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Psicanálise TEORIAS PSICOTERAPICAS Sobre o 1º Esquema - Nasio Esquema neurológico do arco reflexo. ○ Extremidade sensível- uma injeção quantidade x de energia. ○ Ex martelada no joelho ○ A direita uma extremidade motora – transforma a energia recebida numa resposta imediata do corpo – ○ em nossa exemplo – recebe a energia transforma em ação consequentemente reduz a tensão do circuito. ○ Aparece como tensão e desaparece como resposta escoada no arco reflexo. Sobre o 2º Esquema - Nasio ○ A excitação continua a ser sempre interna no psiquismo, já que tanto o choque externo quanto as necessidades internas criam uma marca psíquica, a maneira de um selo impresso na cera. ○ Numa palavra a fonte de excitação endógena é uma marca, uma ideia, uma imagem, ou para empregar o termo apropriado, um representante ideativo carregado de energia, tb chamado de representante das pulsões. ○ Pois bem, essa estimulação ininterrupta, mantém no aparelho um nível elevado de tensão, dolorosamente vivenciado pelo sujeito como um apelo a descarga. ○ TENSÃO PREMENTE E O PRAZER ABSOLUTO NUNCA É ATINGIDO ○ 1ª A Fonte Psíquica é tão inesgotável que a excitação é tão inesgotável que a tensão é eternamente reativada. ○ 2ª razão que concerne ao polo direito de nosso esquema. O psiquismo não resolve a excitação através de uma ação imediata ○ Só pode reagir através de uma metáfora da ação, uma imagem, um pensamento uma fala que represente a ação, e não ação concreta, que permitiria a descarga completa de energia. ○ 3ª Entre o representante –excitação e o representante-ação estende-se uma rede de muitos outros representantes, que tecem a trama de nosso aparelho ○ Condensação à maneira de um cacho fazem confluir ○ Deslocamento ligam-se um atrás do outro, em fila indiana, para deixar a energia fluir com mais facilidade ○ Instaura-se um conflito entre dois grupos ○ Um quer o prazer de uma descarga total – o prazer é soberano, neste caso ○ Outro que se opõe a essa loucura lembra as exigências da realidade e incita à moderação – nele a realidade é soberana ○ O primeiro grupo constitui o sistema inconsciente, que tem portanto, a missão de escoar a tensão. ○ As representações inconscientes de coisa não respeitam os limites da razão, da realidade ou do tempo – o inconsciente não tem idade. ○ O segundo grupo sistema pré- consciente/consciente, tem por missão redistribuir a energia – energia ligada – e escoa-la lentamente, seguindo as indicações do princípio da realidade. Edson de Souza ○ Angústia ○ Como entender esse risco de perder o sentido de tudo? ○ Freud nos mostrou a relação estreita entre angústia e desejo. A angústia por sua vez deu lugar ao sintoma . A angústia Poderíamos definir que o sintoma nada mais é que um sentido estagnou em determinado ponto. Por isso, o sintoma é uma forma de proteção em relação a outras significações possíveis. ○ Se a angústia coloca o sujeito diante de uma abertura de sentido, onde literalmente ele tem a experiência de uma sideração Transferência ○ A essa relação tão curiosa que podemos repentinamente estabelecer com um estranho que nunca vimos, a quem resolvemos confiar o que temos guardado como de mais intimo, Freud denominou de transferência. ○ A transferência implica que podemos supor que esse psicanalista possa saber sobre o desejo daquele que lhe fala. É esse o motor da fala em análise. ○ Por transferência, entendemos um tipo de relacionamento especial com uma pessoa; é uma forma característica de relacionamento objetal. A característica principal é a vivência de sentimentos – em relação a uma pessoa – que não está endereçada aquela pessoa e que, na verdade, está a outra. Ainda transferência ○ TRANSFERÊNCIA - esvaziamento ○ - campo que se estabelece ○ - clichês esteriotípicos ○ - Reedição ○ É na transferência que a estrutura do sujeito vai se desdobrando ○ Assim, é perfeitamente normal e inteligível que a catexia libidinal de alguém que se acha parcialmente insatisfeito, uma catexia que se acha pronta por antecipação, dirija-se também figura do médico. ○ RESISTÊNCIA Mais conceitos ○ - Transferir é então atribuir um sentido especial aquela figura determinada pelo desejo ○ - Transferência ○ Atualização da realidade do inconsciente ○ - Transferência: vínculo afetivo interno que se instaura de forma automática e atual, entre o paciente e o analista, comprovando que a organização subjetiva do paciente é uma forma de deslocamento na qual o indivíduo dirige para o objeto presente todos os impulsos defesas atitudes, sentimentos e respostas que experimentam Interpretar ○ Não é, portanto, contrariamente ao que se pensa, consultar um catálogo de símbolos e significações de símbolos e significações. ○ Qualquer que seja a produção de imagem de um paciente em um sonho ou um lapso, por exemplo, só é possível aproximar-se de seus sentidos possíveis se o sujeito em questão puder se deixar levar por suas associações e, assim ir construindo uma rede múltipla e infinita de sentidos. ○ Então interpretar é muito mais desconstruir sentido excessivamente estabelecidos, puxando o tapete das e desequilibrando as certezas que nos constituem. Sintoma ○ Para Freud, tinha a função de sutura. ○ Em relação a psicanálise, não se trata de um projeto pedagógico de educação de alma e indicação dos caminhos que trariam a felicidade. Psicanálise ○ A psicanálise consiste numa teoria que pretende interpretar, isto é, explicar, dar conta e descobrir os motores latentes por assim dizer de um sintoma. É o conjunto de mitos sobre o ser humano, mitos esses que permearam muito da cultura popular e de massa, chegando mesmo a influenciar alguns poetas, escritores e pensadores importantes Hermenêutica – sentido das palavras Ex: ‘Ai, querido, assim, não, podemos, continuar, vivendo” ○ Linguagem: é a função de um conjunto de sistemas que permite um certo número de expressões e de comunicações entre os homens. Fala-se de linguagem escrita e oral. ○ ○ A LÍNGUA É um conjunto sistema de expressões comum a um grupo social. O código designa as regras comuns ao ordenamento do discurso. ○ A FALA ( parole) é o que é dirigido ao outro. Nela podemos separar enunciado de enunciação. ○ ENUNCIAÇÃO: ( é tudo que poderia ser dito) ○ ○ ○ ENUNCIADO: ( é o que está dito) pode ser estruturado como produção linguística ( sintagma, paradigma etc..) . O enunciado é um ato individual. Lacan tendeu sempre a distinguir o sujeito do enunciado daquele da enunciação, querendo desta forma o mostrar quanto o sujeito deixava transparecer seu desejo inconsciente ( O sujeito da enunciação ) na própria expressão de seu dizer. ○ SEMIOLOGIA PSICOPATOLÓGICA – é por sua vez o estudo dos sinais e sintomas dos transtornos mentais. ○ Sintoma pela psicanálise: Fenômeno subjetivo que constitui, para a psicanálise, não o sinal de uma doença, mas a expressão de um conflito inconsciente. ○ O signo é o elemento nuclear da semiologia assim como a célula esta para a biologia e o átomo para a física. Todo signo é constituídos de dois elementos; o significante, que é o suporte material e o significado, isto é, aquilo que é designado e que está ausente, o conteúdo do veículo. ○ O signo é um tipo de sinal. Ex: a fumaça é um sinal ○ # TRAUMA: EMOÇÃO VIOLENTA, QUE MODIFICA DE MANEIRA PERMANENTE A PERSONALIDADE DE UM SUJEITO, SENSIBLIZANDO-O DE FORMA ESPECIAL PARA EMOÇÕES ANÁLOGAS ULTERIORES. (Dicionário de psicologia) ○ # TRAUMA : EVENTO INASSIMILÁVEL PARA O SUJEITO, GERALMENTE DE NATUREZA SEXUAL, E DE TIPO QUE PODE PARECER CONSTITUIR UMA CONDIÇÃO DETERMINANTE DA NEUROSE. ○ Acrescentemos que muito logo Freud deu-se conta de que muito raramente é encontrado um trauma isolado. O trabalho analítico, ou mesmo a hipnose, faz surgir, na história do sujeito, uma série de traumas semelhantes. Ora um trauma que se repete, seriaainda um trauma?. ○ Ele se inscreve, precisamente naquilo que a psicanálise chama de “repetição”, isto é, em uma ordem certamente constrangedora, mas para a qual, sem dúvida, o sujeito contribui ○ No psiquismo dos histéricos haveria então a inscrição de vivências associadas entre si, fortemente investidas de afeto, que permaneceriam isoladas da trama de lembranças conscientes - a trama pela qual o sujeito se reconhece e organiza a sua história pessoal. ○ Motor de tudo o que diz respeito às formações do inconsciente tem efeitos reais, que produzem modificações no organismo e interferem na percepção que temos da realidade do mundo e das coisas. ○ CATARSE ○ Qualquer método Terapêutico que vise obter uma situação de crise emocional, de forma que essa manifestação crítica provoque solução do problema que a crise pôs em cena. REPRESSÃO ○ Qualquer impulso, fora da consciência, de um conteúdo representado como desprazeroso ou inaceitável; ação do aparelho psíquico sobre o afeto. (como a polícia faz). Nas 5 lições p. 26 RECALQUE ○ Empurrar para baixo ○ Existem para Freud, dois momentos lógicos do recalcamento: o recalcamento originário e o recalcamento propriamente dito. O recalcamento originário é o afastamento de uma significação, a qual, em virtude da castração, não é aceita pelo consciente: a significação simbólica. ○ Posteriormente , intervém o recalcamento propriamente dito, o recalcamento das pulsões oral, anal, escópica, e invocante, ou seja, de todas as pulsões ligadas aos orifícios reais do corpo. O recalcamento originário as arrasta consigo, ao sexualizá-las. Exige que sejam postas de lado. ○ Na verdade, o afeto não pode ser recalcado, diferentemente do representante-representação( operação pela qual a mente tem presente em si mesma a imagem, a ideia ou o conceito que correspondem a um objeto que se encontra fora da consciência), o efeito só pode ser ou deslocado para outra representação ou suprimido (fazer desaparecer; ocultar, afastar) Realidade Psíquica ○ Conjunto estruturado de atributos pessoais, geralmente inconsciente e adquiridos na infância, por cristalização das relações humanas, num círculo familiar e social, ao mesmo tempo típico e singular. Expressa o modo pela qual o indivíduo assimila situações novas a situações antigas para as quais está “sensibilizado”. CONFLITO ○ Expressão de exigências internas, inconciliáveis tais como desejos e representações opostas, e antagônicas (conflito psíquico pode ser manifesto ou latente). ○ As observações e reflexões em torno do que viu e, sobretudo ouviu de suas pacientes histéricas foram reunidas nos “Estudos Sobre a Histeria de 1895”. (Em parceria com Breuer) e nas “Psiconeuroses de defesa de 1896”: FREUD. Moral sexual civilizada e doença nervosa moderna ○ p.194 O desenvolvimento da pulsão sexual passa então, do auto-erotismo ao amor objetal, e da autonomia das zonas erógenas à subordinação desta a primazia dos genitais, postos a serviço da reprodução. ○ Durante esse desenvolvimento, uma parte da excitação sexual fornecida pelo próprio corpo do indivíduo inibi-se por ser inútil a função reprodutora, sendo sublimada nos casos favoráveis. Assim, grande parte das forças suscetíveis de utilização em atividades culturais são obtidas pela supressão dos elementos pervertidos da excitação sexual. ○ Em três ensaios sobre a teoria da sexualidade 1905, Freud menciona a relação inversa existente entre a civilização e o livre desenvolvimento da sexualidade. ○ p.189 As extraordinárias realizações dos tempos modernos, as descobertas e as invenções em todos os setores e a manutenção do progresso, apesar da crescente competições. Só foram alcançados e só podem ser conservados por meio de um grande esforço mental. ○ p.199 A libido represada torna-se capaz de perceber os pontos fracos claramente ausentes da estrutura da vida sexual, e por ali abre caminho obtendo uma satisfação substitutiva neurótica na forma de sintomas. ○ Quem penetrar nos determinantes das doenças nervosas cedo ficará convencido de que o incremento dessas doenças em nossa sociedade provém da restrição e da intensificação das restrições sexuais. Sintoma ○ Para Freud (1892), a palavra “ sintoma” adquire um sentido radicalmente novo, a partir do momento em que ele sugeriu que o sintoma de conversão histérica, em geral considerado como uma simulação, é, de fato, pantomima (a arte de representar exclusivamente através de movimentos corporais) do desejo inconsciente, expressão do recalcado. ○ O sintoma, a princípio concebido como a comemoração de um trauma, será, a seguir definido mais exatamente como a expressão de uma realização de desejo e a realização de um fantasma inconsciente, que serve para realizar tal desejo. Assim, é o retorno de uma satisfação sexual há muito tempo recalcada, mas também é uma formação de compromisso, à medida que nele se exprime o recalcamento. ○ Uma outra característica maior do recalque é a de que exige um constante dispêndio de força. Pois, se o recalcado exerce uma pressão constante em direção ao consciente, é necessária igualmente uma contrapressão também incessante para equilibrá-la. Observe-se o quanto tal definição de recalque como um processo contínuo é congruente com a definição freudiana de pulsão como uma força constante. ○ É porque as pulsões são contínuas em sua natureza que o eu tem de tornar segura sua ação efetiva por um dispêndio permanente (de energia). Essa ação empreendida para proteger o recalque é observável no tratamento analítico como resistência. RESISTÊNCIA ○ Se tem uma resistência importante é a do analista. Quando ele quer que o analisando diga aquilo que quer ouvir ( aquilo que ele imaginou) e não aquilo que o analisando quer dizer. ○ Quando fala concretamente da contratransferência Reik (1924) considera como uma resistência do analista, e afirma que deve ser removida pela auto-análise. ○ Racker, dirá que o “metier” do analista consiste em escutar sua contratransferência, que isso é sua intuição. (+ - 1900) 1ª Tópica Freudiana do APARELHO PSÍQUICO ○ INCONSCIENTE: É um dos sistemas definidos por Freud no quadro da sua primeira teoria do Aparelho Psíquico. ○ É constituído por conteúdos recalcados aos quais foi recusado o acesso ao sistema pré-consciente- consciente pela ação do recalcamento. Na segunda tópica, o termo inconsciente qualifica a instância do isso e aplica-se em parte às do eu e do supereu. ○ Características: ○ - Possui mecanismos e, talvez, uma “energia” específica. ○ - As pulsões são representantes somáticos no inconsciente ○ O estudo dos sintomas histéricos, bem como o da formação dos sonhos, exige que se suponham duas instâncias psíquicas, das quais uma submete à crítica a atividade da outra e eventualmente proíbe-lhe o acesso a consciência. CONSCIENTE: ○ O sistema encarregado da crítica, entre instância criticada e a consciência, está situado na extremidade motora Características: ○ - Está na periferia do aparelho psíquico ○ - Recebe ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as provenientes do interior. ○ - Ela dá no fenômeno da consciência, prioridade à percepção e, principalmente à percepção do mundo exterior. PRÉ –CONSCIENTE ○ Instância psíquica proposta por Freud após sua descoberta do inconsciente, para representar, no aparelho psíquico, um lugar intermediário entre o consciente e o inconsciente, necessário para assegurar o funcionamento dinâmico do aparelho psíquico. ○ Ele constitui, no sentido descritivo da palavra, um inconsciente “segundo”, essencialmente provisório, portanto “latente”, sempre suscetível de se tornar consciente. Características: ○ proibidor, ele bloqueia o acesso direto à consciência dos materiais recalcados no inconsciente. Regulador, sintetiza ○ - É latente apenas temporariamente Isc. ○ - E foi colocado em proximidade estreita com o Csc. EM TORNO DE (1923) O Ego e o Id ○ O Eu e o Isso apareceram na terceira semana de abril de 1923, embora estivesse na mente de Freud desdejulho do ano anterior. ○ Um esquema simples serve de base as idéias teóricas de Freud: ○ Funcionalmente, uma força recalcada, esforçando-se para entrar em atividade controlada por uma força recalcadora e estruturalmente um inconsciente sofrendo oposição de um EU (Ego). ○ Ser consciente tornou-se consequentemente uma simples qualidade que poderia ou não ligar-se a um estado mental. ○ Na estrutura do aparelho psíquico o Eu é também grupo de motivações e ações que tem por função o ajustamento do organismo à realidade, o controle do acesso das estimulações à consciência e a motricidade ○ Podemos considerar o indivíduo como um (isso) Id psíquico, desconhecido e inconsciente, em cuja superfície o Eu repousa, desenvolvendo, a partir de seu núcleo, o sistema perceptivo. ○ Ilustrativo, o Ego não envolve o Isso, apenas o faz na medida em que o sistema perceptivo forma sua superfície. ○ O Eu não é nitidamente separado do isso, porém, parcialmente se funde. O Eu recalcado se dilui também no Isso e é simplesmente uma parte dele. 2ª Tópica Id – Isso (fr.ça, ales, ingl Id) ○ Na estrutura ou visão geral do aparelho psíquico, representa o grupo de impulsos que tendem, essencialmente a uma descarga sem qualquer ajustamento à realidade objetiva, sempre de acordo com o princípio do “prazer –desprazer”. Equivale ao termo alemão Es. ○ O ideal do (Eu) ego ou superego, não está firmemente ligado ao consciente. ○ Por trás do ideal do Ego (eu) se oculta a identificação mais importante do indivíduo; sua identificação com o pai na própria história pessoal. (Édipo) ○ Em psicanálise, na estrutura ou tópico do aparelho psíquico representa o grupo de motivações e ações, formado por identificações da criança a seus pais ou aos substitutos dos pais, particularmente ao genitor do mesmo sexo, cuja ação inconsciente incita a fim de evitar o sentimento de culpabilidade para defender-se contra impulsos (sexuais ou agressivos emanam do isso (id). ○ Freud – o isso é totalmente amoral; o eu luta para ser moral e o supereu pode ser supermoral e então tornar-se tão cruel como como só o isso (id) pode ser. EU (fr. Moi, al. Das ich, ing. The ego) ○ Esta nova divisão não inclui a primeira: o eu engloba o consciente e o pré- consciente, e Freud irá descrever o eu como em parte inconsciente. GÊNESE DO EU ○ Freud descreveu o eu como uma parte do isso que, por influência do mundo exterior, ter-se-ia diferenciado. Quais são os mecanismos em jogo? ○ No isso reina o princípio do prazer. Ora, o ser humano é um animal social e, se quiser viver com seu congêneres, não pode se instalar nessa espécie de nirvana, que é o princípio do prazer, ponto de menor tensão assim como lhe é possível deixar que as pulsões se exprimam em estado puro. ○ De fato, o mundo exterior impõe à criança pequenas proibições que provocam o recalcamento e a transformação das pulsões, na busca de uma satisfação substitutiva que irá provocar no eu, por sua vez, uma espécie de tampão entre os conflitos e sentimento de desprazer. ○ O princípio de realidade substitui o princípio do prazer. O eu se apresenta clivagens do aparelho psíquico, ao mesmo tempo que tenta desempenhar o papel de uma espécie de para- excitação, em face das agressões do mundo exterior. Um comentário sobre o legado Freudiano ○ Os desdobramentos pelos quais passou a construção de sua obra são bastante instrutivos. Freud precisou franquear o limite de sua formação para propor o trabalho do inconsciente ao mundo. O INCONSCIENTE É ESTRUTURADO COMO UMA LINGUAGEM ○ # SONHOS ○ Freud tentou deslindar a peculiaridade da linguagem onírica. Sua primeira aproximação foi à proposta de entender o sonho como um texto que apresenta um conteúdo manifesto, resultado da elaboração, e um conteúdo latente apenas no inconsciente. ○ Freud faz aproximações com um texto, relação com escritas criptográficas (hieróglifos, ideogramas chineses, escritas que guardam sua relação com imagens); ○ segundo, a produção do sonho como submetida a leis de condensação e deslocamento. ○ É o modo como se fantasia as vestes que usa para ultrapassar as barreiras do inconsciente) ○ Não foi somente ter enunciado a existência do inconsciente - o que já havia sido feito por outros -, mas foi propor o inconsciente como resultado de um trabalho do desejo, realizado em transferência. ○ Para que isso acontecesse – para que seus próprios limites de pensar sobre isso fossem franqueados -, ele precisou colocar-se em transferência. Para isso (com Fliess) e proceder ao reconhecimento de seu desejo. ○ Fez isso principalmente na análise de seus sonhos. Com essa empreitada, lega-nos uma condição importante para a transmissão da psicanálise: a necessidade da própria experiência do inconsciente em análise. ○ O SONHO é o modo como se fantasia (as vestes que usa para ultrapassar as barreiras do inconsciente). ○ Formula ○ Sonhos = restos diurnos + conteúdo inconsciente + experiência infantis reprimidas ○ Não há nenhum sonho que careça dessa fórmula ○ Na condensação, um único elemento do sonho é resultado de uma ampla rede de associações. ○ No deslocamento o que adquire relevância como produto final são expressões que aparentemente não tem relação com o conteúdo latente. ○ Segundo Lacan, pode–se acrescentar que a criança se banha em um mundo de linguagem, que veicula as proibições e que somente porque o ser humano é um ser falante que se instaura o recalcamento e, por meio dele, a divisão do sujeito. Pulsão ○ O desenvolvimento da pulsão sexual passa então, do auto-erotismo ao amor objetal, e da autonomia das zonas erógenas à subordinação desta a primazia dos genitais, postos a serviço da reprodução. ○ Durante esse desenvolvimento, uma parte da excitação sexual fornecida pelo próprio corpo do indivíduo inibi-se por ser inútil a função reprodutora, sendo sublimada nos casos favoráveis. Assim, grande parte das forças suscetíveis de utilização em atividades culturais são obtidas pela supressão dos elementos pervertidos da excitação sexual. ○ As extraordinárias realizações dos tempos modernos, as descobertas e as invenções em todos os setores e a manutenção do progresso, apesar das crescentes competições, só foram alcançados e só podem ser conservados por meio de um grande esforço mental. ○ A libido represada torna-se capaz de perceber os pontos fracos claramente ausentes da estrutura da vida sexual, e por ali abre caminho obtendo uma satisfação substitutiva neurótica na forma de sintomas. ○ Quem penetrar nos determinantes das doenças nervosas cedo ficará convencido de que o incremento dessas doenças em nossa sociedade provém da restrição e da intensificação das restrições sexuais. Problema era: Na educação de um filho ○ Buscar o equilíbrio entre Permissão e proibição ○ # Recalque – Defesa automática e inconsciente pela qual o ego rejeita uma, emoção ou ideia, penosas ou perigosas tendendo a dissociar-se delas. Processo de afastamento das pulsões às quais é rejeitado o acesso à consciência. ○ O que o recalcamento põe de lado e mantém afastado do consciente aquilo que poderá provocar um desprazer. Porém – observa Freud - “antes de um tal nível de organização psíquica, os outros destinos pulsionais, como a transformação em seu contrário ou o retorno contra a própria pessoa, irão levar a cabo a tarefa de defesa contra as incitações pulsionais O que há de insuportável na sexualidade Ao que tudo indica, a moral sexual transmitida pela educação que incute no indivíduo noções de pecado e vergonha que ele deve necessariamente ter diante das práticas sexuais . ○ Ex: proibição das práticas sexuais antes do casamento. ○ Freud, passou a pensar diferente e não para por aí. O DESPRAZER É QUE DÁ FORÇA A MORALIDADE ○ CONFLITO: EU E IDÉIA INCOMPATÍVEL ○ Sexualidade genital: refere-se precisamente à cópula com o objetivo de procriar ou de obter prazer orgástico Em - Três ensaios sobre a teoria da sexualidade ○ Freud determina, em primeiro lugar, a natureza da pulsão sexual – alibido, parecendo a ele que não mais precisa dividi-la nas vertentes “somática” e “psíquica”. Ao contrário, ele acha que a libido se reparte entre duas vertentes e que é essa posição de fronteira que melhor a define, como aliás toda a pulsão. ○ Esclarecimento ajudaria e evitaria a instalação de neuroses. ○ A criança deve aprender a dominar suas pulsões (--instintos--) ○ Com o surgimento da psicanálise pode- se em algum momento no início pensar, que os sujeitos com mais liberdade (crianças), impedisse o surgimento de neuroses. Logo se pode perceber que sujeitos sem restrições e de orientações podem produzir delinqüentes. PULSÃO ○ IMPULSÃO IMPELIR ○ Escreveu ele – é o representante psíquico de uma contínua fonte de excitação proveniente do interior do organismo”. ○ Mostra, a seguir que, no plano sexual, qualquer ponto do corpo pode dar origem tanto a uma pulsão como a sua finalização, como o comprovam, no caso, as “perversões de objeto”. Em outros termos, qualquer lugar do corpo pode ser ou se tornar zona erógena, a partir do momento em que for investido por uma pulsão. ○ Multiplicidade das pulsões; ○ Dificuldade de tender a um fim comum; ○ Destinos variados e móveis como seus próprios alvos A SEXUALIDADE É MAIS AMPLA QUE A SEXUALIDADE GENITAL. ○ Inclui as preliminares do ato sexual, as perversões, as experiências sexuais da criança vividas em relação ao seu próprio corpo ou em contato com o corpo da mãe. ○ # Pulsão: corresponde ao verbo triebem – (impulsionar, impelir); fr: pulsion; ing: drive ou instinct. Na teoria analítica energia, energia fundamental do sujeito, força necessária ao seu funcionamento, exercida em sua maior profundidade. ○ Como essa força se apresenta de muitas formas, é conveniente falar de pulsões em lugar de pulsão, exceto no caso em que esteja interessado em sua natureza geral – nas características comuns de toda a pulsão. PULSÕES PARCIAIS ○ Antes do advento e do domínio do interesse genital, tais pulsões são vividas livremente pela criança, cujo interesse pela questão genital – pela cópula propriamente dita ainda não foi despertado. ○ Exibicionismo, curiosidade dirigida aos órgãos genitais de seus companheiros, manipulação de órgãos genitais, prazer de sucção, prazer ligado a defecação.... Todos esses aspectos deixarão suas marcas que estarão submetidos ao fim imposto pela genitalidade. Pulsão oral (predomína + ou – 0 a 1ª e meio) Zona erógena centralizada na boca ( o mundo é apreciado através das mucosas bucais). Enfim ali na boca ela terá as primeiras sensações prazeirosas. Se nós encontrarmos com crianças depois de 20 anos, restará algo dessas primeiras experiências Pulsão anal ( predomina + ou - de 1ª e meio a 2 a e meio) ○ A criança passa a ter uma fonte prazeirosa nas vias de excreção ( migração da libido). Temos então, a eliminação espontânea, gostosa, demoradamente usufruída. - As exigências do grupo que reivindica a obediência. Pulsão Genital (fálica) ○ Segundo a concepção Freudiana a migração da libido ocorre por volta dos 2 ano e meio, para uma nova e valiosa fonte gratificadora, os órgãos genitais. ○ Essa fase é denominada fálica, porque tem sua raiz na palavra “falus”, que significa membro sexual masculino. ○ Ela começa a comparação com outras crianças e com os adultos no que diz respeito a este órgão. ○ Começa as perguntas sobre a origem da vida. - 2 proposições pulsionais ○ 1ª proposição: ○ pulsões sexuais X pulsões do EU ○ 2ª proposição: ○ Pulsão de vida = pulsões sexuais X pulsões do EU X Pulsão de Morte = além do princípio do prazer ○ (Princípio do Prazer x princípio da realidade - um a serviço do outro) ○ A base desse desenvolvimento é de que não é somente o princípio do prazer que orienta as pulsões, mas para além dele, o que na clínica se apresentava como compulsão à repetição: algo que move o sujeito a repetir situações ou atos que lhe provocam desprazer. ○ Assim a repetição implica o determinismo da busca do sujeito por um para-além do prazer. ○ (fixa, homogeneiza) ○ No suposto domínio do princípio do prazer no psiquismo, à angústia era pensada como uma espécie de “escoamento” de uma libido não canalizada. Pressupõe um sentido econômico estrito: a libido – energia psíquica – precisa de escoamento. ○ Já na segunda proposição, a relação temporal se inverte: não é mais o recalcamento que produz a angústia, mas a angústia que é motora do recalcamento. ○ A base desse desenvolvimento é de que não é somente o princípio do prazer que orienta as pulsões, mas para além dele, o que na clínica se apresentava como compulsão à repetição: algo que move o sujeito a repetir situações ou atos que lhe provocam desprazer. ○ Assim a repetição implica o determinismo da busca do sujeito por um para-além do prazer. E outras pulsões ○ Escópica ○ Auditiva ○ Gustativa ○ Motora ........ A sexualidade do homem não tem a rigidez a ela atribuída. ○ Interessa ao psicólogo, por seu caráter maleável, proveniente da ausência de objeto e de seu caráter decomponível. ○ A pulsão sexual é passível de se dirigir a outros, fins que não os propriamente sexuais. Sublimação ○ Embora não sexual, a sublimação adquire “colorido” terno devido a presença da libido. ○ A ânsia sexual ainda se faz presente só que transformada, e por isso mesmo justifica a busca e persistência naquela atividade sublimada ○ As bases necessárias à sublimação são fornecidas pelas pulsões sexuais parciais e declaradamente perversas. Portanto a questão não é desenraizar o “mal” em que nasce a criança, mas canalizar esse lugar pulsional importante para o sujeito, fonte de um bom futuro. Passível de sublimação ○ 1. A pulsão é derivada para um alvo não sexual, ○ 2. Visa a objetos socialmente valorizados, ○ 3. Dessexualização do objeto da pulsão. ○ Ex: Pulsão escópica a pulsão ligada ao olhar em curiosidade intelectual – ver o mundo conhecer o mundo, conhecer ideias – sendo que tal curiosidade desempenha um papel importante no desenvolvimento do desejo de saber. HIPÒTESES DAS CRIANÇAS ○ . 202 A ORIGEM DOS BEBÊS ○ As respostas anatômicas a pergunta foram muito variadas na época: os bebês saem do seio, ou são tirados do corpo ou do umbigo se abre para deixá-los sair. Os bebês nascem através dos intestinos como ma descarga de fezes ○ . Estas teorias nos recordam situações que existem no reino animal. Especialmente a cloaca em tipos de animais inferiores aos mamíferos. p.200 O CONCEITO SÁDICO DAS RELAÇÕES SEXUAIS ○ O coito é sempre de natureza sádica ou agressiva. Se nesta idade tenra as crianças assistem às relações sexuais entre adultos – ao que dá oportunidade à convicção dos adultos de que as crianças não podem compreender qualquer coisa sexual – ○ Elas inevitavelmente consideram o ato sexual como uma espécie de maltrato ou ato de subjugação; isto é olham-no num sentido sádico ○ A suposição de que todos os seres humanos tem a mesma forma (masculina) de órgão genital é a primeira das muitas teorias sexuais notáveis e momentosas das crianças. Pouco adianta a uma criança que a ciência da biologia justifique seu preceito e tenha sido obrigada a reconhecer o clitóris como um verdadeiro substituto do pênis. . 200 TODAS AS CRIANÇAS POSSUEM PÊNIS ○ Deriva do desconhecimento das diferenças entre os sexos, como uma característica infantil. Consiste em atribuir a todos, inclusive mulheres a posse de um pênis tal como o menino sabe a partir de seu próprio corpo. ○ As meninas não recorrem a negações desta espécie quando veem que os órgãos genitais dos meninos são formados diferentemente dos seus próprios. Elas se dispõem a reconhecê-los imediatamente e são tomadas de inveja pelo pênis – uma inveja que culmina no desejo, tão importante em suas consequências, de serem meninos elas mesmas Castração ○ Complexo centrado no fantasma (fantasia) de castração, que vem trazer uma resposta ao enigma posto a criança pela diferença anatômica dos sexos (presença ou ausência de pênis): esta diferença é atribuída a umcorte do pênis da criança do sexo masculino. COMPLEXO DE ÉDIPO ○ O Complexo de Édipo é um dos conceitos fundamentais da psicanálise e consiste, como o próprio termo “complexo” indica, em uma rede de relações que ocorrem na infância de todo o sujeito e que é responsável pela organização de nossa subjetividade desejante. ○ Já nos primórdios da psicanálise, Freud afirmava a universalidade dos desejos edipianos, dizendo que cada criança deve realizar um caminho para superar o complexo de Édipo e ter acesso à sexualidade adulta. ○ Assim, no primeiro tempo, a relação objetal é estabelecida no corpo da criança é erogeneizado por meio dos cuidados maternos; durante o período de latência, a atividade sexual é interrompida; e, numa segunda fase, ○ a puberdade, as pulsões parciais devem ser subordinadas definitivamente à finalidade de reprodução, ao mesmo tempo em que o adolescente renuncia a seus primeiros objetos de amor – os pais- para poder vincular-se a outros tipos de relação fora do âmbito familiar. ○ Tal complexo apresenta uma função normativa, na medida em que cabe a ele levar o sujeito a uma determinada posição sexual – assunção de seu sexo – e a uma atitude social adulta. ○ Quando não superado, vai continuar a exercer, a partir do inconsciente, uma ação importante e consistir, com seus derivados, no complexo central de diferentes tipos de estrutura. ○ Dito de outra maneira, castração e Édipo articulam-se como modelos de acesso do sujeito ao seu gozo, ao seu desejo, a sua sexuação. ○ Lacan se referiu ao complexo de Édipo sob a forma da metáfora paterna, que vai dar uma resolução à tríade imaginária mãe-criança-falo, na qual o desejo da mãe tem um papel fundamental. ○ A metáfora paterna inscreve a impossibilidade de completude de todo o ser humano e possibilita a sua inscrição enquanto sujeito do desejo. Para Lacan, ao se falar de complexo, já estamos nos referindo à estrutura. ○ Metáfora Paterna ○ O imaginário é constituído na relação intersubjetiva entre a mãe e o filho e constata que a mãe deseja outra coisa (o falo) e não o objeto parcial (o filho), representado por ele; constata sua presença-ausência e finalmente, constata quem é que faz a lei; ○ mas é pela palavra da mãe que é feita a atribuição do responsável pela procriação, palavra que só pode ser o efeito de um puro significante, o nome- do-pai, de um nome, no lugar do significante. ○ Quando se fala do Édipo, dentro dessa relação triangular – mãe, pai e filho – a gente tá falando do tabu do incesto, onde o pai vai encarnar e personificar essa proibição da cultura. ○ O Complexo de desmame organiza a relação entre mãe e a criança; o complexo de intrusão organiza a relação entre a , mãe, a criança e o rival imaginário; ○ O complexo de Édipo organiza a relação entre mãe, a criança e a “imago” paterna. ○ A primeira função dessa imago é a interdição da mãe e a instauração da lei. A lei, ao mesmo tempo que interdita, funda o desejo, fazendo com que não haja Lei sem desejo, nem desejo sem Lei. ○ Lacan irá deslocar o pai do lugar de genitor para o campo do simbólico e passará a designá-lo com um nome: Nome do Pai. Totem ○ O totem não é o pai – representa-o. O retorno do pai como Lei funciona, uma vez que, morto, ele passa a ser um significante. Como representação do pai morto, o totem tem a função de Nome-do-pai, simbolizando a lei. ○ Essa é a releitura que Lacan fez do mito de Totem e tabu. O pai morto institui a lei simbólica, impossível de ser destruída. Mesmo com a morte do pai, a sua função continua existindo e é isso que sustenta o mito de Édipo. A morte do pai funda um lugar de sujeito para o filho. O COMPLEXO DE ÉDIPO NA OBRA DE FREUD ○ O efeito traumático está relacionado ao fato de a criança ser defrontada passivamente coma sexualidade do adulto. Através dos cuidados e do desejo maternos, a criança será introduzida no campo da sexualidade, pois é pelo contato com a mãe, ou de seu substituto, que o corpo do bebê será erogeneizado. ○ O uso do próprio corpo como objeto de satisfação, por exemplo, sugar o polegar, derivado da impossibilidade de a criança dominar o mundo externo confere à sexualidade infantil uma qualidade de autossuficiência. ○ Ao analisar esse primeiro ato sexual - chupar o dedo -, o dedo é o substituto do seio materno e, assim, ele passa a não depender mais do Outro para a sua satisfação. ○ Diante de uma das teorias sexuais infantis à universalidade do pênis. Ela dá origem ao complexo de castração na ocasião da percepção dos órgãos genitais femininos: a fantasia da mulher como um ser mutilado gera no menino a ameaça de castração e, na menina, a inveja do pênis. ○ Em 1909, quando Freud publicou a análise do pequeno Hans, ele queria comprovar suas teses sobre sexualidade infantil. A partir dessa análise, ilustrou e ampliou grande parte do conteúdo que havia sido teorizado em “Sobre as teorias sexuais das crianças”, descobriu o complexo de Édipo, estando este último na base do conflito psíquico. ○ . Assim, as teorias sexuais infantis são expostas já vinculadas aos conflitos edípicos ○ Freud anos mais tarde se apercebeu da falta de simetria no relacionamento edipiano de ambos os sexos. ○ É importante assinalar que nesse modelo - isso, eu e supereu é principalmente em relação ao supereu que Freud indica uma diferença na estruturação subjetiva dos sexos. ○ O supereu é instituído no momento em que o menino abandona os pais como objetos sexuais e os torna objeto de identificação. Em outras palavras, na impossibilidade de tê-los como parceiros sexuais, promete inconscientemente ser como eles – em suas ambições, fraquezas e ideais. FALO ○ imagem do órgão reprodutor masculino, em especial a que era carregada nos antigos festivais em honra a Dioniso, tb. dito Baco, para simbolizar o poder gerador da natureza. ○ função simbólica representada pelo pênis Castração Para Freud Conjunto de das consequências subjetivas, principalmente inconscientes, determinadas pela ameaça de castração, no homem, e pela ausência de pênis na mulher. ○ 2. Para Lacan, conjunto dessas mesmas consequências, enquanto determinadas pela submissão do sujeito ao significante. ○ Ao observar meninas, ou a irmãzinha brincando, suspeita de existe ali algo diferente. No entanto, a primeira reação da criança é “rejeitar o fato” e acreditar que elas realmente têm um pênis. ○ Nesse momento, “encobrem a contradição entre a observação e a preconcepção dizendo-se que o pênis ainda é pequeno e ficará maior dentro em pouco”. ○ Só mais tarde chegam a “conclusão” de que o pênis estivera lá antes e foi retirado. Portanto, a falta de pênis é vista como resultado da castração. A partir desse momento, o menino se angustia, pois, se existem seres que foram castrados, ele corre igualmente o risco da castração ○ Portanto, é a angústia de castração que barra o caminho do menino em direção ao amor pelo pai, fazendo com que ele renuncie ao pai como objeto de amor e se identifique com ele. ○ Sintetizando, para que alcance feminilidade, a menina necessita realizar três passos dos quais o menino não precisa: ○ Essa condição de castrada poderá resultar em 3 diferentes caminhos mas apenas conduzirá à sexualidade normal ( para FREUD): - De revolta deixando de lado não só a sua atividade fálica como como também sua sexualidade em geral, - Ou ser tomada por um sentimento de autoafirmação em relação à sua masculinidade ameaçada, ou seja, ela pode negar ausência do pênis, permanecendo no complexo de masculinidade, que poderá resultar numa escolha de objeto homossexual, ○ Um terceiro caminho será aquele que levará à feminilidade, onde a menina assume uma posição simétrica à da mãe e toma o pai como objeto. Em “novas conferências introdutórias á psicanálise”, intitulada “Feminilidade”, a situação feminina só se estabelece se o desejo do pênis for substituído pelo desejo de um bebê, consoante uma equivalência simbólica. ○ O mito do édipo é ativo no inconsciente do indivíduo ocidental,masculino ou feminino, porém, em outras civilizações, as africanas, por exemplo, O Édipo poderá ser nada mais do que “um pormenor, em um mito imenso”, outras estruturas simbólicas encontrando-se nele, em posição de promover a castração. ○ “A palavra é a morte da coisa” ○ “Se não se pode ter a coisa (objeto perdido), a matamos e a simbolizámos pela palavra” ○ O nome do pai é uma designação endereçada a um reconhecimento de uma função simbólica, circunscrita no lugar onde exerce a lei. Esta designação é que é produto de uma metáfora. O Nome-do-Pai é o novo significante (S2) que, para criança, substitui o significante do desejo da mãe: O desejo ○ O desejo de ser, recalcado em prol do desejo de ter, impõe a criança que engaje a partir de então seu desejo no terreno dos objetos substitutivos do objeto perdido. COMPLEXO DE EDIPO ○ 1º tempo: O que a mãe deseja, não é só o que eu quero mas também é o que eu quero ser pois eu quero estar na ponta desse desejo. Esta relação fusional é suscitada pela posição particular que a criança mantém junto à mãe, buscando identificar-se com o que supõe ser o objeto de seu desejo. ○ Esta identificação, pela qual o desejo da criança se faz desejo do desejo da mãe é amplamente facilitada, e, até, induzida pela relação de mediação da criança ○ Este objeto suscetível de preencher a falta do outro é, exatamente o falo. A criança depara-se, assim, com a problemática fálica em sua relação com a mãe, uma vez que a criança tende a identificar-se como único e exclusivo objeto de desejo do outro. Como observa Lacan, no primeiro tempo do Édipo o desejo da criança permanece radicalmente assujeitado ao desejo da mãe: ○ Tudo se passa então, nesta primeira etapa, como se a criança prescindisse de uma contingência fundamental ligada à problemática fálica da castração. Com efeito, só existe relação fusional com a mãe na medida em que nenhum elemento terceiro parece mediatizar a identificação fálica da criança com a mãe. ○ Em resumo, a identificação com o objeto fálico que alude a mediação da castração convoca- a melhor ainda no terreno de uma oscilação dialética entre ser ou não ser o falo. ○ Não há desejo sem o outro. A autonomia é esse desejo que a gente persegue 2º Tempo ○ É justamente nesse que o “pai” aparece. Esse lugar de potência é reservado ao pai. ○ “Por outro lado, o que interdita o pai? Ora, do ponto de onde partimos, ou seja: a mãe, como é dele, não é da criança. (...)O pai pura e simplesmente frustra a criança da mãe ○ Dito de outra forma, a intrusão paterna na relação mãe-criança- falo se manifesta em registros aparentemente distintos: a interdição, a frustração e a privação. A coisa complica-se ainda mais quando se revela que a ação conjugada do pai, simultaneamente interditor, frustrador, privador, tende a catalisar sua função fundamental de pai castrador. ○ Na Castração a falta simbólica de um objeto imaginário, remete e a interdição do incesto, que é a referência simbólica por excelência. ○ A criança é, pois, intimidada a questionar sua identidade fálica e, ao mesmo tempo, renunciar a ser o objeto do desejo da mãe. ○ Abalada em sua certeza de ser ela mesma objeto fálico desejado pela mãe, a criança é, de agora em diante, forçada pela função paterna a aceitar, não somente não ser o falo, mas também não tê- lo, assim como a mãe, dando-se conta de que ela o deseja lá onde ele é suposto estar e onde torna-se, então, possível tê-lo. ○ Para tê-lo, é preciso que, antes tenha sido estipulado que não se pode tê-lo, que esta possibilidade de ser castrado é essencial na assunção do fato de ter o falo. ○ É importante a presença do pai para que ele consiga ser sujeito. ○ É preciso sair disso para que a simbolização aconteça para que a intelectualidade deslanche. ○ A criança deixa de ser corpo para ser algo mais 3º Tempo ○ Identidade sexual ○ O TEMPO FUNDAMENTAL DESTA ETAPA É MARCADO PELA SIMBOLIZAÇÃO DA LEI, que atesta da melhor forma que acriança recebeu sua plena significação. ○ A confrontação da criança com a relação fálica modifica-se de maneira decisiva, no sentido em que ela deixa a problemática do ser para aceitar negociar por conta própria a problemática do ter . ○ O Menino que renuncia a ser o falomaterno, engaja-se na dialética do ter, identificando-se com o pai que supostamente tem o falo: ser o pai para ter o falo ○ A Menina pode igualmente subtrair-se à posição do não ter: Ela encontra, assim uma identificação possível na mãe; pois, como ela, “ela sabe onde está” ser como a mãe, pois ela sabe onde encontrar o falo, do lado do pai junto aquele que tem ○ PRÓXIMA AULA ○ Material sobre as questões dos trabalhos dos pós freudianos. Projeto de Pesquisa. ○ A dissolução do complexo de Édipo (1924) vol XIX ○ Função Paterna ○ Dia 16.06 - Apres. de Trabalhos ○ Dia 23.06 – Apres. de Trabalhos ○ Dia 30.06 - G1 uma questão são as anotações exposição do André sobre a “Caixa de Areia”. ○ Dia 07.06 - Substituição ○ Para esta aula do dia 09.10.12 Comparação dos textos para a próxima aula dos 3 estágios; ○ Seminário: Ler o texto da” Função Paterna” O NASCIMENTO DA SUBJETIVIDADE NA RELAÇÃO COM O OUTRO ○ Em que mito vive? (...) Para entender uma criança temos que retroceder aonde ela ainda não estava. (Rudolfo, 1990, p.17) ○ A relação mãe-bebê no período considerado por alguns autores como pré- edipiano foi alvo crescente do interesse dos psicanalistas desde que Freud chamou a atenção para o desamparo fundamental em que o bebê humano é lançado ao mundo, precisando tutelar-se no outro para sobreviver. Os estudos derivados desse foco tiveram enorme repercussão na psicologia do desenvolvimento. ○ As pesquisas de René Spitz (1999) sobre o reconhecimento pelo bebê do rosto da mãe ○ Como primeira notícia da construção interna de um “objeto libidinal” (um primeiro objeto investido na memória a partir do qual não apenas o campo representacional iria se organizar, mas a própria percepção tornaria-se possível), tiveram significativa influência nas teorias evolutivas apoiadas na descrição do vínculo pais bebê. ○ A integração afetiva relacionada ao ambiente materno primário esteve, desde aí, no centro das investigações das condições psicopatológicas na infância, relacionadas a ausência da provisão ambiental de uma relação próxima e estável com o adulto cuidador. Baseados em BLEICHMAR, N; BLEICHMAR, C.A. A Psicanálise depois de Freud. Teoria e Clínica. ○ O processo de subjetivação do ser humano apoiado na intersubjetividade das trocas parentais, sobretudo com a mãe, através de frases que subsidiarão autores da psicanálise, adiantando a contribuição dos teóricos pós-freudianos como: Os Pós Freudinos ○ - Sándor Ferenczi ○ - Melanie Klein; ○ - Jacques Lacan ○ - Donald Winnicott ○ - Wilfred Bion ○ - ……………… ? ○ O ser humano é um “deficiente instintivo” (Jeruslinsky, 1989). Nada em seu sistema genético-neurológico lhe confere o objeto capaz de acalmar seu mal-estar _ pela ausência de recursos biológicos depende do outro ○ O animal “sabe” biologicamente o que precisa para aplacar sua incompletude. O ser humano nasce na mais absoluta necessidade de dependência do outro. O objeto humano é constituído pelo Outro. ○ O outro é parte constitutiva do psiquismo _ O semelhante tem uma função estruturante. ○ O Estágio do Espelho (Wallon, Lacan, Winnicott): proposta teórica acerca da constituição do eu no homem, a partir da sua relação com o outro. ○ - eu me identifico com a imagem que o outro antecipa em mim. ○ - O Eu é produto da identificação com o semelhante. Há, na constituição do sujeito, um primeiro momento, necessário de alienação ao desejo do outro (Lacan). ○ Primeira identificação (primeira demarcação de si mesmo) _ a identificação com o desejo da mãe. O olhar da mãe funciona como um espelho. A criança “encanta-se” com este olhar porque ela traz consigo uma resposta daquilo que ela (a criança) é. ○ _ E sou “isso” (esse) que sou olhado Segurado tocado, falado) dessa forma. ○ - A criançavai ocupar um lugar na série de identificações que os pais colocam nela. É a. Aí que vai viver em primeiro lugar. A primeira identificação da criança é com o desejo do outro. Seu primeiro desejo é ser desejado pelo outro. ○ - Qual a identificação que o bebê tem no inconsciente materno? As representações ( do bebê da maternidade) que a mãe carrega a revelia serão determinantes. ○ - De acordo com que o outro deseja, constituir-se-á psicologicamente a imago do objeto faltante. ○ - Padrões crônicos e repetitivos de relação no interior de uma família tem grande significância etiológica. Circulação de mensagem familiares cotidianas _ modalidades da relação com o outro, que tendem a ser repetidas ao longo da vida. O estádio do espelho ○ Sobre o texto “O estádio do espelho como formador da função do [eu][1] tal qual nos é revelada na experiência psicanalítica”, esse conceito fundador que nesse ponto de junção homem e mulher Lacan descobriu uma engrenagem, ○ Clement (1983), vai comentar que o conceito [do Estádio do Espelho] é como um princípio que produz efeitos numa base comum do desenvolvimento infantil. ○ O primeiro tempo dessa experiência ocorre em torno dos 6 meses e se caracteriza pela confusão entre si e o outro, confusão amplamente confirmada pela relação estereotipada que a criança tem com seus semelhantes, e que atesta, sem equívoco, que é sobretudo no outro que ela se vivencia e se orienta. ○ É a construção da forma humana, partindo desse corpo esfacelado: Se eu vim ao mundo é porque algum desejo me gerou de alguém que quis. Esse querer do outro nos torna objetos desse desejo. A partir desse desejo, surgirão hipóteses do sujeito em relação a esse desejo, ou seja, o que querem de mim? ○ No segundo tempo, intermediário entre os 6 e os 18 meses, o outro é a imagem, o corpo se apresenta como totalidade, sendo que a imagem do outro é diferente da realidade do outro e da possibilidade da compreensão do que é uma imagem única. ○ No terceiro tempo, o outro que é a “minha imagem”, reconhece-se. O outro é a imagem, passando à totalidade unificada do corpo próprio. Freud fala do fort-da: o carretel ia e a criança puxava para ver voltar, presença e ausência. ○ Ou seja, já é possível dar função determinada a coisa, dar sentido. Ou ainda, dialetiza as duas etapas precedentes, não somente porque a criança está segura de que o reflexo do espelho é uma imagem, mas, sobretudo, porque adquire a convicção de que não é nada mais que uma imagem, e que é a dela. ○ O “Estádio do Espelho” ordena-se essencialmente a partir de uma experiência de identificação fundamental, durante a qual a criança faz conquista da imagem de seu próprio corpo. ○ Essa busca incansável desta construção do [eu], lança o sujeito no seu enredo interior. Lacan vai dizer que o estádio do espelho deve ser compreendido como uma identificação, “uma transformação produzida no sujeito quando ele assume uma imagem” (1998, p. 97). ○ ). Na ânsia interna de preencher esse vazio o sujeito procura essa representação na imagem refletida no espelho. Podemos pensar esse momento da forma como refere Chemama[1 ○ “a criança antes disso se vê como fragmentada, não fazendo nenhuma diferença entre o que ela é e o que é o corpo de sua mãe, entre ela e o mundo exterior. Carregada por sua mãe, irá reconhecer sua imagem no espelho, antecipando imaginariamente a forma total de seu corpo. ○ Mas é como um outro, o outro do espelho, em sua estrutura invertida que a criança se vê e se observa pela primeira vez, assim instaura-se o desconhecimento de todo ser humano quanto à verdade de seu ser e sua profunda alienação da imagem que irá fazer de si mesmo”. ○ Segundo Roudinesco (1994) o “Eu é o outro” é o que marcou desde o início os Escritos. ○ A partir desse dado trazido por Roudinesco em relação a Lacan é possível se lançar em dados comparativos nas características reinantes no “estádio do espelho” de Lacan, também relevantes no conto “O Espelho” de Machado de Assis. O nascimento do sujeito ○ É claro que o nascimento do sujeito é anterior e posterior ao momento em que o sujeito é concebido. ○ Há um momento em que se pode registrar que aparece no discurso um novo lugar de endereçamento da fala. Um momento pontuável de aparecimento no discurso de um novo lugar. ○ Quer dizer está marcado como um buraco, como um lugar relativamente vazio, uma certa escavação, na série da língua. Um lugar a ser preenchido e que costuma ser marcado com um nome cuja função fundamental a do nome, pelo menos inicial, é a de provocar nesse lugar, um enigma. ○ - Quem é esse que nasce ali? ○ - Quem é esse que ali fala? ○ - O que será que tem para dizer? ○ - Em nome de que e de quem fala? ○ - Para quem fala? Aonde se dirige? COMO VÊEM SE TRATA DE UM ENÍGMA EXTENSO ○ Polissêmico, que tem vários sentidos, várias direções, a cerca das quais não dá para afirmar com certeza alguma ou nenhuma, qual é de todas estas perguntas que o enigma levanta a que prevalece ou qual seria a ordem certa para respondê-las. Não há uma ordem certa para respondê-las ○ Se eu vim ao mundo é que algum desejo me gerou , de alguém que quis que eu viesse ao mundo, isso é muito grande. ○ Isso nos toma como objetos desse desejo. ○ Mas esse sujeito que haverá já está concebido no enigma que o precede? ○ O enigma está formulado desde antes dele nascer biologicamente ○ Em que momento esse sujeito foi concebido antecipadamente, num tempo antecipado que é um tempo lógico, não é um tempo cronológico. ○ Ex: nasceu quando a avó morreu. ○ O método analítico não é deter o pensamento senão mudá-lo de direção ○ É por isso que as crianças que estão bem agarradas a esse enigma, ou seja, estão inscritas firmemente no discurso parental como uma representação simbólica extensa, essas crianças não cansam de perguntar. Não cansam mesmo e levam a exaustão, perguntando, perguntando. E não querem dormir e não querem perder tempo. ○ Abre defesas é estrutural, o desejo, a demanda, temos hipóteses do que querem de nós. ○ Esse lugar é dado pelo olhar da mãe, é estrutural, estruturante.
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