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12/08/2019 1 BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA TECNOLOGIA FARMACÊUTICA José Fernando de Araújo Neto OBJETIVOS DA AULA ■ Traçar um histórico sobre o desenvolvimento das Boas Práticas de Fabricação na Indústria Farmacêutica. ■ Discutir as principais normas relacionadas à Regulação técnica sobre Boas Práticas de Fabricação na Indústria Farmacêutica. 12/08/2019 2 TECNOLOGIA FARMACÊUTICA ■ A tecnologia farmacêutica é a parte das ciências farmacêuticas que estuda a elaboração e transformação de substâncias medicamentosas em formas farmacêuticas, bem como formas cosméticas, com ênfase em na obtenção de grandes lotes de produtos de sua estabilidade e seu armazenamento. ■ Também visa desenvolver e melhorar os adjuvantes e excipientes utilizados nessas formulações BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO ■ Conjunto de normas, que regulamenta os requisitos mínimos para produção farmacêutica, contemplando orientações que controlam a organização do sistema de produção, a higiene e os controles necessários para garantir a qualidade sanitária dos produtos. 12/08/2019 3 Até meados do século XIX: produção essencialmente artesanal, consistindo de drogas de origem vegetal ou animal. Início do século XX: implantação de instituições científicas voltadas para a pesquisa e produção de medicamentos, vacinas e soros; início da síntese química e fermentação como processo tecnológico a partir da década de 30. Anos 40 e 50: surgimento da indústria farmacêutica global e Segunda Guerra Mundial; expansão de mercado e hegemonia americana; verticalização dos estágios tecnológicos. HISTÓRICO No início da industrialização dos medicamentos não havia regulamentações para o setor. O FDA, era um órgão ineficiente, devido a pouca regulamentação, falta de pessoal qualificado e estrutura laboratorial. Em 1938 foi criada a primeira regulamentação sobre ESTOCAGEM, EMBARQUE e RECEBIMENTO de produtos farmacêuticos nos EUA. HISTÓRICO 12/08/2019 4 A tragédia da talidomida, no final dos anos 1950, foi um divisor de águas na regulação de medicamentos. Descoberta na Alemanha em 1953 para ser utilizada junto a antibióticos, mas foi reconhecida mundialmente após 1957 como sedativo e hipnótico. Em 1961, entre 10 e 15 mil crianças nasceram com malformações após suas mães terem ingerido o medicamento durante a gestação. HISTÓRICO Em 1964, através de uma pesquisa, o FDA descobriu que 19,5% dos produtos como cremes e loções apresentavam uma contagem alta de bactérias patógenas, como a Pseudomonas, e estas eram responsáveis por muitos casos de cegueira. HISTÓRICO 12/08/2019 5 Após a descoberta das contaminações o governo americano pressionou o FDA, que então publicou o primeiro CFR (Code of Federal Regulations). Em 1971 ocorreu a primeira revisão deste regulamento, ano este em que as industrias farmacêuticas iniciaram os programas de BPF, com o nome de Total Quality Assurance. Em 1979, uma nova revisão, representando os requerimentos legais estabelecidos pelo governo. HISTÓRICO HISTÓRICO As BPF só foram adotadas como norma no Brasil em 1995, com a publicação pela Secretaria de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde, da Portaria nº 16, de 6/3/1995, que apresenta uma versão nacional do “Guia das BPF” da OMS, sendo considerada o marco regulatório do setor no Brasil. 12/08/2019 6 HISTÓRICO A Portaria Nº16 de 1995, foi substituída pela RDC 134 de 2001, com o objetivo de assegurar qualidade na fabricação de medicamentos. Com o avanço da tecnologia, a ANVISA publicou a RDC 210 que aprimorou e padronizou as ações da BPF. A última atualização de legislação em abril de 2010, com a RDC 17. Criação pelo FDA do primeiro guia de GMP; Decorrente da intoxicação causada por elixires de sulfas contendo etilenoglicol em 1938 Pela constatação de problemas referentes à contaminações cruzadas freqüentes na fabricação de penicilina e dietilbestrol o FDA oficializa o primeiro Guia de Fabricação de Medicamentos em 1967, nascendo assim as GMP Assembléia de saúde solicita aos seus membros o cumprimento das GMP OMS obriga aos estados membros seguir o roteiro de BPFEm 1999, através da Lei 9782, define-se o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e é criada a ANVISA Implementação da Resolução RDC n° 134 (2001) pela ANVISA, oficializando as BPF da OMS e em acordo com as determinações do Mercosul, as empresas farmacêuticas e seus profissionais vêm trabalhando para cumprir todos os seus itens RDC 210/2003 pela ANVISA, “Boas Práticas de Fabricação e Controle”, aplicada a Indústria Farmacêutica E em 2010 foi publicada a RDC 17/2010 com objetivo de atualização. LINHA DO TEMPO NAS BOAS PRÁTICAS 12/08/2019 7 BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO ■ Conjunto de normativas ligadas aos órgãos reguladores sanitários que visam garantir qualidade, segurança, eficácia e reprodutibilidade de resultados nos produtos. ■ Eficazes – contenham a quantidade de ativos declarada e exerçam a ação esperada. ■ Seguros – na dosagem e utilização corretas, seus efeitos secundários sejam reduzidos ao mínimo aceitável. ■ Estáveis e com Boa Apresentação – mantendo suas características e atividades até o final do prazo de validade estabelecido. BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO ■ BPF está orientado primeiramente à diminuição dos riscos inerentes a qualquer produção farmacêutica, os quais não podem ser detectados somente pela realização de ensaios nos produtos terminados. 12/08/2019 8 BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO ■ Boas Práticas de Fabricação é a parte da garantia da qualidade que assegura que os produtos são consistentemente produzidos e controlados, com padrões de qualidade apropriados para o uso pretendido e requerido pelo registro (Art. 13. RDC n°17/2010). ■ Garantia da Qualidade é a totalidade das providências tomadas com objetivo de garantir que os medicamentos estejam dentro dos padrões de qualidade exigidos, para que possam ser utilizados para o consumo da população. RDC n°17/2010, ANVISA RDC n°17/2010, ANVISA Medicamentos: RDC nº 17, de 16 de abril de 2010 Farmácia de Manipulação: RDC Nº 67, de 8 de outubro de 2007 Cosméticos: RDC nº 48, de 25 de outubro de 2013 ■ Art. 1º Esta resolução possui o objetivo de estabelecer os requisitos mínimos a serem seguidos na fabricação de medicamentos para padronizar a verificação do cumprimento das Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos (BPF) de uso humano durante as inspeções sanitárias. 12/08/2019 9 CERTIFICADO DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO ■ É um documento legal emitido pela Autoridade Sanitária competente, atestando que determinada linha de produção da empresa cumpre com os requisitos de Boas Praticas de Fabricação. ■ Existem vários requisitos necessários para que uma planta industrial possa ser certificada, entre as quais se destacam: As BPFs determinam que: (a) Todos os processos de fabricação devem ser claramente definidos e sistematicamente revisados em função da experiência adquirida. Além disso, devem mostrar ser capazes de fabricar medicamentos, dentro dos padrões de qualidade exigidos, atendendo às respectivas especificações; (b) As etapas críticas dos processos de fabricação e quaisquer modificações significativas devem ser sistematicamente validadas; 12/08/2019 10 As BPFs determinam que: (c) As áreas de produção devem ser providas de toda a infraestrutura necessária, o que inclui: ■ pessoal qualificado e devidamente treinado; ■ espaço e instalações adequados; ■ equipamentos e serviços adequados; ■ materiais, recipientes e rótulos corretos; ■ procedimentos e instruções aprovadas; ■ armazenamento e transporte adequados; ■ instalações, equipamentos e pessoal qualificado, para controle em processo; As BPFs determinam que: (d) As instruções e os procedimentos devem ser escritos em linguagem clara, inequívoca e serem aplicáveis de forma específica às instalações utilizadas; (e) Os operadoresdevem ser treinados para desempenharem corretamente os procedimentos; 12/08/2019 11 As BPFs determinam que: (f) Devem ser feitos registros durante a produção para demonstrar que todas as etapas constantes nos procedimentos e instruções foram seguidas e que a quantidade e a qualidade do produto obtido estão em conformidade com o esperado. Quaisquer desvios significativos devem ser registrados e investigados; As BPFs determinam que: ■ (g) Os registros, referentes à fabricação e distribuição, que possibilitam o rastreamento completo de um lote, sejam arquivados de maneira organizada e de fácil acesso; 12/08/2019 12 As BPFs determinam que: ■ (h) O armazenamento adequado e a distribuição dos produtos devem minimizar quaisquer riscos à sua qualidade; As BPFs determinam que: ■ (i) Esteja implantado um sistema capaz de recolher qualquer lote, após sua venda ou fornecimento; 12/08/2019 13 As BPFs determinam que: ■ (j) As reclamações sobre produtos comercializados devem ser examinadas, registradas e as causas dos desvios de qualidade, investigadas e documentadas. Devem ser tomadas medidas com relação aos produtos com desvio de qualidade e adotadas as providências no sentido de prevenir reincidências. BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO ■ O responsável pela qualidade dos medicamentos é o fabricante, e este deve portanto, assegurar através da Garantia da Qualidade e das BPFM, que sejam cumprido “[...] os requisitos estabelecidos em seu registro e não coloquem os pacientes em risco por apresentarem segurança, qualidade ou eficácia inadequada” 12/08/2019 14 BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO Edifícios e Instalações Documentação e registro de operações Compras e Armazenamento Equipamento e Utensílios Produção Distribuição Controle de Qualidade Treinamento e Higiene Pessoal Embalagem PESSOAL ■ Para o desempenho adequado das atividades da indústria é necessário haver pessoal qualificado (escolaridade adequada) e em quantidade suficiente. ■ Responsável pela Garantia da Qualidade ■ Responsável pelo Controle de Qualidade ■ Responsável pela Produção ■ Responsável pelas Vendas e Distribuição ■ Responsável Técnico INDEPENDENTES 12/08/2019 15 PESSOAL O pessoal deve receber treinamento inicial e contínuo para conhecer os princípios de BPF. Realizar exames periódicos de saúde. Treinamento sobre as BPFs Treinamento e Avaliações contínuas PROGRAMAS DE TREINAMENTO Disponível para todo pessoal Aprovados pelos responsáveis da: 1. Produção 2. Controle de Qualidade 3. Garantia da Qualidade Treinamento Específico: Áreas limpas Manipulação de materiais altamente ativos, tóxicos, infecciosos ou sensibilizantes Treinamento Inicial sobre atribuições 12/08/2019 16 SANITIZAÇÃO E HIGIENE PESSOAL Boca: Gengiva: 36.000.000.000 bact./cm² Saliva: 750.000.000 bact./cm³ Couro Cabeludo 1,500.000 bact./cm² Axilas: 2.500.000 bact./cm² Intestino: 300.000.000 coliformes fecais por grama de fezes Pele/Poro: 60.000 bactérias SANITIZAÇÃO E HIGIENE PESSOAL 12/08/2019 17 SANITIZAÇÃO E HIGIENE PESSOAL ■ A sanitização e higiene devem fazer parte de todo processo de fabricação de medicamentos, para que as possíveis fontes de contaminação sejam eliminadas. SANITIZAÇÃO E HIGIENE PESSOAL ■ Os procedimentos de higiene pessoal, incluindo o uso das vestimentas apropriadas, devem ser aplicados a todos que entrarem nas áreas de produção. ■ Os visitantes e pessoas não treinadas devem ser proibidas de entrarem nas áreas de produção. ■ Se isso for inevitável, essas pessoas devem ser antecipadamente orientadas sobre a higiene pessoal e o uso de vestimentas apropriadas e devem ser acompanhadas por profissional designado. 12/08/2019 18 SANITIZAÇÃO E HIGIENE PESSOAL ■ O pessoal deve ser instruído a lavar suas mãos, antes de entrarem nas áreas de produção. ■ Evitar o contato direto entre as mãos do operador e as matérias primas, os materiais de embalagem primários, os produtos intermediários e a granel. SANITIZAÇÃO E HIGIENE PESSOAL PESSOAL ■ É proibido fumar, comer, beber, mascar ou manter plantas, alimentos, bebidas, fumo e medicamentos pessoais nas áreas de produção, controle de qualidade, armazenamento ou em qualquer área que possa influir adversamente na qualidade dos produtos. 12/08/2019 19 SANITIZAÇÃO E HIGIENE PESSOAL ■ Os funcionários devem vestir roupas limpas e apropriadas a cada área de produção, e quando for o caso, as roupas devem ser desinfetadas ou esterilizadas. ■ A função do uniforme é proteger o produto e o operador. O que faz parte do uniforme: ■ Touca descartável; ■ Camisas sem bolsos e sem botões; ■ Luvas; ■ Calças; ■ Sapatos adequados. SANITIZAÇÃO E HIGIENE PESSOAL O Equipamento de Proteção Individual também faz parte do uniforme: ■ Para que os EPI’s sejam eficazes, eles devem ser usados corretamente. ■ Devemos verificar os EPI’s necessários para serem utilizados em cada área específica. ■ Utilizando EPI’s de forma correta, além de proteger nossos produtos estamos preservando nossa saúde. 12/08/2019 20 SANITIZAÇÃO E HIGIENE PESSOAL ■ O fabricante deve disponibilizar Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) e Equipamentos de Proteção Individual (EPI) de acordo com as atividades desenvolvidas. INSTALAÇÕES 12/08/2019 21 INSTALAÇÕES INSTALAÇÕES 12/08/2019 22 INSTALAÇÕES INSTALAÇÕES 12/08/2019 23 INSTALAÇÕES INSTALAÇÕES ■ Os almoxarifados e a área produtiva ocuparão a maior parte da planta fabril. ■ Fluxo lógico de pessoal e material: A matéria-prima entra por uma das extremidades enquanto o produto acabado sai pela outra. 12/08/2019 24 INSTALAÇÕES As instalações devem ser localizadas, projetadas, construídas, adaptadas e mantidas de forma que sejam adequadas às operações a serem executadas. Seu projeto deve: ■ minimizar o risco de erros; ■ possibilitar a limpeza e manutenção adequada; ■ evitar a contaminação cruzada dos materiais ou produtos neles manipulados; Obs.: penicilinâmicos, cefalosporírinicos, hormônios e citostáticos devem ser produzidos em área segregada as demais da produção. INSTALAÇÕES ■ evitar o acúmulo de poeira e sujeira ou qualquer efeito adverso que possa afetar a qualidade dos produtos; ■ as operações de manutenção e reparo não podem representar risco à qualidade dos produtos; ■ fornecimento de energia elétrica, iluminação, ar condicionado e ventilação devem ser apropriados de modo a não afetar direta ou indiretamente a qualidade dos produtos; ■ evitar a entrada de insetos e outros animais; ■ realizar o controle de temperatura, umidade, iluminação e ventilação; 12/08/2019 25 INSTALAÇÕES ÁREAS AUXILIARES ■ Salas de descanso e refeitório: separadas das demais áreas. ■ Vestiários, lavatórios e os sanitários: fácil acesso e apropriados para o número de usuários. ■ Sanitários não devem ter comunicação direta com as áreas de produção e armazenamento. ■ Áreas de manutenção: local separado das áreas de produção. INSTALAÇÕES ÁREA DE ARMAZENAMENTO ■ Capacidade suficiente para estocar ordenadamente: – Matérias-primas, materiais de embalagem intermediários, a granel e produtos terminados. – Produtos em quarentena: áreas demarcadas e restritas. – Materiais e produtos devolvidos, reprovados e recolhidos: armazenados em áreas separadas e identificados. 12/08/2019 26 INSTALAÇÕES ÁREA DE ARMAZENAMENTO •Recepção e limpeza; •Quarentena; •Armazenamento; •Armazenamento de impressos; •Armazenamento de controlados; •Pesagem; •Amostragem de matéria-prima; •Produtos rejeitados; •Produtos liberados. Almoxarifados de matéria-prima: •Quarentena; • Armazenagem; • Produtos especiais; • Produtos recolhidos. Almoxarifados de produto acabado: INSTALAÇÕES ÁREA DE ARMAZENAMENTO 12/08/2019 27 INSTALAÇÕES ÁREA DE ARMAZENAMENTO ■ Materiais altamente ativos, substâncias que apresentam risco de dependência, incêndio ou explosão e outras substâncias perigosas:estocados em áreas seguras e protegidas. ■ Coleta de amostras das matérias-primas: área separada ou ambiente específico (evitar contaminação microbiológica e cruzada). INSTALAÇÕES ÁREA DE PESAGEM ■ Localizadas no almoxarifado ou na área de produção, devem ser projetadas e separadas para esse fim, possuindo sistema de exaustão independente e adequado, que evite a ocorrência de contaminação cruzada. 12/08/2019 28 INSTALAÇÕES ÁREAS DE PRODUÇÃO ■ As instalações físicas devem estar dispostas, segundo o fluxo operacional contínuo, de forma a permitir que a produção corresponda à sequência das operações de produção, o posicionamento ordenado dos equipamentos e materiais, e aos níveis exigidos de limpeza. Almox. MP pesagem granulação compressão revestimento embalagem Almox. Prod. acabado N/C 10000 100000100001000010000 N/C INSTALAÇÕES ÁREAS DE PRODUÇÃO ■ Intercomunicação por meio de ante-câmaras ou “pass-through”. 12/08/2019 29 INSTALAÇÕES ÁREAS DE PRODUÇÃO ■ Na produção de medicamentos altamente ativos ou altamente sensibilizantes deve ser utilizado sistemas adequados de tratamento do ar na exaustão. INSTALAÇÕES ÁREAS DE PRODUÇÃO ■ Superfícies interiores (paredes, piso e teto) devem ser revestidas de material liso, impermeável, lavável e resistente, livres de juntas e rachaduras, de fácil limpeza, que permita a desinfecção e não libere partículas. ■ Tubulações, luminárias, pontos de ventilação devem facilitar a limpeza. ■ Ralos de tamanho adequado, instalados de forma a evitar refluxo. 12/08/2019 30 INSTALAÇÕES ÁREA DE CONTROLE DE QUALIDADE ■ O laboratório de controle de qualidade deve ser separado das áreas de produção. ■ As áreas dos ensaios microbiológicos devem ser independentes e separadas. ■ Projetada de forma a facilitar as operações realizadas. ■ Dispor de espaço suficiente para evitar a ocorrência de acidentes. EQUIPAMENTOS ■ Os equipamentos devem ser projetados, adaptados, instalados, localizados e mantidos de forma a facilitar as operações realizadas. 12/08/2019 31 EQUIPAMENTOS ■ O projeto e a localização dos equipamentos devem minimizar os riscos de erros, permitirem limpeza e manutenção adequadas, de maneira a evitar a contaminação cruzada, acúmulo de poeira, sujeira e evitar efeito negativo na qualidade dos produtos. EQUIPAMENTOS ■ As balanças e instrumentos de medida das áreas de produção e de controle de qualidade devem possuir a faixa de trabalho e a precisão requeridas, devendo ser periodicamente calibrados. ■ Os equipamentos utilizados na produção não devem apresentar quaisquer riscos para os produtos. ■ As partes destes equipamentos em contato direto com o produto não devem ser reativas, aditivas ou absortivas de forma a interferir na qualidade do produto. ■ Equipamentos em desuso devem ser retirados da área fabril ou identificados. 12/08/2019 32 MATÉRIAS-PRIMAS ■ As matérias-primas devem ser adquiridas de fornecedores qualificados. ■ No momento do recebimento deve ser verificada a integridade da embalagem e do lacre, efetuar a limpeza das mesmas e observar correspondência entre o pedido e a nota de entrega do fornecedor; e os rótulos do produto, que devem estar no corpo do recipiente. MATÉRIAS-PRIMAS ■ Se uma única remessa de matéria-prima contiver lotes distintos cada lote deve ser considerado separadamente para amostragem. ■ Somente as matérias-primas liberadas pelo controle de qualidade, devem ser utilizadas. PRODUTO: CÓDIGO: FABRICANTE: LOTE: SITUAÇÃO: FABRICAÇÃO: VALIDADE: 12/08/2019 33 PRODUTOS TERMINADOS ■ Os produtos terminados devem ser mantidos em quarentena até que sejam liberados pelo controle de qualidade. ■ Em seguida, armazenados como estoque disponível, de acordo com as condições estabelecidas pelo fabricante. OUTROS MATERIAIS MATERIAIS E PRODUTOS REPROVADOS ■ Os materiais e os produtos reprovados devem ser identificados como tal e armazenados separadamente, em áreas restritas. Podem ser devolvidos aos fornecedores, reprocessados, ou destruídos. MATERIAIS RECOLHIDOS E DEVOLVIDOS ■ Os produtos recolhidos e devolvidos do mercado devem ser identificados e armazenados separadamente em área segura, até que seja definido seu destino. 12/08/2019 34 OUTROS MATERIAIS Materiais de limpeza, sanitização, controle de pragas e lubrificação de equipamentos não podem entrar em contato direto com o produto; DOCUMENTAÇÃO Rótulos; Especificações de matéria-prima; Especificações de ensaios de controle de qualidade; Especificações de produtos intermediários e a granel; Especificações de produtos terminados; Fórmula-mestra; Instruções de embalagem; Registro de produção de lotes; Registro de embalagem de lotes; Procedimentos operacionais padrão (POP). 12/08/2019 35 DOCUMENTAÇÃO ■ Os documentos devem ser redigidos, revistos e atualizados regularmente. Devendo atender todas as etapas de fabricação. ■ Nenhum documento pode ser alterado sem autorização prévia, quando for necessário deve ser datado, assinado e registrado o motivo da alteração. ■ Deve ser mantido registro da produção de cada lote, devendo ser baseado na fórmula mestra/padrão, aprovada e em uso. ■ Todas as etapas envolvidas no processo de produção devem ser registradas, datadas e assinadas pelas pessoas responsáveis, sendo ratificada pelo supervisor da área. DOCUMENTAÇÃO ■ Devem ser mantidos registros da embalagem de cada lote ou parte de lote, de acordo com as instruções de embalagem. ■ Todos os registros devem ser retidos por, pelo menos, um ano após o vencimento do prazo de validade do produto terminado. ■ Devem ser mantidos registros sobre a distribuição de cada lote de determinado produto, para que seja facilitado o recolhimento dos mesmos, se necessário. 12/08/2019 36 DOCUMENTAÇÃO Descrição das MP, materiais de embalagem e impressos: 1. Nome genérico ou comercial; 2. Nome do(s) ativo(s) e respectivas DCB; 3. Descrição da fórmula; 4. Forma farmacêutica e embalagem; 5. Amostragem; 6. Requisitos quantitativos e qualitativos; 7. Armazenamento; 8. Prazo de validade. Descrição dos produtos terminados: 1.Código de referência; 2. DCB; 3. Requisitos quantitativos e qualitativos; 4. Identificação do fornecedor; 5. Amostragem; 6.Condições de armazenamento; 7. Precauções; 8. Período máximo de armazenamento. FÓMULA MESTRA/PADRÃO Deve existir uma fórmula mestra/padrão autorizada para cada produto e tamanho de lote a ser fabricado, incluindo: 1. Nome do produto 2. Código de referência do produto 3. Descrição da forma farmacêutica 4. Concentração do produto 5. Tamanho do lote 6. Lista de todas as MP e quantidades a serem utilizadas 7. Declaração de rendimento do processo (limites aceitáveis) 8. Indicação do local e dos equipamentos utilizados 9. Métodos utilizados no preparo dos principais equipamentos, como limpeza, montagem, calibração e esterilização 10.Etapas de produção 11.Etapas de controle em processo e limites de aceitação 12.Acondicionamento e rotulagem 13.Precauções 12/08/2019 37 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) ■ Procedimento escrito de forma objetiva e pormenorizada que estabelece instruções sequenciais de operações rotineiras. ■ Padronizar e minimizar a ocorrência de desvios na execução de tarefas e assim garantir um serviço ou produto livre de variações indesejáveis na sua qualidade final. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) ■ Recebimento de matérias-primas e dos materiais de embalagem; ■ Identificação interna dos produtos armazenados em quarentena e liberados (matéria-prima, materiais de embalagem e outros); ■ Instrumento ou equipamento, os quais devem estar dispostos próximos dos mesmos; ■ Métodos de Amostragem e Produção; ■ Sistema de numeração de lotes; ■ Ensaios de controle de qualidade, realizados nos materiais e nos produtos; ■ Aprovação ou reprovação de materiais e produtos e liberação para venda do produto terminado;■ Limpeza de equipamentos e instalações. 12/08/2019 38 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) Nome Empresa PROCEDIMENTO PADRÃO OPERACIONAL Título: Doc. n.º Edição/Revisão: Página: 1/10 Elaborado Por: Aprovado por: Data de Emissão: Objetivos Responsabilidade Referências Anexos Descrição do Procedimento AUTO-INSPEÇÃO OBJETIVOS: ■ Avaliar o cumprimento das BPFs rotineiramente ■ Detectar quaisquer deficiências na implantação das BPFs ■ Recomendar as ações corretivas 12/08/2019 39 AUTO-INSPEÇÃO Deve ser feita seguindo um roteiro de auto-inspeção (check-list). No mínimo uma vez ao ano, sendo redigido um relatório contendo: ■ Resultados da auto-inspeção ■ Avaliações ■ Conclusões ■ Ações corretivas recomendadas ■ Ações de acompanhamento AUTO-INSPEÇÃO ■ Pessoal, instalações, manutenção de prédios e equipamentos, armazenamento ■ Produção e controle em processo ■ Controle de qualidade ■ Documentação ■ Sanitização e higiene ■ Programa de validação e revalidação ■ Calibração de instrumentos e sistemas de medidas, ■ Procedimento de recolhimento de produtos do mercado ■ Gerenciamento de reclamações ■ Controle de rótulos ■ Descarte de resíduos 12/08/2019 40 AUDITORIA DA QUALIDADE ■ Consiste no exame e na avaliação de todo ou parte de determinado sistema de qualidade com intuito de aperfeiçoá-lo. ■ É realizada por especialistas externos, independentes. ■ Podem ser estendidas aos fornecedores e aos contratados. RECLAMAÇÕES 12/08/2019 41 RECLAMAÇÕES ■ Todas as reclamações devem ser cuidadosamente investigadas e registradas de acordo com procedimentos escritos que descrevem as ações a serem adotadas inclusive a necessidade de um recolhimento. ■ Quando necessário, devem ser adotadas providências adequadas de acompanhamento após a investigação e a avaliação da reclamação, incluindo a possibilidade de recolhimento do produto. RECOLHIMENTO DOS PRODUTOS ■ Deve haver um sistema que retire imediatamente os produtos do mercado que apresentem desvio da qualidade, ou que estejam sob suspeita. Esta operação deve seguir um procedimento escrito. RAZÕES PARA RECALL ■ Reclamação ■ Detecção de falhas de BPF após a liberação ■ Resultados de estudos de estabilidade ■ Requerido pela Autoridades ■ Resultado de uma inspeção 12/08/2019 42 RECOLHIMENTO DOS PRODUTOS ■ As operações de recolhimento do produto no mercado devem ser imediatas, iniciando-se preferencialmente pelos hospitais e farmácias, sendo que as autoridades competentes devem ser comunicadas. ■ O progresso do processo de recolhimento deve ser registrado, incluindo a reconciliação entre as quantidades distribuídas e as quantidades resgatadas do produto em questão, bem como o relatório final. 12/08/2019 43 12/08/2019 44 12/08/2019 45 12/08/2019 46 12/08/2019 47 https://www.youtube.com/watch?v=jczmL7w927Y VÍDEO https://www.youtube.com/watch?v=jczmL7w927Y
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