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Trabalho Avaliativo de Introdução à Tecnologia de Alimentos Aluna: Sara Jane Zeni Métodos e técnicas de conservação de alimentos O processo de conservação de alimentos baseia-se basicamente na inativação seja ela parcial ou total de microrganismos e enzimas, que são capazes de alterar um alimento ou modificando uma ou mais características para que o alimento não fique propicio para o desenvolvimento microbiano. Tem como principal objetivo a ampliação da vida útil dos produtos, e assim garantindo maiores mercados, maior durabilidade. A deterioração dos alimentos envolve desde agentes físicos, ocorrências químicas diversas, enzimas e microrganismos. Essas mudanças podem levar a transformações nas características sensoriais, nutricionais e estruturais. Métodos As principais técnicas são as que usam altas e baixas temperaturas para a eliminação total o parcial dos agentes que alteram os alimentos. Mas podemos destacar também aplicação de aditivos, controle da umidade, adição de solutos, métodos de selamento, entre outros. Vale destacar que alguns fatores podem ser bem relevantes na escolha do processo a ser empregado, tais como: características físico-químicas, custo do processo e efeito desejado. Efeitos nos micro- organismos Fatores conservantes Métodos de atuação Redução ou inibição da multiplicação Baixa temperatura Estocagem sob-refrigeração e congelamento Baixa atividade de água Secagem, cura e conservação por adição de açúcar ou de substâncias antiumectantes. Restrição da disponibilidade de nutrientes Compartimentalização em emulsões água- óleo Baixo nível de oxigênio Embalagem a vácuo ou com nitrogênio Aumento de dióxido de carbono Embalagem em atmosfera modificada Acidificação Adição de ácidos, fermentação. Fermentação alcoólica Produção de cerveja, vinho. Utilização de conservantes Adição de conservantes inorgânicos (sulfitos, nitritos); orgânicos (propionato, sorbato, benzoato, parabenzeno) Inativação de micro- organismos Aquecimento Pasteurização e esterilização Irradiação Irradiação ionizante Alta pressão Aplicação de alta pressão hidrostática Fonte: FORSYTHE, 2013 Pasteurização: tratamento térmico que auxilia na eliminação dos microrganismos termossensíveis. A temperatura não ultrapassa 100°C, podendo ser por imersão em água quente, aquecimento direto, injeção de vapor, trocador de placas, entre outras. Pode ser feita de maneira rápida, com alta temperatura e com curto tempo (HTST), com temperaturas superiores a 70°C por 10 a 15 segundos, ou de maneira lenta, baixa temperatura e longo tempo (LTLT), temperatura entre 58°C e 70°C por 10 a 20 minutos. Branqueamento: é considerado um pré-tratamento. Usa-se o calor, tem por objetivo inativar enzimas causadoras de reações não desejadas. Utiliza vapor d’água (menor perda de nutrientes) ou água quente (maior perda de nutrientes e textura) a uma temperatura de 70°C a 80°C de 2 a 10 minutos, dependo do tamanho ou consistência do alimento. Geralmente utilizado em frutas e hortaliças. Os produtos são normalmente serão enlatados, congelados ou desidratados. Esterilização: nesse processo os microrganismos são reduzidos a um limite seguro para que possam ter uma vida de prateleira estendida. Tratamento térmico com temperatura superior a 100°C por tempo adequado para destruir a atividade enzimática e microbiana, até em forma de esporos. Pode haver alteração nutricional e sensorial. Bastante comum para alimentos enlatados. Apertização: grande importância industrial. Utilizam-se latas, vidros, até embalagens flexíveis. O Processo ocorre a uma temperatura de 115°C a 125°C, em autoclave, com vapor. O tempo varia de acordo com o tipo e o pH do alimento. Secagem natural: parte do principio de fazer o uso da irradiação solar para a secagem dos alimentos. O tempo depende do alimento, podendo variar de horas até dias, isso dependendo do clima. Um dos métodos mais antigos de conservação de alimentos. Desidratação: retira maior parte dos líquidos. Produzida artificialmente. Microrganismos dificilmente se desenvolvem em alimentos secos. A desidratação reduz peso e tamanho dos alimentos, facilitando a armazenagem e o transporte. Trás a desvantagem da perda da qualidade sensorial e nutricional. Liofilização: retira a água dos alimentos ainda congelados, a cerca de -30°C, após é colocado em bandejas em câmaras de vácuo e ali o calor é aplicado lentamente. Assim a água evapora sem passar pelo estado líquido. Produz alimentos secos de melhor qualidade, mas é mais caro que os outros. Cura: consiste em salgar, defumar, cozinhar e secar, ou alguma combinação desses tratamentos. Os produtos mais usados estão o açúcar, o sal, o vinagre e a fumaça da madeira. Este último chamado de defumação, onde o alimento fica exposto à queima incompleta da madeira, e atualmente é mais utilizada para saborização e aroma. Refrigeração: conserva alimentos frescos em temperaturas baixas, que variam de -1°C a 10°C, o que retarda o desenvolvimento de microrganismos e a ação de enzimas. Existem diversas variáveis para esse método, tal como: tipo de alimento, temperatura, quantidade de umidade existente no ar da câmara frigorifica. Congelamento: consiste em levar o alimento a uma baixa temperatura de -18°C (congelamento) ou - 40°C (supercongelamento), evitando a putrefação do produto e o crescimento microbiano, alem conservar nutrientes. Nesse processo o desenvolvimento de microrganismos e o processo de degradação são retardados. Mais usados com frutas, carnes, peixes, aves e laticínios. Nas indústrias vão desde batatas pré-fritas a pratos com carne completos. Conservantes ou aditivos: não deixam o alimento apodrecer, permitindo que o consumidor possa adquirir uma alta variedade de produtos fora da estação. Os conservantes são substâncias químicas (naturais ou sintéticas), que procura não alterar suas propriedades físicas, químicas e nutritivas. Podem ser classificados em três tipos: antimicrobianos (matando ou inibindo microrganismos que podem alterar a qualidade do produto), antioxidantes (impede que o alimento oxide e reaja com o oxigênio) e inibidores enzimáticos (atua em enzimas impedindo que elas acelerem reações que alteram o estado físico e químico de produtos). Fermentação: ganho de valor nutritivo para o alimento, apanhado de substâncias essências a nutrição. Inibe bactérias deteriorantes e patogênicas. Forma aromas e sabores característicos. Temos a fermentação alcoólica, que transforma açúcares solúveis em etanol, usada na elaboração de bebidas alcoólicas. Temos a fermentação láctica aumenta a viscosidade, reduz o uso de estabilizante e emulsificantes sintéticos, reduz também à necessidade de adição de conservantes sintéticos, evita o desenvolvimento microbiano. Novos métodos de conservação de alimentos Em constante desenvolvimento tecnológico, as indústrias alimentícias vêm buscando novas técnicas, impulsionadas pela demanda do mercado ou descobertas de pesquisas. Nos tempos atuais os consumidores não buscam apenas textura, aroma, cor, sabor e forma, buscam também alimentos minimamente processados, sem aditivos e com valores nutricionais mais preservados. Radiação Ultravioleta: pode destruir a maior parte dos microrganismos, agindo diretamente sobre o DNA desse causando a morte das células. Usados em fabricas de pão para matar esporos, controlar mofo nos queijos embalados, reduzir estragos das bactérias nas carnes. Estas são expostas aos raios ultravioletas durante o processo de amaciamento. Os raios esterilizam a superfície da carne, assim pode guardada por vários dias numa temperatura de até 16°C. Mais eficiente em bactérias suspensas, deve ser aplica diretamente no alvo. Não produz odores e sabores desagradáveis ao produto Irradiação: consiste em expor o alimento a doses controladas de radiaçãodo tipo gama, raios-X ou feixes de elétrons. O alimento é aquecido, mas a essas radiações não permanecem no alimento. O tratamento por irradiação pode ser aplicado para impedir o desenvolvimento de microrganismos, para retardar a maturação, para reduzir a carga microbiológica, eliminar de parasitas e pragas e na esterilização. Ultrassom: são dividas em duas categorias, baixa (conservação) e alta intensidade (analise não destrutiva). Serve para a inativação de microrganismos e enzimas. Melhoria no processo de desidratação, elmusificação, alteração de viscosidade, filtração, fermentação e amaciamento. Menor tempo de processamento e redução de custos de processamento e manutenção. Ozônio: nas indústrias de alimentos utilizado em gasoso e dissolvido em água. Age diretamente na parede da célula, causando ruptura morte em menor tempo de contato, não permitindo a recuperação de microrganismos posteriormente. A desvantagem é sua instabilidade, difícil dizer que uma concentração específica de ozônio será suficiente para eliminar todos os microrganismos. Alta pressão (HPP): submete o alimento a pressões de 400 a 700 Mpa, por curto tempo e de maneira continua. Inativa microrganismos e alteradores de dos alimentos. Maior retenção sensorial e nutricional. Geralmente utilizado em frutas, vegetais, carnes, bebidas e alimentos pré- embalados. Campo Elétrico Pulsado (PEF): processo de alta voltagem (20 a 80 kV/cm). Algumas das vantagens são pequena alteração de sabor e nutrientes, inativação de enzimas e eliminação microrganismos. Tem maior desenvolvimento na Europa. Aquecimento por Micro-ondas (MWH): utiliza energia eletromagnética (915 e 2450MHz) para o aquecimento de alimentos. Devido à penetração das micro-ondas, aquece rápida e uniformemente. Fácil operação e baixa manutenção. Usada em processos de aquecimento, secagem, pasteurização e esterilização. Spray-dryer: é um processo econômico, rápido, contínuo e como o alimento não é exposto a altas temperaturas diminui as perdas nutricionais e sua degradação. Tem como grande diferencial a possibilidade da obtenção de produtos em forma de pó. Usado geralmente para a produção de pó de frutos e verduras. Muitos métodos de conservação são utilizados nos dias atuais tantos nas indústrias como em nossos lares. Com o avanço tecnológico novos processos vêm sendo desenvolvidos para assim garantir maior durabilidade, nutrientes, maior preservação das características sensoriais e segurança nos alimentos.
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