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INVALIDADE DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura INVALIDADE Imperfeição do negócio jurídico De acordo com o grau de imperfeição, temos a nulidade e a anulabilidade nos casos de invalidade, não ocorre os efeitos esperados pelas partes Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura NEGÓCIO JURÍDICO INEXISTENTE INEXISTÊNCIA Falta de um elemento estrutural É um nada jurídico Não reclamaria qualquer providência jurídica Se existir a aparência de uma existência, cabe ação declaratória Não produz qualquer efeito Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura NEGÓCIO JURÍDICO NULO NULIDADES Absoluta – ato nulo Relativa - ato anulável (anulabilidade) Nulidade total – abrange todo o negócio jurídico Nulidade parcial – abrange apenas parte - aplica-se o princípio da utile per inutile von vitiatur (incomunicabilidade da nulidade – princípio da preservação) Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura NEGÓCIO JURÍDICO NULO A nulidade atinge o ato desde o início Pode ser declarada a qualquer tempo (imprescritível a pretensão declaratória de nulidade) O juiz pode reconhecer de ofício Não pode o negócio jurídico ser confirmado A sentença é declaratória, tendo em vista que apenas reconhece um estado de ineficácia já inexistente Efeitos ex tunc Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura NULIDADE - CAUSAS Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura ANULABILIDADE Consequência pelo descumprimento de norma que interessa às partes Produz efeitos até ser desconstituído pelo juiz (ex nunc) A sentença que declara a anulabilidade é desconstitutiva Causas: vícios do consentimento e vício social (obs: simulação é causa de nulidade) Apenas os interessados podem alegar Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura ANULABILIDADE Não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz Pode ser confirmada pelas partes O tempo convalida a anulabilidade em razão da decadência Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura CAUSAS DE ANULABILIDADE Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura NEGÓCIO NULO E CONVERSÃO Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo. Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade. Fazer surgir um novo negócio jurídico que se encontra compreendido no primeiro Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura NEGÓCIO NULO E CONVERSÃO Requisitos - objetivo: mesmos elementos fáticos existentes no negócio convertido Enunciado 13 da I Jornada de Direito Civil: o aspecto objetivo da conversão requer a existência do suporte fático no negócio a converter-se - Subjetivo: intenção das partes de obter os efeitos do negócio jurídico convertido Ex: contrato de compra e venda de imóvel por escrito particular pode ser convertido em compromisso de compra e venda Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura SIMULAÇÃO Simular: declaração falsa que visa criar uma aparência de algo que não existe Vício social que causa nulidade Caracteristicas: - Negócio, em regra, bilateral - A outra parte participa da vontade de realizar a fraude - Declaração desconforme com a verdadeira intenção - Finalidade de enganar terceiros ou fraudar a lei Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura SIMULAÇÃO ESPÉCIES DE SIMULAÇÃO Absoluta: existe um negócio jurídico aparente, mas na verdade a parte não deseja realizar negócio jurídico algum Ex: emissão de títulos de crédito fraudulento para gerar diminuição patrimonial para lesar o cônjuge Ex: falsa confissão de dívida para lesar credores verdadeiros Relativa: as partes efetivamente realizam um negócio jurídico, com a finalidade de lesar terceiros, mas aparentemente apresentam outro, dissimulado - Homem casado que pretende doar bem à concubina, mas simula uma venda a terceiro para que este transfira o bem àquela Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura SIMULAÇÃO Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 2 o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado. Apenas terceiros de boa-fé podem reivindicar direitos decorrentes do negócios simulado As partes que participaram da simulação não têm qualquer proteção do ordenamento jurídico Qualquer dos simuladores podem pleitear uns contra os outros Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura SIMULAÇÃO § 1º do art. 167. Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. Rol meramente exemplificativo Prof. Dr. André Luiz dos Santos Nakamura