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Módulo 2 - Modelos de Democracia

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20/10/2020 Modelos de Democracia
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Modelos de Democracia
Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB
Curso: Política Contemporânea - Turma 2
Livro: Modelos de Democracia
Impresso por: Veriano Guarim Junior
Data: terça, 20 out 2020, 11:09
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Descrição
Módulo II - Modelos de Democracia
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Sumário
Módulo II - Modelos de Democracia
Introdução
Unidade 1 - Democracia Majoritária e Democracia Consensual
Pág. 2
Unidade 2 - Diferenças na dimensão Poder Executivo e Partidos Políticos
Unidade 3 - Sistemas Bipartidários versus Sistemas Multipartidários
Unidade 4 - Diferenças na dimensão Federal-Unitária
Pág. 2
Unidade 5 - Perspectivas
Conclusão
Exercícios de Fixação - Módulo II
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Módulo II - Modelos de Democracia
 
 Ao final do Módulo II, o aluno deverá ser capaz de:
Diferenciar os conceitos de Democracia Majoritária e Democracia Consensual; 
definir os conceitos e identificar as relações entre o Poder Executivo, os
Partidos Políticos e os grupos de interesse;
nomear as diferenças entre os governos organizados de forma unitária e
federada;
caracterizar os problemas atuais e as perspectivas futuras da Democracia no
mundo.
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Introdução
Neste Módulo, vamos conhecer os modelos de democracia.
Desde que surgiu, a palavra democracia suscita debates. Na antiguidade, democracia era o governo de muitos e designava um sistema bem conhecido
de regras de governo das cidades. A discussão se concentrava mais nas suas virtudes e defeitos, em comparação com os sistemas alternativos, o
governo de poucos e o governo de apenas um. A partir da modernidade, a discussão se amplia cada vez mais: discute-se o significado do termo; o
processo de tradução dos princípios democráticos em regras e instituições; e a construção de instrumentos capazes de avaliar o grau de democracia
presente em cada arranjo institucional concreto.
Como não poderia deixar de ser, leituras diferentes do significado da democracia coincidem com regras operacionais diferenciadas e sistemas políticos
bem distintos em seu funcionamento. Diversos autores têm analisado a questão, nos anos recentes, desde que Robert Dahl publicou, na década de
1950, suas reflexões sobre democracia populista, democracia hamiltoniana e poliarquia. Nesse rumo, uma das tentativas recentes mais interessantes,
que demonstrou capacidade de reunir de forma coerente dados de vários países, a respeito dos aspectos mais diversos de seus sistemas políticos, é a
obra de Arend Lijphart, que desenvolve, a partir de 1984, a comparação entre dois modelos diferentes de democracia: a democracia majoritária e a
democracia consensual.
Conforme o autor, esses dois modelos têm sua origem em interpretações diferentes, até antagônicas, do significado de democracia, e estão na origem
de arranjos institucionais diferentes adotados pelas democracias do mundo. Observados em dimensões selecionadas do sistema político, esses modelos
produzem, em cada uma delas, escalas situadas entre os dois tipos ideais puros: o majoritário extremo, de um lado, e o consensual absoluto, de outro.
Com essas escalas em mãos, o cientista político - aquele que conhece profundamente a história dos processos políticos e tem habilidades para definir
tendências e sugerir caminhos - é capaz de medir qualquer democracia existente, de situá-la nessa grade e compará-la com a situação vigente em
outros países.
Vamos apresentar a reflexão de Lijphart, discutindo, em primeiro lugar, a definição do binômio majoritário/consensual. Em segundo
lugar, vamos expor como esse par se manifesta na forma de diferenças em cada uma das características do sistema político que o
autor seleciona.
O Reino Unido e muitas de suas antigas colônias são exemplos de países que adotam o sistema majoritário. A Suíça e a Bélgica,
assim como a experiência em progresso da União Europeia, praticam o modelo consensual.
 
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Unidade 1 - Democracia Majoritária e Democracia Consensual
A diferença entre os dois modelos de democracia encontra-se presente já na definição mais simples da palavra, clássica e enraizada no senso comum -
governo pelo povo, para o povo -. Aceita esta definição geral, a questão se revela quando perguntamos: Como proceder? Quando? Como ocorre quase
sempre que houver divergências no meio do povo sobre o que fazer? Que funcionários devem fazê-lo? Uma resposta possível, muito difundida, defende
a prevalência da vontade da maioria dos eleitores. Nessa visão, não importa se essa maioria é ampla ou estreita; inaceitável seria apenas o governo de
uma minoria de eleitores. Esse o princípio da democracia majoritária: definida alguma maioria, cabe a ela governar, por intermédio dos nomes por ela
indicados. À minoria resta fazer a crítica ao governo, até o fim do seu mandato, quando uma nova eleição abrirá a oportunidade de sua transformação
em maioria.
Uma resposta alternativa é deixar a decisão com o maior número possível de pessoas. O governo de minoria também é recusado por essa visão, mas a
ampliação permanente da maioria é mais importante que a contagem simples dos votos num momento determinado. Esse o princípio da democracia
consensual.
A democracia majoritária concentra o poder. Traduzida em instituições, produz sistemas excludentes, nos quais a relação entre maioria e minoria,
governo e oposição é caracterizada pelo embate e pela competição. A democracia consensual tende a partilhar, limitar e dispersar o poder. Opera
principalmente por meio da negociação e da concessão. Bons exemplos do modelo majoritário de democracia são o Reino Unido e muitas de suas
antigas colônias. Os países mais próximos do modelo consensual, segundo o autor, são a Suíça e a Bélgica, assim como a experiência em progresso da
União Europeia.
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Diferenças relevantes entre a Democracia Majoritária e a Democracia Consensual
Se considerarmos, de um lado, a procura de acordos cada vez mais amplos e, de outro, a aferição da maioria mínima como dois princípios gerais,
opostos, que informam a construção de regras e instituições democráticas, é possível procurar as diferenças entre os dois modelos na disparidade
existente entre essas regras e instituições nos diversos países democráticos do mundo. 
Nessa busca, o autor seleciona dez diferenças relevantes, agrupadas em dois grupos distintos.
O primeiro diz respeito à relação entre o Poder Executivo, os partidos políticos e os grupos de interesse.
O segundo reúne diferenças relacionadas com o contraste entre governos unitários e federações.
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Unidade 2 - Diferenças na dimensão Poder Executivo e Partidos Políticos
Você sabe dizer quais as diferenças de concentração do Poder Executivo em ministérios formados por apenas um partido majoritário e a distribuição do
Poder Executivo em ministérios de amplas coalizões partidárias? 
O Reino Unido e outros países que adotam o voto distrital uninominal tendem a desenvolver sistemas bipartidários. Nessa situação, um partido pode
conquistar a maioria das cadeiras do parlamento com uma maioria muito pequena de votos ou até, devido às diferenças do número de votantes nos
distritos, com a minoria dos votos. No entanto, essa pequena maioria de cadeiras dá a esse partido o poder sobre todo o ministério.
Emcontraste, nos países onde predomina o modelo consensual de democracia os cargos no ministério são divididos entre os partidos com maior
expressão. Na Suíça, os três maiores partidos ocupam as sete vagas do Conselho Federal, segundo uma fórmula aprovada em 1959, respeitada a
proporção dos grupos linguísticos na população. Na Bélgica, a participação isonômica dos grupos linguísticos está prevista na lei e desde 1980 todos os
governos são coalizões de quatro a seis partidos.
Relações entre Executivo e Legislativo com dominância do Executivo versus relações equilibradas entre os Poderes
Nos países exemplo do modelo majoritário, o sistema é parlamentarista. Em tese, portanto, a Câmara predomina sobre o gabinete e pode derrubá-lo
por meio de um voto de desconfiança. Na realidade, porém, o gabinete é formado pela maioria e reúne as principais lideranças do partido majoritário.
Na operação cotidiana do sistema, a iniciativa cabe ao gabinete, que mantém uma relação de dominância em relação ao Legislativo.
Em contraste, na Suíça, os membros do Conselho Federal são eleitos individualmente, com um mandato fixo de quatro anos. O Legislativo não pode
destituí-los, de modo que vigora uma situação de separação de poderes rígida. Na Bélgica o sistema é parlamentarista, mas como os gabinetes são de
coalizão, sua situação é mais vulnerável e não se verifica a relação de dominância característica dos sistemas bipartidários.
 
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Unidade 3 - Sistemas Bipartidários versus Sistemas Multipartidários
Sistemas bipartidários são afins com o modelo majoritário de democracia, uma vez que dividem o campo da política, por definição em maioria e
minoria. No entanto, são capazes de representar satisfatoriamente a diversidade de posições relevantes da sociedade somente em circunstâncias muito
especiais: alto grau de homogeneidade ideológica da sociedade, no qual as diferenças se concentram numa dimensão, normalmente a econômica.
Assim ocorre no Reino Unido, onde a diferença entre os partidos Conservador e Trabalhista se restringe à política econômica. Mesmo no Reino Unido, a
diversificação política da sociedade empurra o sistema para uma situação de três partidos, como ocorre hoje.
Na Suíça e na Bélgica, a diferenciação religiosa e linguística não se deixa representar por um sistema de dois partidos. Assim, na Suíça, 15 partidos
têm assento no Legislativo e os quatro mais importantes participam do Conselho. Na Bélgica, os três partidos nacionais tradicionais, dividiram-se a
partir da língua e outros partidos menores surgiram depois disso.
Sistemas Eleitorais Majoritários e desproporcionais versus Representação Proporcional
O voto majoritário em distritos uninominais é o sistema com maior afinidade com o modelo majoritário de democracia. Entrega o poder de formação do
governo ao partido que obtém a primeira maioria. O exame das eleições inglesas mostra que o partido vencedor, encarregado da formação do governo,
nunca obteve, entre 1974 e 1999, mais de 44 % dos votos. Em 1974, o Partido Trabalhista conseguiu a maioria das cadeiras com apenas 39 % dos
votos.
Em contraste, a Suíça e a Bélgica adotam a representação proporcional, que procura reproduzir, na medida do possível, na Câmara, a mesma
distribuição de posições políticas que se observa no eleitorado como um todo.
As relações entre maioria e minoria no modelo majoritário de democracia são caracterizadas pela competição e pelo conflito, restando espaço para a
cooperação só em situações de emergência, como a guerra, que produziu gabinetes de união nacional. As mesmas relações se reproduzem na dinâmica
da interação dos grupos de interesses entre si, principalmente as grandes centrais de sindicatos laborais e patronais, e entre eles e o Estado. Esse é o
padrão que prevalece na história britânica recente, que atingiu seu extremo nas duas décadas conservadoras após 1979.
Em contraste, o corporativismo é caracterizado pela predominância de relações de negociação e cooperação dos grupos de interesse entre si e com o
Estado. Suas características mais evidentes são a concentração dos grupos de interesse em poucas e grandes associações, o protagonismo das
organizações de cúpula do sistema e a concertação tripartite, ou seja, a construção de grandes acordos periódicos entre governo, empresários e
trabalhadores que envolvem salários, emprego e condições de trabalho. Todas essas características são encontradas na Suíça e na Bélgica.
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Unidade 4 - Diferenças na dimensão Federal-Unitária
 Nesta unidade, vamos tratar das diferenças na dimensão federal-unitária e suas articulações com:
As Constituições (flexíveis x rígidas);
o Governo (centralizado x descentralizado);
o Poder Legislativo (unicameralismo x bicameralismo);
o Poder Judiciário (vigência ou não de mecanismos de revisão judicial);
o Poder Executivo (independência ou não do Banco Central).
 
A organização unitária do governo é característica dos países que praticam o modelo majoritário de democracia. O Reino Unido é um país unitário e
tradicionalmente um dos mais centralizados do mundo. Governos locais existem, mas são criados pelo governo central e dele dependem
financeiramente. O melhor exemplo foi o governo autônomo que governou a Irlanda do norte entre 1921 e 1972. Nesse ano, contudo, uma decisão da
Câmara dos Comuns, por maioria simples, decretou o fim do governo autônomo e sua substituição pelo governo direto de Londres.
A Suíça é uma federação, na qual o poder é dividido entre o governo central e os governos dos cantões e sub-cantões. A Bélgica, um país unitário e
centralizado até 1970, caminha desde então para a federação e a descentralização. A federação foi legalmente reconhecida em 1993 e reúne
simultaneamente, três áreas geográficas e três comunidades linguísticas.
O Reino Unido foge, de certo modo, do tipo ideal de democracia majoritária nesse ponto, pois adota o bicameralismo. No entanto, a Câmara dos Lordes
perdeu toda função legislativa, exceto a de retardar a vigência das leis aprovadas pela Câmara dos Comuns, pelo prazo máximo de um ano. A maior
parte dos poderes anteriores dos Lordes foi perdida na reforma de 1911 e, em 1949, o prazo máximo de postergação da vigência das leis caiu de 2
para um ano. Mesmo esse poder, na prática, poucas vezes é utilizado.
Na Suíça, o Conselho Nacional e o Conselho dos Estados (equivalente ao Senado) são equipotentes, a regra da eleição dos membros do Conselho dos
Estados é o voto majoritário, ao contrário da representação proporcional que vigora para o Conselho Nacional. O bicameralismo é forte.
Na Bélgica, Câmara e Senado têm poderes semelhantes, mas o Senado, apesar de obrigatoriamente representar os grupos lingüísticos, ainda é eleito
de maneira proporcional. O bicameralismo belga é mais fraco que o suíço.
  
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Não existe no Reino Unido uma constituição escrita. Direitos dos cidadãos e competências de cada instituição governamental estão definidos em
algumas leis fundamentais, na legislação ordinária, nos costumes e convenções. Em decorrência disso, essa constituição não escrita é absolutamente
flexível, pois pode ser alterada por maioria simples na Câmara.
Contrariamente, tanto a Bélgica quanto a Suíça obedecem a constituições escritas. A modificação da constituição, nos dois países depende de maiorias
qualificadas.
A Suíça exige a aprovação em referendo, com maioria nacional e nos cantões mais importantes. Na prática, a população dos cantões menores, um
quinto da população total, tem poderde veto sobre as emendas à constituição.
Na Bélgica são necessários dois terços das duas Casas do Legislativo. Algumas leis exigem, além disso, maioria nos dois grandes grupos linguísticos, o
que dá à minoria francófona poder de veto sobre elas.
Sem constituição escrita, o Reino Unido não tem mecanismo de revisão judicial. Não há uma corte encarregada de aferir, quando provocada, a
constitucionalidade de uma lei aprovada pela Câmara. A própria Câmara, isto é, a maioria, decide não só a constitucionalidade de alguma lei, mas o
próprio significado do que seja constitucional.
Escapando nesse ponto do modelo, o Tribunal federal suíço não detém o poder de fazer a revisão judicial à luz da constituição. Na Bélgica, a partir de
1988, os poderes da Corte de Arbitragem foram ampliados e ela opera hoje como um tribunal constitucional.
O Banco da Inglaterra manteve historicamente uma situação de dependência em relação ao gabinete. Apenas em 1997, o recém
eleito governo trabalhista concedeu ao Banco autonomia para definir a taxa de juros.
Na Suíça, é tradicional a independência do Banco Central. A Bélgica transitou, a partir da década de 1990, de uma situação de fraqueza do seu Banco
Nacional para o alto nível de autonomia que existe hoje.
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Unidade 5 - Perspectivas
É difícil identificar linhas de mudança similares em países que vivem situações muito díspares no que se refere à democracia. Apesar das sucessivas
ondas de democratização que diversos autores identificam na história recente, cujo ponto alto mais recente foram as mudanças ocorridas no leste
europeu, persiste no mundo uma situação extremamente desigual no que respeita à solidez democrática.
É importante sempre lembrar que Lijphart identifica e descreve os modelos majoritário e consensual em contextos de democracia consolidada. Feita a
ressalva, é possível especular com a hipótese, sempre sujeita à verificação, da predominância tendencial da democracia consensual.
No mundo globalizado, as diferenças extrapolam o campo econômico e se expandem pelas dimensões étnicas, linguísticas, religiosas e de estilo de
vida. Garantir a voz e a participação das minorias torna-se, cada vez mais, exigência para a vida política comum. Não por acaso, as reformas políticas
realizadas nos últimos vinte anos apontam para a desconcentração do poder e o aumento do poder de veto de grupos minoritários, a expansão do
bicameralismo e o fortalecimento da tendência no rumo da autonomia dos Bancos Centrais.
O futuro, da forma como o vemos hoje, parece estar nessa direção.
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Conclusão
Vimos neste Módulo que, a coexistência no mundo moderno de concepções diferentes de democracia, que podem ser ordenadas ao longo de um
contínuo que vai da democracia majoritária à democracia consensual.
De maneira sintética, a democracia majoritária está preocupada com a definição de alguma maioria, por reduzida que seja, que viabilize um governo
majoritário. Por sua vez, o foco da democracia consensual é a partilha cada vez maior do poder, com a ampliação permanente do número daqueles que
o exercem.
Essas diferenças não se manifestam apenas nas teorias da democracia, mas principalmente nos arranjos institucionais nos quais a regra democrática
se materializa. No plano das relações entre o Poder Executivo, os partidos políticos e os grupos de interesse, a democracia majoritária guarda afinidade
com ministérios unipartidários, predomínio do Poder Executivo sobre o Legislativo, sistemas bipartidários, voto majoritário e pluralismo e competição
entre os grupos de interesses. Por sua vez, a democracia consensual mostra afinidade com ministérios de coalizão, equilíbrio nas relações entre os
poderes, sistemas multipartidários, voto proporcional e grupos de interesse organizados de forma corporativa e não competitiva.
 
Democracia Majoritária Democracia Consensual
Ministérios unipartidários
Predomínio do Poder Executivo
Sistemas bipartidários
Voto majoritário
Pluralismo e competição entre os grupos de
interesses
Ministérios de coalizão
Equilíbrio nas relações entre os poderes
Sistemas multipartidários
Voto proporcional
Grupos de interesse organizados de forma corporativa e
não competitiva
No plano das diferenças entre as organizações unitária e federada, a democracia majoritária tem afinidade com o governo unitário e centralizado, o
unicameralismo, a flexibilidade da constituição, a ausência de mecanismos de revisão constitucional e com a subordinação do Banco Central às decisões
da maioria. A democracia consensual, por sua vez, tem afinidade com a organização federativa do governo, com o bicameralismo, a rigidez da
constituição, a presença de mecanismos de revisão judicial e a independência do Banco Central.
Democracia Majoritária Democracia Consensual
Governo unitário
Governo centralizado
Governo unicameral
Constituição flexível
Ausência de mecanismos de revisão judicial
Subordinação do Banco Central
Governo federativo
Governo descentralizado
Governo bicameral
Constituição rígida
Presença de mecanismos de revisão judicial
Independência do Banco Central
 
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Exercícios de Fixação - Módulo II
 Parabéns! Você chegou ao final do Módulo II do curso de Política Contemporânea. 
 Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado
não influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu domínio do conteúdo.
 Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a correção imediata das suas respostas!
 Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui.
https://saberes.senado.leg.br/mod/quiz/view.php?id=46857

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