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TUTELAS PROVISÓRIAS

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TUTELAS PROVISÓRIAS. 
 
 
Tutelas provisórias são tutelas jurisdicionais não definitivas, fundadas em 
cognição sumária. Ou seja, são fundadas em um exame menos profundo da 
causa, capaz de levar à prolação de decisões baseadas em juízo de probabilidade 
e não de certeza. As tutelas provisórias podem fundar-se em urgência ou em 
evidência (daí por que se falar em tutela de urgência e em tutela da evidência). 
 
A tutela pode ser definitiva, havendo amplo e profundo debate acerca do 
objeto do processo, produzindo coisa julgada material. Contudo, pode não se dar 
com a rapidez desejada, fazendo surgir algumas tutelas diferenciadas. Podem 
também assegurar a futura realização do direito (tutela cautelar ou não satisfativa 
do direito material, que resguarda os efeitos de um processo). Muito comum a 
designação das tutelas antecipada e cautelar como espécies de tutelas de 
urgência. 
 
Contudo, pode ocorrer ser prescindível o perigo (art. 311), nas 
denominadas tutelas de evidência que, a rigor, são técnicas de aceleração do 
procedimento. O CPC/2015 criou um novo sistema para disciplinar as 
denominadas tutelas provisórias. Tal expressão foi utilizada no gênero, incluindo 
as tutelas provisórias de urgência e as tutelas provisórias da evidência como 
espécies. 
 
Embora redundante, as tutelas provisórias de urgência se fundamentam na 
urgência, enquanto as da evidência se fundamentam na evidência, sem exigir a 
urgência. As tutelas provisórias têm em comum a meta de combater os riscos de 
injustiça ou de dano, derivados da espera, sempre longa, pelo desate final do 
conflito submetido à solução judicial. 
 
As tutelas de urgência cautelar podem ser utilizadas quando a pretensão do 
autor for a de conservar o bem ou o direito, para que permaneça íntegro e possa 
ser posteriormente disputado. As tutelas de urgência antecipada podem ser 
utilizadas quando a pretensão do autor for satisfativa, qual seja, de obter em 
algum momento do processo o objeto que lhe seria destinado por ocasião da 
prolação da sentença. 
 
Exemplo de tutela provisória de urgência cautelar – pedido formulado pelo 
autor (marido) para que a ré (esposa) se abstenha de alienar o patrimônio comum, 
que será posteriormente partilhado, quando da separação ou do divórcio do casal. 
Exemplo de tutela provisória de urgência antecipada – pedido formulado pelo 
autor para que o plano se saúde seja obrigado a custear procedimento cirúrgico, 
negado no âmbito administrativo. As tutelas de urgência, cautelares e satisfativas, 
fundam-se nos requisitos comuns do fumus boni iuris (fumaça do bom direito) e do 
periculum in mora (perigo na demora). 
 
Não há mais exigências particulares para obtenção da antecipação de 
efeitos da tutela definitiva (de mérito). Não se faz mais a distinção de pedido 
cautelar amparado na aparência de bom direito e pedido antecipatório amparado 
em prova inequívoca. A tutela provisória de evidência não se funda no fato da 
situação geradora do perigo de dano. 
 
Se funda no fato de a pretensão de tutela imediata se apoiar em 
comprovação suficiente do direito material da parte. Justifica-se pela possibilidade 
de aferir a liquidez e certeza do direito material, ainda que sem o caráter de 
definitividade. Isso porque o debate e a instrução processuais ainda não se 
completaram. 
 
No estágio inicial do processo, porém, já se acham reunidos elementos de 
convicção suficientes para o juízo de mérito em favor de uma das partes. Segundo 
Bruno Bodart (2015), a Tutela de Evidência baseia-se no alto grau de 
verossimilhança e credibilidade da prova documental apresentada. Concede ao 
autor em sede de cognição sumária a tutela jurisdicional quando há demonstração 
prima facie da existência de seu direito. 
 
A morosidade judiciária não pode favorecer a parte a quem não assiste 
razão em detrimento daquele que a tem. Se assim for, transformará o processo 
numa arma letal contra o detentor de direito evidente. O artigo 311 do CPC/2015 
estabelece sobre da Tutela de Evidência: 
 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da 
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, 
quando: 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito 
protelatório da parte; 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e 
houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada 
do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do 
objeto custodiado, sob cominação de multa; 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos 
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar 
dúvida razoável. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir 
liminarmente. 
 
Exemplo de tutela provisória de evidência: autor pede em uma ação que o 
valor pago referente a uma taxa, seja restituído. Sabendo-se, de antemão que o 
valor referente à taxa é devido, antecipa-se a tutela que é evidente. As tutelas 
provisórias podem ser revogadas ou modificadas a qualquer tempo. A revogação 
ou modificação pode ser feita por meio de decisão de natureza interlocutória. 
 
Contra a decisão interlocutória é admitida a interposição do recurso de 
agravo de instrumento – inciso I do art. 1.0151). Podem ser revogadas ou 
modificadas na sentença, quando a decisão deve ser impugnada pelo recurso de 
apelação (§ 5º do art. 1.0132). Revogação ou modificação durante o processo = 
agravo de instrumento. Confirmação, concessão ou revogação na sentença = 
apelação. 
 
Concessão da Tutela Provisória Inaudita Altera Parte. O caput do art. 9º do 
CPC/2015 dispõe que “não se proferirá decisão contra uma das partes sem que 
ela seja previamente ouvida”. No entanto, essa regra não se aplica à tutela 
provisória de urgência, por força do parágrafo único da mesma norma. 
 
Assim, tanto a tutela provisória de urgência cautelar como a tutela 
provisória de urgência antecipada podem ser concedidas independentemente de 
ouvida a parte contrária, liminarmente ou após a realização da audiência de 
justificação. As custas processuais são calculadas sobre o valor da causa, que 
deve se basear na tutela definitiva. 
 
Quando a tutela de urgência é requerida em caráter incidental (processo em 
curso), não exige o recolhimento das custas. Isso porque as custas já foram 
recolhidas anteriormente. Efetivação da Tutela Provisório Considerando que a 
tutela cautelar e a tutela antecipada são provisórias, sua efetivação deve respeitar 
os arts. 520 e seguintes do CPC/2015. A decisão judicial corre por iniciativa e 
responsabilidade da parte. 
 
Se o pronunciamento for reformado, a parte se obriga a reparar os danos 
sofridos pela parte contrária. A decisão da tutela fica sem efeito, sobrevindo 
decisão que modifique ou anule o pronunciamento provisório. Para isso, o 
magistrado não pode se limitar a afirmar que a parte teria ou não teria preenchido 
os requisitos previstos em lei. Lembrando que tais requisitos são: probabilidade do 
direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. 
 
O magistrado deve identificar as provas que confirmam ou não o 
preenchimento dos requisitos previstos no art. 300. Tal regra é extensiva à 
negativa, à modificação e à revogação da tutela, em respeito ao princípio da 
fundamentação. Se a decisão for omissa, pode ser atacada pela interposição do 
recurso de embargos de declaração (inciso II do art. 1.0223). 
 
A Competência se a ação na qual a tutela provisória é requerida estiver em 
curso, esta deve ser solicitada ao juiz da causa (petição avulsa). Não tendo sido 
ainda proposta, a tutela deve ser solicitada ao juízo competente para processar e 
julgar a ação (juízo competente para conhecer o pedido de tutela definitiva). 
 
Exigência de Caução, a lei prevê que o magistrado pode condicionar a 
concessão da tutela de urgência à prestaçãode caução real ou fidejussória 
idônea. No entanto, a caução pode ser dispensada se a parte economicamente 
hipossuficiente não puder oferecê-la. 
 
Concessão da Tutela Liminarmente ou Após Justificação Prévia 
A tutela provisória de urgência pode ser concedida liminarmente ou após a 
realização da audiência de justificação. Na audiência de justificação o autor 
produz prova para tentar confirmar o preenchimento dos requisitos legais: 
 
 
Sendo assim, fica evidente que há situações concretas em que a duração 
do processo e a espera da composição do conflito geram prejuízos ou risco de 
prejuízos para uma das partes. Tais prejuízos ou riscos de prejuízos podem 
assumir proporções sérias, comprometendo a efetividade da tutela a cargo da 
Justiça.

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