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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
Avaliação do gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde: Estudo de caso em um Hospital no interior da Bahia.
THASSIO SOUSA DE QUEIROZ
CRUZ DAS ALMAS, 2018
42
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
Avaliação do gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde: Estudo de caso em um Hospital no interior da Bahia.
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro Sanitarista e Ambiental.
Orientadora: Anaxsandra da Costa Lima Duarte 
THASSIO SOUSA DE QUEIROZ
CRUZ DAS ALMAS, 2018
THASSIO SOUSA DE QUEIROZ
AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE: ESTUDO DE CASO EM UM HOSPITAL NO INTERIOR DA BAHIA.
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro Sanitarista e Ambiental.
Orientadora: Anaxsandra da Costa Lima Duarte 
Data de aprovação: __/__/____	
Conceito: ___________
Banca examinadora:
Anaxsandra da Costa Lima – Orientadora
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Profa. MSC. Valesca Silveira Correia 
Universidade Estadual de Feira de Santana
Enf. Esp. Manuela da Silva Costa
 Clinica Medica Instituto Cardioimagem
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pois é dele onde retiro toda minha Fé e sem ele não conseguiria nada. 
Aos meus pais, Evandro e Rita, por todo amor, incentivos e por me apoiarem e estarem sempre do meu lado.
Agradeço a minha orientadora, Anaxsandra, por toda ajuda paciência, dedicação e conselhos. Quero agradecer ao Hospital por ter abertas as portas para realização dessa pesquisa, em especial a Diretora, as enfermeiras; Josy, Polianna e Maine, a equipe do Recursos Humanos; Keith, Noemi, Mariana e Nety, e a Rafael da Higienização, sem ajuda deles essa pesquisa não teria acontecido, muito obrigado!!
E obrigado a toda minha família e amigos que, direta ou indiretamente, fizeram parte dessa trajetória.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE: ESTUDO DE CASO NO HOSPITAL EM UM HOSPITAL NO INTERIOR DA BAHIA.
RESUMO
O gerenciamento adequado dos resíduos de serviço de saúde é essencial, pois estes contém substâncias patogênicas, e apresentam um potencial de risco a saúde pública e ao meio ambiente. Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo e exploratório, sendo realizada uma avaliação do gerenciamento de resíduos de serviço de saúde em um Hospital no interior da Bahia com base nos procedimentos estabelecidos pela Resolução ANVISA nº306/2004 sobre o Plano de Gerenciamento de Resíduo de Serviço de Saúde (PGRSS). Também analisou-se a percepção dos funcionários quanto ao gerenciamento do estabelecimento e a fiscalização realizada pelo município sobre os resíduos de serviço de saúde. Verificou-se, através de visita técnica, as etapas de segregação, acondicionamento, armazenamento, coleta e transporte interno e foi observado que algumas destas não estava em consonância com a Resolução da ANVISA nº306/2004 sendo preciso reavaliar os procedimentos técnicos adotados. O estudo demonstrou a necessidade de implementar uma educação permanente e abrangente sobre os RSS para os funcionários, e a falta de fiscalização adequada para que as exigências da resolução vigente venha ser vigorada.
Palavras chaves: RDC ANVISA 306, CONAMA 358, Meio Ambiente, Saúde pública.
LISTA DE FIGURAS
Figura 5.1: Acondicionamento para os resíduos biológicos	33
Figura 5.2: Acondicionamento para os resíduos comuns	33
Figura 5.3: Identificação para os resíduos Biológicos	34
Figura 5.4: Identificação para os resíduos Comuns	34
Figura 5.5: Identificação dos recipientes e acondicionamento para os rejeitos do grupo E.	35
Figura 5.6: Identificação nos recipientes para os resíduos radioativos.	36
Figura 5.7: Carrinho Hamber Azul, para transporte e coleta interna.	37
Figura 5.8: Sala de utilidades do hospital	38
Figura 5.9: Sala de utilidades do hospital.	38
Figura 5.10: EPIs para a Coleta	39
Figura 5.11: Carrinho utilizado para o Transporte Externo	39
Figura 5.12: Abrigo externo do Hospital INCAR	40
Figura 5.13: Abrigo para os resíduos do grupo A, B, C e E	41
Figura 5.14: Abrigo para os resíduos comuns.	41
Figura 5.15: Abrigo para os resíduos comuns	42
Figura 5.16: Abrigo para higienização dos carrinhos.	42
LISTA DE QUADROS
Quadro 3.1: Classificação e identificação dos RSS	14
Quadro 3.2: Hepatite viral tipo B (HVB) causada por lesões ocorridas a partir de acidentes com perfurantes e cortantes.	18
Quadro 3.3: Histórico e descrição das NBR para os resíduos de serviço de saúde.	21
Quadro 3.4: Etapas do gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde.	23
Quadro 3.5: Tabela de simbologia por grupos de resíduos	24
Quadro 5.6: Quantidade de entrevistados por profissão.	43
Quadro 5.7: Simbologia dos Resíduos	49
Quadro 5.8: Sugestões para melhoria do gerenciamento de RSS no Hospital	55
		LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 5.1: Conceito de RSS	44
Gráfico 5.2: Conceito de RSS	44
Gráfico 5.3: Percepção sobre os RSS	45
Gráfico 5.4: Resíduos considerados mais perigosos	46
Gráfico 5.5: Conhecimento sobre o PGRSS	47
Gráfico 5.6: Acesso ao PGRSS	47
Gráfico 5.7: Reunião Sobre o PGRSS	48
Gráfico 5.8: Concepção sobre coleta seletiva	49
Gráfico 5.9: Concepção sobre Coleta Seletiva	50
Gráfico 5.10: Importância da Coleta Seletiva dentro do Hospital.	51
Gráfico 5.11: Descarte correto dos RSS	52
Gráfico 5.12: Treinamento para os Funcionários	53
Gráfico 5.13: Interesse em treinamentos	54
Gráfico 5.14: Acidentes com perfuro cortantes	54
Gráfico 5.15: Avaliação do Gerenciamento de RSS do Hospital	55
Sumário
1.	INTRODUÇÃO	9
2.	OBJETIVOS	11
2.1. OBJETIVO GERAL	11
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS	11
3.	REVISÃO DE LITERATURA	12
3.1 RESÍDUOS SÓLIDOS	12
3.2 RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE: CONCEITO	13
3.3 CLASSIFICAÇÃO DOS RSS	13
3.4 QUANTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS RSS	15
3.5 POTENCIAL E RISCOS ASSOSCIADOS AOS RSS	15
3.6 ASPECTOS LEGAIS E NORMATIVOS DOS RSS NO BRASIL	20
3.7 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE	23
3.8 PLANO DE GERENCIAMENTO DE SERVIÇO DE SAÚDE (PGRSS)	26
3.9 ALGUNS ESTUDOS DE AVALIAÇÕES DO GERENCIAMENTO DE RSS EM HOSPITAIS	28
4.	MATERIAIS E MÉTODOS	30
4.1	TIPO DE PESQUISA	30
4.2 COLETA DE DADOS	30
5.	RESULTADOS E DISCUSSÕES	31
5.1 FISCALIZAÇÕES DO MUNICÍPIO	31
5.2 AVALIAÇÕES DAS ETAPAS DE GERENCIAMENTO DOS RSS NO HOSPITAL	32
5.2.1 SEGREGAÇÃO	32
5.2.2 ACONDICIONAMENTO	33
5.2.3 IDENTIFICAÇÃO	33
5.2.4 COLETA E TRANSPORTE INTERNO	36
5.2.5 ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO	37
5.2.6 COLETA E TRANSPORTE EXTERNO	38
5.2.7ARMAZENAMENTO EXTERNO	40
5.2.8 COLETA E TRANSPORTE EXTERNO	43
5.3 AVALIAÇÕES DA PERCEPÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS	43
6.	CONCLUSÕES	56
7.	REFERÊNCIAS	57
8.	ANEXO A	61
9.	ANEXO B	62
10.	ANEXO C	64
INTRODUÇÃO
Os resíduos sólidos são provenientes das atividades humanas, entretanto o crescimento populacional, os hábitos insustentáveis e o consumismo fizeram com que a quantidade de resíduos sólidos gerados em todo o mundo aumentasse drasticamente. Segundo a ABRELPE (2016) No Brasil a quantidade de RSU coletados em 2016 atingiu um total equivalente a 214.405 t/dia de RSU gerado no país.
A grande produção de resíduos sólidos causa desequilíbrio ao meio ambiente e coloca em risco à saúde pública. De acordo com ANIVSA (2006) Os municípios e a sociedade tem tido um grande desafio com a gestão dos resíduos sólidos urbanos (RSU) no Brasil, em sua concepção, no equacionamento da geração, no armazenamento e na coleta até a disposição final.
Dentre os resíduos gerados, uma categoria que requer manejo específico são os resíduos de serviço de saúde (RSS). Esses resíduos apresentam uma fração inferior a 2% dos resíduos sólidos urbanos gerados, porém a implantação de processosde segregação diferenciada é fundamental, pois por menor que seja a quantidade gerada, os RSS contém substancias patogênicas e perigosas e apresentam um grande potencial de risco a saúde pública e ao meio ambiente (ANVISA, 2006).
O gerenciamento adequado desses resíduos é um processo de extrema importância, pois o descarte inadequado pode colocar em risco a saúde dos trabalhadores, dos usuários, da comunidade e o meio ambiente (ALVES, 2010).
Para minimizar os impactos causados por esses resíduos a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária no uso das suas atribuições, conforme a Resolução – RDC/ANVISA nº 306, de 7 de dezembro de 2004, dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, orientando todo estabelecimento gerador de RSS a elaborar seu próprio plano.
Uma avaliação no gerenciamento das fontes geradoras de RSS é de extrema importância, pois tem com o objetivo conhecer os pontos fracos, para melhorar, e os pontos fortes, para reforçar, de modo que a saúde de todos e o meio ambiente sejam protegidos.
As instituições de saúde como os Hospitais geram resíduos com características especiais, além de possuir trabalhadores com diferentes formações acadêmicas e de vida. A análise desses resíduos pode revelar não apenas se há ou não conformidade com a resolução vigente para o gerenciamento desses resíduos, mas também demonstrar a consciência, as responsabilidades socioambientais, socioeconômicas e a concepção de gerenciamento desses trabalhadores (ALVES, 2010)
Neste contexto, o presente trabalho dissertará sobre a importância do gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde (RSS) e fará uma avalição de suas etapas e a concepção dos funcionários em relação ao gerenciamento no Hospital.
Houve um interesse em avaliar o gerenciamento que está sendo aplicado em seus resíduos e se está em conformidade com a resolução da ANVISA nº 306 de 2004, pois o estabelecimento possui grande importância e que recebe pacientes do próprio município e de toda região do recôncavo baiano.
OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Avaliar o gerenciamento dos resíduos de saúde, de acordo com a RDC nº 306 ANVISA (2004), provenientes de um Hospital do interior da Bahia.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Verificar a existência do Plano de gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS) dentro do hospital.
2. Analisar as etapas que constituem o plano de gerenciamento dentro do estabelecimento.
3. Avaliar a percepção dos funcionários quanto ao gerenciamento de RSS.
REVISÃO DE LITERATURA
3.1 RESÍDUOS SÓLIDOS
Popularmente conhecido como “lixo” os resíduos sólidos podem ser definidos como tudo aquilo que, julgado pelo seu gerador, não ter mais utilidade ou serventia para si, sendo assim descartado.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (através da norma ABNT 10.004/2004), classifica os resíduos sólidos visando fornecer subsídios para o gerenciamento dos resíduos sólidos e defini-os como:
“Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível” (ABNT, 2004).
	Esta norma classifica os resíduos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e a saúde pública, e são estabelecidos em duas classes:
A. Resíduos Classe I = Perigosos.
B. Resíduos Classe II = Não Perigosos.
Resíduos Classe II A = Não inertes.
Resíduos Classe II B = Inertes.
Segundo a própria norma, resíduos classe I ou Perigosos são aqueles que em função das suas propriedades físicas, químicas, infecto-contagiosas causam risco a saúde pública e ao meio ambiente e apresenta uma das características de:Inflamabilidade. Corrosividade, Reatividade,Toxicidade, Patogenicidade
Com relação a origem e natureza a ANVISA (2006) classifica os resíduos sólidos em: domiciliar, comercial, varrição e feiras livres, serviços de saúde, portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários, industriais, agrícolas e resíduos de construção civil.
Dentre os tipos de resíduos produzidos no espaço urbano, os resíduos de serviço de saúde possuem particularidades em sua categoria, pois além das questões ambientais inerentes a qualquer resíduos os RSS apresentam uma preocupação quanto à saúde ocupacional/individual e a saúde coletiva (SCHNEIDER, 2004).
3.2 RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE: CONCEITO
Considerados perigosos, os resíduos de serviço de saúde eram chamados por muito tempo, de lixo hospitalar, pelo porte que os hospitais possuem e por serem os principais geradores de RSS. Entretanto notou-se que esse termo abrange e relaciona todos os setores que geram resíduos com características semelhantes, assim o nome, resíduos de serviço de saúde, foi empregado (PIMENTEL, 2006).
Devido à suas características de periculosidade e principalmente de toxicidade e/ou patogenicidade os resíduos de serviço de saúde enquadram-se nos resíduos classe I da ABNT NBR 10.004/2004, necessitando de cuidados no seu manejo, através de um adequado gerenciamento (ALMEIDA, 2011).
Em concordância com a ANVISA, em sua resolução nº 306 de 2004, a resolução CONAMA Nº 358 (CONAMA, 2005) defini os diversos setores que geram os resíduos de serviço de saúde estabelecida no Art.1desta resolução:
“Esta resolução aplica-se todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, dentre outros similares”(ANVISA, 2004; CONAMA, 2005).
No mesmo contexto e abrangência estabelecidos pelas normas brasileiras, a legislação americana caracteriza e define os Resíduos de serviço de saúde como resíduos perigosos ou ofensivos de natureza tóxica e infecciosa provenientes de práticas médicas, diagnósticos, tratamento, imunização de seres humanos ou animais, enfermagem, odontologia, farmacêutica ou práticas de tratamento à saúde, ensino e pesquisa, os quais podem apresentar riscos ou danos aos seres vivos (CARVALHO, 2010).
3.3 CLASSIFICAÇÃO DOS RSS
Os resíduos de serviço de saúde apresentam características particulares e são classificados de acordo com os riscos que podem apresentar a saúde do ser humano e ao meio ambiente, então um estabelecimento de saúde pode gerar desde resíduos inofensivos até resíduos perigosos.
Estes resíduos possuem grandes variedades de elementos, variando conforme os parâmetros adotados, objetivo ao qual se destinam, natureza do resíduo, potencial de risco e o setor que o gerou. É importante classificar os RSS, pois garante segurança aos processos de gerenciamento, tratamento e disposição final dos resíduos. (PIMENTEL, 2006).
A classificação dos RSS é objeto de um grande número de conflito, pela dificuldade de enquadramento dos diferentes constituintes em classes de resíduo, havendo uma necessidade constante de atualizações e padronização das legislações e normas técnicas referentes a classificação dos RSS. (PUGLIESI, 2010). 
Para Carvalho (2010) A classificação simplifica a separação adequada dos resíduos, permitindo diferenciar qual resíduo está contaminado e o qual não está contaminado, reduz riscos sanitáriose gastos no manuseio; uma vez que garantem o bem estar dos profissionais, pacientes e toda sociedade, tornando o manejo eficaz e eficiente.
Atualmente os RSS são classificados e divididos em cinco grupos diferentes A, B, C, D, E que podem ser observados no quadro 3.1 abaixo.
Quadro 3.1: Classificação e identificação dos RSS
	CLASSIFICAÇÃO
	CARACTERÍSTICAS
	EXEMPLOS
	GRUPO A:
Resíduos
Potencialmente
Perigosos
	Este grupo contempla os resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção e são sub-dividios em cinco grupos distintos (A1, A2, A3, A4, A5).
	Culturas de microrganismos, carcaças, peças anatômicas, sobras de amostras de laboratório, materiais perfurocortantes e etc.
	GRUPO B:
Resíduos Químicos
	São Resíduos que contém substâncias químicas e que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
	Produtos hormonais, antimicrobianos, resíduos contendo metais pesados e etc.
	GRUPO C:
Rejeitos Radioativos
	Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.
	Materiais resultantes de laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear e radioterapia e etc.
	GRUPO D:
Resíduos similares aos domésticos
	Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
	Papel de uso sanitário, resto de alimento, peças descartáveis e etc.
	GRUPO E
Perfurocortantes
	Materiais perfurocortantes ou escarificantes
	Agulhas, ampolas de vidro, limas endodônticas, lâminas de bisturi e etc.
Fonte: CONAMA 358/2005
Cada grupo possui características e riscos distintos e assim, diferentes formas de manuseio.
3.4 QUANTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS RSS
A quantificação mede o quanto foi gerado desses resíduos dentro do estabelecimento de saúde, relacionando a quantidade média gerada por dia com o número de leitos ocupados, obtendo-se um parâmetro comparativo. (CARVALHO, 2010).
O volume ou o peso produzido de RSS de um hospital ou em um estabelecimento de serviço de saúde diversifica com o tipo e quantidade de serviços prestados, o número de pacientes atendidos, desenvolvimento técnico-cientifico e econômico, entre outros. Quanto maior a complexidade dos serviços prestados, maior é a probabilidade de produção de grandes volumes de RSS (ALMEIDA, 2006).
A quantificação é um dado importante que dar subsídios para o gerenciamento que será adotado no estabelecimento, pois para elaborar projetos de armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos RSS, é fundamental conhecer a quantidade que está sendo gerado pelo estabelecimento. (PUGLIESI, 2010).
As características físicas, químicas e biológicas dos resíduos gerado sdeve ser realizada antes de elaborar o modelo de gerenciamento, a fim de garantir a segurança e o mínimo de riscos aos funcionais que manuseiam os resíduos, ao meio ambiente e a comunidade como um todo. (SILVA, 2008)
O conhecimento das características físicas é fundamental na implementação do PGRSS, sendo essencial para os estudos de redução, reutilização e reciclagem. Quando se tem a caracterização física dos RSS é possível uma adequada segregação de características semelhantes, permitindo formas racionais e diferenciadas de acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e/ou disposição final (CARVALHO, 2010).
3.5 POTENCIAL E RISCOS ASSOCIADOS AOS RSS
Com quantidades geradas inferiores aos resíduos sólidos, os resíduos de serviço de saúde possuem composição heterogênea e devem ser tratados de forma distintas dos demais resíduos requerendo uma atenção especial em todas suas fases de manejo, por apresentam características de periculosidade e oferecer preocupantes riscos à saúde do homem e ao meio ambiente.
Existe um consenso da comunidade acadêmica cientifica que aceita a presença dos potenciais riscos associados aos RSS sobre a saúde de quem manipula, no aumento da taxa de infecção hospitalar e no impacto sobre o meio ambiente (OLIVEIRA, 2011).
De acordo com a NBR 10.004/2004, a periculosidade de um resíduo está nas características apresentadas em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas que possam apresentar: riscos à saúde pública e riscos ao meio ambiente.
Os potenciais de riscos que os RSS apresentam são citados por SCHNEIDER (2001 apud GIL, 2007) ediz que:
i. Á saúde ocupacional de quem manipula esses resíduos: o risco ocorre em todos os camadas de contato, seja ligado a assistência medica ou medica veterinária, até o pessoal de limpeza e manutenção ou os próprios usuários dos serviços.
ii. No aumento da taxa de infecção hospitalar: gerenciamento inadequado desses resíduos apresentaria 10% dos casos de infecção hospitalar, conforme a associação paulista de controle e infecção hospitalar.
iii. Ao meio ambiente: a alteração das características do meio devido a destinação inadequada dos resíduos possibilita desde a contaminação dos mananciais de água potável, até a disseminação de doenças por vetores que se multiplicam nesses locais ou que fazem dos resíduos a sua fonte de alimentação.
Conforme Organização Mundial da Saúde (WHO,1999 apud SILVA, 2008) a exposição de resíduo com potencial perigoso pode causar doenças ou lesões aos trabalhadores da área de saúde e setores relacionados (coleta, tratamento e disposição final) e para o público em geral, além dos impactos negativos ao meio ambiente.
Os riscos relacionados a má disposição e segregação dos RSS, além de causar danos ao meio ambiente, coloca em risco os trabalhadores, tanto os profissionais de saúde quanto os responsáveis pelos serviço de limpeza e coleta do lixo, abrangendo a todos que estão dentro e fora do estabelecimento de saúde (ALVES, 2010).
Segundo PRÜSS et al (1999 apud TAVARES, 2004) os principais grupos de pessoas que estão expostas aos riscos dos RSS são os médicos, enfermeiros, funcionários (lavanderia, limpeza, recolha e transporte de resíduos), pacientes, visitantes, funcionários do tratamento e destino final dos resíduos e catadores.
A propriedade perigosa dos RSS pode estar associado a presença de: agentes infecciosos, perfuro cortantes, genotóxicos, substâncias químicas tóxicas, e perigosas ou fármacos e radioatividade. Sendo que, os riscos biológicos ou agentes infecciosos (bactérias, fungos e vírus) apresentam riscos mais evidentes para o meio ambiente e a saúde do homem (CARVALHO, 2010). Neste mesmo sentido de raciocínio Sanches (1993) apud Schneider (2004) afirma que os riscos biológicos são os mais preocupantes em termo de RSS, por inocularem agentes infectantes.
A presença de microrganismos patogênicos em RSS é comprovada por diversos estudos, sendo os mais freqüentes: bacilos Gram-negativos entéricos (coliformes, Salmonella typhi e Shigella sp, Pseudomonas sp), cocos Gram-positivos (Streptococcus, Staphylococcus aureus), fungos (Candida albicans) e vírus (vírus da hepatite A e B, vírus entéricos e pólio tipo 1 (OLIVEIRA et al, 1998 apud PAIZ, 2014).
A ineficiência no gerenciamento faz com que os microrganismos sobrevivam por tempo considerável no interior do rejeito hospitalar, tendo em sua composição o risco a saúde humana e ao meio ambiente (TORGA, 2005) 
Os vetores (roedores, insetos) possuem grande importância na disseminação ou sobrevivência de microrganismos patogênicos no ambiente. Estes se alimentam e se desenvolvem em resíduos orgânicos quando há uma gestão de resíduos ineficiente, assim sendo portadores e transmissores de doenças (TAVARES, 2004).
Além dos fatores microbiológicos, estudos ressaltam e relatam a importância dos riscos infectantes associados aos RSS devido aos materiais perfurocortantes que possuem grande possibilidade de transmissão de doenças(SILVA et al, 2002).
Os riscos associados aos resíduos de serviço de saúde estão vinculados, principalmente, aos acidentes que ocorrem devido às falhas no acondicionamento e segregação dos materiais perfuro-cortantes sem utilização de proteção mecânica (ANVISA, 2006).
O sangue é um fluido corpóreo e o material orgânico que possui maior significância epidemiológica relatado nos acidentes. Tem-se que a cada 300 exposições de percutâneas a sangue contaminado; o risco de infecção por HIV pós-exposição ocupacional percutânea com sangue contaminado é de aproximadamente 0,3%, pelo vírus do HBV varia de 6-30% e chega até a 60%, e o HCV é de aproximadamente 1,8%, mas esta taxa depende do paciente, da fonte e entre outros fatores relacionados a contaminação (JULIO, et al, 2014).
A partir dos dados obtidos pela ATSDR (1990), CARVALHO (2010) criou uma tabela que demonstra a quantidade de lesões ocorridas com trabalhadores dos estabelecimentos de serviço de saúde e serviços sanitários causados por pefurocortantes e infecções, que estão dispostas no Quadro 3.2, abaixo:
Quadro 3.2: Hepatite viral tipo B (HVB) causada por lesões ocorridas a partir de acidentes com perfurantes e cortantes.
	PROFISSIONAL DA ÁREA
	N. ANUAL DE PESSOAS QUE SOFRERAM LESÕES POR PERFUROCORTANTES
	N. ANUAL DE INFECÇÕES POR HVB CAUSADA A PARTIR DAS LESÕES
	Enfermeiros (as)
	17.700 – 22.200
	56 – 96
	Em hospitais,
Fora dos hospitais
	28.000 – 48.000
	26 – 45
	Trabalhadores de laboratórios
De hospitais
	800 – 7.500
	2 – 15
	Trabalhadores dos serviços de
Limpeza do hospital
	11.700 – 45.300
	23 – 91
	Técnicos de hospitais
	12.200
	24
	Médicos e dentistas em
Hospitais
	100 – 400
	< 1
	Médicos fora do hospital
	500 – 1.700
	1 – 3
	Dentistas fora do hospital
	100 – 300
	< 1
	Assistentes de dentista fora
Do hospital
	2.600 – 3.900
	5 – 8
	Pessoal médico do atendimento
De emergência fora do hospital
	12.000
	24
	Trabalhadores com manuseio fora do hospital
	500 – 7.300
	1 – 15
Fonte: (WHO, 1999 apud CARVALHO, 2010).
Acidentes com trabalhadores da área de saúde acontecem por todo mundo. Segundo NIOSH (2005 apud SILVA, 2008) nos estados unidos existem 8 milhões de trabalhadores na área de saúde e estima-se que há de 600 a 800 casos de acidentes com perfuro cortantes.
No Brasil existe um sistema de vigilância de acidente de trabalho com material biológico em serviços de saúde que notificou, entre março de 2002 a julho de 2010, 5.568 acidentes, sendo destes 14,7% ocorreram durante o descarte de resíduos perfurocortantes, sendo que 5,7% aconteceram durante o descarte no coletor e 5,1% durante o trânsito para o descarte e 16,8% dos acidentes se deveram à agulha e objetos perfurocortantes desprezados em locais inadequados. Desses, 3,9% foram durante o manuseio do lixo e 3,3% devido a material deixado em bancadas ou bandejas (RAPARRINI et al, 2010 apud ALVES, 2010).
As principais causas dos acidentes ocorridos por perfurocortantes estão relacionados a negligência de normas, descarte inapropriado, incapacidade ou inexperiência dos profissionais, condições inadequadas, instruções incorretas ou insuficientes, falhas de supervisão e orientação, falta ou uso incorreto dos equipamentos de proteção individual (SILVA et al 2010).
Uma avaliação da exposição ocupacional a material biológico em serviços de saúde realizada por Valim e Marziale (2010) registrou 85 acidentes em instituições de saúde de um município do interior de São Paulo, no qualo descarte inadequado dos RSS, como em sacos de lixo comum e a manipulação da caixa coletora, somou 35,2 % dos acidentes registrados.
Foram registrados 460 acidentes com exposição a material biológico e a principal causa, dos acidentes percutâneos, foi o descarte inadequado de material perfurocortante em sacos de lixo ou em bancada, cama, chão e entre outros locais. Isso ocorre porque os coletores são improvisados pela falta de armazenamento adequado, são localizados distantes dos pontos de realização de procedimentos, disposição dos resíduos acima da capacidade recomendada e presença de agulhas e outros perfurocortantes dispostos fora dos recipientes (JULIO et al, 2014).
Silva et al(2010) registrou 149 acidentes com material perfurocortantes no período de 2002 a 2006, envolvendo a equipe de enfermagem de um hospital universitário e afirma que apesar de toda abordagem sobre os riscos associados aos RSS ainda existe um grau significante do desconhecimento ou banalização dos agravos causados por esses materiais a saúde de quem o manipula.
De acordo com TAVARES (2004) deve-se ter atenção e não desconsiderar os riscos associados aos resíduos de serviço de saúde produzidos nos domicílios, resíduos oriundos do uso de ilícito de drogas (administração endovenosa), do comércio de piercings e de tatuagens.
Para afirmar que os RSS representam um problema de ordem física, sócio econômica, sanitária e ambiental Takayanagui (2005) apud Oliveira (2011) conclui e explica sobre o potencial risco dos RSS dizendo que: 
“Essas considerações acerca do potencial de risco que os resíduos gerados de serviço de saúde apresentam a saúde humana e ao meio ambiente confirmam a necessidade de considerar que os RSS podem representar, sem dúvida, a causa direta e indireta de transmissão de doenças infecciosas e de contaminação do meio ambiente se não forem seguidas as recomendações técnicas e legais dos principais organismos sanitários e ambientais públicos. (TAKAYANAGUI, 2005).
Com essa visão de reconhecimento da periculosidade dos resíduos de serviço de saúde fica imprescindível um gerenciamento adequado dos RSS, utilização de equipamento de proteção individual (EPI) pelos profissionais que o manipulam, educação permanente nos profissionais abrangendo riscos e prevenções dos acidentes, maiores investimentos e fiscalizações mais severas em qualquer estabelecimento que o gere, minimizando ou evitando os impactos negativos causados por esses resíduos.
3.6 ASPECTOS LEGAIS E NORMATIVOS DOS RSS NO BRASIL
Os resíduos de serviço de saúde são uma problemática devido a sua periculosidade e sua crescente geração. São empregadas diversas maneiras para o tratamento dos resíduos de serviço de saúde, cada pais tem suas próprias normas e legislações vigentes que vise minimizar ou evitar os impactos negativos por eles causados e assim, estabelecer um adequado gerenciamento.
Em 19 de setembro de 1991 entra em vigor a resolução do CONAMA n° 006 que desobriga a incineração ou qualquer outro tratamento de queima dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos, e aos Estados e Municípios que não concordarem com o incineração devem obedecer normas, estabelecidas pelos órgãos estaduais, para tratamento especial como condição para licenciar a coleta, o transporte, o acondicionamento e a disposição final.
 A fim de melhorar o tratamento pertinentes aos resíduos de serviço de saúde o CONAMA publicou a resolução nº 5/1993 que define normas mínimas para o tratamento dos resíduos de serviço de saúde em portos e aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários.
Considerando a necessidade de aprimoramento, atualização e complementação dos procedimento contidos na resolução CONAMA Nº 5/1993, o mesmo órgão publicou a resolução nº 283, de 12 de julho de 2001 que Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde, visando a prevenção a saúde pública e ao meio ambiente.
Nesta concepção e no uso das atribuições que lhe confere a Agência Nacional de Vigilância Sanitário-ANVISA, publicou a Resolução RDC n.º 33, de 25 de fevereiro de 2003 que Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Esta resolução passou a considerar os riscos dos RSS relacionados aos trabalhadores, a saúde e ao meio ambiente (Ministério das Cidades, 2008).
Essa situação gerou a busca por harmonização entre as duas normas vigentes e, atualmente, no Brasil, o resíduos de serviço de saúde são dispostos, em concordância, por duas normas, afim de promover um gerenciamento adequado protegendo a saúde humanae o meio ambiente: São estas:
1. Resolução do CONAMAnº 358, de 29 de abril de 2005 que Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências
2. Resolução – RDC/ANVISA nº 306, de 7 de dezembro de 2004 que Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
Reconhecendo a uniformidade entre as normas citada a cima Schneider et al (2004) apud Schneider(2004) Afirma que “é impossível atender a uma sem esbarrar na outra, pois ambas complementam no processo de decisão dos geradores quanto ao sistema de gerenciamento dos resíduos a ser adotado”. 
A fim de complementar as resoluções atuantes no país, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) elaborou normas mínimas que devem ser cumpridas para o gerenciamento dos RSS, que podem ser observadas, historicamente, no quadro 3.3 abaixo.
Quadro 3.3: Histórico e descrição das NBR para os resíduos de serviço de saúde.
	NORMAS (ABNT)
	DESCRIÇÃO
	NBR 10.004 (ABNT,1987)
	Estabelece a Classificação de Resíduos Sólidos quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública. Cancelada em 30/05/2004 e substituída por: NBR 10004/2004
	NBR 9.190 (ABNT, 1993a)
	Estabelece a Classificação de sacos plásticos para acondicionamento de lixo
	NBR 12.807(ABNT, 1993b)
	Estabelece as terminologias dos Resíduos de Serviços de Saúde; define os termos empregados em relação aos RSS. Esta norma foi cancela e substituída pela NBR 12807/2013.
	NBR 12.810 (ABNT, 1993c)
	Estabelece os procedimento para Coleta interna e externa dos Resíduos de Serviços de Saúde
	NBR 13853 (ABNT, 1997)
	Estabelece as características dos coletores destinados ao descarte dos RSS perfurocortantes, tipo A4, conforme a NBR 12808.
	NBR 7.500 (ABNT, 2000a)
	Estabelece Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e Armazenagem de Materiais
	NBR 9.191 (ABNT, 2000b)
	Estabelece os sacos plásticos para acondicionamento do lixo – Requisitos e métodos de ensaio. Esta norma foi substituída pela NBR 9191/2008
	NBR 14725 (ABNT,2001)
	Ficha de informações de segurança de produtos químicos para preenchimento da – FISPQ.
	NBR 12807 (ABNT, 2013a)
	Procedimento de Manuseio dos RSS. Estabelece os termos empregados em relação aos resíduos de serviço de saúde.
	NBR 12.809 (ABNT, 2013b)
	Estabelece os procedimentos necessários ao gerenciamento intra-estabelecimento de resíduos de serviços de saúde os quais, por seus riscos biológicos e químicos, exigem formas de manejo específicas, a fim de garantir condições de higiene, segurança e proteção à saúde e ao meio ambiente
	NBR 12808 (ABNT, 2016)
	Classifica os resíduos de serviços de saúde quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que tenham gerenciamento adequado.
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT
As legislações estabelecem que determinadas classes de resíduos de serviços de saúde devem ser tratados antes de serem encaminhados à disposição final; entretanto, cerca de 25,7% dos municípios brasileiros destinaram seus RSS sem declarar o tratamento prévio apresentando riscos diretos aos trabalhadores, à saúde pública e ao meio ambiente (ABRELPE, 2016).
Somente as legislações em vigor não garantem uma efetividade para solução em questão, é necessário investimentos em ações de educação ambiental para a participação e a conscientização ambiental da comunidade, infiltrando uma cultura que desenvolva práticas sustentáveis.
3.7 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE
Gerenciar significa planejar, organizar, executar atividades que facilitem o processo de trabalho. Então o gerenciamento é uma ação conjunta que varia com as condições e características locais e regionais, visa a minimização da quantidade e o bloqueio dos efeitos causados pelos RSS, consistindo em todas as ações realizadas para gerenciar os resíduos dentro e fora do estabelecimento de serviço de saúde, desde a sua geração até a disposição final (PIMENTEL, 2006).
A Resolução RDC 306 (ANVISA, 2004) define o gerenciamento dos RSS como sendo: 
“um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e com fundamentações científicas e técnicas, normativas e legais, com o intuito de minimizar a sua produção e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente, devendo abranger todas as etapas de planejamento dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos no manejo dos RSS”.
Em conformidade com a própria resolução as etapas que abrange o gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde estão divididas em: segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento temporário, armazenamento externo, coleta e transporte externo, tratamento e destino final, sendo descritas no Quadro 3.4 a seguir.
Quadro 3.4: Etapas do gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde.
	ETAPAS
	DESCRIÇÃO
	SEGREGAÇÃO
	Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos.
	ACONDICIONAMENTO
	Consiste em recipientes, sacos que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura, estabelecidos pela NBR 9191/2000 da ABNT. A capacidade e o tipo de acondicionamento variam com a geração diária e com a característica de cada resíduo gerado.
	IDENTIFICAÇÃO
	São medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSS. Para entender mais, a avisa disponibilizou uma tabela de simbologia de identificações para cada resíduo.
	TRANSPORTE INTERNO
	Consiste no transporte dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta.
	ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO
	É um lugar temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa. Não poderá ser feito armazenamento temporário com disposição direta dos sacos sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento
	TRATAMENTO
	Consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de dano ao meio ambiente. O tratamento pode ser aplicado no próprio estabelecimento gerador ou em outro estabelecimento.
	ARMAZENAMENTO EXTERNO
	Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores.
	COLETA E TRANSPORTE EXTERNOS
	Consistem na remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana.
	DISPOSIÇÃO FINAL
	Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental de acordo com a Resolução CONAMA nº.237/97.
Fonte: ANVISA, 2004
O Quadro 3.5, de simbologia por grupos de resíduos, criada pela ANVISA (2006) demonstra que a etapa de identificação deve ser de fácil visualização, de forma indelével, com símbolos, cores e frases, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e aos riscos específicos de cada grupo de resíduos.
Quadro 3.5: Tabela de simbologia por grupos de resíduos
	Os resíduos do grupo A são identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundobranco, desenho e contornos pretos.
	
	Os resíduos do grupo B são identificados através dosímbolo de risco associado e com discriminação deSubstância química e frases de risco
	
	Os rejeitos do grupo C são representados pelo símbolo internacional de presença de radiação Ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de Fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da Expressão MATERIAL RADIOATIVO.
	
	Os resíduos do grupo D podem ser destinados à reciclagem ou à reutilização. Quando a reciclagem for adotada, sua identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes, usando código de cores e suas correspondentes nomeações, baseadas na Resolução CONAMA Nº 275/01, e símbolos de tipo de material reciclável. Para os demais resíduos do grupo D deve ser utilizada a cor cinza ou preta nos recipientes. Pode ser seguida de cor determinada pela Prefeitura. Caso não exista processo de segregação para reciclagem, não há exigência para a padronização de cor destes recipientes.
	
	Os produtos do grupo E são identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de RESÍDUOPERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo.
	
Fonte: ANVISA, 2006.
Vale ressaltar que a imagem de identificação para o Grupo C, trazida pelo Manual da ANVISA (2006) a cima, não condiz com a própria descrição na qual diz que deve ser identificado em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, e não em vermelho como na imagem. 
Então manual deve ser revisto para não causar confusão aos leitores e que venham proporcionar o gerenciamento de forma adequada. Para o estudo, foi utilizado o que está na descrição e não na imagem.
A organização Mundial da Saúde (2005) apud Silva(2008) dispõe que as etapas do gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde compreende a remoção e a disposição dos resíduos de maneira mais higiênica possível, minimizando os riscos causados a saúde humana e ao meio ambiente.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) em sua resolução N. 358, de 29 de abril de 2005 no Art. 3 dispõe que:
Cabe aos geradores de resíduos de serviço de saúde e ao responsável legal, o gerenciamento dos resíduos desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública e saúde ocupacional, sem prejuízo de responsabilização solidária de todos aqueles, pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, causem ou possam causar degradação ambiental, em especial os transportadores e operadores das instalações de tratamento e disposição final, nos termos da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981 (CONAMA 358/2005).
Em conformidade com a resolução RDC 306 (ANVISA, 2004) O gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos no manejo dos RSS.
3.8 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE (PGRSS)
Os riscos gerados pelos RSS estão sempre relacionados a um plano de gerenciamento inadequado nos estabelecimentos de serviço de saúde. A elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos, envolve diversas questões, tais como a formação, a definição clara das responsabilidades, a atribuição dos recursos humanos e financeiros, que visem às práticas adequadas no que diz a respeito ao manejo, ao armazenamento, tratamento e a destinação final dos serviços de saúde (WHO, 2005 apud SILVA, 2008).
O PGRSS auxilia no gerenciamento dos resíduos gerados em um estabelecimento de serviço de saúde, visando minimizar os riscos à saúde, reduzir custos de manejo, minorar os impactos ambientais causados e proporcionar a reciclagem dos resíduos gerados (PIMENTEL, 2006).
Em concordância com a ANVISA, em sua resolução nº 306 de 2004, o CONAMA nº358 de 2005 definiu o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) como sendo um:
“Documento integrante do processo de licenciamento ambiental, baseado nos princípios da não geração de resíduos e na minimização da geração de resíduos, que aponta e descreve as ações relativas ao seu manejo, no âmbito dos serviços mencionados no art. 1º desta Resolução, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, reciclagem, tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública e ao meio ambiente” (CONAMA 358/2005).
Em conformação com as mesmas resoluções todo estabelecimento que gere resíduo deve elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS baseado nas características dos resíduos gerados e na classificação, estabelecendo as diretrizes de manejo dos RSS de acordo com a legislação vigente e com as normas locais relativas à coleta, transporte e disposição final dos resíduos gerados nos serviços de saúde. O estabelecimento deve manter cópia do PGRSS disponível para consulta.
De acordo com a Resolução RDC 306 (ANVISA, 2004) A responsabilidade pela elaboração da PGRSS deve ser designada por profissional de nível superior, habilitado pelo seu conselho de classe, com apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica-ART, Certificado de Responsabilidade Técnica ou documento similar, quando couber.
Em conformidade com a própria resolução o PGRSS deve obedecer a critérios técnicos, legislação ambiental, normas de coleta e transporte dos serviços locais de limpeza urbana e outras orientações contidas neste Regulamento.
Os estabelecimentos de serviços de saúde são os responsáveis pelo correto gerenciamento de todos os RSS por eles gerados, pertencendo aos órgãos públicos, dentro de suas competências, a gestão, regulamentação e fiscalização (ANVISA, 2006).
O Manual de gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde - ANVISA (2006) elaborou um passo a passo para a realização de um PGRSS que pode ser aplicado para todos os estabelecimentos geradores de RSS, facilitando a tomada de decisões e a consulta de todos interessados. Essas etapas estão sucintamente abaixo:
1. Identificação do Problema: Abrange o reconhecimento do problema e a sinalização positiva da administração para início do processo.
2. Definição da equipe de trabalho: Abrange a definição de quem faz o que e como. Tendo o objetivo de designar profissional para a elaboração e implantação do PGRSS.
3. Mobilização da Organização: Abrange o envolvimento da organização para a realização do PGRSS com o objetivo de sensibilizar os funcionários sobre o processo que será iniciado, disseminando informações gerais e específicas sobre RSS e o PGRSS.
4. Diagnóstico da Situação dos RSS: Abrange o estudo da situação do estabelecimento em relação aos RSS para identificar as condições do estabelecimento e as áreas críticas, fornecendo os dados necessários para a implantação do plano de gestão.
5. Definição de metas, objetivos, período de implantação e ações básicas: Corresponde à organização e sistematização de informações e ações que serão a base para a implantação contínua do PGRSS.
6. Elaboração do PGRSS: Abrange o plano para o gerenciamento contínuo dos resíduos de serviços de saúde em todas suas etapas.
7. Implementação do PGRSS: Abrange as ações para a implementação do PGRSS, com base no documento contendo o plano validado pelo gestor do estabelecimento ou instituição
8. Avaliação do PGRSS: Estabelece os períodos e formas de avaliação do PGRSS, de acordo com indicadores. Verificar se os resultados esperados foram ou serão atingidos.
As características dos resíduos gerados diferenciam em cada estabelecimento de serviço de saúde, sendo assim cada gerador deve possuir seu próprio PGRSS, não sendo possível um mesmo plano de gerenciamento para mais de um estabelecimento.
3.9 ALGUNS ESTUDOS DE AVALIAÇÕES DO GERENCIAMENTO DE RSS EM HOSPITAIS
Entre as fontes geradoras definidas na resolução CONAMA 358/2005, a mais conhecida e também a maior geradora são os hospitais, pois possuem uma ampla estrutura e oferecerem inúmeras prestações de serviços, encontrando assim uma maior heterogeneidadedos resíduos gerados (M Cidades, 2008).
Segundo Camargo et al. (2009) as Instituições Hospitalares estão entre as organizações mais complexas de serem administradas, onde são reunidos vários serviços e situações simultâneas, devido a isso, essas organizações são cada vez mais regidas por leis, normas, regulamentações e portarias.
Segundo Conrady et al. (2010) apud Silva, Von Sperling e Barros (2014) em média 15% do total de resíduos gerados nos hospitais pertence a resíduos infectantes, entretanto estabelecimentos de saúde tem excedido essa média gerando quase 70% de resíduos infectantes, reflexo de um fraco sistema de gerenciamento, especialmente no estágio de segregação que pode promover a contaminação da massa inteira de resíduos.
Em uma avaliação do gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, realizada por Silva, Von Sperling e Barros (2014), em 53 estabelecimentos da região metropolitana de Belo Horizonte constatou que existe uma dificuldade dos municípios em atender aos preceitos legais e técnicos recomendados na RDC ANVISA nº 306/2004 e na Resolução CONAM nº 358/2005 nas etapas do gerenciamento dos RSS. Apresentaram-se os seguintes problemas: “inadequação dos abrigos externos de RSS; forma de acondicionamento dos RSS; uso incorreto de EPIs; na adaptação e estado dos veículos utilizados na coleta externa, levando a refletir que talvez seja desconhecido ou menosprezado o potencial de risco dos RSS”.
Segundo Carvalho (2010) o gerenciamento de resíduo de serviços de saúde (PGRSS) do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti apresentou diversos erros que vão contra as normas vigentes. Resíduos das diferentes classes foram encontrados em um mesmo recipiente, resultado da falta de conhecimento ou negligência dos funcionários quanto à correta forma de segregar os diversos tipos de resíduos. 
A análise relatou problemas na gestão dos RSS especialmente pela falta de apropriação do PGRSS como política ambiental da instituição, fato que se reflete no gerenciamento, com problemas no descarte e acondicionamento dos resíduos, além da falta de infraestrutura adequada para manejo dos RSS (MADERS e CUNHA, 2015).
Um estudo realizado em dois hospitais da cidade de São Paulo, sobre o gerenciamento dos RSS revelou que é ambos precisam de melhorias e que o Hospital Particular oferece mais oportunidades aos seus colaboradores, como treinamentos e palestras, quando comparado ao Hospital Municipal” (Varago et al, 2016).
Oliveira et al. (2013) avaliaram os procedimentos adotados da gestão de RSS no Hospital da cidade de Guaporé-RS, e seu trabalho mostrou que o sistema de manejo, no geral, pode ser considerado bom, pois pontos falhos existentes se devem, de modo geral, à falta de conhecimento das normas técnicas vigentes. Dessa forma, uma adequação às normas seria uma alternativa para solucionar os problemas encontrados no sistema de manejo de resíduos no hospital.
Na Avaliação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde no Hospital Municipal de Arapoti, Souza e Biscaia (2016) observaram que apesar das dificuldades existentes para um bom manejo e controle dos RSS, os profissionais envolvidos possuem o conhecimento técnico para o desenvolvimento das atividades e consciência da responsabilidade perante a gestão de resíduos.
O gerenciamento dos RSS no Hospital Universitário Alcides Carneiro em Campina-PB avaliado por Morais (2013) mostrou falhas em todas as etapas do gerenciamento dos resíduos, desde a segregação até a coleta externa e um desconhecimento do plano de gerenciamento local e das leis e normas dos RSS por parte dos funcionários e profissionais da área da saúde que atuam no HUAC.
Em um diagnóstico realizado por Schneider (2004) no sistema de gerenciamento de resíduos sólidos de serviço de saúde em um Hospital escola do sistema único de saúde e em um hospital Conveniado, quanto ao atendimento aos instrumentos legais e normativos foi identificado o desconhecimento de ambos, portanto o não atendimento das edificações dos ambientes para armazenamento interno e externo, além de que instrumentos normativos ainda que existentes não era de domínio profissional, tanto da área de saúde quanto da de engenharia e arquitetura denotando uma lacuna na formação desses profissionais. 
MATERIAIS E MÉTODOS
1.1 TIPO DE PESQUISA
Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, sendo realizada uma revisão bibliográfica por meio de sites acadêmicos, revistas, artigos, livros, manuais, bem como um estudo aprofundado das legislações pertinentes ao tema, e também utilizou um estudo de caso.
4.2 COLETA DE DADOS
	A presente pesquisa foi desenvolvida a partir do levantamento de informações sobre o gerenciamento e aspectos legais dos resíduos do serviço de saúde no hospital. Trata-se de um estudo qualitativo e quantitativo, que visa diagnosticar e verificar se o atual gerenciamento dos resíduos de saúde no estabelecimento está em consonância a resolução RDC nº306 (ANVISA, 2004). 
Como instrumentos para coleta de dados referentes ao cumprimento das legislações vigentes foram utilizados visitas técnicas e questionários desenvolvidos conforme referencial teórico levantado e modelos de autores pesquisados baseadas na classificação da RDC nº 306 (ANVISA, 2004).
A primeira fase consistiu na coleta de informações sobre a existência do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde, bem como a avaliação das etapas de gerenciamento dos RSS no hospital. Os dados foram coletados por meio de uma visita técnica realizada em 18/12/2017, com a ajuda de um check-list elaborado a partir de revisões bibliográficas (Conforme Anexo A)
Na segunda etapa foi avaliada a percepção dos funcionários quanto ao gerenciamento de RSS, por meio de um questionário elaborado através de revisões bibliográficas. (Conforme Anexo B). 
Foram entrevistados os profissionais, dentre os que trabalham no hospital, que tinham maior envolvimento com o gerenciamento dos RSS. Com a finalidade de saber a quantidade necessária de entrevistados para a pesquisa, realizou-se um cálculo de amostragem aleatória simples (BARBETTA, 2002).
· 
· 
Onde,
A última fase da pesquisa consistiu na proposição de melhorias para o hospital em estudo a respeito do gerenciamento dos RSS.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 FISCALIZAÇÕES DO MUNICÍPIO
Nesta etapa foi realizada uma entrevista, por meio de um questionário, realizada com a Vigilância Sanitária do Núcleo Regional de Saúde (NRS) do município de Santo Antônio de Jesus – BA, no intuído de conhecer os aspectos legais e referentes ao licenciamento e fiscalização dos estabelecimentos de serviço de saúde do município.
Segundo a entrevista existem 03 Hospitais em funcionamento na cidade, sendo que dois estão em processo de licenciamento e aguardando inspeção, e o outro não possui licenciamento.
Foi relatado que fiscalização nos Hospitais da cidade é de responsabilidade da Vigilância Sanitária Estadual (Regional ou Central), sendo realizada anualmente, porém pode ser feita quando existir denúncia ou demanda. De acordo com a entrevistada, essa fiscalização é realizada com roteiro determinado, entretanto não foi disponibilizado para análise do autor.
Não identificando os meios e nem a frequência, a vigilância sanitária disse que também fiscaliza as empresas que fazem os serviços de coleta e tratamento dos RSS dos hospitais do município, porém apenas a empresa que presta serviço ao Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus possui licenciamento ambiental atualizado.
Por fim, foi relatado que a vigilância sanitária não fornece nenhum subsidio (financeiro, treinamentos, acessórios e outros) aos hospitais que são fiscalizados para um correto manejo de RSS e diz que o gerenciamento, o descarte correto, treinamentos, EPI’s e outros são de responsabilidade do estabelecimento gerador, cabendo ao órgão de fiscalização apenas a cobrança através de documentos.
A resolução da ANVISA nº306 de 2004 diz que compete à Vigilância Sanitária, com apoio dos órgãos de meio ambiente, de limpeza urbana, e da comissão nacional de Energia Nuclear – CNEN, divulgar,orientar e fiscalizar o cumprimento dessa resolução. 
Os procedimento adotas pela resolução ANVISA nº 306 de 2004 garantem que os RSS não causem danos à saúde pública e ao meio ambiente. O sucesso do cumprimento desta resolução depende da fiscalização, e a realização de forma indevida coloca em risco a população.
5.2 AVALIAÇÕES DAS ETAPAS DE GERENCIAMENTO DOS RSS NO HOSPITAL
 Na avaliação do gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde do Hospital foram verificadas as etapas de acondicionamento, segregação, armazenamento, transporte interno e coleta interna. Não foi possível avaliar as etapas de acondicionamento e identificação para os resíduos do grupo B, resíduos químicos (Devido a esses resíduos serem descartados em uma área dm que o acesso é restrito).
De acordo com o PGRSS do estabelecimento, este possui uma quantidade média gerada de: 1.375kg/mês resíduos para os Grupos A, B, C e E, e de 12.000kg/mês resíduos para o Grupo D.
5.2.1 SEGREGAÇÃO
Foi avaliada a segregação dos materiais e foi percebido que o hospital não possui processo de segregação para a reciclagem ou reutilização dos resíduos do grupo D (comuns), porém apenas os resíduos de papelão são separados para revenda. Os resíduos do Grupo A, C e E são segregados em recipientes distintos, estando assim em concordância com a Resolução da ANVISA nº 306 de 2004.
5.2.2 ACONDICIONAMENTO
No acondicionamento verificou-se que todos os sacos atendiam as normas vigentes, sendo resistentes a ruptura, punctura e vazamento. 
Os resíduos do grupo A são acondicionados em sacos na cor branca leitosa, os resíduos do grupo D são acondicionados em sacos na cor preta, e ambos possuem recipientes com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e resistentes, conforme a exigência da resolução ANVISA nº 306 de 2004. As Figuras 5.1 e 5.2 mostram o acondicionamento em alguns coletores no hospital.
	Figura 5.1: Acondicionamento para os resíduos biológicos
Fonte: Autor, 2018.
	Figura 5.2: Acondicionamento para os resíduos comuns
Fonte: Autor, 2018
Em relação aos resíduos do grupo E, são acondicionados em recipiente específico e resistente da marca DESCARPACK e os resíduos do grupo C são acondicionados em recipiente rígido, da marca AUREA, específico para esse grupo. O recipiente do grupo C fica dentro de uma caixa de chumbo em um ambiente blindado até que reduza a radiação, estando assim em conformidade com a resolução da ANVISA nº 306 de 2004. As figuras 5.5 e 5.6 demonstram o acondicionamento desses resíduos.
5.2.3 IDENTIFICAÇÃO
Em relação identificação dos recipientes percebeu-se que o grupo A, resíduos com a possível presença de agentes biológicos, são identificados na tampa de abertura com um adesivo de cor vermelha e contornos brancos com o nome RESIDUOS BIOLÓGICOS e com descrição de rejeitos pertencentes ao grupo, estando em discordância com a resolução vigente a qual exige que os resíduos do grupo A devem ser identificados pelo símbolo de sustância infectante com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos. A figura 5.3 demonstra a identificação no recipiente para o grupo A.
Figura 5.3: Identificação para os resíduos Biológicos
Fonte: Autor, 2018.
Nos resíduos do grupo D, rejeitos comuns, os recipientes são identificados com um adesivo de cor azul e contornos brancos com o nome RESÍDUOS COMUNS e com descrição de rejeitos pertencentes ao grupo, estando em concordância com a norma vigente a qual não exige padronização de cor quando não há processo de segregação para reciclagem. A Figura 5.4 demonstra a identificação no recipiente para esses resíduos.
Figura 5.4: Identificação para os resíduos Comuns
Fonte: Autor, 2018.
Os rejeitos do grupo E, material perfuro cortantes, são identificados com adesivo branco e contornos pretos com o nome INFECTANTE, estando em concordância com a resolução vigente. Também é colado um adesivo amarelo com o nome PERFURO CORTANTE com descrição de rejeitos pertencentes ao grupo. A Figura 5.5 demonstra a identificação do recipiente para os rejeitos do grupo E dentro do hospital.
Figura 5.5: Identificação dos recipientes e acondicionamento para os rejeitos do grupo E.
Fonte: Autor, 2018.
Em relação ao grupo C, rejeito radioativo, verificou-se que os recipientes são identificados com o símbolo internacional de presença de radiação (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo azul e branco seguido do nome MATERIAL RADIOATIVO, estando, parcialmente, em discordância com norma vigente a qual exige que os resíduos do grupo C devem ser identificados com o símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão REJEITO RADIOATIVO, indicando o principal risco que apresenta aquele material, além de informações sobre o conteúdo, nome do elemento radioativo, tempo de decaimento, data de geração, nome da unidade geradora, conforme norma da CNEN NE 6.05 e outras que a CNEN determinar.
Figura 5.6: Identificação nos recipientes para os resíduos radioativos.
Fonte: Autor, 2018.
É importante ressaltar que a descrição de rejeitos contida no adesivo do Hospital vai além na identificação dos resíduos tornando de fácil visualização e entendimento a tipologia dos subtipos dos resíduos favorecendo a correta segregação na fonte.
5.2.4 COLETA E TRANSPORTE INTERNO
De acordo com o PGRSS do hospital INCAR, as coletas e o transportes internos são realizados com frequência de quatro vezes ao dia, às 08:00 e 11:00 horas e às 14:00 e 17:00 horas. A distribuição de roupa é realizada todos os dias as 15:00 horas e a de alimento é realizada em quatro horários sendo, 7:00, 10:00, 12:00, 15:00, 19:00.
A resolução da ANVISA nº 306 de 2004 exige que a coleta e o transporte interno devem ser realizados em horários não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de mais fluxo de pessoas ou atividades. Verificando assim, que o estabelecimento está em concordância com a resolução.
De acordo com o PGRSS do hospital a coleta e o transporte interno são realizadas por andar de forma manual, cada andar possui um carro hamper de cor azul, identificado com um adesivo de cor azul e contornos brancos acrescido do nome RESÍDUOS COMUNS na tampa, possui capacidade de 240L e são exclusivos para o armazenamento temporário dos RSS. A Figura 5.7 demonstra o carrinho utilizado pelo hospital para receber a coleta interna.
Figura 5.7: Carrinho Hamber Azul, para transporte e coleta interna.
Fonte: Autor, 2018.
Apesar dos recipientes de transporte interno serem constituídos de material rígido, lavável, impermeável, provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos e bordas arredondados como manda a resolução, foi observado que um único recipiente recebe todos os tipos resíduos de serviço de saúde coletados no andar, ou seja, os resíduos são acondicionados em sacos próprios, mas são transportados juntos em um único carrinho até o armazenamento temporário, e ainda não possui identificação dos resíduos nele contido. Isto está em discordância com resolução da ANVISA nº 306 de 2004 a qual diz que os resíduos devem ser coletados e transportados separadamente de acordo com o seu risco associado e os recipientes de transporte devem ser identificados com o símbolo correspondente ao resíduo nele contido.
5.2.5 ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO
Para o armazenamento temporário foi observado que é localizado próximo ao local de geração dos resíduos, sendo que cada andar possui um armazenamento. Como o volume de geração dos resíduos é pequeno, a sala de armazenamento temporário é compartilhada com a sala de utilidades. As figuras 5.8 e 5.9 demonstram como é a sala de utilidades dentro do estabelecimento.
	Figura 5.8: Sala de utilidades do hospital
Fonte: Autor, 2018.
	Figura 5.9: Sala de utilidades do hospital.
Fonte: Autor, 2018.
A sala de utilidades é constituída por pisos de 40x40 cm, sendo oito pisos para o comprimento e três pisos para largura. Realizando uma conta simples de multiplicaçãoobtêm-se área do ambiente:
· Comprimento =3,2 m
· Largura = 1,2m
· Área Total = 3,84m²
Sendo assim, essa sala possui uma área pequena, com dimensões inferiores das estabelecidas pela resolução da ANVISA nº 306 de 2004, a qual exige que além da área mínima de seis metros quadrados destinados à sala de utilidades, deverá dispor, no mínimo, de mais dois metros quadrados para armazenar dois recipientes coletores para posterior traslado até a área de armazenamento externo.
5.2.6 COLETA E TRANSPORTE EXTERNO
Para a coleta externa observou-se que os funcionários portavam EPIs, como uniforme, luvas, botas e mascará respiratória, mas não possuía coletes e bonés brancos para proteger os cabelos, como exige a NBR 12.810/1993.
O transporte externo é aplicado o mesmo procedimento, características do carrinho e horários relatado para a coleta e o transporte interno, muda-se apenas a cor do carrinho, que nesse caso é Verde.
 O recipiente de transporte não possui identificação do resíduo nele contido e apenas 01 carrinho é utilizado para transportar todos os tipos de resíduos, o que está em discordância com a resolução da as normas vigente a qual diz que esse procedimento deve ser feito separadamente de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos. A figura 5.10, 5.11 e 5.12 relata coleta e o transporte externo e alguns EPIs do hospital. 
Figura 5.10: EPIs para a Coleta
Fonte: Autor, 2018
Figura 5.11: Carrinho utilizado para o Transporte Externo
 
Fonte: Autor, 2018.
5.2.7ARMAZENAMENTO EXTERNO
Sobre armazenamento externo foi percebido que é um ambiente exclusivo somente para armazenar os resíduos, é feito de alvenaria, possui fácil acesso para os recipientes de transporte e para os veículos coletores, além de reunir estrutura que impede a ação do sol, chuva, vento e de pessoas não autorizadas ou animais, como exige a resolução vigente. A figura 5.12 demonstra o abrigo externo do hospital.
Figura 5.12: Abrigo externo do Hospital INCAR
Fonte: Autor, 2018.
De acordo com o PGRSS o armazenamento externo do hospital é constituído de 01 ambiente, identificado como RESÍDUOS BIOLÍGICOS, para receber os resíduos do grupo A, B, C e E, e outro ambiente, identificado como RESÍDUOS COMUNS, para receber os resíduos do grupo D. O que está em discordância com a resolução da ANVISA nº 306 de 2004 a qual exige que o armazenamento externo deve possuir, no mínimo, 01 ambiente separado para atender o armazenamento de recipientes de resíduos do Grupo A juntamente com o Grupo E, e 01 ambiente para o grupo D e que os resíduos químicos do Grupo B devem ser armazenados em local exclusivo, identificado com sinalização de segurança RESÍDUOS QUIMICOS com símbolo baseado na NBR 7500 da ABNT e com dimensionamento compatível com as características quantitativas e qualitativas dos resíduos gerados. As figuras 5.13, 5.14 e 5.15 relatam os ambientes externos do hospital.
Figura 5.13: Abrigo para os resíduos do grupo A, B, C e E
Fonte: Autor, 2018.
Figura 5.14: Abrigo para os resíduos comuns.
Fonte: Autor, 2018.
Vale ressaltar, de acordo com o PGRSS do Hospital os resíduos do Grupo C, passam por processo de decaimento do elemento radioativo a níveis do limite de eliminação estabelecidos pela norma CNEN NE 6.05, níveis que permitam liberá-lo como resíduo não radioativo. Após a redução, os recipientes são acomodados em outro ambiente, livre de liberação de radiação até que o físico responsável faca a liberação para o ambiente externo. Estando em concordância com a resolução vigente.
Os abrigos externos são constituídos com portão feitos de grade de ferro, onde são cobertos com uma tela de proteção a fim de proteger contra vetores e roedores. Esse aspecto apresentou falhas porque foi observado que essa tela não cobre completamente o portão, está folgada e mal colocada não tendo total proteção contra os vetores e roedores, como demostra a figura abaixo.
Figura 5.15: Abrigo para os resíduos comuns
Fonte: Autor, 2018.
Identificado como DML, a área de armazenamento externo também possui um abrigo para higienização dos carrinhos utilizados no transporte interno, como exige a norma. 
Figura 5.16: Abrigo para higienização dos carrinhos.
Fonte: Autor, 2018.
5.2.8 COLETA E TRANSPORTE EXTERNO
	De acordo com o PGRSS do hospital INCAR, os resíduos do grupo A, B, C e E são coletados e transportados por uma empresa contrata. A coleta e o transporte ocorrem duas vezes por semana, e esses resíduos são incinerados e enterrados em aterro específico de propriedade da própria empresa.
	Em relação aos resíduos do grupo D, a coleta e o transporte são realizados diariamente por caminhão da prefeitura municipal e levados para o aterro sanitário da cidade.	
5.3 AVALIAÇÕES DA PERCEPÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS	
	Nesta avaliação foram entrevistados sete grupos de funcionários, escolhidos, porque possuem maior envolvimento com os RSS, sendo eles: 09 Enfermeiros, 27 Técnicos de Enfermagem, 14 Auxiliares de Serviços Gerais (Higienização), 03 Biomédicos, 01 Farmacêutico, 04 Técnicos em Radiologia e 02 Técnicos em Análises Clínicas, totalizando a aplicação de 60 questionários, como demonstra no quadro 5.6 a seguir.
Quadro 5.6: Quantidade de entrevistados por profissão.
	AMOSTRA SIMPLES ESTRATIFICADA
	PROFISSÃO
	QUANTIDADE EXISTENTE
	Percentual (%)
	Nº DE ENTREVISTADOS
	Farmacêuticos 
	03
	02
	01
	Enfermeiros
	23
	15
	09
	Téc. De Enfermagem
	67
	44
	27
	Téc. Em Radiologia
	09
	07
	04
	Téc. Em Análises Clínicas
	05
	03
	02
	Biomédicos
	08
	05
	03
	ASG (Higienização)
	36
	24
	14
	TOTAL DA AMOSTRA
	151
	100
	60
Fonte: Autor, 2018.
	Entretanto, por falta de tempo hábil durante a pesquisa, deixaram de responder 02 Técnicos em Radiologia, 01 Enfermeiro e 02 Biomédicos responderem o questionário, resultando um total de 55 entrevistados.
Vale ressaltar que as perguntas que não foram marcadas pelo entrevistado, foram definidas como “Não”, para fim de resultado obtido.
Através da 1ª pergunta “Já ouviu falar em Resíduos de Serviço de Saúde?”, pretendeu-se avaliar a noção conceitual e o conhecimento sobre os RSS. E de acordo com as respostas, conforme gráfico 5.1, pode-se constatar que a maioria dos entrevistados respondeu “sim”, afirmando que sabiam do que se trata.
Gráfico 5.1: Conceito de RSS
Fonte: Autor, 2018.
Em relação primeira pergunta, para as respostas “Sim” havia um desdobramento perguntando, subjetivamente, “O que imagina ser”. Apesar de a maioria ter respondido positivamente a primeira parte da pergunta, verificou-se que 60% destes não souberam ou não quiseram responder, acusando uma necessidade de difusão do conhecimento sobre os RSS no âmbito do estabelecimento estudado. 
Gráfico 5.2: Conceito de RSS
Fonte: Autor, 2018.
Diversas pessoas pensam que todos os resíduos gerados nos hospitais são perigosos, mas dentro do estabelecimento hospitalar são gerados todos os tipos de resíduos, inclusive o comum. Então, no intuito de conhecer a percepção sobre esse raciocínio foi proposta a 2º pergunta “Você acha que todo lixo gerado no Hospital é perigoso?”. Foi possível perceber, de acordo com o gráfico 5.3, que a maioria respondeu “Sim” afirmando que todos os resíduos são considerados perigosos.
Gráfico 5.3: Percepção sobre os RSS
Fonte: Autor, 2018.
Essas respostas podem ser atribuídas ao receio que os funcionários têm em relação aos resíduos gerados no hospital, esquecendo que dentro do estabelecimento também possuem serviços que geram resíduos não perigosos. De forma satisfatória, quando na mesma pergunta discorre sobre o “Porque?” as pessoas que responderam “não” relatam que existem, além dos resíduos perigosos, os resíduos comuns que não são perigosos, demonstrando conhecimento sobre os RSS.
A partir dos dados obtidos pelos gráficos anteriores, há uma necessidade de um programa de educação ambiental dentro do estabelecimento em que sejam abordados os riscos associados aos RSS e os meios de prevenção atendendo às normas e exigências legais, desde o momento de sua geração até a sua destinação final.
Com a mesma concepçãoda pergunta anterior, mas de forma subjetiva, seguiu-se para o 3º questionamento “Em sua opinião que tipo de resíduo é(são) o(s) mais perigosos?”. Teve-se diversas repostas dos tipos de resíduos como: Sangue, Agulhas, secreção, mas para fim de análise de resultado esses resíduos foram encaixados em seus respectivos grupos, e de acordo com o gráfico 5.4, teve-se que os resíduos perfuro cortantes e biológicos foram os mais citados. 
Gráfico 5.4: Resíduos considerados mais perigosos
Fonte: Autor, 2018
Continuando a busca de informações por meio da aplicação do questionário, com as perguntas de número 4º, 5º e 6º, foi possível verificar o nível de conhecimento sobre o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS).
Quando perguntados: “Sabe o que é plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS)?”. Identificou-se, através do gráfico 5.5, que as respostas foram divididas, mas a maioria dos entrevistados respondeu “Não”, declarando desconhecimento. 
Gráfico 5.5: Conhecimento sobre o PGRSS
Fonte: Autor, 2018.
Quanto ao acesso dos funcionários ao Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde do estabelecimento foi realizada a 5º pergunta “Já teve acesso ao PGRSS?”. E percebeu-se, de acordo com o gráfico 5.6, que a maioria das respostam foram “Não”, mostrando assim que o PGRSS do Hospital não é disponibilizado para todos os funcionários.
Gráfico 5.6: Acesso ao PGRSS
Fonte: Autor, 2018.
A resolução da ANVISA nº 306 de 2004 a dispõe que é de responsabilidade do gerador de RSS manter cópia do PGRSS disponível para consulta sob solicitação da autoridade sanitária ou ambiental competente, dos funcionários, dos pacientes e do público em geral. Entretanto, o resultado obtido no questionamento não afirma que o estabelecimento não disponibiliza o PGRSS e que pode ser atribuída a falta de desejo, por parte dos funcionários, em buscar o PGRSS.
A 6º pergunta traz a percepção do envolvimento da diretoria do hospital com os funcionários sobre o PGRSS “Já participou de alguma reunião promovida pela coordenação do Hospital sobre o PGRSS?”. E verificou-se, de acordo com o gráfico 5.7, que o estabelecimento não promove reuniões para falar sobre o PGRSS e se promove, não é aberto para todos os funcionários porque a maioria das respostas foi “Não”.
Gráfico 5.7: Reunião Sobre o PGRSS
Fonte: Autor, 2018.
Tendo em vista o desconhecimento e a falta de informação para com os funcionários obtido nas perguntas 4º, 5º e 6º, este coloca em risco o gerenciamento adequado dos resíduos dentro do Hospital, porque a resolução da ANVISA nº 306 de 2004 diz que:
“Todos os profissionais que trabalham no serviço, mesmo os que atuam temporariamente ou não estejam diretamente envolvidos nas atividades de gerenciamento de resíduos, devem conhecer o sistema adotado para o gerenciamento de RSS, a prática de segregação de resíduos, reconhecer os símbolos, expressões, padrões de cores adotados, conhecer a localização dos abrigos de resíduos, entre outros fatores indispensáveis à completa integração ao PGRSS”
Prosseguindo para a pergunta 7º “O que significa os símbolos abaixo” que teve como objetivo perceber se os funcionários sabem identificar os resíduos pela sua simbologia, conforme Resolução da ANVISA nº 304 de 2004.
Quadro 5.7: Simbologia dos Resíduos
	O que significa os símbolos abaixo:
	Correto
	Incorreto ou Não Conhece
	
	60%
	40%
	
	55%
	45%
	
	42%
	58%
Fonte: Autor, 2018.
De acordo com a tabela 5.1, apesar da maioria dos funcionários terem respondido corretamente, ainda existe um grande número desses que desconhece a simbologia ou responderam incorretamente, e isso pode prejudicar o correto manejo de RSS dentro do hospital, pois o conhecimento na simbologia dos resíduos é fundamental para que os funcionários descartem os resíduos em seus respectivos recipientes, sem comprometer a segregação.
Com o intuito de perceber a concepção sobre o conceito de Coleta Seletiva, foi proposta a 8º pergunta “Você sabe o que é coleta seletiva?”. Pode-se constatar, de acordo com o gráfico 5.8, que a maioria dos entrevistados respondeu “Sim”, afirmando que sabiam do que se trata.
Gráfico 5.8: Concepção sobre coleta seletiva
Fonte: Autor, 2018.
Para as respostas “Sim” havia um desdobramento perguntando, subjetivamente, “O que é”. E apesar da maioria ter respondido positivamente a primeira parte da pergunta, verificou-se, de acordo com o gráfico 5.9, que 49% destes responderam incorretamente ou não responderam, acusando uma necessidade de difusão do conhecimento sobre coleta seletiva no âmbito do estabelecimento estudado. 
Gráfico 5.9: Concepção sobre Coleta Seletiva
Fonte: Autor, 2018.
Esses resultados podem ser atribuídos porque dentro do hospital não possui um sistema de coleta seletiva implantado.
Ainda sobre a coleta seletiva e sua importância a 9º pergunta traz: “Você acha importante existir a coleta seletiva dentro do Hospital?” demonstrou que, quase de forma unânime, todos os entrevistados disseram “sim”, que é importante ter coleta seletiva dentro do estabelecimento onde trabalham e apenas 5% responderam ao contrário.
Gráfico 5.10: Importância da Coleta Seletiva dentro do Hospital.
Fonte: Autor, 2018.
Vale salientar que mesmo a resolução vigente não exigindo dentro do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde a coleta seletiva, este é um processo essencial por promover a sustentabilidade ambiental, dando uma destinação correta aos resíduos e serem encaminhados para a reciclagem, gerando renda.
Avaliando os funcionários e o seu comprometimento com a segregação correta dos RSS para um gerenciamento adequado dentro do estabelecimento, tem-se a 10º pergunta “Você descarta, rigorosamente, os resíduos em seus respectivos recipientes?”. Percebeu-se, de acordo com o gráfico 5.11, que a maioria dos entrevistados respondeu “Sim”, afirmando que descartam os resíduos em seus respectivos recipientes.
Gráfico 5.11: Descarte correto dos RSS
Fonte: Autor, 2018.
Essa pergunta entra em contradição com a 7º pergunta, pois, uma vez que, não sabendo os símbolos correspondentes aos resíduos, existe uma dificuldade em descartá-los corretamente em seus devidos recipientes. Sendo assim, fica expresso que apesar das respostas serem positivas em relação ao descarte, é preciso mais treinamento e capacitação dos funcionários para melhorar o gerenciamento dos RSS no estabelecimento.
Continuando a investigação buscou-se saber sobre a participação dos funcionários em treinamentos inerentes aos RSS e a 11º pergunta traz “Você já recebeu algum tipo de treinamento sobre os procedimentos de manuseio de RSS para sua segurança de trabalho?”. Foi possível perceber que existem treinamentos disponibilizados pelo Hospital para os funcionários, porque a maioria dos entrevistados respondeu “Sim”, de acordo com a gráfico 5.12. Entretanto a periodicidade desses treinamentos não foi questionada.
Gráfico 5.12: Treinamento para os Funcionários
Fonte: Autor, 2018.
Essa etapa do gerenciamento está em concordância com a resolução da ANVISA nº 306 de 2004 a qual dispõe que o Plano de gerenciamento deve contemplar o desenvolvimento e a implantação de programas de capacitação abrangendo todos os setores geradores de RSS, setores de higienização e limpeza e outros. Mesmo assim, houve-se um número significante de funcionários que responderam “Não”, podendo pensar que os treinamentos devem ser mais abrangentes para que contemple a todos.
A resolução da ANVISA nº 306 de 2004 dispõe também que é de responsabilidade do gerador de RSS promover a capacitação e o treinamento inicial e de forma continuada para o pessoal envolvido no gerenciamento de resíduos.
Complementando a pergunta anterior e avaliando o interesse dos funcionários em receber capacitação e treinamento foi realizado a 12º pergunta “Gostaria de Receber algum tipo de treinamento sobre o gerenciamento de RSS?”. Identificou-se, de acordo com o gráfico 5.13, que quase de forma unânime os entrevistados gostariam de receber treinamentos sobre os resíduos de serviço de saúde.
Gráfico