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EMWALI DE MULHER E DE HOMEM - DETALHES MOZ

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Introdução 
Este trabalho da disciplina de Inglês pretende falar sobre ritos de iniciação. Falar sobre ritos de iniciação não é novidade principalmente em Moçambique. É lá nos ritos de iniciação onde é ministrada a regra de atendimento ao marido (caso de mulher), as regras de convivência e como fazer trabalhos solidários na sociedade (o homem é ensinado a prestar serviços humanitários como é o caso de participação em funerais, ou então, auxiliar nos serviços do género).
O trabalho vai explicar o conceito de ritos de iniciação e detalhar algumas características nas suas diferenciadas manifestações ao nível de todo o país moçambicano. 
O trabalho resultou de uma leitura e resumo de livros que tratam sobre ritos de iniciação. Para a melhor compreensão do trabalho, o mesmo está dividido em introdução, desenvolvimento e conclusão. Todos os livros consultados estão mencionados na última página do trabalho.
Ritos de iniciação 
Na sociedade tradicional moçambicana, em algumas regiões do país, praticam-se ritos de iniciação. 
Rito é um conjunto de cerimónias religiosas diferentemente regulados, segundo as diversas comunhões ou em diversas sociedades.
Conforme LAURA (2003) “os ritos de iniciação são cerimónias de carácter tradicional e cultural praticado nas sociedades africanas que visa preparar o adolescente para encarar a outra fase da vida, isto é, a fase adulta”.
Visam essencialmente a integração pessoal, social e cultural do indivíduo, permite ao indivíduo reunir múltiplas influências do seu meio para em seguida integrá-la na sua maneira de pensar, de agir e de si comportar, o indivíduo participa activamente nas actividades e na vida do grupo que pertence.
Eles variam de província para província, de região para região, de religião para religião, e de sexo para sexo.
O objectivo destas cerimónias é de preparar os rapazes e as raparigas para a vida matrimonial e social e com o rito de iniciação os rapazes e as raparigas têm o acesso a participação e ao conhecimento de certos mistérios.
I. Ritos de iniciação masculina
Os ritos de iniciação masculino, eles subscrevem-se em realizar a circuncisão e todas as actividades a ela inerentes durante o período de preparação, e ensinando aos jovens tudo o que possa a vir a encontrar na vida e que necessite conhecer para a luta. Ali, aprende-se a sofrer com resignação todos os martírios que lhe infligirem bem como todas as durezas da vida e, até, são ensinados a caçar.
1.1.1. O decurso dos ritos
No dia marcado, o jovem em companhia do seu padrinho partem para a mata, segurando uma perna de galinha com uma shima de mapira ou milho que lhe é dado pela mãe.
Ao longo da caminhada para a mata, a marcha é interrompida por um grupo de assaltantes mascarados que gritam fortemente para assustar os garotos.
Quando já se aproximam do local escolhido pelo chefe tradicional no meio de uma floresta o padrinho tapa-lhes os olhos e os tambores e apitos rufam para que lhe não oiça os gritos dos outros circuncidados.
«Metem-lhes um pauzinho entre os dentes para melhor suportar as dores.
Nisto o Namuko aproxima-se do garoto a “relâmpago” e corta o prepúcio do circuncidado de uma só vez mesmo que não o atinge não repete.»
A navalha tradicional usada nesta operação é antes levada ao fogo para evitar infecções. Depois da operação o namuko deita-lhes um remédio tradicional para cicatrizar a ferida.
Neste intervalo de tempo, até que a ferida cure o jovem é proibido de comer alimentos salgados, segundo a tradição, infectária a ferida. Neste período não pode, tomar banho e nem tocar na água.
É raro que alguém morra por infecção mas quando alguém morre não se comunica a família até acabar o período de incubação todo o grupo regressa a casa.
«A mãe fica a saber da notícia no de “Okuma aluka”, ressurgimento do jovem.»
1.2. Moeda/Cabo Delgado
As cerimónias da puberdade dos rapazes chama-se Licumbi e nelas também entram os bailarinos mascarados mapiko.
O chefe da aldeia deve arranjar o curandeiro (Namulo) que será o mestre da cerimónia, e durante a cerimónia o Nalumbo terá o corpo manchado de bolinhas brancas. Esta festa realiza-se na época seca, escolhe-se este período porque há menos trabalho nos campos e é um bom tempo para fazer festas ao ar livre e porque os rapazes podem viver melhor no mato durante o período necessário de isolamento. Eles também escolhem esta época do ano por se preparar melhor as bebidas fermentadas e comidas para a festa.
É o Nalungo que faz a circuncisão dos rapazes e fornece o remédio para eles resistirem aos perigos do mato e lhe dá indicações do que podem e não podem fazer durante o Licumbi. 
Cada rapaz (Mwali) deve ter um padrinho que lhe acompanhe durante todo o Licumbi e este padrinho chama-se Mbwana, o mwali é conduzido pelo mbwana para a circuncisão e ajuda-o durante o período de isolamento no mato.
Ensina-lhe muitas habilidades para a vida futura tais como; construir casa, fazer armadilhas para caça de animais e tudo aquilo que é importante para a vida matrimonial e social. O mbwana depois de dar estas habilidades, empresta ao seu protegido, uma navalha velha para poder executar o que lhe é ensinado. Quando termina o licumbi o mbwana recebe de volta a sua navalha velha, e oferece uma nova ao seu mwali.
Durante as cerimónias, cada iniciado planta uma estaca de qualquer árvore que traz pela 1ª vez que vai para o mato durante o licumbi, num local chamado maûle. Durante o licumbi o namulo impõe algumas proibições tais como: as mães dos iniciados não podem comer carne, não podem tomar banho no rio, falar ou cumprimentar as pessoas e não podem dormir, por sua vez os rapazes também não podem comer carne, nem podem ser vistos pelas mulheres e pelas crianças, não pode atravessar caminhos sem antes esfregar um pouco de areia na testa e no umbigo.
«Todas as roupas usadas durante a iniciação são queimadas e os jovens recebem outras novas, queimam também a cabana que usam também durante o rito de iniciação.  Pintam seus corpos, enfeitam as pernas com ornamentos feitos por eles próprio, com frutas secas em cujo interior chocalham as sementes, recebem então o nome novo e abandonam o da nascença, “Nsina nokhani”»
Quando olham o fogo para queimar a cabana que todos partilham os jovens deitam-se de braços no chão de forma a não presenciarem as chamas, porque se eles presenciam as chamas serão estéreis.
1.3. Na sociedade Makhuwa
Entre os Makhuwas, são recomendados aos iniciados a fazerem a sua estreia sexual dentro dos primeiros três dias depois do regresso, se não fizerem as estreias dentro deste período recomendado pode se tornarem estéreis ou terem uma vida sexual aberrante.
Os jovens regressam em grupo a aldeia recebe-os com grande alegria – Kujuluca, okhuma olukhu, os seus novos membros, no meio de cantares, danças e actos simbólicos que referem a morte da vida da criança e nascimento de um cidadão novo para a comunidade.
Os que já passaram pelo rito de iniciação são proibidos de contar aos não iniciados e as mulheres o que se passou e aprenderam na floresta sob pena de morte se assim o fizer.
1.4. Na Zambézia
A circuncisão é feita por indivíduos de sexo masculino em número de seis homens chefiados por um “Rabamoma”, que é um homem corajoso e conhecedor de raízes medicinais, este é acompanhado por uma mulher que prepara as raízes medicinais que dá a tomar aos circuncidados. No final desta operação vão para uma moita esperar a hora marcada, e quando chega esta hora o circuncidado é despido e transportado pelo padrinho (moli) para as operações. Em seguida aparecem dois outros ajudantes a pôr nas feridas um medicamento em pó cinzento, daí são levados para um outro lugar onde são dados de comer, umas colinhas de massa de arroz, mapira, milho, ou mandioca cozida com medicamento oleoso. A partir deste momento os iniciados não usam a sua roupa antiga nem se avistam com nenhuma mulher.
No meio de canções vão para o acampamento (Mussassa), onde ficam até a cicatrização completa que dura de quatro à seis meses. Durante a permanência no mussassa são lhes ministradosvários ensinamentos por meio de canções com respectivos sentidos, a um responsável de ensino que é uma pessoa versada em muitos assuntos de filosofia tradicional (Emariha).
Cicatrizadas as feridas os iniciados são levados para um ribeiro mais próximo com a finalidade de receber um banho purificador acompanhado do moli, entra na água e o moli mergulha-lhe a cabeça até aos ombros por três vezes, saem juntos para fora. E este é o momento de vida ou morte para os iniciados e chama-se Ohuabamuala-hùguma. No fim, os familiares só poderão saber da morte do seu filho só depois de todos iniciados terem sido entregues aos seus familiares.
1.5. Djando (Niassa)
Depois de garantido os requisitos exigidos para a sua efectivação (o pessoal, indumentário e o acampamento) realizam-se cerimónias para entrega dos iniciados a estruturas do djando. Essas cerimónias têm lugar na casa do nakaugo, local indicado para a concertada do ritmador, seus familiares e outros convidados. Em regra, as cerimónias realizam-se na noite interior ao dia da partida dos iniciados para ao acampamento, fazendo-se acompanhar dos aloubwés.
No que diz respeito ao pessoal, para além dos próprios iniciados, a estrutura responsável pelo djando é: N’galiba, nakauga, atchitonombe, nampako, aloubwé e n’tchando.
Namuko: é a pessoa responsável pelo acto da circuncisão e pela saúde de todas as pessoas envolvidas na efectivação do djando. O n’galiba é, por definição considerado a pessoa altamente competente e a mais experiente na sua actividade profissional.
Nakaunda: é o supervisor geral do djando. Ocupa-se com recolha conselhos, críticas, observações e recomendações confidenciais dos mais velhos que pela idade avançada podem não querer passar pelo acampamento de djando. Além disso o nakaugo é que nomeia e admite o atchitonombe e nampako. Para ser nampako basta ser o primeiro a tomar a iniciativa de iniciar os filhos, todos os outros que aderem posteriormente sujeitam-se a subordinarem-se ao primeiro que normalmente é que suporta com a maiores despesas de djando.
Atchitonombe: orienta todos os exercícios matinais e decide sobre a reeducação de tudo e qualquer iniciado que comete um erro, na ausência do nakauga o atchitonombe é que o substitui.
Nampako: é a pessoa designada para controlar todas as actividades dos iniciados e dos aloubwé.
Aloubwé: pessoa a quem lhe é confiada a tarefa de acompanhar, directo ou indirectamente, os iniciados. São escolhidos segundo a preferência dos alouubwé. Eles devem receber a comida para os iniciados cujo consenso é sempre colectivo. Caso a comida não seja suficiente, então, guarda-se até que chegue para todos.
Defendem o iniciado é sua responsabilidade quando necessário, no caso de ser condenado a pena maior, informa aos pais sobre o estado de saúde do iniciado. É, também sua função receber dos pais novos nomes dos seus filhos recém-nascidos.
N’tchando: é nomeado entre os iniciados do nakaugo, normalmente é o filho mais velho. O ntchando responde pelos seus colegas durante o tempo de repouso ou de actividades recreativas sob suas ordens, os iniciados não podem maltratar qualquer pessoa que viole o código ritual, pondo em causa os tempos livres.
1.6. A vida no acampamento
Chegado ao acampamento, os ritmados são submetidos imediatamente a circuncisão, sendo, este, um acto doloroso que acarreta inevitavelmente choros e gritos. Para impedir que aqueles sejam ouvidos por pessoas alheias ao rito, é que provavelmente causaria medo nas crianças ainda não circuncidadas, os alombwé fazem todo quanto esteja ao seu alcance, tocam tambores com maior rigor, dançam e cantam alto. Também tem sido uma prática tapar a face do iniciado para impedir que estes vejam o material usado na circuncisão.
Como tratamento para as feridas causadas na circuncisão, utiliza-se seiva das partes inferiores do cacho bananas ou cinzas de algumas plantas. Esse tratamento é feito no dia seguinte a circuncisão. Findo o processo de circuncisão segue-se a fase de mistificação dos iniciados. Nesta fase o papel mais importante é desempenhado pelo pelos acompanhantes particulares (alombwés) que se encarregam de indagar os iniciados toda uma série de mitos e tabus. A não-aceitação de tabus, sempre foi, é tida como fundamento para as penalizações, incluindo as chicotadas.
Para se garantir que não haja fuga de informação sobre o sofrimento a que os jovens são submetidos nos ritos, utilizam-se ameaças de morte d uma pessoa mais importante da família (pai, mãe, tio, irmão, etc.).
1.7. Entrega da alimentação
Como vimos anteriormente, uma das funções dos aloubwés é de receber comida dos iniciados. A comida é recebida no posto de controlo, onde um ou dois aloubwé se encontram de permanência.
As pessoas que trazem comida, devem entoar no mínimo o por norma uma canção cujo conteúdo deve ser o tipo da comida trazida. Raras vezes o alombwé, quando vê que um caril foi bem confeccionado não come todo. Em substituição, fazem molho de carvão e obrigam os iniciados a comerem, ninguém deve recusar-se ou reclamar.
1.8. Regresso a casa
Quando falta poucos dias para regressarem para casa, os iniciados vestidos de esteiras de bambo caniço e comandados pelos N´tchando costumam efectuar visitas aos familiares, e durante essas visitas sempre realizam-se nas noites, e cada um dos iniciados presta declarações de como ultrapassou este ou aquele defeito ao mesmo tempo que anuncia o seu novo nome no último dia, queimam todas as cabanas do acampamento, não deixando qualquer vestígio.
Nesta mesma noite os iniciados regressam a casa e é uma noite de festa. A partir daí os jovens são considerados como homens, devendo gozar de todos os direitos baseados nos costumes por mais jovens que sejam.
II. Ritos de iniciação feminina
Segundo SOLATO (2007) “uma rapariga só é reconhecida como ser completo depois de ter passado pelos ritos de iniciação, estes tem como objectivo a formação de mulheres para enfrentar as múltiplas tarefas do lar nos aspectos de uma futura esposa mãe e produtora de bens materiais em benefício do marido e dos filhos”. As mestras ensinam que a menstruação nada tem de anormal, antes pelo ao contrário de que em breve pode procriar.
2.1. Sociedade Nhanja
«As raparigas menstruadas pela primeira vez são conduzidas a uma palhota no meio do mato, longe da povoação, e ali entre cantigas e prelecções sub a direcção das mestras idóneas aprendem tudo o que uma mulher deve saber nas suas relações com o outro sexo. Durante o período de iniciação, que dura cerca de oito dias, as raparigas não podem ter o menor contacto com estranhos, mesmo do seu sexo, excluindo o contacto obrigatório e indispensável com as mestras. O ruído dos batuques próprio das cerimónias, impedem que o viajante desprevenido se aproxime do recinto. Findo estes ritos, a palhota que as albergou é queimada indo todas as iniciadas banhar ao rio mais próximo, vestindo-se depois, os seus panos mais vistosos e adornando-se com missangas de cores vivas»
2.2. Tribo Ahirima
As raparigas iniciadas sentadas cercadas palas mulheres Mais ou menos ébrias com um canto monótono abordando o assunto erótico, ao desenrolar dos cantos as raparigas vão-se despindo ficando nuas tapando teoricamente o sexo com um pano de oito centímetros de largura, segurado atrás e a frente de um cinto de missangas, nestes cantos as raparigas são ensinadas a limparem sempre o sémen derramado pelo marido com as mãos depois de um acto sexual, nunca pode usar um pano para tal; mostrar sempre o seu conhecimento ao marido, saber agradecer quando lhe oferece algo, sempre que estiver menstruada deve avisar o marido e nunca pode cozinhar e tocar no sal enquanto estiver menstruada, só podendo fazer após o fim da menstruação e de ter uma ou duas relações sexuais com o marido.
Durante os dias da primeira menstruação, a rapariga esconde-se e nenhum homem pode vela sob pena de ficar cego. Em seguida chama-se a madrinha (Moli), ficando a donzela (Namuali), completamente entregue aos seus cuidados. Ela é fechada num quarto durante seis a sete dias, até passara menstruação. Só sai acompanhada da madrinha para assistir as várias danças, é ela que lhe prepara os alimentos, sempre sem sal. É ensinada a utilizar ervas medicinais durante o banho, a usar infusões de raízes para dominar as dores, ter cuidado com a sua higiene íntima e vida sexual, a puxar o matís “ithuna” (desfloração dos lábios menores da vagina). Esta operação ritual consiste em queimar rícino (ikurra) e com cinza obtida da mesma fazer-se a dilatação dos lábios menores e do clítoris, até ao ponto de cobrir toda a superfície vaginal, chegando por vezes a atingirem dez centímetros.
Este ritual tem como objectivos:
i. Provocar sensação no sexo masculino do marido;
ii. Tornar-se sexualmente bastante agradável para qualquer homem.
Além de desflorar os lábios menores da vagina, em algumas tribos a jovem é feitas tatuagens nas coxas, no abdómen, nas nádegas, na cara e nas pernas e entregue missangas para passar a pôr nas ancas.
Quando a rapariga sai fora pela primeira vez para tomar banho, toca batuque em sinal de regozijo, mostrando que ela esta pronta para procriar. Podendo casar desde logo, é nesta ocasião que se realiza a Emuali – cerimónia de iniciação só para mulheres. Nenhum homem se aproxima, pois que, mal oiçam o ruído do pequeno tambor usada na dança, os homens afastam-se a correr convencidos de ficar doidos. As mulheres formam um círculo enquanto uma delas “namugo” e a namuali dançam no centro. Uma outra, com uma escultura de pénis, normalmente de madeira, presa na cintura vai também ao centro com a mulher, que lá se encontra completamente nua, simulam o acto sexual, dramatizando-o para a jovem namuali. Com as mãos untadas com uma pasta de cinza, misturada com óleos silvestres, a jovem passa várias horas do dia, puxando compassadamente os pequenos lábios. As mulheres acreditam que isto dá grande prazer ao homem e aquelas que não procederem a esta deformação, terão problemas no lar.
Ensina-se a jovem a obediência ao marido, nunca lhe responder de má vontade, aquecer água para o banho, a importância da higiene dos órgãos sexuais femininos e do seu marido apôs as relações sexuais, aceitar relações sexuais sempre que o marido quiser, e agradar sexualmente o marido, torna-se desaconselhável ficar indiferente durante o acto sexual.
2.3. Impacto dos ritos de iniciação no sistema educacional em Moçambique
A educação tradicional é uma educação não formal. Ela é dada a criança não lhe permitindo individualizar-se do grupo, visava a formação da personalidade no sentido de dependência no grupo através do desenvolvimento da sua consciência.
Entre os 7 e os 10 anos inicia-se a separação de sexos, o rapaz vive ao lado do pai, enquanto a rapariga ao lado da mãe. É neste período que a criança começa progressivamente a participar nas actividades produtivas da família. A medida que a criança, a separação conforme sexos torna-se cada vez mais nítida, o rapaz começa a ser integrado na intimidade dos homens, enquanto a rapariga, se mergulha no misterioso mundo das mulheres.
Os ritos de iniciação têm lugar por volta dos 10/15 anos e são marcados por acções educativas mais conscientes. É nessa altura que a educação dos jovens é confiada a alguns membros designados pela comunidade, compreendendo os fundamentos da vida social, os valores culturais, costumes e tradições.
Numa estreita ligação com os adultos, os adolescentes aprendem um ofício, são lhes comunicado os principais segredos da família e da tribo. Assim, o adolescente forjado na iniciação é um homem completo, ele tem da sua vida e da sua comunidade uma ideia clara e corrente, sabre o que ou outros esperam e o que deles pode esperar.
A educação tradicional dá ao jovem, um conjunto de conhecimentos utilitários que lhe permitem enfrentar com eficácia e sem frustrações as dificuldades da vida futura.
Actualmente em Moçambique, a educação tradicional não existe no seu no seu estado puro, apesar de continuar presente na comunidade. Ao nível das escolas, particularmente nas zonas rurais a sua presença é notória nas crianças, nas quais se verificam os valores tradicionais veiculados e defendidos pela família.
Por outro lado que se observa actualmente em grande parte dos jovens nas cidades ou vilas, são inúmeros casos, de má conduta nas escolas, centros internatos e lares, falta de ética, a aderência a atitudes imorais, o consumo de álcool e drogas, a prática de criminalidade, as infidelidades conjugais, os divórcios ou ainda as insatisfações sexuais dos casais devido a uma educação sexual deficiente, podem ser reflexo da decadência da educação tradicional pura.
Com o reconhecimento e valorização da educação tradicional em Moçambique, o sector de educação vem fazendo respeitar em algumas zonas, a periodização da realização dos ritos de iniciação de acordo com as zonas, de modo a não chocar intimamente com o calendário escolar tomando sempre em consideração e respeito que algumas crianças devem participar nos ritos em pleno período escolar.
2.3. Vantagens 
i. A circuncisão, devido a higiene pessoal que evita possíveis doenças de transmissão sexual;
ii. Integração social e formação da pessoalidade do indivíduo;
iii. Educação cívica moral (respeito aos mais velhos, aos lugares sagrados, aos mortos);
iv. Educação sexual e matrimonial.
2.4. Desvantagens 
i. Os procedimentos para o acto de circuncisão é demasiado doloroso, aliado ao uso de instrumentos cortantes não adequados;
ii. O elevado risco de vida dos iniciados ao mergulhar na água, durante o isolamento ficam a mercê dos animais ferozes e frio;
iii. Preparação da mulher para total submissão ao marido, negando-lhe emancipação;
iv. Educação ao homem para manifestação do poder autoritário;
v. Não adequação do programa dos ritos de iniciação com o calendário escolar;
vi. Longo período de permanência nos ritos de iniciação para os rapazes;
vii. Separação dos trabalhos caseiros e outros por sexo;
viii. Limitação da dieta alimentar (não consumo de ovos, fígado, moela, etc.).
2.5. Factores que podem interferir nos ritos de iniciação
A educação tradicional em Moçambique através dos ritos de iniciação é complexo e multiforme devido essencialmente as diversas culturas, como o ilustram as diferentes línguas que abundam, alicerçado pela vastidão do seu território e influência de culturas dos países vizinhos. Assim, podem ser apontados alguns factores que podem concorrer negativamente para a manutenção dos traços culturais tradicionais originais:
i. Os valores culturais tradicionais são transmitidos de geração em geração através dos mais velhos aos mais novos com base na capacidade de aprendizagem e transmissão via oral de vido a escassez ou não existência de registos escritos. Em cada fase, cada tipo de cultura vai se fragilizando, e a pouco e pouco a originalidade vai cedendo lugar a inovações;
ii. Os interesses relativos a convicções e crenças religiosas que pululam no país, na maioria transportadas gratuitamente do estrangeiro;
iii. O matrimónio conjugal entre uma pessoa que passou pelos ritos de iniciação com outra que não passou pelo rito;
iv. O impacto do desenvolvimento económico, sócio-cultural, que origina a movimentação campo-cidade e vice-versa, devido a implantação de novos projectos de desenvolvimento;
v. A actual preocupação do governo na divulgação do programa de prevenção e combate as DTS/HIV/SIDA a todos os níveis e os cuidados básicos a ter em consideração para não proliferação da doença orientando, por exemplo, aos procedimentos de utilização de objectos cortantes, até aos médicos tradicionais;
vi. A livre escolha de parceiro(a), para o casamento (Cristão – Muçulmano, Macua – Sena, Maconde – Ronga, Nhungue – Machangana, Negro(a) – Branca(o), etc.).
vii. 
Conclusão 
Neste trabalho que está terminando falou-se sobre ritos de iniciação. A leitura atenta do mesmo, e pelas pesquisas feitas, permite concluir que a educação acontece na sociedade através de relações com os outros. A educação não só acontece na escola, acontece também e na maioria das vezes na comunidade onde estamos inseridos. Atépelo contrário, o modo de convivência na sociedade, entre muita parte do saber estar e ser do Homem é adquirido na comunidade com os pais, familiares e outros conhecidos.
Este trabalho reflecte a nossa realidade. Foi bom fazer este trabalho esperamos mais trabalhos da mesma natureza.
Bibliografia
1. Laura Gomes, Ana Candido e Mariamo Jasso. Titulo: Ciências Naturais 6ª classe. 2003.
2. SOLATO. Os Ritos de Iniciação na Sociedade Moçambicana. Moçambique. 2007.
3. Fontes orais.
	
Imilda Eduardo Júnior 
Turma B2, Grupo B, Número 45
Ritos de Iniciação 
Escola Secundária de Namicopo 
Nampula 
2016 
Imilda Eduardo Júnior 
Turma B2, Grupo B, Número 45
Ritos de Iniciação 
 (
Trabalho 
individual
 de 
c
arácter avaliativo da
 
disciplina de Inglês
 
a ser 
entregue na sala de aulas ao docente da disciplina
.
Docente:
Dr. 
Vasco Muaipo
)
Escola Secundária de Namicopo 
Nampula 
2016

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