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Filosofia Classica

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FRENTE U | CAPÍTULO 02
FILOSOFIA
2.2 FILOSOFIA CLÁSSICA E 2.3 HELENÍSTICA
2.2 FILOSOFIA
CLÁSSICA
“Escola de Atenas” pintura renascentista do italiano Rafael Sanzio, foi pintada 
entre 1509 e 1510 sob encomenda do Vaticano.
O século V a.C. foi marcante para os gregos, em 
especial, para os atenienses. Nesse período, ocorreram 
transformações nas esferas cultural, intelectual e política. 
Isso porque, as antigas perspectivas religiosas e aristocráticas 
já não atendiam mais as necessidades dos gregos.
Impulsionados pelo ideal democrático e visando satisfazer as 
novas demandas e expectativas sociais é que, gradativamente, 
fora desenvolvido um novo modelo educacional, com o intuito 
de preparar o cidadão para a vida política, em especial, para o 
debate público em espaços como a Ágora. 
Nesse novo modelo de organização do poder político os 
cidadãos não podiam deixar de expressar habilidades ligadas ao 
discurso, ou seja, falar bem em público era um pré-requisito para 
o exercício da cidadania. 
Essa nova demanda social contribuiu para o surgimento da 
figura dos sofistas, ou seja, de educadores voltados ao ensino da 
retórica.
“A paideía era a educação como formação cultural 
completa e sua finalidade era a realização, em cada um, 
da areté, a excelência das qualidades físicas e psíquicas 
para o perfeito cumprimento dos valores da sociedade. 
[...] Ora, numa sociedade urbana, comercial, artesanal 
e democrática como Atenas, a antiga areté já não fazia 
sentido, perdera seu lugar [...]. sem dúvida, a cidade 
precisa de guerreiros belos e bons, mas precisa, antes 
de tudo e acima de tudo, de bons cidadãos. Para a 
democracia, a areté aristocrática é inaceitável, pois fora 
fundada nos privilégios do sangue e das linhagens. Para 
formá-lo, uma nova paideía com uma nova areté tornara-
se necessária.”
CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da filosofia. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2002. p. 156-157.
Os sofistas
O termo “sofista” vem do grego sophos, que significa sábios. 
Os sofistas, em geral, não eram atenienses, mas oriundos das 
colônias gregas da Jônia e Magna Grécia. Além disso, defendiam 
o humanismo e o relativismo, o que contribuiu para que fossem 
duramente criticados por Sócrates e seus seguidores.
Os sofistas eram especialistas em retórica e oratória, 
costumavam percorrer as cidades-Estados fornecendo seus 
ensinamentos e sua técnica, por isso, acabaram se destacando na 
formação educacional, principalmente a dos atenienses (Paideia), 
pois propiciavam uma preparação para a atuação na vida política.
PROTÁGORAS DE ABDERA
A obra mais conhecida de Protágoras é “Sobre a verdade” e 
seu fragmento mais conhecido é “O homem é a medida de todas 
as coisas, das que são como são e das que não são como não 
são”. Esse fragmento sintetiza duas ideias do seu pensamento, o 
humanismo e o relativismo.
Segundo Protágoras, as coisas são como nos parecem ser, 
como se mostram à nossa percepção sensorial. Dessa forma, 
percebe-se uma aproximação de Protágoras com os mobilistas e 
um afastamento da visão eleática de verdade única e imutável. 
Dessa forma, a realidade estaria em constante transformação, de 
acordo com a variação do discurso proferido pelos homens.
“O sentido dos acontecimentos é o efeito do 
discurso proferido pelo homem sobre esses mesmos 
acontecimentos. Tudo se reduz, então, às significações 
produzidas pela linguagem. Poderíamos dizer que, para 
os sofistas, a verdade de hoje poderá ser a mentira de 
amanhã, caso o discurso proferido anteriormente fosse 
substituído por outro. Para os sofistas, tudo é convenção, 
podendo essas convenções produzidas pelo homem no 
seio da cultura variar, por meio de seus discursos, de uma 
cultura para outra.”
TOURINHO, Carlos D. C. Saber-fazer filosofia: da antiguidade à Idade Média.
São Paulo: Ideias e Letras, 2010. p. 65.
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FILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 02 2.2 FILOSOFIA CLÁSSICA
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SÓCRATES: “SÓ SEI QUE NADA SEI”
Tudo o que sabemos sobre o pensamento e a vida de Sócrates 
é oriundo dos textos e comentários dos seus discípulos, pois 
ele não deixou nada escrito. Sócrates viveu em Atenas entre os 
séculos V a.C. e VI a.C..
Sócrates costumava utilizar os espaços públicos para expor 
seus pensamentos e suas ideias. Ele chamava a atenção dos 
jovens atenienses para o fato de estarem distante da prática de 
uma verdadeira democracia. Exatamente por isso, foi acusado de 
não ser religioso e de corromper a juventude.
Sócrates acreditava que para se tornar sábio, o indivíduo deve 
ser capaz de compreender a si mesmo. Isso fi cou evidenciado na 
frase “uma vida sem refl exão não vale a pena ser vivida” que é 
atribuída a ele. 
O exercício fi losófi co de Sócrates tinha como base o diálogo 
que era dividido em duas etapas. Na primeira, chamada por ele 
de ironia, atitude dissimulada pela qual levava o interlocutor a 
expor suas opiniões acerca de determinados temas. Nessa fase, 
Sócrates procurava falhas nos discursos de seus interlocutores.
Na segunda etapa, maiêutica, ele tentava levar o interlocutor 
a elaborar suas próprias ideias, a buscar em si por meio de um 
processo refl exivo, as verdades existentes na alma (consciência). 
Desse modo, ele exerceria uma ação de parteiro da alma, 
ajudando, assim, a extrair dela os saberes.
A condenação de Sócrates
Alguns atenienses indignados com as provocações de Sócrates 
nas assembleias e espaços públicos e, entendendo que elas os 
colocavam em situação vexatória, acusaram-no de induzir os 
jovens a se comportar de maneira imprópria. Além disso, também 
alegavam o seu desrespeito em relação aos deuses atenienses.
Sócrates foi levado a julgamento e condenado à morte por 
envenenamento. Entretanto, ele não pediu clemência. Além 
disso, ele não reconheceu a autoridade dos que o julgavam. 
Apesar de existir uma possibilidade caso Sócrates confessasse 
culpa, ele optou por sua fi losofi a e, consequentemente, pela sua 
morte. 
Neste momento, fomos apanhados, eu, que sou um velho 
vagaroso, pela mais lenta das duas, e os meus acusadores, ágeis 
e velozes, pela mais ligeira, a malvadez. Agora, vamos partir; eu, 
condenado por vós à morte; eles, condenados pela verdade a seu 
pecado e a seu crime. Eu aceito a pena imposta; eles igualmente.
Platão. Defesa de Sócrates. IN: Apologia de Sócrates. São Paulo : Nova Cultural, 1987, p. 56.
“Um exemplo seria a conversa dele com 
Eutidemo. Sócrates perguntou-lhe se ser enganador 
correspondia a ser imoral. ‘É claro que sim’, respondeu 
Eutidemo, o que parecia uma obviedade. ‘Mas e se 
um amigo estimado estivesse muito triste e quisesse 
se matar, e você roubasse-lhe a faca? Não seria este 
um ato enganador?’, perguntou Sócrates. ‘Sim, com 
toda a certeza’ ‘Mas fazer isso não seria moral em 
vez de imoral? Trata-se de uma coisa boa, não ruim 
– embora seja um ato enganador’, disse Sócrates. 
‘Sim’, respondeu Eutidemo, que a essa altura já havia 
metido os pés pelas mãos. Sócrates, ao usar um contra 
exemplo, mostrou que o comentário geral de Eutidemo 
de que ser enganador é imoral não se aplica a todas as 
situações. Eutidemo não percebera isso antes. 
WARBURTON, N. Uma breve história da fi losofi a. Porto Alegre: L&PM, 2015. p. 2.
PLATÃO
Platão nasceu em 429 a.C., portanto, viveu o período fi nal do 
chamado “século de ouro” da cultura grega, sobretudo a cultura 
de sua cidade natal, Atenas, o grande centro intelectual das 
várias cidades gregas.
Sua fi losofi a foi escrita em diálogos e abordava temas variados 
como arte, teatro, ética, conhecimento e política.
Platão notabilizou-se na antiguidade por unir as concepções 
ontológicas dos pré-socráticos, Heráclito (mobilista) e 
Parmênides (imobilista) em sua “Teoria das Formas”.
Segundo a teoria das ideias, existiam dois Mundos, o inteligível 
e o sensível. O mundo sensível seria o mundo visível, ou seja, 
feito de imagens e sons(mutável, imperfeito e transitório), já o 
mundo inteligível, seria o mundo abstrato, conceitual e, portanto, 
daria sentido e existência ao mundo visível (imutável, perfeito e 
eterno). 
O Mito da Caverna
O Mito da Caverna é um diálogo entre Sócrates e Glauco, 
irmão de Platão. Nele, Sócrates apresenta um mundo em que as 
pessoas estão acorrentadas, observando ilusões como se fossem 
a realidade.
Sócrates continua sua ilustração e diz que um dos prisioneiros 
foi libertado e, ao voltar e contar para os demais, ele foi rechaçado, 
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pois os prisioneiros ofuscados pela luz, optaram por permanecer 
no mundo das sombras. 
O homem que se liberta é como o filósofo: ele vê além das 
aparências. As pessoas comuns não têm muita noção da realidade, 
porque se contem em olhar o que está diante delas, em vez de 
refletir profundamente sobre as coisas. Contudo, as aparências 
são enganosas. O que veem são sombras, não a realidade.
WARBURTON, N. Uma breve história da filosofia. Porto Alegre: L&PM, 2015. p. 6.
Conforme apontado por Warburton, Platão defendia que o 
prisioneiro que saiu da caverna foi o filósofo, pois entendeu que 
o conhecimento adquirido pelos sentidos não seria real, mas uma 
doxa (opinião) e, portanto, precisaria buscar por meio da razão a 
episteme (conhecimento verdadeiro).
Política 
No livro A República, Platão descreve uma sociedade perfeita. 
Nela, os filósofos ocupariam o posto mais alto da sociedade e, 
também, governariam os cidadãos. Abaixo estavam os soldados, 
cuja finalidade era defender o país. Na base da sociedade 
estariam os trabalhadores. 
“[...] Teoria da Reminiscência. De acordo com esta teoria, 
a alma – ainda desencarnada em um estágio anterior – foi 
capaz de percorrer os céus em contemplação das Ideias 
eternas. Ao cair na terra para nascer em forma humana, 
consumou-se, então, um esquecimento temporário 
dessa contemplação. Ainda assim, traços de memória 
permanecem no espírito, e tal contemplação poderia, 
segundo essa teoria, ser relembrada (anamnêsis) por uma 
análise adequada e pelo questionamento dos dados da 
experiência. Para Platão, ‘aprender é relembrar’”.
TOURINHO, Carlos D. C. Saber-fazer filosofia: da antiguidade à Idade Média.
São Paulo: Ideias e Letras, 2010. p. 89-90.
ARISTÓTELES
Aristóteles nasceu na Macedônia, em 384 a.C.. Estudou com 
Platão e foi preceptor de Alexandre, o Grande.
Apesar de ter sido discípulo de Platão, Aristóteles rejeitou 
a “Teoria das Formas” desenvolvida pelo seu mestre, pois 
acreditava que a maneira de entender qualquer categoria geral 
era examinando seus exemplares particulares. 
Aristóteles é considerado fundador da Lógica Clássica. Para 
ele, a lógica nos capacita a descobrir erros e estabelecer verdades. 
Ele foi o formulador do Silogismo. Desta forma, por estabelecer 
as regras do raciocínio correto, a lógica serve de orientação para 
as demais ciências.
Silogismo: é um tipo de raciocínio em que a conclusão 
pode ser deduzida com base em premissas e suposições 
específicas. 
Exemplo: 
Todas as pessoas gregas são humanas
Todos os humanos são mortais
Logo, todos os gregos são mortais.
Metafísica
Aristóteles acreditava que o mundo era feito de substâncias, 
que podiam ser tanto forma quanto matéria ou ambos, e que a 
inteligibilidade estava presente em todas as coisas e em todos 
os seres. Sendo assim, para ele, a matéria é o princípio de 
individualização e a forma a maneira como, em cada indivíduo, a 
matéria se organiza. 
Aristóteles propõe ainda quatro distinções adicionais 
acerca do “ser”, em seu livro “Metafísica”: Essência e Acidente; 
Necessidade e Contingência; Ato e Potência; Causas do Ser. 
I. Essência e Acidente: 
A essência é aquilo que faz uma coisa ser o que é. Já o acidente, 
refere-se às mudanças sofridas pelo ser sem que isso afete sua 
natureza essencial. Exemplo: Sócrates é um ser humano, o que 
designa sua essência, Sócrates é calvo, a calvície não altera a 
natureza essencial de Sócrates.
II. Necessidade e Contingente:
Necessidade seria a essencial, pois sem elas as coisas não 
seriam o que são, ou seja, as características essenciais são 
necessárias. Contingentes são características não essenciais do 
ser, ou seja, os acidentes. 
III. Ato e Potência:
Ato é a forma do que a substancia expressa, mediante uma 
dada organização da matéria, naquele exato momento. Potência 
diz respeito ao conjunto de formas possíveis que a coisa 
poderá atualizar, ainda que não tenha até o presente momento 
atualizado. Exemplo: Uma semente é semente em ato e uma 
árvore em potencial. Já a árvore é arvore em ato e lenha em 
potencial.
IV. Quatro causas dos seres:
a. Causa material: explica do que algo é feito;
b. Causa formal: explica qual forma algo assume;
c. Causa eficiente: explica o processo de como algo vem a ser;
d. Causa final: explica o propósito a que algo serve.
Política
Animal Político Não alimente. Fonte: LAERTE. Classificados. São Paulo: Devir, 2001. p. 25
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FILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 02 2.2 FILOSOFIA CLÁSSICA
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Para Aristóteles, “o homem é um animal político”, ou seja, 
a política nasceu de uma necessidade natural do homem que é 
inclinado por sua natureza a vida em comunidade. Dessa forma, 
para ele, a ideia de viver em sociedade é uma condição essencial 
para o homem.
Aristóteles entendia que a política tinha por finalidade o 
“bem comum”, e os governantes deveriam possuir qualidades 
excepcionais. Sendo assim, para ele, o bom governante seria 
aquele que governava para todos e não para uma minoria 
privilegiada socialmente, nem para uma maioria marcada pela 
exclusão e pela exploração.
Pensando assim, ele apontou três formas justas de governo:
Monarquia Governo de uma só pessoa
Aristocracia Governo de um grupo de pessoas.
Politeia Governo de todos.
Ética
QUINO, J. S. L. Toda Mafalda: da primeira à última tira. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p.217.
Aristóteles acreditava que a felicidade (eudaimonia) era o bem 
supremo e o fim perseguido por todos. Sendo assim, a virtude 
seria o meio utilizado pelas pessoas para atingir a felicidade. E, a 
virtude exige, simultaneamente, escolha e hábito.
Para ele, uma escolha virtuosa seria o meio-termo entre dois 
eixos. Entretanto, para que um indivíduo atinja um nível elevado 
de virtude seria necessário um ambiente adequado, o que exige 
um governo adequado. Portanto, para esse pensador, ética e 
política andariam lado a lado e seriam ferramentas para atingir a 
felicidade/bem comum. 
AULAS 09
1. ANTIGA
APOSTILAS
3 resumos + 15 questões
EXERCÍCIOS ONLINE
30 quetões
CAIU NO ENEM
31 quetões
REVISÃO NA PLATAFORMA
2.3 HELENISMO
O período helênico constitui o ultimo dos períodos da 
filosofia na Antiguidade. Em meados do século IV a.C., 
Alexandre, o Grande, assumiu o trono macedônico e 
iniciou um processo expansionista sem precedentes, pelo 
qual formou um vasto império que incluía Grécia, Egito, 
Pérsia e Índia.
O contato com as culturas orientais corroborou para o 
surgimento da Cultura Helenística, que era constituída da 
fusão de elementos da cultura grega e culturas orientais. 
Esse processo contribuiu para a passagem da noção de 
coletividade, para a de individualização no que tange à 
aquisição de uma vida feliz.
AS PRINCIPAIS ESCOLAS FILOSÓFICAS DO PERÍODO 
HELENÍSTICO FORAM:
Estoicismo
A escola estoica foi fundada em Atenas por Zenão. A escola 
recebeu esse nome porque os seus membros costumavam reunir-
se próximo a pórticos pintados (stoá poikilé). Vale ressaltar que 
para os estoicos a felicidade consiste na tranquilidade da alma, 
isto é, na ataraxia.
Ataraxia: ausência de perturbação e/ou 
imperturbabilidade da alma. 
Segundo os estoicos, o homem deveria resignar-se a aceitar 
os acontecimentos predeterminados, entretanto, isso não se 
traduz em inação. Devemosagir de acordo com os preceitos 
éticos e fazer o que julgamos correto, ou seja, devemos aceitar 
as consequências de nossa ação e o curso inevitável dos 
acontecimentos.
Epicurismo
A escola epicurista foi fundada em Atenas por Epicuro. 
Também conhecida como filosofia de jardim, pois seus membros 
costumavam reunir-se em um jardim. Os epicuristas, assim 
como os estoicos, postulavam como princípio básico a felicidade, 
obtida pela ataraxia (tranquilidade da alma), porém, para eles, 
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FILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 02 2.2 FILOSOFIA CLÁSSICA
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ela seria alcançada por meio do prazer, ou seja, acreditavam que 
a austeridade e moderação seriam fundamentais para atingir a 
felicidade.
“A alma é corpórea, composta de partículas sutis, 
difusa por toda a estrutura corporal [...]. logo que se 
dissolve inteiramente o corpo, a alma se dissipa, e 
dissiminada, perde sua força e os seus movimentos, de 
tal modo que também ela se torna insensível”.
EPICURO. Antologia de textos. São Paulo: Abril Cultural, 1973. 
Ceticismo
A escola cética surgiu a partir das ideias de Pirro. Para ele, 
para sermos felizes, devemos nos libertar dos desejos e não nos 
importar com a maneira como as coisas se revelam. Dessa forma, 
nada afetará nosso estado de espírito, que será de tranquilidade 
interior (afasia).
Afasia: abstenção consciente de qualquer juízo 
originada pelo reconhecimento da ignorância a 
respeito de tudo que transcenda as possibilidades 
cognitivas do ser humano.
Por isso, seus seguidores propunham que as pessoas 
adotassem a suspensão do juízo (postura filosófica da afasia), ou 
seja, abstenção de fazer qualquer julgamento, já que a busca de 
uma verdade plena era inútil.
Cinismo
A escola cínica foi fundada por Antístenes. A palavra cinismo 
vem do grego kynos, que significa cão. Os cínicos defendiam total 
desapego aos bens materiais, pois, para eles, a felicidade era um 
estado de tranquilidade da alma (ataraxia).
Diógenes de Sínope, o cínico mais famosos, questionava os 
valores e as convenções sociais de forma radical e procurava levar 
uma vida estritamente conforme os princípios que considerava 
moralmente corretos.
O barril e a esmola
Zombavam de Diógenes. Além de morar num barril, 
volta e meia era visto pedindo esmolas às estátuas. Cegas 
por serem estátuas, eram duplamente cegas porque não 
tinham olhos -uma das características da estatuária grega. 
Pela forma é que se penetrava na alma das estátuas, não 
pelos olhos.
Perguntaram a Diógenes porque pedia esmola às 
estátuas inanimadas, de olhos vazios. Ele respondia que 
estava se habituando à recusa. Pedindo a quem não o via 
nem o sentia, ele nem ficava aborrecido pelo fato de não 
ser atendido.
É mais ou menos uma imagem que pode ser usada 
para definir as relações entre a sociedade e o poder. Tal 
como as estátuas gregas, o poder tem os olhos vazados, 
só olha para dentro de si mesmo, de seus interesses de 
continuidade e de mais poder.
A sociedade, em linhas gerais, não chega a morar 
num barril. Uma pequena minoria mora em coisa mais 
substancial. A maioria mora em espaços um pouco 
maiores do que um barril. E há gente que nem consegue 
um barril para morar, fica mesmo embaixo da ponte ou 
por cima das calçadas.
Morando em coisa melhor, igual ou pior do que 
um barril, a sociedade tem necessidade de pedir não 
exatamente esmolas ao poder, mas medidas de segurança, 
emprego, saúde e educação. [...].
CONY, Carlos H. O barril e a esmola. Folha de S. Paulo, 5 de Janeiro de 2000. 
AULAS 09
1. ANTIGA
APOSTILAS
3 resumos + 15 questões
EXERCÍCIOS ONLINE
30 quetões
CAIU NO ENEM
31 quetões
REVISÃO NA PLATAFORMA
SEÇÃO VESTIBULARES
QUESTÃO 01 
(UEPA) Leia o texto para responder a questão.
Platão: A massa popular é assimilável por natureza a um animal 
escravo de suas paixões e de seus interesses passageiros, sensível 
à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar-lhe o 
poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do 
menor rigor. Quanto às pretensas discussões na Assembleia, são 
apenas disputas contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, 
cujas contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu 
caráter insuficiente.
Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17 
Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, 
evidenciam uma forte crítica à: 
A. oligarquia 
B. república 
C. democracia 
D. monarquia 
E. plutocracia 
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EXERCÍCIOSFILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 02
QUESTÃO 02 
(UFU) Considere o seguinte trecho
“No diálogo Mênon, Platão faz Sócrates sustentar que a virtude 
não pode ser ensinada, consistindo-se em algo que trazemos 
conosco desde o nascimento, defendendo uma concepção, 
segundo a qual temos em nós um conhecimento inato que se 
encontra obscurecido desde que a alma encarnou-se no corpo. O 
papel da filosofia é fazer-nos recordar deste conhecimento”
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora.
Nesse trecho, o autor descreve o que ficou conhecido como: 
A. a teoria das ideias de Platão. 
B. a doutrina da reminiscência de Platão. 
C. a ironia socrática. 
D. a dialética platônica. 
QUESTÃO 03 
(UNIOESTE) Segundo a conhecida alegoria da caverna, que 
aparece no Livro VII da República, de Platão, há prisioneiros, 
voltados para uma parede em que são projetadas as sombras de 
objetos que eles não podem ver. Esses prisioneiros representam 
a humanidade em seu estágio de mais baixo saber acerca da 
realidade e de si mesmos: a doxa, ou “opinião”. Um desses 
prisioneiros é libertado à força, num processo que ele quer 
evitar e que lhe causa dor e enormes dificuldades de visão 
(conhecimento). Gradativamente, ele é conduzido para fora da 
caverna, a um estágio em que pode ver as coisas em si mesmas, 
isto é, os fundamentos eternos de tudo o quê, antes, ele via 
somente mediante sombras. Esses fundamentos são as Formas. 
Para além das Formas, brilha o Sol, que representa a Forma das 
Formas, o Bem, fonte essencial de todo ser e de todo conhecer e 
unicamente acessível mediante intuição direta.
Com base nisso, responda à seguinte questão: se chegamos 
ao conhecimento das Formas mediante a dialética, que 
é o estabelecimento de fundamentos que possibilitam o 
conhecimento das coisas particulares (sombras), é CORRETO 
dizer: 
A. para Platão, a dialética é o conhecimento imediato (doxa) dos 
objetos particulares. 
B. o Bem é um objeto particular, que pode ser conhecido 
sensivelmente, de modo imediato e indolor, por todos os seres 
humanos. 
C. as Formas são somente suposições teóricas, sem realidade 
nelas mesmas. 
D. a dialética, que não é o último estágio do ser e do conhecer, 
permite chegar, mediante um processo difícil, que exige 
esforço, às coisas em si mesmas (Formas). 
E. a dialética, último estágio do ser e do conhecer, permite 
chegar, mediante um processo difícil, ao conhecimento do 
Bem. 
QUESTÃO 04 
(UEL) Leia o texto a seguir.
Eis com efeito em que consiste o proceder corretamente nos 
caminhos do amor ou por outro se deixar conduzir: em começar 
do que aqui é belo e, em vista daquele belo, subir sempre, como 
que servindo-se de degraus, de um só para dois e de dois para 
todos os belos corpos, e dos belos corpos para os belos ofícios, 
e dos ofícios para as belas ciências até que das ciências acabe 
naquela ciência, que de nada mais é senão daquele próprio belo, 
e conheça enfim o que em si é belo.
PLATÃO. Banquete, 211 c-d. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1972. 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de 
Platão, é correto afirmar que:
 
A. a compreensão da beleza se dá a partir da observação de um 
indivíduo belo, no qual percebemos o belo em si. 
B. a percepção do belo no mundo indica seus vários graus que 
visam a uma dimensão transcendente da beleza em si. 
C. a compreensão do queé belo se dá subitamente, quando 
partimos dele para compreender os belos ofícios e ciências. 
D. a observação de corpos, atividades e conhecimentos permite 
distinguir quais deles são belos ou feios em si. 
E. a participação do mundo sensível no mundo inteligível 
possibilita a apreensão da beleza em si. 
 
QUESTÃO 05 
(UFU) “O filósofo natural e o dialético darão definições diferentes 
para cada uma dessas afecções. Por exemplo, no caso da pergunta 
“O que é a raiva?”, o dialético dirá que se trata de um desejo de 
vingança, ou algo deste tipo; o filósofo natural dirá que se trata 
de um aquecimento do sangue ou de fluidos quentes do coração. 
Um explica segundo a matéria, o outro, segundo a forma e a 
definição. A definição é o “o que é” da coisa, mas, para existir, esta 
precisa da matéria.”
Aristóteles. Sobre a alma, I,1 403a 25-32. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2010.
Considerando-se o trecho acima, extraído da obra Sobre a Alma, 
de Aristóteles (384-322 a.C.), assinale a alternativa que nomeia 
corretamente a doutrina aristotélica em questão. 
A. Teoria das categorias. 
B. Teoria do ato-potência. 
C. Teoria das causas. 
D. Teoria do eudaimonismo. 
 
QUESTÃO 06 
(PUC-PR) Na primeira parte da Apologia de Sócrates, escrita 
por Platão, Sócrates apresenta a sua defesa diante dos cidadãos 
atenienses, afirmando que: “(...) considerai o seguinte e só prestai 
atenção a isto: se o que digo é justo ou não. Essa de fato é a 
virtude do juiz, do orador (...)”
PLATÃO, 2000\2003, p.4.
A partir da análise do fragmento, qual é, segundo Sócrates, a 
virtude do juiz, do orador, a que se refere o texto em questão? 
A. Lidar com a mentira. 
B. Dizer a verdade. 
C. Tergiversar a verdade. 
D. Convencer-se das acusações. 
E. É deixar-se guiar somente pela defesa. 
 
QUESTÃO 07 
(UNISC) Aristóteles, na obra Etica a Nicômaco, procura o fim 
último de todas as atividades humanas, uma vez que tudo o que 
fazemos visa alcançar um bem, ou o que nos parece ser um bem. 
Pergunta-se, então, pelo “sumo bem”, aquele que em si mesmo é 
um fim, e não um meio para o que quer que seja. Para Aristóteles, 
na Ética a Nicômaco, o sumo bem está:
 
357
EXERCÍCIOSFILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 02
A. na honra. 
B. na riqueza. 
C. na fama. 
D. na vida feliz. 
E. na lealdade. 
QUESTÃO 08 
(UEL) Platão
A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa tudo, ao 
que parece, é pelo facto de atingir apenas uma pequena porção 
de cada coisa, que não passa de uma aparição.
PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 
Aristóteles
O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no 
imitado.
ARISTÓTELES. Poética. 4.ed. Trad. De Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1991. 
Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética e a 
questão da mímesis em Platão e Aristóteles, assinale a alternativa 
correta. 
A. Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomênicas, 
um exemplo particular e, por isso, algo inadequado e inferior, 
tanto em relação aos objetos representados quanto às ideias 
universais que os pressupõem. 
B. Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pintores e 
escultores representam perfeitamente a verdade e a essência 
do plano inteligível, sendo a atividade do artista um fazer 
nobre, imprescindível para o engrandecimento da pólis e da 
filosofia. 
C. Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe à 
reprodução de objetos existentes, o que veda o poder do 
artista de invenção do real e impossibilita a função caricatural 
que a arte poderia assumir ao apresentar os modelos de 
maneira distorcida. 
D. Aristóteles concebe a mímesis artística como uma atividade 
que reproduz passivamente a aparência das coisas, o que 
impede ao artista a possibilidade de recriação das coisas 
segundo uma nova dimensão. 
E. Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imitação e 
entende que a música, o teatro e a poesia são incapazes de 
provocar um efeito benéfico e purificador no espectador. 
 
QUESTÃO 09 
(UEA) O sofista é um diálogo de Platão do qual participam 
Sócrates, um estrangeiro e outros personagens. Logo no início 
do diálogo, Sócrates pergunta ao estrangeiro, a que método ele 
gostaria de recorrer para definir o que é um sofista.
Sócrates: – Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a tese 
que queres demonstrar, numa longa exposição ou empregar o 
método interrogativo?
Estrangeiro: – Com um parceiro assim agradável e dócil, Sócrates, 
o método mais fácil é esse mesmo; com um interlocutor. Do 
contrário, valeria mais a pena argumentar apenas para si mesmo.
Platão. O sofista, 1970. Adaptado.
É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, do 
ponto de vista metodológico, adotar:
 
A. a maiêutica, que pressupõe a contraposição dos argumentos. 
B. a dialética, que une numa síntese final as teses dos 
contendores. 
C. o empirismo, que acredita ser possível chegar ao saber por 
meio dos sentidos. 
D. o apriorismo, que funda a eficácia da razão humana na prova 
de existência de Deus. 
E. o dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possibilidade do 
saber humano. 
QUESTÃO 10 
(UEA) A sabedoria do amo consiste no emprego que ele faz dos 
seus escravos; ele é senhor, não tanto porque possui escravos, 
mas porque deles se serve. Essa sabedoria do amo nada tem, 
aliás, de muito grande ou de muito elevado; ela se reduz a saber 
mandar o que o escravo deve saber fazer. Também todos que a 
ela se podem furtar deixam os seus cuidados a um mordomo, e 
vão se entregar à política ou à filosofia.
Aristóteles. A política, s/d. Adaptado.
O filósofo Aristóteles dirigiu, na cidade grega de Atenas, entre 
331 e 323 a.C., uma escola de filosofia chamada de Liceu. No 
excerto, Aristóteles considera que a escravidão:
 
A. é um empecilho ao florescimento da filosofia e da política 
democrática nas cidades da Grécia. 
B. permite ao cidadão afastar-se de obrigações econômicas e 
dedicar-se às atividades próprias dos homens livres. 
C. facilita a expansão militar das cidades gregas à medida que 
liberta os cidadãos dos trabalhos domésticos. 
D. é responsável pela decadência da cultura grega, pois os 
senhores preocupavam-se somente em dominar os escravos. 
E. promove a união dos cidadãos das diversas pólis gregas no 
sentido de garantir o controle dos escravos. 
 
QUESTÃO 11 
(UNCISAL) Na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates ficou famoso 
por interpelar os transeuntes e fazer perguntas aos que se 
achavam conhecedores de determinado assunto. Mas durante o 
diálogo, Sócrates colocava o interlocutor em situação delicada, 
levando-o a reconhecer sua própria ignorância. Em virtude de 
sua atuação, Sócrates acabou sendo condenado à morte sob 
a acusação de corromper a juventude, desobedecer às leis da 
cidade e desrespeitar certos valores religiosos. Considerando 
essas informações sobre a vida de Sócrates, assim como a forma 
pela qual seu pensamento foi transmitido, pode-se afirmar que 
sua filosofia: 
A. transmitia conhecimentos de natureza científica. 
B. baseava-se em uma contemplação passiva da realidade. 
C. transmitia conhecimentos exclusivamente sob a forma escrita 
entre a população ateniense. 
D. ficou consagrada sob a forma de diálogos, posteriormente 
redigidos pelo filósofo Platão. 
E. procurava transmitir às pessoas conhecimentos de natureza 
mitológica.
 
QUESTÃO 12 
(UEL) No ethos (ética), está presente a razão profunda da physis 
(natureza) que se manifesta no finalismo do bem. Por outro 
lado, ele rompe a sucessão do mesmo que caracteriza a physis 
como domínio da necessidade, com o advento do diferente 
no espaço da liberdade aberto pela práxis. Embora, enquanto 
autodeterminação da práxis, o ethos se eleve sobre a physis, ele 
reinstaura, de alguma maneira, a necessidade de a natureza fixar-
se na constância do hábito.
VAZ, Henrique C. Lima. Escritos de Filosofia II. Ética e Cultura. 3ª edição. São Paulo: 
Loyola. ColeçãoFilosofia - 8, 2000, p.11-12.
358
EXERCÍCIOSFILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 02
Com base no texto, é correto afirmar que a noção de physis, tal 
como empregada por Aristóteles, compreende: 
A. A disposição da ação humana, que ordena a natureza. 
B. A finalidade ordenadora, que é inerente à própria natureza. 
C. A ordem da natureza, que determina o hábito das ações 
humanas. 
D. A origem da virtude articulada, segundo a necessidade da 
natureza. 
E. A razão matemática, que assegura ordem à natureza. 
QUESTÃO 13 
(UNISC) Nos livros II e III, Platão, através de Sócrates, discute 
sobre as artes no contexto da educação dos guardiães. Já no 
livro X, ele trata de vários tipos de práticas artísticas, que devem 
ser consideradas na cidade como um todo, não somente nas 
instituições pedagógicas. Nesse último livro, Sócrates é duro ao 
afirmar que a poesia (imitativa) deve ser inteiramente excluída 
da cidade (595a). Em que obra essa recusa de Sócrates está 
registrada? 
A. No diálogo “Banquete”, de Platão, em que Sócrates trata dos 
diversos tipos de arte. 
B. No diálogo “Teeteto”, de Platão, em que Sócrates e esse 
personagem discutem sobre a natureza da arte, especialmente 
da poesia. 
C. No diálogo “Timeu”, de Platão, em que Sócrates discorre 
sobre o tema da arte, reportando-se à natureza da pintura e 
da poesia. 
D. No diálogo “Político”, de Platão, em que Sócrates apresenta a 
arte da política aos cidadãos atenienses. 
E. No diálogo “República”, de Platão, no qual Sócrates afirma que 
a poesia pode levar à corrupção do caráter humano. 
QUESTÃO 14 
(UFF) Aristóteles considerava que era melhor para a sociedade 
a soberania política ser entregue ao povo, como ocorre na 
democracia, do que a alguns homens notáveis, como na oligarquia 
ou aristocracia. Ele argumentava que, mesmo que um indivíduo 
isoladamente não fosse muito competente no ato de julgar, 
quando unido a outros cidadãos, julga melhor, porque a união 
reúne as qualidades de cada um. 
A vantagem da democracia, segundo o ponto de vista de 
Aristóteles, seria a de:
 
A. combinar as qualidades de muitos e neutralizar seus defeitos. 
B. garantir que os defeitos do povo sejam corrigidos pela elite. 
C. proporcionar à maioria as vantagens da corrupção. 
D. permitir que os grandes homens falem em nome de todos. 
E. promover o anonimato das opiniões e decisões. 
SEÇÃO ENEM
QUESTÃO 01 
(ENEM) Alguns pensam que Protágoras de Abdera pertence 
também ao grupo daqueles que aboliram o critério, uma vez 
que ele afirma que todas as impressões dos sentidos e todas as 
opiniões são verdadeiras, e que a verdade é uma coisa relativa, 
uma vez que tudo o que aparece a alguém ou é opinado por 
alguém é imediatamente real para essa pessoa.
KERFERD, G. B. O movimento sofista.São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).
O grupo ao qual se associa o pensador mencionado no texto se 
caracteriza pelo objetivo de:
 
A. alcançar o conhecimento da natureza por meio da experiência. 
B. justificar a veracidade das afirmações com fundamentos 
universais. 
C. priorizar a diversidade de entendimentos acerca das coisas. 
D. preservar as regras de convivência entre os cidadãos. 
E. analisar o princípio do mundo conforme a teogonia. 
 
QUESTÃO 02 
(ENEM) Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; 
o contato de Sócrates paralisa e embaraça; leva a refletir 
sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma direção incomum: 
os temperamentais, como Alcibíades, sabem que encontrarão 
junto dele todo o bem de que são capazes, mas fogem porque 
receiam essa influência poderosa, que os leva a se censurarem. 
E sobretudo a esses jovens, muitos quase crianças, que ele tenta 
imprimir sua orientação.
BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
O texto evidencia características do modo de vida socrático, que 
se baseava na: 
A. contemplação da tradição mítica. 
B. sustentação do método dialético. 
C. relativização do saber verdadeiro. 
D. valorização da argumentação retórica. 
E. investigação dos fundamentos da natureza. 
QUESTÃO 03 
(ENEM) Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que 
desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse 
desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo 
bem. Mas não terá o conhecimento, porventura, grande influência 
sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar, 
ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das 
ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de 
que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais 
verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política 
mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as 
ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que 
cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as 
faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia 
e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as 
demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o 
que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger 
as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Paulo: Nova Gunman 1991 .
Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da 
pólis pressupõe que: 
A. o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus 
interesses. 
B. o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores 
da verdade. 
C. a política é a ciência que precede todas as demais na 
organização da cidade. 
359
EXERCÍCIOSFILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 02
D. a educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir 
corretamente. 
E. a democracia protege as atividades políticas necessárias para 
o bem comum. 
QUESTÃO 04 
(ENEM) Dado que, dos hábitos racionais com os quais captamos 
a verdade, alguns são sempre verdadeiros, enquanto outros 
admitem o falso, como a opinião e o cálculo, enquanto o 
conhecimento científico e a intuição são sempre verdadeiros, e 
dado que nenhum outro gênero de conhecimento é mais exato 
que o conhecimento científico, exceto a intuição e, por outro 
lado, os princípios são mais conhecidos que as demonstrações, e 
dado que todo conhecimento científico constitui-se de maneira 
argumentativa, não pode haver conhecimento científico dos 
princípios, e dado que não pode haver nada mais verdadeiro que 
o conhecimento científico, exceto a intuição, a intuição deve ter 
por objeto os princípios.
ARISTÓTELES. Segundos analíticos. In: REALE, G. História da filosofia antiga. 
Os princípios, base da epistemologia aristotélica, pertencem ao 
domínio do(a): 
A. opinião, pois fazem parte da formação da pessoa. 
B. cálculo, pois são demonstrados por argumentos. 
C. conhecimento científico, pois admitem provas empíricas. 
 intuição, pois ela é mais exata que o conhecimento científico. 
 prática de hábitos racionais, pois com ela se capta a verdade. 
 
QUESTÃO 05 
(ENEM) XI. Jamais, a respeito de coisa alguma, digas: “Eu a perdi”, 
mas sim: “eu a restituí”. O filho morreu? Foi restituído. A mulher 
morreu? Foi restituída. “A propriedade me foi subtraída”, então 
também foi restituída. “Mas quem a subtraiu é mau”. O que te 
importa por meio de quem aquele que te dá a pede de volta? Na 
medida em que ele der, faz uso do mesmo modo de quem cuida 
das coisas de outrem. Do mesmo modo como fazem os que se 
instalam em uma hospedaria.
EPICTETO. Encheirídion. In: DINUCCI, A. Introdução ao Manual de Epicteto. São 
Cristóvão: UFS, 2012 (adaptado).
A característica do estoicismo presente nessa citação do filósofo 
grego Epicteto é:
 
A. explicar o mundo com números. 
B. identificar a felicidade com o prazer. 
C. aceitar os sofrimentos com serenidade. 
D. questionar o saber científico com veemência. 
E. considerar as convenções sociais com desprezo. 
GABARITO
VESTIBULARES ENEM
1 C 11 D 1 C
2 B 12 B 2 B
3 D 13 E 3 C
4 B 14 A 4 D5 C 15 • 5 C
6 B 16 • 6 •
7 D 17 • 7 •
8 A 18 • 8 •
9 A 19 • 9 •
10 B 20 • 10 •

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