRÁTIS, BONIFICAÇÃO ETC.) NÃO art. 2º, § 4º-B, incisos III e IV, da Resolu-ção CGSN nº 94, de 2011 TROCA DE MERCADORIAS (ESCAMBO ENTRE EMPRESAS) SIM art. 2º, § 10, da Resolução CGSN nº 94, de 2011 ROYALTIES, ALUGUÉIS E CESSÃO DE DIREITOS SIM art. 2º, § 4º-A, inciso III, da Resolução CGSN nº 94, de 2011 FONTE: Elaborada pelo autor. Ante o exposto, e diante da atual legislação do Simples vigente, o Ente Público criou sublimi- tes de receita bruta anual para empresas de pequeno porte (EPP), válidos apenas para efeito de 40 recolhimento do ICMS e do ISS conforme previsto no art. 19 da Lei Complementar nº 123, de 2006. De acordo com o Portal do Simples (on-line) no item 10. Sublimites: a “aplica- ção de sublimites depende da participação do Estado ou do Distrito Federal no produto interno bruto (PIB) brasileiro”. A partir de 2018, por exemplo, existirá o sublimite de receita bruta anual de R$ 1.800.000,00 para Estados cuja participa- ção no PIB seja de até 1%, podendo cada unidade federativa por opção adotar ou não essa possibilidade para fins de tributação. Todavia, para os demais Estados que não se enquadrem na situação anterior, ficarão por força da LC obrigados a aplicar o sublimite de receita bruta anual de R$ 3.600.000,00. Uma coisa deve ser entendida: o teto de faturamento permitido ao regime Simplificado é de R$ 4.800.000,00 (novo limite a partir de janeiro/2018). A questão dos sublimites mencionados se refere apenas aos valores devidos dos impostos Estaduais e Municipais. TABELA 5 - Sublimites e Adoção ao Regime Simplificado SITUAÇÃO DESCRIÇÃO OPÇÃO AO SIMPLES RECOLHIMENTO DO DAS (1) RBAA em 2017 foi inferior ou igual a 3,6 milhões Possível Sim (todos os tributos) (2) RBAA em 2017 foi superior a 3,6 milhões, mas in-ferior ou igual a R$ 4,8 milhões Possível Sim (exceto ICMS e ISS) Exemplificando Breve entendimento de como deve ser pensada a questão dos sublimites. Veja bem, caro(a) aluno(a) leitor(a), o contribuinte para que possa solicitar o enquadramento no re- gime simplificado deve, como já mencionado an- teriormente, verificar/consultar a receita acumula- da do ano anterior (RBAA), ou seja, em janeiro de 2018, por exemplo, deveria ter analisado a RBAA do período de janeiro a dezembro de 2017. Nessa esteira existem algumas possíveis situações para aqueles que ingressaram no início de 2018 ao Regime Simplificado, podendo ser segregada, es- pecificamente, três situações possíveis:(veja a te- bela 5) 41 (3) RBAA em 2017 foi superior a 4,8 milhões Não é possí-vel Recolhe Darf, Gare etc. FONTE: Elaborada pelo autor. Mas essa questão dos sublimites também se estende ao longo do ano, a partir da vigência da LC nº 155/16, devendo as empresas optantes ao regime mês a mês verificarem se podem continuar no Simples Nacional ou se, de repente, estarão impedidas de recolher o ICMS e o ISS em guia unificada. Na próxima subseção faremos breves, mas importantes observações, a respeito do assunto. 1.1.1 A questão dos sublimites adotados do Simples Nacional no decurso do ano-calendário No ano de 2018 em diante, e seguindo as regras vigentes da LC nº 155/16, devem ser observadas sempre quando do cálculo do período de apuração (PA) a receita acumulada no ano corrente (RBA). A partir do entendimento contido na Lei Complementar do Simples, podemos chegar a seguinte Tabela elucidativa: TABELA 6 - Resumo das regras de atingimento do sublimite e do Limite do Simples RBA DE 3,6 MI-LHÕES? ATINGIU O LIMITE DO SN DE 4,8 MI-LHÕES? APURAÇÃO DOS TRIBUTOS NO REGIME NÃO Não atingiu Mantém recolhimento no SN SIM Sim, mas em até 20% Mantém recolhimento no SN apenas dos tributos federais SIM Sim, em mais de 20%. Mas inferior a 4,8 Milhões. Mantém recolhimento no SN, exceto o ICMS/ISS SIM Sim, superou os 4,8 Milhões em mais 20% Empresa sujeita a exclusão do SN para o mês seguinte FONTE: Elaborada pelo autor. 42 A receita acumulada nos casos de excesso de faturamento em até 20% dos R$ 3.600.000,00 do Simples Nacional (SN) gera a manutenção do recolhimento de todos os tributos em guias unifica- das (DAS). Matematicamente, esse estouro faz com que a empresa alcance o faturamento de R$ $ 4.320.000,00 (o chamado sublimite) e como mencionado na Tabela 6 permitirá que fique em guia unificada apenas os tributos federais. Da mesma forma, nos casos em que seja excedido por parte da empresa o faturamento de R$ 4.800.000,00 milhões, o excesso de 20% culminará no valor de R$ 5.760.000,00 (limite máximo do regime). Cabe mencionar que a RBA, ou seja, Receita Bruta Acumulada é aquela realizada nos últimos 12 meses anteriores ao Períodode Apuração (PA) de cálculo (RBT12 – Receita bruta total). Por lei- tura atenta da Lei Complementar nº 115/2016 cabe relatar que o sublimite de R$ 3.600.000,00 foi instituído tanto para as receitas brutas de mercado interno quanto para aquelas auferidas no mercado externo, devendo, inclusive, ser considera- das separadamente, ou seja, soma-se outros R$ 3.600.000,00 de exporta- ções de mercadorias e serviços para fins de entendimento do estouro ou não ao regime simplificado. Nos casos em que se observa a ultrapas- sagem ao sublimite dentro do mesmo ano é permitida a manutenção do recolhimento do ICMS/ISS na mesma guia do Simples Assimile Diante da forma descrita na LC nº 155/16 não se confunde RBAA com RBA. Existem uma série de siglas que foram criadas com a reformulação da Lei do Simples Nacional. Duas delas são muito parecidas no conceito, estando basicamente diferenciadas no deslocamento dos 12 meses para fins de enquadramento ou desen- quadramento dentro do regime simplificado. Estou falando da: (a) RBAA (Receita Bruta Acumulada do Ano Anterior) e da (b) RBA (Receita Bruta Acumu- lada). Pois bem, embora tais siglas se refiram ao mes- mo número de meses para fins de análise, a RBAA sempre fará menção aos 12 (doze) meses do ano- calendário anterior, ao passo que a RBA será uma soma retroativa de número dos meses a contar do próprio período em que se pretenda efetuar a apu- ração da guia de arrecadação unificada (DAS). 43 Nacional (SN). Da mesma forma, para os casos em que se ultrapassou o limite do regime, mas que não foi gerada a exclusão do SN existem regras específicas de cálculo a serem explicadas adiante nessa disciplina. TABELA 7 - Memória de cálculo de regime nor- mal de apuração ICMS/ISS Receita de Mercadorias 270.000,00 Prestação de Serviços 45.055,00 ICMS de 18% 48.600,00 ISS de 5% 2.252,75 FONTE: Elaborada pelo autor. E aqui encerramos essa parte do Tema 3. Espero que tenha gostado! Questão para reflexão Neste Tema de estudo você teve acesso a algumas particularidades do regime simplificado. Sabe-se que esse regime tido antes como menos complexo e oneroso para as microempresas (ME) e Empresas de pequeno porte (EPP), com a entrada em vigor da LC nº 155/16 passou a ser mais com- plexo. Nessa linha de raciocínio, você acredita que os leigos no assunto terão facilidade em assimi- lar as mudanças da LC ou terão cada vez mais que contar com o suporte técnico de profissionais da área da contabilidade? Exemplificando Dos casos em que a RBAA de 2017 foi maior que R$ 3,6 milhões, porém inferior ou igual a R$ 4,8 milhões. Até o exercício social de 2016, nos casos em que a empresa ultrapassava o limite de R$ 3.600.000,00 geraria uma necessidade de desenquadramento do regime simplificado. Mas com as modificações promovidas na Legislação (a partir da criação do sublimite e do limite ao SN), a empresa que ultrapassar o teto de faturamento do previsto na Lei continuará no regime (desde que não ultrapasse os R$ 4.800.000,00) com recolhi- mento de seus tributos federais mediante guia de arrecadação unificada (DAS). Todavia, a partir do ano seguinte apurará e recolherá o ICMS/ISS pelo regime Normal de apuração. Então, imagine por hipótese que determinada em- presa do município de São Paulo no início de suas atividades teve faturamento proporcional do mês janeiro de 2018 em torno de R$ 315.055,00. Estan- do esta, porventura, impedida de apurar o ICMS/ ISS pelo SN, teria que apurar por meio do regime de apuração normal os tributos: estaduais e mu- nicipais, com as alíquotas de 18% e 5%, respectiva- mente.(Veja a tabela 7) 44 Considerações Finais Diante deste Tema de estudo, você basicamente teve contato com os seguintes assuntos: • o conhecimento de competência tributária do Ente Público responsável pelo simples e dos benefícios existentes para as micro e pequenas empresas; • regras e entendimento do que constitui o sublimite e o limite de faturamento do Simples Nacional (SN); • tipos de receitas que são consideradas na base de cálculo do SN. Glossário PA: trata-se de nomenclatura destinada a se referir ao dito “período de apuração do tributo”. RBA ou RBT12: significa receita bruta acumulada, incluindo a do mês. RBAA: significa receita bruta acumulada do ano anterior, nos moldes previstos no art. 13, §1º da LC 123/06. Verificação de leitura QUESTÃO 1- Existem uma série de receitas que integram a base de cálculo a ser conside- rada para fins de enquadramento no regime simplificado. Tais receitas estão previstas no art. 16, §1º, da Lei Complementar nº 123, de 2006. Dentre as alternativas a seguir, todas representam receitas que integram a base de cálculo do SN, exceto: a) prestação de serviços. b) receita de aplicações financeiras. c) gorjetas. d) verbas de patrocínio. e) royalties, aluguéis e cessão de direitos. 45 QUESTÃO 2- A respeito do entendimento do que seria a competência tributária nos mol- des estabelecidos pela Constituição Federal de 1988, temos que: a) considera-se como Competência tributária a “faculdade atribuída pelo Código Tributário Nacional às pessoas de direito privado com capacidade política para criar tributos”. De certa forma, a capacidade política em questão alcança a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, ou seja, é aptidão conferida a todos os entes da Administração Direta, desde que estes respeitem os limites impostos pela Constituição Federal. b) considera-se como Competência tributária a “faculdade atribuída pela Constituição às pessoas de direito privado com capacidade política para criar tributos”. De certa forma, a capacidade política em questão alcança apenas a União, ou seja, é aptidão conferida a to- dos os entes da Administração Direta, desde que estes respeitem os limites impostos pela Constituição Federal. c) considera-se como Competência tributária a “faculdade atribuída pela Constituição às pessoas de direito público com capacidade política para criar tributos”. De certa forma, a ca- pacidade política em questão alcança os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, ou seja, é aptidão conferida a todos os entes da Administração Direta, desde que estes respeitem os limites impostos pela Constituição Federal. d) considera-se como Competência tributária a “faculdade atribuída pelo Código Tributário Nacional às pessoas de direito público com capacidade política para criar tributos”. De certa forma, a capacidade política em questão alcança os Municípios, ou seja, é aptidão conferida a todos os entes da Administração Indireta, desde que estes respeitem os limites impostos pela Constituição Federal. e) considera-se como Competência tributária a “faculdade atribuída pela Constituição às pessoas de direito público com capacidade política para criar tributos”. De certa forma, a capacidade política em questão alcança a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- pios, ou seja, é aptidão conferida a todos os entes da Administração Direta, desde que estes respeitem os limites impostos pela Constituição Federal. QUESTÃO 3- De acordo com o Portal do Simples (on-line), item 10, “a aplicação de subli- mites depende da participação do Estado ou do Distrito Federal no produto interno bruto (PIB) brasileiro”. Diante deste assunto, considere as assertivas que seguem: i. já a partir de 2017 existia o sublimite de receita bruta anual de R$ 1.800.000,00 para Estados cuja participação no PIB seja de até 0,5% podendo cada unidade federativa por opção adotar ou não essa possibilidade para fins de tributação. 46 ii. todavia, para os demais Estados que não se enquadrem na situação anterior ficarão por força da LC obrigados a aplicar o sublimite de receita bruta anual de R$ 3.600.000,00. iii. o teto de faturamento permitido ao regime Simplificado é de R$ 4.800.000,00 (novo limite a partir de janeiro/2018). A questão dos sublimites mencionados se refere apenas aos valores devidos dos impostos Estaduais e Municipais.É correto o que se afirmar em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e II, apenas. e) II e III, apenas. Referências BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito financeiro e tributário. 9. ed. amp. e atual. São Paulo: Celso Bastos Editor, 2002. BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nºs 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, da Lei nº 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis nºs 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm>. Acesso em: 04 mar. 2018. ______. Lei Complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016. Altera a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, para reorganizar e simplificar a metodologia de apuração do imposto devido por optantes pelo Simples Nacional; altera as Leis nºs 9.613, de 3 de março de 1998, 12.512, 47 de 14 de outubro de 2011, e 7.998, de 11 de janeiro de 1990; e revoga dispositivo da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp155.htm>. Acesso em: 04 mar. 2018. ______. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm>. Acesso em: 31 mar. 2018. ______. Resolução CGSN nº 94, de 2011. Dispõe sobre o Simples Nacional e dá outras providências. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=36833&vi- sao=anotado>. Acesso em: 20 mar. 2018. ______. Solução de Consulta nº 99 - Cosit. 21 de 3 de abril de 2014. Assunto: Simples Nacional. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=63218&vi- sao=anotado>. Acesso em: 31 mar. 2018. PERGUNTAS e Respostas. Portal do Simples. Disponível em: <http://www8.receita.fazenda.gov. br/simplesnacional/perguntas/perguntas.aspx>. Acesso em: 31 mar. 2018. Gabarito QUESTÃO 1-Resposta correta: Letra “b”. A receita que não integra a base de cálculo do SN é a Receita de aplicações financeiras, por força do art. 13, § 1º, inciso V, e § 2º da Lei Complementar nº 123, de 2006. QUESTÃO 2-Resposta correta: Letra “e”. O correto entendimento do que seria a competência tributária do Ente Público é aquela contida na narrativa: Considera-se como Competência tributária a “faculdade atribuída pela Constituição às pessoas de direito público com capacidade política para criar tributos”. De certa forma, a capacidade política 48 em questão alcança a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, ou seja, é aptidão con- ferida a todos os entes da Administração Direta, desde que estes respeitem os limites impostos pela Constituição Federal. QUESTÃO 3-Resposta correta: Letra “d”. A questão traz breves considerações a respeito do sublimite e do limite de faturamento do Simples Nacional (SN). Pois bem, ao analisar cada assertiva trazida temos que: i. já a partir de 2017 existia o sublimite de receita bruta anual de R$ 1.800.000,00 para Estados cuja participação no PIB seja de até 0,5% podendo cada unidade federativa por opção adotar ou não essa possibilidade para fins de tributação. ESTÁ INCORRETA, pois é apenas a partir de 2018 que passou a existir o sublimite de receita bruta anual de R$ 1.800.000,00 para Estados cuja participação no PIB seja de até 1% e não de 0,5% como mencionado na questão. ii. todavia, para os demais estados que não se enquadrem na situação anterior ficarão por força da LC obrigados a aplicar o sublimite de receita bruta anual de R$ 3.600.000,00. ESTÁ CORRETA! iii. uma coisa deve ser entendida: o teto de faturamento permitido ao regime Simplificado é de R$ 4.800.000,00 (novo limite a partir de janeiro/2018). A questão dos sublimites mencionados se refere apenas aos valores devidos dos impostos Estaduais e Municipais. ESTÁ CORRETA! 4 Opção pelo simples nacional 50 Objetivos Específicos Neste Tema, estudaremos os principais contornos que caracterizam a opção do Simples Nacional. E, nesse sentido, ao ler atentamente o conteúdo a seguir, você poderá: 1. entender outras possibilidades de opções tributárias; 2. compreender quais são as obrigações que o regime simplificado impõe ao contribuinte; 3. saber quais fatores podem excluir o contribuinte desse regime. Introdução Depois de estudarmos os principais conceitos inerentes ao Simples Nacional nos moldes da Legislação Complementar vigente a partir do exercício social de 2018 e de conhecer as peculiarida- des e exceções contidas no ordenamento jurídico e os principais aspectos no tocante ao Ente Público responsável pelo Simples Nacional, chegou a hora de estudar os principais aspectos desse regime de tributação. Mas antes, vale uma breve introdução considerando a vivência no ramo empresarial de empre- sas que optam pelo Simples Nacional, pois estas devem possuir acompanhamento de um profissio- nal contábil habilitado. Não precisamos ir muito longe para observar as dificuldades enfrentadas por esses players no mundo dos negócios, bastando uma breve leitura da página do Sebrae (on-line) para ter acesso a notícias como essa: “No Brasil existem 6,4 milhões de estabelecimentos. Desse total, 99% são micro e pequenas empresas (MPE). As MPEs respondem por 52% dos empregos com carteira assinada no setor privado (16,1 milhões)”. Como consultor independente, notamos que, muitas vezes, a opção pelo regime simplificado ocorre, como costumam dizer, no susto, culminando não em economia propriamente dita, mas na tomada de decisão sem prévio planejamento. Posto isto, é válido que aqueles que pretendem fazer a opção pelo regime simplificado não se atenham apenas à economia tributária, mas a todas as demais variáveis que cercam o pequeno negócio. 51 1. O momento da opção pelo simples nacional Como dito antes, o momento da opção pelo regime simplificado deve ser ponderado pelos futuros contribuintes, pois existem outros fatores/variáveis que afetam, de certa forma, o desempenho da empresa e que vão além da economia de tributos. Do ponto de vista formal, a Receita Federal (on-line) explica: “podem optar pelo Simples Nacional as microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) que não incorram em nenhuma das vedações previstas na Lei Complementar 123, de 2006”. Em termos cronológicos, para o exercício social de 2018, por exemplo, observou-se datas especí- ficas para os contribuintes manifestarem seu pedido de opção ao regime simplificado. As solicitações estiveram dispostas para as empresas de acordo com a sua situação, nos casos: (a) em atividade; e (b) em início de atividade. De certa forma, empresas em plena atividade (já existentes no período de renovação e/ou soli- citação da opção pelo regime), o procedimento pode ser efetuado até o último dia útil do mês de janeiro de 2018 (no caso o dia 31), com seus efeitos, retroagindo quando do deferimento por parte do ente responsável até o dia 01/01/2018. Para empresas já optantes pelo regime, não existe a necessidade de fazer nova opção. A cada ano, a sua opção é tácita, e o que pode ocorrer é sua exclusão do regime, seja por estouro de fatu- ramento previsto ou alguma modificação da legislação vigente. Em ambos os casos, o contribuinte pode ser notificado via ofício. No caso de empresas em início de atividade é importante ter conhecimento do regulamento dis- ponível no sítio da Receita Federal (on-line), o prazo para solicitação de opção é de 30 dias contados do último deferimento de inscrição (municipal ou estadual, caso exigíveis), desde que não tenham decorridos
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