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07 - ECONOMIA E NEGOCIOS - UNIP - Disciplina Online

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06/03/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/disciplina/detalhes/6694 1/7
Funções e evolução da moeda: caracterização e funções básicas; evolução
histórica da moeda e dos sistemas monetários.
 
 
Banco Central e Bancos Comerciais
Texto 1 - Banco Central
 
 O Banco Central, na qualidade de Autoridade Monetária em um dado país, assume algumas
funções. Dentre elas, a) ser emissor de papel-moeda, ou seja, detém o monopólio de emitir quantidade de
moeda suficiente para ajudar nas trocas de mercadorias entre os agentes, b) ser controlador da liquidez da
economia zelando pela permanência do valor do dinheiro no tempo enquanto manutenção do poder de
compra, c) ser banqueiro dos bancos fiscalizando as operações bancárias com relação à administração
dos recursos que seus correntistas lhe confiam, d) regulador do sistema financeiro com vistas a manter
harmonia e garantia no sistema e e) depositário de reservas internacionais em que administra o volume de
moeda internacional que dado país consegue internalizar por intermédio das exportações que efetua.
 
 Basicamente, e de forma bastante generalizada, pode-se dizer que uma das principais funções
do Banco Central é zelar pela liquidez da economia e, em se tratando de liquidez estamos nos referindo à
Base Monetária e aos meios de pagamento. Como vimos, a autoridade monetária emite moeda manual
mas somente parte desses recursos encontram-se a disposição do público pois parcela de tal emissão fica
a cargo do caixa do Banco Central sendo que outra parte é retida pelos bancos comerciais na forma de
encaixe técnico. Assim, torna-se necessário conhecer os agregados monetários ou também chamados de
meios de pagamento e são classificados, por ordem, da maior liquidez para menor liquidez.
 
 Conforme Carvalho et al (2007) o primeiro agregado monetário é denominado de M1 e é
representado pelo Papel Moeda em Poder do Público somado aos depósitos à vista efetuados nos bancos
comerciais. O segundo agregado monetário é denominado M2 e agrega, além do M1, os depósitos
especiais remunerados, depósitos de poupança e os títulos emitidos por instituições depositárias. Quanto
ao M3, é representado pelo M2 somado às quotas de renda fixa e operações compromissadas registradas
no sistema Selic. Por fim, o meio de pagamento M4 agrega o M3 somando os títulos públicos de alta
liquidez.
 
 
 
 
Texto 2 – Bancos comerciais
 
 Os bancos comerciais desempenham importante papel nas economias capitalistas e junto ao
sistema financeiro pois, são uma instituição de criação de depósitos à vista e, dessa forma, expandem
meios de pagamento de forma escritural. Basta que um agente econômico efetue depósito de qualquer
valor numa conta corrente de qualquer banco que o banco tratará desse numerário. De que forma? Parte
desse numerário deve ser repassada ao Banco Central em função do recolhimento compulsório. Outra
parte, o banco comercial tratará de encaixar como forma de manutenção de sua liquidez futura fazendo
“fundo de caixa”. A isso, dá-se o nome de encaixe técnico. A parte restante, o banco comercial tem a sua
disposição para comercializar. Assumindo que, em economia, saldo superavitário de um agente representa
o saldo deficitário de outro, os saldos de depósitos á vista que estão à disposição dos bancos comerciais
serão canalizados, via crédito, a outros agentes que, ao efetuarem suas compras ou despesas, ensejam
outros depósitos à vista e assim de forma indefinida.
 
 Diante tal operação, e conforme os lançamentos que são efetuados no balancete dos bancos
comerciais, o banco comercial desenvolve o conceito de multiplicador bancário. O multiplicador bancário
nada mais é do que a representação do limite do processo de multiplicação monetária efetuada pelos
bancos comerciais por meio de seus dos depósitos à vista que recebem e do montante de crédito que
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geram a partir deles. Para cada depósito o banco comercial reserva parte como encaixe técnico e outra
parte como recolhimento compulsório diretamente com o Banco Central e conforme coeficiente por esse
determinado. Várias são as interpretações acerca do papel desempenhado pelos bancos comerciais numa
economia capitalista e, dentre essas visões, estão a abordagem neoclássica da firma bancária bem como a
teoria keynesiana da firma bancária e seu pressuposto da preferência pela liquidez dos bancos.
 
 
 
Texto 3 – Sistema financeiro
 
 A estrutura atual do Sistema Financeiro Brasileiro é composto pelo Conselho Monetário Nacional,
o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários, o Banco do Brasil, os Bancos Comerciais, os
Bancos de Desenvolvimento, Bancos de Investimentos, Instituições do Sistema Brasileiro de Poupança e
Empréstimos, as Sociedades de Crédito, financiamento e investimento, os Bancos Múltiplos e as
Instituições do Mercado de ações, além de demais instituições que atuam no mercado financeiro, a
exemplo das companhias de seguro.
 
 Conforme Carvalho et al (2007, p. 251), o sistema financeiro
 
se divide em instituições bancárias e instituições financeiras não-bancárias.
Entre as primeiras, o principal tipo de instituição é o banco comercial, pois
captam não apenas depósitos à vista, mas também depósitos a prazo, o que
lhes permite fazer aplicações de mais longo prazo que aquelas que seriam
convenientes se sua única fonte de captação fossem depósitos à vista.
Bancos de Investimentos têm uma forma de operação bastante diversa da do
banco comercial. Sua principal fonte de captação são os depósitos a prazo e a
emissão de títulos, mas, no curto prazo, dependem também da oferta de
crédito por parte dos bancos comerciais. Entre as instituições financeiras não-
bancárias temos as companhias de crédito, financiamento e investimento e as
corretoras e distribuidoras de valores.
 
Cada uma dessas instituições desenvolvem suas operações no mercado conforme o próprio
mercado se moderniza e da forma com que os agentes modificam suas relações com a moeda. Assim, em
diferentes momentos as instituições desempenharam papéis diferentes, conforme bem descreve a
abordagem de Gurley-Shaw e a evolução do Sistema Financeiro Brasileiro desde o império, passando pelo
período da Grande Depressão, o período pós-guerra e as reformas de 1964-1965 até assumir a forma da
atualidade.
 
 
Texto 4 - bancos e intermediação
 
 A intermediação financeira é muito importante para dar fluidez ao sistema bem como para que
uma economia possa aprofundar na divisão do trabalho. A canalizar recursos captados junto aos agentes
superavitários para os deficitários, os intermediários financeiros operacionalizam os fluxos de
financiamento indireto e da economia.
 
 Assim, os agentes econômicos superavitários ofertam recursos financeiros aos intermediários
que fazem tais recursos chegarem às mãos dos agentes econômicos deficitários que representam os
demandantes de recursos financeiros que necessitam cobrir seus déficits orçamentários.
Independentemente da estrutura institucional do sistema financeiro da economia, a função essencial da
intermediação financeira é a de processas os fluxos de financiamento indireto da economia, promovendo,
assim, diversos benefícios ao sistema e aos agentes. Lopes e Rossetti (2002, p. 415) sistematizam a
segmentação do mercado financeiro quanto aos tipos e às finalidades das operações de intermediação
praticadas, conforme pode-se observar no quadro que se segue.
 
 
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Segmentos
principais
Caracterização e tipos de operação de intermediação
Mercado Monetário Segmento em que se realizam operações de curtoe de curtíssimo
prazo. É por meio deste mercado que aos agentes econômicos e os
próprios intermediários financeiros suprem suas necessidades
momentâneas de caixa. A liquidez desse segmento de mercado é
regulada por operações abertas, conduzidas pelas autoridades
monetárias, via colocação, recompra e resgate de títulos da dívida
pública de curto prazo.
Mercado de Crédito Segmento que atende aos agentes econômicos quanto às suas
necessidades de crédito de curto e de médios prazos.
Particularmente, são atendidas solicitações de crédito para
financiamento da aquisição de bens duráveis pelos consumidores e
do capital de giro das empresas. A maior parte do suprimento desse
tipo de crédito é feita por intermediários financeiros bancários;
complementarmente, podem ocorrer suprimentos via intermediários
não bancários.
Mercado de Capitais Segmento que atende aos agentes econômicos produtivos quanto às
suas necessidades de financiamento de médio e, sobretudo, de longo
prazos, essencialmente relacionados com investimentos em capital
fixo. A maior parte dos recursos financeiros de longo prazo é
suprida por intermediários financeiros não bancários. As operações
que se realizam nas bolsas de valores são parte integrante desse
mercado.
Mercado Cambial Segmento em que se realizam operações de compra e venda de
moedas estrangeiras conversíveis. Podem ocorrer operações a prazo
para suprimento de necessidades momentâneas de moedas
estrangeiras, por exemplo, para fechamento de câmbio de
importações; inversamente, podem ser adquiridas divisas por
antecipação, por exemplo, de exportadores que trocam,
antecipadamente, por moeda corrente do país, as divisas estrangeiras
que receberão. As operações nesse segmento de mercado são feitas
sob a intermediação de instituições financeiras autorizadas, bancárias
e não bancárias.
 
 
Texto 1 - Moeda
 
Inicialmente, vamos refletir sobre o que vem a ser moeda. A moeda é um artigo utilizado para
efetuar trocas. Dá-se moeda em troca de algo. Trabalhamos em troca de moeda. O termo moeda designa
moedas metálicas e papel moeda, as cédulas que utilizamos. 
 
Vamos pensar um pouco. A moeda tem valor? Você, por acaso, já encontrou alguém nas ruas de
sua cidade vendendo moedas, vendendo dinheiro? Possivelmente não. Por qual motivo? Antes da
resposta, reflita mais um pouco! Qual o valor de uma cédula, nota, de R$ 20,00? Quanto vale uma nota de
R$ 100,00? Qual o valor de uma moeda metálica de R$1,00? Parece estranho dizer, mas, nas economias
modernas, as notas bem como as moedas não têm qualquer valor. Representam valor!!! Representar valor
significa ter poder aquisitivo. Uma cédula de R$ 50,00 representa um poder de compra de cinqüenta
unidades monetárias. Uma cédula de R$ 10,00 representa um poder de compra de dez unidades
monetárias e assim por diante. Esse deve ser o motivo pelo qual não encontramos pessoas nas ruas
vendendo moedas, pois qualquer pessoa não aceitaria vender uma nota de R$ 100,00 por um valor mais
baixo do que ela vale e também ninguém aceitaria pagar mais do que esse valor pela nota.
 
Podemos pensar que a moeda seja uma mercadoria. Mas não qualquer mercadoria. Uma
mercadoria específica que reúne a propriedade de ser trocada por qualquer outra mercadoria. Basta ter em
mãos cédulas ou moedas metálicas para poder trocar por qualquer artigo que represente exatamente as
unidades monetárias incorporadas na moeda. Se tivermos em mãos R$ 80,00, podemos adquirir qualquer
mercadoria que tenha um preço idêntico ou menor do que esse valor e que esteja disponível para venda,
obviamente.
 
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A especial característica que a moeda reúne é a de ser aceita em qualquer situação. Veja um
exemplo: seria muito difícil, numa economia moderna, adquirir mercadorias pagando, ou trocando, por
outras mercadorias como à época do escambo. Caso você queira um sapato novo, você não conseguirá
trocar no mercado pelo seu trabalho direto. Haveria a necessidade de dupla coincidência de desejos: o seu
desejo em ter os sapatos e o do vendedor em utilizar sua força de trabalho. Agora, de posse da moeda,
tudo fica mais fácil. Se o vendedor coloca à venda os sapatos que você deseja, basta que você tenha
poder de compra, representado pela moeda, e os compre, pagando em moeda. Pronto. Efetuamos uma
troca indireta. Moeda por mercadoria, no caso do comprador e mercadoria por moeda, no caso do
vendedor.
 
 
Texto 2 – Funções e características da Moeda
 
Se a moeda, então, pode ser pensada como uma mercadoria, mas uma mercadoria especial, ela
deve também desempenhar algumas funções. Devido o desenvolvimento da divisão do trabalho que
especializou pessoas e empresas enquanto produtores de mercadorias, nas economias modernas há um
volume absurdamente grande de mercadorias a disposição da sociedade. Ainda mais. Com a divisão do
trabalho, os agentes econômicos tornaram-se cada vez mais interdependentes uns dos outros em que
cada um depende do trabalho do outro ou depende, para seu bem-estar, da produção do outro. Dessa
forma, um volume grandioso de trocas indiretas são realizadas e, nesse aspecto, a moeda desempenha
uma de suas principais funções: ser intermediária de trocas (meio de trocas).
 
A função intermediário de trocas, ou, se preferir, meio de troca ou ainda meio de pagamento,
permite que mercadorias sejam compradas e vendidas em diferentes períodos de tempo sem depender da
coincidência de desejos. Além de servir como intermediário de trocas a moeda exerce ainda outras duas
funções básicas: servir como unidade de conta e também como reserva de valor.
 
A função unidade de conta da moeda está representada nos diversos contratos existentes na
economia. Em um contrato de trabalho, por exemplo, a função unidade de conta aparece no valor do
salário ali grafado: x unidades monetária. Num contrato de prestação de serviços, também desempenha
sua função unidade de conta no valor que será pago pelo contratante, ao contratado, mediante o serviço
prestado. Está ainda representada nos preços dos produtos. Uma camisa, por exemplo, que está a
disposição numa vitrine de uma loja qualquer. Lá está, possivelmente numa etiqueta, a indicação do valor
daquele produto. Tantas unidades monetárias. Lá está, portanto, a moeda exercendo sua função de
unidade de conta. Outro nome que pode ser atribuído a esta função da moeda é moeda de conta. A moeda
de conta que aparece ou nos contratos ou nos preços dos produtos determina qual o montante de moeda
corrente necessário para aquela troca. 
 
Uma última função desempenhada pela moeda é servir de reserva de valor. De posse de unidades
monetárias, e dada a existência de mercados à vista e a prazo, seu possuidor tem o direito de reservar tal
moeda para consumo ou para pagamento futuro. Em economias com estabilidade monetária (sem
inflação), a moeda consegue exercer tal função, de poder reservar, ou preservar seu valor ao longo do
tempo. Em períodos de inflação elevada, a erosão dos ativos monetários será uma consequência.
 
Para que a moeda desempenhe suas funções, algumas características, particulares devem ser
reunidas. Dentre as características estão as econômicas, entendidas como custo de estocagem e custo de
transação negligenciáveis ou próximos de zero. O que isso significa? Significa que para manter moeda seu
custo é zero e que transportar moeda também tenha um custo zero. As outras características da moeda, as
físicas, dizem que a moeda deve ser divisível, durável, que haja dificuldade em falsificação, que exista
manuseabilidade e que também seja favorecida sua transportabilidade. Somente reunindo características
físicas e econômicas a moeda consegue exercer suas funções de intermediário de trocas, unidade de
conta e reserva de valor.
 
Texto 3 – Evolução histórica da moeda 
É necessário efetuar um passeio pela história e conhecer as diversas formas que a moeda assumiu
ao longo dos tempos. Desde a antiguidadeos povos utilizam moeda para efetuar trocas de mercadorias.
Inicialmente as trocas eram efetuadas de forma direta, pois o homem vivia em pequenas comunidades, nas
mais primitivas culturas, em que a economia funcionava à base de escambo. Esse sistema exigia a
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coincidência de desejos pois apenas produtos encontravam-se disponíveis para trocas. Conforme Otto
Nogami e Carlos Passos no livro Princípios de economia (2003, p. 446),
 
 
“imaginem um indivíduo que tenha maçãs e queira castanhas. Seria uma
coincidência fora do comum encontrar um outro indivíduo que tivesse gostos
exatamente opostos, ansioso por vender castanhas e comprar maçãs. Ainda
que aconteça o fora do comum, não há garantia de que os desejos das duas
partes, no que se refere às quantidades e aos termos de troca exatos,
coincidam. Da mesma forma, a menos que um alfaiate faminto encontre um
fazendeiro nu que tenha alimentos e o desejo de ter um par de calças,
nenhum dos dois pode realizar o negócio”.
 
Percebe-se, então, que com o desenvolvimento da divisão do trabalho e a maior especialização na
produção de mercadorias, a prática rudimentar de escambo é dificultada. Nos primórdios, o homem vivia
em pequenas comunidades de uma única família, e se utilizava da vegetação e da caça disponíveis na
região que habitava. Esses recursos eram os únicos com os quais contava para a sua subsistência.
Imagine um agricultor de cenouras, por exemplo. Se ele produz cenouras, o produto de seu trabalho são
cenouras. Só que, não só de cenouras vive tal agricultor e sua família. Dependem da produção alheia para
sobreviver. Dependem, portanto, da troca de seu excedente pelo excedente de produção de outra pessoa.
Suponha que tal agricultor de cenouras precise adquirir carne para sua alimentação. O que ele tem para
trocar são cenouras e precisará encontrar no mercado algum produtor que venda carnes e que deseje
cenouras em troca. Fácil, não? Não!, não é fácil. E o manuseio? E o transporte? E a durabilidade,
características físicas da moeda? E a divisibilidade? Parece realmente não ser fácil.
 
Assim, as sociedades se empenharam para desenvolver um sistema em que um equivalente geral
fosse aceito como meio de trocas, iniciando, assim, um sistema de trocas indiretas que passa a ser
intermediado por algum bem que representasse aceitação e curso geral. Estamos tratando da Era
Mercadoria-Moeda ou, simplesmente, Moedas-Mercadorias. Foram utilizadas como Moeda Mercadorias o
gado, o fumo, o azeite de oliva, os escravos, o sal dentre outros produtos.
 
Para que uma mercadoria possa ser utilizada como moeda, ela deve apresentas as características
de durabilidade, divisibilidade, homogeneidade bem como facilidade no manuseio e transporte,
características que não eram reunidas em alguns dos exemplos anteriormente citados, apesar de as
Moedas Mercadorias terem facilitado um pouco a vida dos agentes.
 
Outra forma de moeda utilizada pelas sociedades antigas foram as Moedas Preciosas,
representando a Era da Moeda Metálica ou do Metalismo, notadamente pelo uso do ouro e da prata.
Também fizeram parte desse período o cobre, o bronze, o ferro. O ouro, em barra, tem um valor
incorporado. O mesmo ocorre com as unidades de prata. São mercadorias que, por não apresentarem
depreciação, carregam seu valor ao longo dos tempos, permitindo às pessoas guardá-las para serem
utilizadas em trocas de mercadorias no melhor momento. Apesar de mais se assemelhar com as funções e
características da moeda, são também mercadorias que, para serem trocadas por outras, dependem da
dupla coincidência de desejos. Novamente: e o manuseio? E o transporte? E a durabilidade,
características físicas da moeda? E a divisibilidade? Parece que o ouro e a prata também não foram as
melhores alternativas para a moeda, daí então que a sociedade caminha para outra forma alternativa: a
Era da Moeda-Papel.
 
 
Conforme Otto Nogami e Carlos Passos .(2003, p. 451),
 
“a moeda representativa ou moeda-papel veio eliminar, portanto, as
dificuldades que os comerciantes enfrentavam em seus deslocamentos pelas
regiões européias, facilitando a efetivação de suas operações comerciais e de
crédito, especialmente entre as cidades italianas e a região de Frandes. A sua
origem está na solução encontrada para que os comerciantes pudessem
realizar os seus empreendimentos comerciais. Em vez de partirem carregando
a moeda metálica, levavam apenas um pedaço de papel denominado
certificado de depósito, que era emitido por instituições conhecidas como
‘Casas de Custódia’, e onde os comerciantes depositavam as suas moedas
metálicas, ou quaisquer outros valores, sob garantia”.
 
 Tal modalidade de moeda, um papel, um certificado de depósito, desempenhava boa função.
Tinha nele incorporado um valor representativo, inicialmente com lastro de 100% e garantia de aceitação
vez que representava ali uma determinada quantidade de valor. Desta modalidade, a sociedade avança
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para outro tipo de moeda: A Moeda Fiduciária ou Papel-Moeda. Moeda Fiduciária, de fidúcia,
garantia. Para Lopes e Rossetti (2002, p. 33),
 
“a experiência de custódia e da conversibilidade mostrou que o lastro metálico
integral (de 100%) em relação aos certificados em circulação não era
necessário para a operacionalização desse novo sistema monetário. Essa
constatação decorreu da percepção de que a reconversão da moeda-papel
em metais preciosos não era solicitada por todos os seus detentores ao
mesmo tempo. Além disso, enquanto uns solicitavam a reconversão, outros
ensejavam novas emissões, levando às casas de custódia novas quantidades
de ouro e prata para depósito”.
 
Vamos entender melhor isso!! As casas de custódia funcionavam como uma espécie de banco,
onde alguns agentes depositavam barras de ouro bem como suas peças de prata e, em troca, recebiam
um papel representando aquele valor. Quilos de ouro x preço do ouro = valor do ouro. Valor do ouro
depositado = um papel escrito o quanto vale. De posse de tal documento, Papel-Moeda, exerciam suas
trocas comerciais. O recebedor de tal documento possuía agora o direito de ir até a casa de custódia e
resgatar o valor ali identificado. Tal reconversão nem sempre era necessária de forma que grande
quantidade de ouro permanecia depositada em tais casas e os “guardiões dos metais preciosos” podem
começar a emitir papéis não mais lastreados (Lopes e Rossetti, 2002, p. 33). Inaugura-se, então, um
período em que a emissão de papel moeda será exercida por particulares até que o governo chame para si
tal responsabilidade.
 
 
 Da modalidade de Moeda Fiduciária (Papel-Moeda) até a modalidade da Moeda Bancária,
manual ou escritural, como conhecemos na atualidade foi questão de tempo.
 
Texto 4 – Criação de meios de pagamento e sistema monetário.
 
 Consideradas todas as formas que a moeda assumiu durante os tempos, podemos verificar as
formas que assume numa economia moderna como a de nossos tempos. Assim, podemos dizer que o
montante de moeda que temos a nossa disposição, os meios de pagamento (MP) dividem-se em papel
moeda em poder do público (PMPP) e os depósitos à vista nos bancos comerciais (DVbc). Portanto,
 
 
MP = PMPP +
DVbc
 
 
 
Ademais, podemos considera ser PMPP moeda manual (cédulas e moedas metálicas) e DVbc
moeda escritural (depósitos ou representação de saldos positivos e/ou negativos em contas
correntes). Para que PMPP seja efetivamente utilizado pela coletividade, o Banco Central, na qualidade de
Autoridade Monetária precisa emitir moeda, PME, ou seja, Papel Moeda Emitido. Mas, nem todo PME
converte-se em PMPP pois o próprio Banco Central retém parte desses recursos. Portanto,
 
 
Papel Moeda em Circulação = Papel Moeda Emitido – Caixado Banco Central
(retenção)
 
 
Por sua vez, os bancos comerciais também não colocam a disposição da sociedade todo o volume
monetário de que o Banco Central injetou. Parte desses recursos os bancos comerciais retêm em encaixe
técnico. Assim,
 
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Papel Moeda em Circulação = Papel Moeda Emitido – Caixa do Banco Central – Encaixe
técnico bancário.
 
 
 Vimos então que a moeda manual é criada pela Autoridade Monetária e chega às mãos da
coletividade via bancos comerciais. Esses últimos são responsáveis pela expansividade dos meios de
pagamento através da criação de moeda escritural. A moeda escritural é criada, então, pelos bancos
comerciais a partir do recebimento de depósitos à vista. Por meio de uma operação contábil, dá-se a
criação de meios de pagamento e tal atividade aparece no Balancete do Banco Comercial onde, a título de
exemplo, no lado do Passivo são registrados valores de depósitos recebidos no lado do Ativo são
registrados todos os empréstimos concedidos a partir dos recursos recebidos pelos depósitos à vista.

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