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Fisioterapia Aquática na Paralisia Cerebral Acadêmica: Nyvea Maria de Souza Matias Preceptora: Luanna Grasiely Stanley (2000) afirma que a Paralisia Cerebral (PC) descreve um grupo de desordens do desenvolvimento do movimento e postura, causando limitação da atividade, que são atribuídos a distúrbios não progressivos que ocorrem no desenvolvimento do cérebro fetal ou infantil até o segundo ano de vida pós-natal. Fisiopatologia A paralisia cerebral, também chamada encefalopatia crônica não progressiva, é a causa mais frequente de deficiência motora na infância e refere-se a um grupo heterogêneo de condições que cursa com disfunção motora central, afetando o tônus, a postura e os movimentos. Decorre de lesão permanente ao cérebro em desenvolvimento e apresenta-se de forma variável em termos de distribuição anatômica da lesão, gravidade de acometimento motor e sintomas clínicos associados. Etiologia Pré – Natais Genéticas e/ou hereditárias; Infecções congênitas; ( rubéola, sifles, toxoplasmose) Uso de medicamentos; Complicações obstétricas; Malformações congênitas; Exposições externas; Peri - Natais Prematuridade / pós datismo; Anóxias/ hipóxia; Trauma cerebral; Pós- Nataias Infecções Trauma Acidente de automóvel Espancamento Sindr. Bebê sacudido Asfixia TCE Classificação quanto ao tônus Atáxica: (1% dos casos)- Acometimento do cerebelo, tremores de ação, pode ser distal ou proximal, depende da área lesada do cerebelo. Atetóide: (20% dos casos)- Acomete os núcleos da base, causa principal: hiperbilirrubinemia, movimentos involuntários distais, pode se associar com espasticidade. Espasticidade: (75% dos casos)- Lesão dos tratos córtico-espinhais, exarcebação do reflexo de estiramento, aumento da contração da musculatura antigravitária, resistência aumentada, relaciona-se com hiperreflexia, clônus e babinski. Classificação topográfica Escala GMFMCS-66 GMFM-66 – Gross Motor Function Measure – Medida da função motora grossa1 (RUSSEL et al., 2002). Nível I: ótimo controle de tronco e marcha independente; Nível II: Bom controle de tronco e limitações na marcha; Nível III: Bom controle de tronco e marcha dependente de dispositivos auxiliares de locomoção; Nível IV: Controle de tronco ruim e marcha dependente de dispositivos auxiliares e supervisão com possível uso de rodas motorizada; Nível V: Limitação no controle de tronco e locomoção com cadeira de rodas Escala MACS O “Manual Ability Classification System” MACS Sistema de Classificação das Capacidades de Manipulação (SCCM). Nível I: Manipula os objetos facilmente. Nível II: Manipula a maioria dos objetos mas com menor qualidade e/ou velocidade. Nível III: Manipula objetos com dificuldade. Nível IV: Manipula uma seleção de objetos facilmente manipuláveis necessitando de adaptações. Nível V: Não manipula objetos e tem limitações graves na realização de qualquer atividade, mesmo ações muito simples. Fisioterapia aquática na PC Devido aos efeitos físicos e fisiológicos que a imersão proporciona ao corpo em piscina aquecida, a fisioterapia aquática é considerada um dos métodos terapêuticos mais antigos utilizados para o gerenciamento de disfunções físicas. Possuindo efeitos fisiológicos relevantes que se estendem sobre todos os sistemas e a homeostase. Tendo grandes benefícios no tratamento de pacientes com distúrbios musculoesqueléticos, neurológicos, cardiopulmonar, entre outros. (DE CARVALHO JACQUES et al.,2017). Objetivos fisioterapêuticos Adequação das respostas motoras; Estimular seletividade dos movimentos; Prevenir contraturas; Promover equilíbrio; Melhorar a dinâmica respiratória; Conscientização corporal; Promover o aumento da ADM Fortalecimento Promover a independência do paciente em suas AVD´s; Tratamento Adaptação ao meio Aquático; Alongamentos- passivos, ativos, ativos assistido hidrocinesioterapia; fortalecimento muscular ; Equilíbrio; Propriocepção / Coordenação motora Bad Ragaz; Halliwik; Watsu ; Caso clínico Paciente: T.Y.S, sexo feminino, 10 anos, Diagnóstico: paralisia cerebral, hemiparetico a esquerda. Durante a avaliação a mãe relatou que parto cesariano de urgência foi realizado com 30 semanas gestacionais, apresentando bolsa rota e circular de cordão. Criança com apresentação transversa, a mãe relata que a criança não chorou, assim que nasceu foi direto para UTI neo, onde permaneceu internada durante 60 dias. Durante a avaliação física foi possível notar que: Paciente deambula sem uso de órteses; marcha ceifante; O paciente possui fraqueza no hemicorpo E; MSE cotovelo semi-fletido, punho fletido; MIE possui rotação interna durante a marcha, e na posição ortostática; Pé esquerdo apresenta flexão plantar durante marcha; Apresenta encurtamento na musculatura – quadrado lombar; Objetivos Dissociação de cinturas Promover aumento de ADM em MMII e MMSS; Ganho de força muscular em MMSS e MMII; Incentivar a quebrar o padrão de rotação interna de MIE; Treino de equilíbrio e propriocepção; Diminuir e/ou quebrar a flexoextensão cotovelo e punho do MSE; Promover a independência do paciente em suas AVD´s; Minimizar o agravamento dos sintomas; Conduta Adaptação ao meio aquático; Dissociação de cinturas; com exercícios hidrocinesioterapeuticos e Bag Ragaz padrão V de tronco(pelve); Alongamentos da cadeia posterior e anterior de MMII utilizando flutuadores no tornozelo ( movimentos de flexão e extensão); Treino de marcha com obstáculos; Fortalecimento de MMII, agachamento no estepe; cama elástica corrida parada Equilíbrio- agachamento no estepe; cama elástica- paciente em pé ,apoio unipodal , Mobilizações Bad Ragaz- padrões : I,V, tronco- padrão: I de MMSS- Padrões: I, II,III de MMII. Referências DA SILVA SCHMITZ, Flayani; STIGGER, Felipe. Atividades aquáticas em pacientes com paralisia cerebral: um olhar na perspectiva da fisioterapia. Revista de Atenção à Saúde, v. 12, n. 42, 2014. DE CARVALHO JACQUES, Karoline et al. Eficácia da hidroterapia em crianças com encefalopatia crônica não progressiva da infância: revisão sistemática. Fisioterapia em Movimento, v. 23, n. 1, 2017. DE FÁTIMA DORNELAS¹, Lílian; LAMBERTUCCI, Mariana Sivieri; DE LIMA MELLO, Michelle. HIDROTERAPIA E PARALISIA CEREBRAL: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA. GIMENES, Rafaela Okano et al. Análise crítica de ensaios clínicos aleatórios sobre fisioterapia aquática para pacientes neurológicos. Revista neurociências, v. 13, n. 1, p. 5-10, 2005.