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SEMINARIO pdf para postar 2110

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CURSO: Técnico em Secretaria Escolar 
MÓDULO: II 
DISCIPLINA: Relações interpessoais: abordagem psicológica 
TUTORA: Mayara Kétlin N. Jardim 
NOME: Giselle Ramos Silveira Soares 
 Ildice Aparecida Alves Proietti 
 Karla Gualberto Soares 
 Luciana de Oliveira Martins 
 
SEMINÁRIO 
 
Unidade 1 – A relação da Psicologia com a Educação 
O objetivo principal do autor é expor alguns pensamentos sobre psicologia 
como área do conhecimento. Conhecimento este, que foi construído ao longo das 
nossas vidas, a partir de nossas experiências. A expressão psicologia deriva das 
palavras gregas psyché (alma, espírito) e logos (estudo, razão); podemos assim 
compreendê-la como estudo da alma. 
O objeto de estudo da psicologia são atos e reações observáveis do 
comportamento e os processos mentais, tais como: nossos sentimentos, emoções e 
pensamentos. 
A vivência do dia a dia nos permite falar sobre muitas questões tratadas pela 
psicologia, como por exemplo: como o ser humano se desenvolve, aprende e se 
comporta, e esse conhecimento passou a ser chamado pela psicologia de senso 
comum; pois se baseia nos hábitos, preconceitos, tradições, cultura, informações 
passadas de geração a geração e que nos ajuda portanto, a entender sobre as 
coisas. 
A história da psicologia se formou a partir de uma sistematização do 
conhecimento que se valeu da ciência, partindo de um método, de uma maneira de 
conhecer as coisas, com determinadas regras. 
A cada época que vivemos, damos uma resposta às nossas questões 
dependendo dos recursos que a sociedade nos oferece. A ciência moderna busca 
uma verdade absoluta e passa a exercer um domínio sobre os outros 
conhecimentos. 
A psicologia passou a ser considerada uma ciência a partir da utilização dos 
 
estudos de laboratório experimentais, principalmente na Europa. Antes disso, era 
considerada apenas uma parte da filosofia. 
Assim a psicologia pode ser definida como: “Ciência que estuda o ser humano 
concreto, em todas as suas expressões e comportamentos, em seus sentimentos, a 
partir de suas relações sociais e de suas vivências pessoais. Considera o ser 
humano na sua constituição biológica, social e cultural”. Desse modo, o ser humano 
se constrói aos poucos, apropriando-se do material do mundo, ou seja, é ativo na 
sua construção e também em sua modificação. 
Devemos ficar atentos aos diferentes saberes para podermos entender o 
homem, que como toda realidade está em permanente transformação. 
No ambiente escolar a psicologia pode ajudar na solução de problemas. Não 
com a função de ditar regras e normas para a educação, nem a educação como uma 
aplicação da psicologia, mas necessariamente com um maior conhecimento da 
pessoa do aluno em sua instituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO: CONEXÃO ENTRE 
SABERES 
 
Unidade 2 – A psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem 
A unidade explica como se dá o desenvolvimento e a aprendizagem no ser 
humano. 
Um dos grandes problemas da psicologia é separar o biológico do social. 
Entretanto ela estuda a relação do desenvolvimento e da aprendizagem . 
Deparamos com uma visão de homem, em que os processos de 
desenvolvimento e aprendizagem estão relacionados e esta relação é explicada de 
maneiras diferentes na psicologia. 
A primeira explica que os processos de desenvolvimento são independentes 
do aprendizado, ou seja, a aprendizagem não fornece impulsos para modificar o 
desenvolvimento. A segunda, parte do princípio de que o aprendizado é o próprio 
desenvolvimento. Já a terceira, entende que embora os dois processos sejam vistos 
como relacionados, eles são diferentes e cada um influencia o outro. 
Vigotiski (Lev Semionovitch Vigotski, psicólogo, proponente da Psicologia 
cultural-histórica e pensador importante em sua área e época, foi pioneiro no 
conceito de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das 
interações sociais e condições de vida) rejeita essas três concepções, para ele, 
aprendizado e desenvolvimento estão inter-relacionados. Ou seja, o aprendizado 
desperta vários processos internos de desenvolvimento, assim à medida que 
aprendemos, puxamos o desenvolvimento. 
O autor enfatiza que o desenvolvimento é um processo descontínuo, marcado 
por rupturas, retrocessos e reviravoltas. 
 
 
 
 
 
 
Unidade 3 – A noção de estágios em psicologia do desenvolvimento 
Nesta unidade iremos estudar a questão das diferenças de personalidade de 
cada pessoa. Homens e mulheres, cada um do seu jeito de se comportar, devem ser 
respeitados e considerados no processo de educação no contexto escolar. A escola 
defendida pelo autor, no plano político-pedagógico, deve levar em consideração as 
diferenças sociais e os conflitos de classes, visando à construção de um projeto 
social de transformação. 
 
3.1 Ciclo da vida: infância, adolescência, fase adulta e velhice como 
construções culturais 
O conceito de estágio ou etapa tem as suas origens nas noções de idade, de 
era, de época, de período que são usadas pela humanidade há muitos anos e se 
conservam até hoje. 
Encontramos essas divisões quando falamos da formação do universo ou 
simplesmente quando dividimos o tempo em dias, meses, estações do ano, anos, 
séculos, etc., ou mesmo quando nos referimos ao tempo de plantio, de colheita. 
Todas essas classificações são criadas pela constância observada nas mudanças e 
na evolução dos seres e das coisas. 
A divisão em etapas diferentes está certamente ligada às necessidades 
educativas daquilo que devemos aprender para melhor nos adaptarmos à vida. 
Também encontramos divisões de etapas na história, na geologia e na sociologia, 
por exemplo. A tarefa do educador é, pois, de orientar, de regular e de organizar o 
meio socioeducativo, ou seja, ele deve atuar em todos os ambientes da escola como 
um facilitador da sua própria interação com os alunos e das relações que se 
estabelecem entre eles. 
Temos com Karl Marx a descrição dos estágios da evolução da sociedade, 
cujas formas sucessivas são caracterizadas cada uma por um modo específico de 
produção: modo antigo, modo escravagista, modo feudal, modo capitalista e modo 
socialista (MARCONDES, 2007). 
A noção de estágio ou de etapa apresenta uma utilização muito ampla, 
aplicando-se a domínios numerosos e diferentes. O que existe de comum entre eles 
é que todos representam os fenômenos que mudam, que se transformam e que se 
desenvolvem. A noção de estágio está ligada a do “devir”, ou seja, ao que vai vir a 
ser. 
 
A PSICANÁLISE DE FREUD 
Para Freud, a sexualidade no homem não é apenas dada pelo 
desenvolvimento biológico, mas é formada, principalmente, por uma energia que ele 
chamou de libido, que é motor de busca de satisfação de nossos desejos (BOCK, 
FURTADO & TEIXEIRA, 1999). O que foi bastante revolucionário na sua teoria foi o 
fato de ter mostrado que o impulso sexual já se manifesta no bebê e tende a uma 
definição de escolha da atividade sexual no adulto. Em um dos seus escritos mais 
importante, Três ensaios sobre a sexualidade, Freud (1905) descreveu a sequência 
típica das manifestações do impulso sexual, distinguindo cinco fases do seu 
desenvolvimento: oral, anal, fálica, latência e genital. 
Poderíamos apontar muitas outras contribuições da psicanálise, mas talvez o 
que nos interessa no momento é sabermos que não temos conhecimento total da 
nossa consciência, pois ela se encontra dividida em: consciente, pré-consciente e 
inconsciente. Isso significa que todos os nossos atos, mesmo aqueles 
aparentemente praticados por acaso, estão relacionados a uma série de causas, das 
quais nem sempre temos consciência. Foi Freud que tentou explicar porque dizemos 
coisas que não queríamos dizer. 
A TEORIA DE PIAGET 
Jean Piaget é outro dos teóricos de muita relevância no cenário da psicologia 
do desenvolvimento. Seus trabalhossão reconhecidos no mundo todo e sua 
contribuição para educação é considerada como essencial (BOCK, FURTADO & 
TEIXEIRA, 1999). A partir dos estudos com crianças, principalmente observando 
sistematicamente o comportamento dos seus filhos, ele elaborou uma teoria que 
revolucionou a compreensão do desenvolvimento intelectual. Sua teoria explica o 
desenvolvimento mental do ser humano no campo do pensamento, da linguagem e 
da afetividade. 
Na sua proposta teórica, o desenvolvimento cognitivo é explicado numa 
sucessão dos seguintes estágios: sensório-motor (0 a 2 anos); pré-operacional (2 a 
6 anos); operações concretas (7 a 11 anos); operações formais (12 anos em diante). 
Essas idades atribuídas aos estágios não são rígidas, podendo haver grande 
variação individual. Piaget também contribuiu com uma sistematização do 
desenvolvimento da moral e sua busca pelo entendimento de o porquê as pessoas 
davam respostas “aparentemente erradas”, levando-o a questionar os testes de 
inteligência que eram aplicados na época. 
 
A partir desses questionamentos, ele concluiu que as crianças não pensam de 
modo algum como os adultos (PIAGET, 2003). Seu método de investigação era a 
entrevista em forma de perguntas do tipo: Por que chove? O que faz o sol brilhar? 
Quando alguém chuta uma bola, a bola sente dor? Depois ele analisava as 
respostas das crianças, não para avaliar se estavam certas, mas para entender 
como elas encontravam soluções para as perguntas. 
A TEORIA DE WALLON 
Além de Freud e Piaget, Wallon apresenta uma visão do desenvolvimento que 
é muito importante para a compreensão do ser humano (PEDROZA, 1993). Nós 
vamos estudá-la mais detalhadamente para entendermos o processo de formação 
da pessoa porque ele nos proporciona uma visão do ser humano mais completo, 
abrangendo os aspectos cognitivos, afetivos e sócios históricos da constituição do 
indivíduo. Segundo Wallon, a criança e o adulto formam uma unidade indissolúvel. 
Isso porque o desenvolvimento da criança se dá em direção à vida adulta. É preciso 
ver a pessoa em uma perspectiva que contemple o passado, o presente e o futuro. 
Wallon nos mostra a necessidade de concebermos o desenvolvimento como 
um processo de evolução dinâmica, sempre em movimento e sofrendo mudanças 
não só quantitativas, mas qualitativas a partir de uma base material, ou seja, do 
orgânico. Esse desenvolvimento se dá em etapas cada qual com suas 
características específicas (PEDROZA, 1993). 
 
Veja a seguir os estágios de desenvolvimento: 
Período da Vida Intrauterina – total dependência fisiológica, marcada por 
reações motoras. 
Período Impulsivo e Emocional – depois do nascimento. Abrange o primeiro 
ano de vida; as emoções prevalecem e permitem as primeiras interações da criança 
com seu meio. 
Período Sensório-Motor – por volta dos dois anos. Predomínio da exploração 
do mundo físico e caracterizado pela aquisição da marcha e da palavra. 
Período do Personalismo – entre três e cinco anos. Período dos confrontos e 
de formação da autonomia. 
Período da Puberdade e da Adolescência – antes da idade adulta. Crise 
comparada à dos três anos com o retorno da atenção sobre sua própria pessoa. 
Período da Fase Adulta – a pessoa atinge certo equilíbrio entre o 
 
desenvolvimento emocional e o intelectual. 
3.2 Papel do educador na formação da personalidade do aluno 
A idade de entrada na escola, em quase todos os países, é dos seis a sete 
anos, quando a criança, de acordo com as etapas do desenvolvimento, torna-se 
capaz de reconhecer uma letra que combinando com outras, pode formar sílabas e 
palavras. Da mesma forma, também é capaz de compreender operações da 
matemática. 
Em termos sociais, ela agora deixa de ser função unicamente do grupo familiar 
e passa a ser uma unidade em condições de entrar em diferentes grupos. A ação 
educativa não se limita à transmissão de conhecimentos. A escola tem de se dirigir à 
criança de maneira a atingir toda sua personalidade, respeitando e estimulando sua 
espontaneidade total de ação e de assimilação. Sendo assim, a educação da 
inteligência e a da personalidade não podem se dissociar, fazendo-se também 
necessária a orientação para uma apropriação da cultura. 
A relação entre o educador e o aluno deve ser de interação. O educador não 
deve estar ausente do processo de desenvolvimento do aluno, nem se impor de 
forma autoritária. Ele é o responsável pela organização da relação com os 
educandos, cuidando para preservar sua espontaneidade. A ele compete ajudar o 
aluno a se livrar da dispersão que o contato com as coisas provoca em seus 
interesses ou em sua atividade. 
Uma das dificuldades da escola é fazer que o aluno tenha interesse nas 
atividades propostas pelos professores, pois que, muitas vezes, elas não fazem 
sentido de imediato. Pedir atenção dos alunos para as tarefas da escola é exigir um 
esforço abstrato que os fatiga excessivamente. Os educadores, portanto, devem 
procurar descobrir atividades e situações que toquem de perto o aluno, promovendo 
seu interesse, que é a grande força da atenção. 
 
3.3 A formação pessoal do educador 
Nosso objetivo nesta seção é refletir a formação do educador no que diz 
respeito à sua pessoa. Pois bem, todos nós somos o que fomos e o que ainda 
vamos ser sabendo o que somos agora. Se concordarmos com isso, podemos 
acreditar que somos seres em constante processo de mudança. Estamos pensando 
a pessoa do educador em processo de formação, pois entendemos que além das 
exigências de conhecimento da psicologia, é importante uma formação psicológica 
 
no que se refere à pessoa do educador. Isso significa a necessidade de discutirmos 
como se dá esse processo, principalmente em relação ao desenvolvimento da sua 
personalidade. 
O desenvolvimento da personalidade do adulto não foi destaque na psicologia 
por várias décadas. A concepção dominante, nas teorias e no senso comum, é a de 
que após o período de turbulência da adolescência, nada de novo acontece no 
desenvolvimento do adulto. 
Com o fim da escolarização, com a entrada no mercado de trabalho e a 
constituição de uma nova família, só resta ao adulto esperar o inevitável fim da vida 
com a morte. A ideia aqui apresentada de personalidade leva em consideração um 
sujeito ativo em suas ações que se apoia em sua personalidade para exercer essas 
ações, ao mesmo tempo em que a partir da própria ação transforma sua 
personalidade. 
 As relações interpessoais na escola são bastante complexas e, muitas vezes, 
a rotina das tarefas executadas não permite uma reflexão das nossas ações. Sendo 
assim, em várias ocasiões não aproveitamos os recursos que temos para 
educarmos os nossos alunos e agimos de maneira impensada, cansando mais do 
que o necessário. É fundamental que o educador esteja seguro da sua prática e de 
si mesmo, como profissional e adulto, para que, ao se sentir ameaçado, não 
ameace. Só assim, poderá ser respeitado naquilo que faz e ser reconhecido pelos 
outros. 
Acreditamos que devemos estar prontos para aprender sempre e poder ser 
ouvidos em relação as nossas dificuldades, desejos e expectativas no nosso 
cotidiano, para que a aprendizagem contínua, constitua-se como instrumento 
constante de inovação e de melhoria da situação pessoal e coletiva dos educadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 4 – Temas Transversais 
Esta unidade trata sobre o que é disciplina e indisciplina, algo que não é nada 
fácil definir. 
 
4.1 Disciplina e Motivação 
O conceito do que é indisciplina ou disciplina é complexo, pois não é estático, 
uniforme, nem universal e trazem consigo uma multiplicidade de interpretações. A 
palavra disciplina pode ter diferentes sentidos que dependerão das vivências de 
cada sujeito e do contexto em que foram aplicadas. 
O entendimento de disciplina depende, em grande parte, da concepção que se 
tem do papel do educador no ambiente escolar, se é uma função de simplesmentese garantir a ordem na sala de aula e nos demais espaços da escola, ou se é um 
mecanismo que contribui com a formação do aluno como um cidadão para o futuro. 
No primeiro caso, a concepção de disciplina é a tradicional e coincide com a da 
maioria dos professores que acreditam que disciplina é obter a tranquilidade, o 
silêncio, a arrumação, a concentração e as posturas corretas. No entanto, esse 
ponto de vista não é compatível com a educação que se propõe a formar cidadãos, 
que não pode prescindir da colaboração dos alunos, o que acarretaria na inibição de 
suas curiosidades, seus interesses e suas iniciativas. 
Vários podem ser os fatores que dificultam a participação de alguns alunos 
nessa disciplina coletiva. Muitas vezes, o problema está nas relações do aluno com 
a classe, com o conteúdo do ensino ou com as pessoas. Em relação ao professor, a 
hostilidade pode ter sua causa no seu próprio fracasso escolar, na severidade do 
professor ou nos motivos pessoais originados na família, bem como em função da 
relação com os colegas. 
A motivação está estreitamente ligada com a questão da disciplina. Ou seja, 
falamos na necessidade do processo educativo fazer sentido para o aluno para 
despertar o interesse na participação do coletivo, tem a ver com a razão pela qual 
alguma coisa me leva a agir em direção a ele com o fim de obter alguma satisfação. 
Essa satisfação pode ser de ordem pessoal, social, cognitiva, afetiva e de muitas 
outras formas, que às vezes não conseguimos identificar. O importante é fazer com 
que o motivo pelo qual queremos envolver o aluno em uma determinada tarefa, faça 
sentido para ele. 
É importante que encontremos o sentido emocional das coisas que fazemos. 
 
Sendo assim, é necessário que tenhamos consciência do nosso trabalho para 
encontrarmos esse sentido emocional e nos sentirmos motivados ao realizarmos 
nossas tarefas. 
O ideal a ser atingido na escola é que cada um na sua função, no seu papel, 
possa exercer um poder de decisão, com a mesma igualdade de direito, sendo 
educador ou educando, enfrentando-se nas diferenças que cada função exige. 
 
4.2 Gêneros nas relações escolares 
Desde a infância, homens e mulheres são vistos, concebidos e constituídos de 
forma diferente. Assim, o estudo dessa diferenciação é primordial na busca da 
compreensão da constituição do sujeito. Gênero, portanto, é uma dimensão muito 
importante da formação do ser humano, principalmente no contexto escolar. 
Quando ouvimos falar de gênero pensamos logo no sexo. Mas quero deixar 
claro que gênero não é sexo. Podemos definir gênero como sendo a atribuição de 
um modo de ser que reúne características sociais e culturais de homem ou de 
mulher (GROSSI & BORDIN, 1993). Mesmo porque sexo está definido pela 
característica morfológica, ou seja, pelo órgão genital, masculino ou feminino, que 
são definidos geneticamente. 
Temos dificuldade em analisar as coisas a partir dessa categoria gênero, uma 
vez que admitimos que tudo se dá pelo biológico. Sendo assim, acabamos por achar 
que as diferenças entre homem e mulher são naturalmente dadas e não 
culturalmente construídas. 
A escola como espaço de socialização de meninas e de meninos exerce uma 
grande influência no processo de constituição de gênero. O papel do educador 
nesse processo é de fundamental importância para dar flexibilidade às regras e os 
papéis de gênero e levar os alunos a uma reflexão sobre as relações de gênero. 
Por serem constituídos e constituintes dessa sociedade, os educadores são 
também permeados pelas concepções acerca do gênero e podem acabar por cair 
em naturalizações, sendo assim, é necessário um trabalho consistente e reflexivo na 
formação dos educadores para que eles possam, junto com os alunos, 
ressignificarem esses papéis de gênero e não permanecerem nos estereótipos que 
impedem diversidade na construção pessoal de existência. 
 
 
 
4. 3 Diversidade cultural no processo educacional 
Todos nós ao nascermos já fazemos parte de uma cultura que é a forma de 
organização social de um grupo, com valores, crenças e costumes específicos. O 
que somos como seres humanos é o resultado da interação dialeticamente 
estabelecida entre os processos intrapessoais e interpessoais que se constituem e 
se transformam numa determinada cultura. 
Na escola ou em qualquer outra instituição educativa, temos um grupo de 
pessoas, com diferentes funções, que tem em comum o mesmo objetivo que é o de 
educar os alunos, mas com costumes e crenças diferentes. Estar em grupo não 
significa ser igual, ter as mesmas ideias e compartilhar as mesmas opiniões. Pelo 
contrário, a diversidade deve ser vista como possibilidade de enriquecer nossa visão 
de mundo. 
O grupo envolve os diferentes participantes da escola e deve ser o espaço de 
construção do processo democrático. Participar do grupo implica assumir o seu 
papel, sua função, no enfrentamento dos conflitos com os outros. É fundamental que 
o educador tenha clareza dos objetivos, papeis e das funções que estruturam o 
grupo do qual ele faz parte. 
É extremamente importante olharmos para os grupos formados pelos alunos, 
para assim podermos entender os comportamentos deles. Eles também vivenciam a 
diversidade cultural e, portanto, enfrentam conflitos nas diferenças do modo de vida. 
Nossos alunos adolescentes, por exemplo, muitas vezes são vistos como 
iguais. No entanto, basta olharmos com mais atenção e vamos ver que eles se 
organizam em diferentes grupos, que chamamos de “tribos”. Muitas vezes os grupos 
dos adolescentes são considerados como grupos de oposição aos adultos ou de 
fuga diante da realidade cotidiana. Vista assim, a tentativa por parte dos jovens para 
desenvolver atividades coletivas parece representar um perigo às práticas e às 
normas consagradas pelos adultos, principalmente dentro da escola. 
Muitos educadores desejariam ter diante de si indivíduos semelhantes e 
isolados, pois a formação de grupos de jovens tem sido, em geral, vista como 
estruturas sociais complexas, instáveis, ameaçadas de mudanças e elaboradas por 
novos valores culturais. 
As “gangues”, ou o grupo de adolescentes, amplamente estudados pelos 
psicólogos e sociólogos, são vistos como oposição ao papel do educador e ao 
conteúdo programático imposto pela escola e que impossibilitariam o processo de 
 
aprendizagem. 
Não são necessários que a diversidade cultural e os conflitos na escola entre 
adolescentes e adultos sejam vistos como algo negativo, destruidor. Pelo contrário, 
são formações particulares e não necessariamente hostis a tudo o que é diferente 
deles. 
No grupo, o adolescente distingue-se dos outros membros como um indivíduo 
que tem sua autoestima e constrói sua autonomia. A conquista da autonomia se dá 
na própria experiência, nas decisões tomadas, sempre em diálogo com o outro. O 
outro é de extrema importância para a constituição do sujeito em todas as etapas da 
sua vida. 
No que diz respeito à autonomia, o educador também deve conquistar a sua. 
Para isso, o respeito à identidade e à autonomia do educando são fundamentais 
(FREIRE, 1970). É nessa relação que o educador torna-se sujeito de suas ações e 
não um objeto manipulado por teorias psicológicas. Quanto mais nos colocamos 
como sujeitos do processo ensino-aprendizagem, mais capacitados estaremos para 
a tarefa de educador. 
Talvez, um dos grandes dilemas na transformação do funcionário em educador 
seja o sentimento de que ele não possui voz própria, que seu papel na escola 
resume-se à tarefa, por exemplo, de execução de servir a merenda, de fazer a 
limpeza ou de ser porteiro. Esse modelo de funcionário explicita o homem alienado, 
o homem máquina. 
Tal situação nos leva a refletir sobre as dificuldades que os funcionários 
encontram para, junto com o grupo da escola, discutir problemas, como reivindicar 
melhores condições de trabalho. 
Vimos, portanto, como é importante estarmos atentosao que acontece nas 
relações entre as pessoas no contexto escolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 5 – Contexto social 
Nesta unidade, o autor nos fala sobre o contexto social em que estamos 
inseridos, nós e a escola, e nos leva a refletir sobre alguns pontos que estão 
presentes no nosso cotidiano, que se relacionam diretamente com o dia a dia na 
escola. O primeiro tema trata do papel da mídia na escola e de como todos os meios 
de comunicação (rádio, televisão, jornal e cinema) exercem grande influência na vida 
dos educadores, tanto quanto, na vida do educando. Que o espaço educativo vai 
além da sala de aula, sendo o papel da mídia de fundamental importância na 
educação escolar, e a aprendizagem que se estende a diferentes contextos vividos. 
Cada um dos meios de comunicação tem seu valor e importância, porém a 
televisão é um dos veículos de comunicação que mais provoca discussões sobre 
suas consequências na vida dos cidadãos, por alcançar o interesse de 
entretenimento das pessos, em face de sua alta tecnologia; e tem grande vantagem 
como concorrente da escola, principalmente por ensinar. Enquanto isso, a escola 
que aparentemente pretende ensinar, muitas vezes não atinge o seu objetivo, por 
isso como educadores, devemos ter um olhar crítico sobre o que e como a tv ensina. 
Tanto a tv quanto a escola nos ensina modos de falar, padrões de 
comportamento, modos de julgamento, informações sobre diversos assuntos, porém 
na escola a linguagem privilegiada é a escrita, e na tv é a oral. A tv é um meio tão 
influenciador, que até mesmo nas novelas nos ditam o nosso modo de vestir, e 
somos também influenciados, politicamente, em nosso modo de viver e sobre o 
mundo que vivemos, através dos noticiários apontando os diferentes acontecimentos 
da nossa sociedade e também de outras. 
Portanto, acreditamos ser de extrema importância a mídia, se tornando um 
instrumento que possa contribuir para uma consciência crítica do processo 
educativo. Se a escola pretende atender a um projeto democrático de sociedade, 
deve adotar os meios de comunicação como objeto de atividades escolares, 
explorando o seu uso em benefício da aprendizagem, entendendo que a tv e demais 
meios de comunicação se tratam de uma linguagem muito presente na nossa 
cultura. 
E é primordial o papel da mídia, para que sejam incorporadas às nossas 
atitudes cotidianas os nossos valores de cidadania e a participação comunitária. 
Vivemos numa era tecnológica. A mídia é um fator fundamental na vida da 
sociedade, onde todos os comunicadores são também educadores, e chamados de 
 
formadores de opinião por influenciar mudanças na população. Em todo o tempo 
essa tecnologia influencia a sociedade e, por conseguinte a educação, tanto formal, 
quanto informal. Devemos cuidar, pois nem tudo na tv é bom para a sociedade e 
para a educação, e muitas vezes as mensagens são transmitidas de maneira 
fragmentada ou segmentada, e cuidar principalmente no caso das interferências 
televisas da mídia na formação do sujeito e o mundo. 
Na educação, a internet é considerada uma ferramenta completa de 
aprendizado do mundo e cientificamente, é uma ferramenta indispensável, pois 
através dela temos o acesso aos mais avançados recursos de pesquisa mundial. 
Vamos falar um pouco sobre o nosso segundo tema, que é a educação 
inclusiva, que pela Constituição federal é assegurado a todos os cidadãos à 
educação básica. 
Desde o surgimento de noção de educação inclusiva, numa reunião na Unesco 
em 1994, que as discussões sobre o assunto ganharam força em todos os países, e 
no Brasil, essa discussão tomou uma dimensão que vai além da inserção dos alunos 
com deficiência, entendendo que não são os únicos e excluídos no processo 
educacional. 
O sistema educacional brasileiro dispunha de dois serviços até o início do 
século XX: a escola regular e a escola especial, onde o aluno frequentava um ou o 
outro. E na última década, o nosso sistema escolar converteu-se com a proposta 
inclusiva, adotando um único tipo de escola, a regular. 
Com isso, a educação inclusiva passa a compreender a educação especial 
dentro da escola regular transformando a escola num espaço para todos. A escola 
regular favorece a diversidade na medida em que considera que todos os alunos 
podem ter necessidades especiais em qualquer momento de sua vida escolar. 
Sabendo dessas necessidades que podem interferir na aprendizagem, a escola 
adota uma atitude educativa específica na utilização de recursos e apoio 
especializados para garantir a aprendizagem de todos os alunos. 
A educação é um direito de todos e deve ser orientada para o desenvolvimento 
do aluno e fortalecer sua personalidade. E para se construir uma cidadania, o 
primeiro passo a ser incentivado é o respeito aos direitos e liberdade do ser humano. 
Educar todas as crianças no mesmo contexto escolar traz um significado importante 
para a educação inclusiva. A opção por esse tipo de educação não significa negar as 
dificuldades dos estudantes e elas serem vistas, não como problema, mas como 
 
diversidade. É essa variedade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão 
de mundo e desenvolver oportunidades de convivência a todas as crianças. 
 A respeito da educação inclusiva, o sistema regular de ensino tem 
demonstrado uma deficiência, priorizando os alunos que na escola, se adaptam ao 
sistema, além de um número cada vez maior de alunos que, por motivos diversos, 
fracassam na escola. 
Por muito tempo acreditou-se que havia um processo de ensino-aprendizagem 
“normal” a todos os sujeitos, porém àqueles que apresentassem algum tipo de 
dificuldades, distúrbio ou deficiência eram considerados “anormais”, e denominados 
de “alunos especiais” e, portanto, excluídos do sistema regular de ensino. 
A partir dessa concepção de normalidade, passou-se a ter dois processos de 
ensino-aprendizagem: o normal” e o “especial”. Uma vez que os educadores não 
conseguem diagnosticar um problema de seus alunos, além daquelas cujas 
características já são apontadas por qualquer deficiência que o aluno tenha, ou seja, 
ele atenta apenas ao fato do que o aluno não pode fazer, deixando de reconhecer 
suas potencialidades. Com isso, o aluno deixa de ser um sujeito que continua a se 
desenvolver e a aprender. 
O professor precisa estar preparado para saber lidar com as diferenças, e para 
se obter o êxito nos desafios da inclusão é necessária uma formação adequada a 
todos os educadores, adotar um processo de inserção progressiva para que os 
educadores e alunos com necessidades especiais encontrem a melhor maneira de 
saber lidar com os obstáculos, superando-os. 
Em nosso último tema trataremos das relações interpessoais na escola visando 
uma gestão democrática. Para isso recordaremos das contribuições sobre as 
relações entre psicologia e educação discutidos anteriormente, e entre todos que 
fazem parte do contexto da escola. 
Para que isso aconteça, é preciso a elaboração de um projeto político 
pedagógico que vise à superação das contradições existentes em nossa sociedade 
e que promovam o desenvolvimento de uma nova consciência social e de novas 
relações entre os homens, numa perspectiva mais humanista. 
A participação de todos que fazem parte do contexto escolar é importante para 
que esta proposta ocorra, e em especial, necessário dar atenção à nossa formação 
de educador, para que possamos realmente nos envolver com as mudanças 
indispensáveis,para a implantação da gestão democrática. E quanto á psicologia, é 
 
um instrumento que só pode contribuir com essa proposta, se tiver o compromisso 
social voltado para a transformação da sociedade. 
A construção de uma proposta pedagógica transformadora, somente será 
possível a partir do questionamento da realidade existente e não apenas de sua 
negação. O currículo, nessa visão, deve ser concebido a partir da compreensão de 
educação como prática socialtransformadora, baseado na visão de um ser humano 
ativo, cujo pensamento é construído em um ambiente histórico e social. 
Quando todos formularem os objetivos desse novo currículo, surge uma nova 
perspectiva de avaliação de todas as ações, que deve ser a mais abrangente 
possível, levando em consideração o conhecimento do comportamento e atitudes 
dos alunos também fora da sala de aula. Muitas vezes, o secretário, ou a 
merendeira, conhece melhor as motivações e as dificuldades dos alunos do que os 
professores propriamente dito, daí surge a necessidade de se reconhecer a todos na 
escola como educadores. 
 Partindo disso, percebemos que uma proposta de gestão democrática 
revolucionária, necessita da contribuição de todos e somente dessa maneira poderá 
levar as transformações para a sociedade como um todo. 
A intenção é construir uma escola mais humanizada, onde todos os 
funcionários e alunos, num coletivo, cientes de suas capacidades e criatividade, 
sintam-se participantes e responsáveis pela coisa pública e pela construção de uma 
nova sociedade. Isso significa resgatar a escola como espaço público, como lugar de 
debate, de diálogo fundamentado na reflexão crítica coletiva. Importante observar o 
contexto social em que a escola está inserida e a partir daí utilizar as relações 
interpessoais na construção de uma educação inclusiva e democrática. 
E a participação da comunidade deve acontecer de forma efetiva, por meio de 
atividades que levem pais, alunos, professores e funcionários a perceberem que 
podem vir a escola para falar, expressar, opinar e não apenas para ouvir e 
perguntar. Sendo assim, sua participação fica cada vez maior e mais expressiva na 
comunidade em relação ao projeto da escola. E já que a brincadeira é uma atividade 
que faz parte do ser humano, é importante que se dê espaço para as atividades 
lúdicas. 
 Na gestão democrática deve haver compreensão da administração escolar 
como meio e reunião de esforços coletivos para o implemento dos fins da educação, 
assim como a compreensão e aceitação do princípio de que a educação é um 
 
processo de emancipação humana, que o plano político pedagógico deve ser 
elaborado através de construção coletiva e que além da formação deve haver o 
fortalecimento do conselho escolar. Com a aplicação da política da universalização 
do ensino deve se estabelecer como prioridade educacional a democratização do 
ingresso e a permanência do aluno na escola assim como a garantia da qualidade 
social da Educação. 
A democracia na escola por si só não tem significado, ela só faz sentido se 
estiver vinculada a uma percepção de democratização da sociedade, envolvendo a 
todos. 
	SEMINÁRIO
	Unidade 3 – A noção de estágios em psicologia do desenvolvimento
	Acreditamos que devemos estar prontos para aprender sempre e poder ser ouvidos em relação as nossas dificuldades, desejos e expectativas no nosso cotidiano, para que a aprendizagem contínua, constitua-se como instrumento constante de inovação e de mel...
	Unidade 4 – Temas Transversais
	Esta unidade trata sobre o que é disciplina e indisciplina, algo que não é nada fácil definir.
	4.1 Disciplina e Motivação
	O conceito do que é indisciplina ou disciplina é complexo, pois não é estático, uniforme, nem universal e trazem consigo uma multiplicidade de interpretações. A palavra disciplina pode ter diferentes sentidos que dependerão das vivências de cada sujei...
	O entendimento de disciplina depende, em grande parte, da concepção que se tem do papel do educador no ambiente escolar, se é uma função de simplesmente se garantir a ordem na sala de aula e nos demais espaços da escola, ou se é um mecanismo que contr...
	No primeiro caso, a concepção de disciplina é a tradicional e coincide com a da maioria dos professores que acreditam que disciplina é obter a tranquilidade, o silêncio, a arrumação, a concentração e as posturas corretas. No entanto, esse ponto de vis...
	Vários podem ser os fatores que dificultam a participação de alguns alunos nessa disciplina coletiva. Muitas vezes, o problema está nas relações do aluno com a classe, com o conteúdo do ensino ou com as pessoas. Em relação ao professor, a hostilidade ...
	A motivação está estreitamente ligada com a questão da disciplina. Ou seja, falamos na necessidade do processo educativo fazer sentido para o aluno para despertar o interesse na participação do coletivo, tem a ver com a razão pela qual alguma coisa me...
	É importante que encontremos o sentido emocional das coisas que fazemos. Sendo assim, é necessário que tenhamos consciência do nosso trabalho para encontrarmos esse sentido emocional e nos sentirmos motivados ao realizarmos nossas tarefas.
	O ideal a ser atingido na escola é que cada um na sua função, no seu papel, possa exercer um poder de decisão, com a mesma igualdade de direito, sendo educador ou educando, enfrentando-se nas diferenças que cada função exige.
	4.2 Gêneros nas relações escolares
	Desde a infância, homens e mulheres são vistos, concebidos e constituídos de forma diferente. Assim, o estudo dessa diferenciação é primordial na busca da compreensão da constituição do sujeito. Gênero, portanto, é uma dimensão muito importante da for...
	Quando ouvimos falar de gênero pensamos logo no sexo. Mas quero deixar claro que gênero não é sexo. Podemos definir gênero como sendo a atribuição de um modo de ser que reúne características sociais e culturais de homem ou de mulher (GROSSI & BORDIN, ...
	Temos dificuldade em analisar as coisas a partir dessa categoria gênero, uma vez que admitimos que tudo se dá pelo biológico. Sendo assim, acabamos por achar que as diferenças entre homem e mulher são naturalmente dadas e não culturalmente construídas.
	A escola como espaço de socialização de meninas e de meninos exerce uma grande influência no processo de constituição de gênero. O papel do educador nesse processo é de fundamental importância para dar flexibilidade às regras e os papéis de gênero e l...
	Por serem constituídos e constituintes dessa sociedade, os educadores são também permeados pelas concepções acerca do gênero e podem acabar por cair em naturalizações, sendo assim, é necessário um trabalho consistente e reflexivo na formação dos educa...
	4. 3 Diversidade cultural no processo educacional
	Todos nós ao nascermos já fazemos parte de uma cultura que é a forma de organização social de um grupo, com valores, crenças e costumes específicos. O que somos como seres humanos é o resultado da interação dialeticamente estabelecida entre os process...
	Na escola ou em qualquer outra instituição educativa, temos um grupo de pessoas, com diferentes funções, que tem em comum o mesmo objetivo que é o de educar os alunos, mas com costumes e crenças diferentes. Estar em grupo não significa ser igual, ter ...
	O grupo envolve os diferentes participantes da escola e deve ser o espaço de construção do processo democrático. Participar do grupo implica assumir o seu papel, sua função, no enfrentamento dos conflitos com os outros. É fundamental que o educador te...
	É extremamente importante olharmos para os grupos formados pelos alunos, para assim podermos entender os comportamentos deles. Eles também vivenciam a diversidade cultural e, portanto, enfrentam conflitos nas diferenças do modo de vida.
	Nossos alunos adolescentes, por exemplo, muitas vezes são vistos como iguais. No entanto, basta olharmos com mais atenção e vamos ver que eles se organizam em diferentes grupos, que chamamos de “tribos”. Muitas vezes os grupos dos adolescentes são con...
	Muitos educadores desejariam ter diante de si indivíduos semelhantes e isolados, pois a formação de grupos de jovens tem sido, em geral, vista como estruturas sociais complexas, instáveis, ameaçadas de mudanças e elaboradas por novos valores culturais.
	As “gangues”, ou o grupo de adolescentes, amplamente estudados pelos psicólogos e sociólogos, são vistos como oposição ao papel do educador e ao conteúdo programático imposto pela escola e que impossibilitariamo processo de aprendizagem.
	Não são necessários que a diversidade cultural e os conflitos na escola entre adolescentes e adultos sejam vistos como algo negativo, destruidor. Pelo contrário, são formações particulares e não necessariamente hostis a tudo o que é diferente deles.
	No grupo, o adolescente distingue-se dos outros membros como um indivíduo que tem sua autoestima e constrói sua autonomia. A conquista da autonomia se dá na própria experiência, nas decisões tomadas, sempre em diálogo com o outro. O outro é de extrema...
	No que diz respeito à autonomia, o educador também deve conquistar a sua. Para isso, o respeito à identidade e à autonomia do educando são fundamentais (FREIRE, 1970). É nessa relação que o educador torna-se sujeito de suas ações e não um objeto manip...
	Talvez, um dos grandes dilemas na transformação do funcionário em educador seja o sentimento de que ele não possui voz própria, que seu papel na escola resume-se à tarefa, por exemplo, de execução de servir a merenda, de fazer a limpeza ou de ser port...
	Tal situação nos leva a refletir sobre as dificuldades que os funcionários encontram para, junto com o grupo da escola, discutir problemas, como reivindicar melhores condições de trabalho.
	Vimos, portanto, como é importante estarmos atentos ao que acontece nas relações entre as pessoas no contexto escolar.
	Unidade 5 – Contexto social

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