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O papel do Professor na Educação a distância características, desafios e proposições

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O papel do Professor na Educação a distância: características, 
desafios e proposições 
Ulisses de Melo Furtado¹, Ângelo Gustavo Mendes Costa², Francisca Monteiro da 
Silva Perez³, Jéssica de Oliveira Fernandes 4, Kalyn Kegia Cardoso Bezerra 5
1Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Núcleo de Educação a Distância, 
ulisses.nead@ufersa.edu.br
2Universidade Federal Rural do Semi- Árido, Núcleo de Educação a Distância, 
angelogustavo@ufersa.edu.br
3Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Núcleo de Educação a Distância, 
francisca.perez@ufersa.edu.br
4Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Núcleo de Educação a Distância, 
jessicafernandes@ufersa.edu.br
5Universidade Federal Rural do Semi-Árido , Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, 
kalynkegia2015@gmail.com
Resumo – Com a expansão da Educação a Distância ocorrida na última década, em 
especial na oferta de cursos de nível superior, o professor passou a ter que desempenhar 
um novo papel, atuando como uma espécie de coordenador, aliando outros atores às 
tarefas, conduzindo turmas com grandes quantidades de alunos e tendo que fazer uso de 
ferramentas que até bem pouco tempo desconhecia. Teve que repensar suas formas 
 de planejamento e execução de aulas e ainda hoje, muitos pensam que a EAD veio 
para substituir o docente, enfraquecendo-o sistematicamente. Este trabalho apresenta
as principais características que este profissional deve dispor e através de pesquisa com 
docentes de uma Instituição de Ensino Superior Pública, analisa o papel destes profissionais 
na EAD, apresentando características relevantes e necessárias em sua atuação. 
 Palavras-chave: educação a distância, docência, características.
Abstract – With the expansion of Distance Education in the last decade, especially in 
the provision of higher education courses, the teacher has to play a new role, acting 
as a kind of coordinator, combining other actors with tasks, leading classes with great 
of students and having to make use of tools that until very little time did not know. It 
had to rethink its forms of planning and execution of classes and still today, many 
think that the EAD came to replace the teacher, weakening it systematically. This 
work presents the main characteristics that this professional should have and through 
research with teachers of a Public Higher Education Institution, analyzes the role of 
these professionals in ODL, presenting relevant and necessary characteristics in their work. 
Key words: distance education, teaching, characteristics. 
1. Introdução
A Educação a Distância (EaD) cresceu e popularizou-se sistematicamente na última
década por todo o país, abrangendo todos os níveis de ensino tanto em 
instituições públicas quanto privadas . Isso se deu por diversos fatores, os quais podemos 
destacar a renovação de sua legislação, que possibilitou que ofertas de cursos, especialmente 
de graduação e pós-graduação, pudessem ser realizadas de forma mais acessível e, focando 
na rede pública políticas de fomento que incentivaram o surgimento de novos cursos por todas 
as regiões do país. Tudo isso aliado à popularização do uso das Tecnologias da Informação 
e Comunicação (TIC), possibilitou a incorporação de diversas ferramentas pela EAD, as quais, 
em paralelo, também eram de uso diário das pessoas em suas tarefas cotidianas. 
A partir deste crescimento, diversas questões relacionadas ao tema começaram a surgir, 
à medida que a oferta de cursos foram crescendo e se popularizando. Debates sobre a 
metodologia ou modelo de EaD a ser aplicado; formas de avaliação da qualidade dos cursos e da 
aprendizagem dos alunos; o percentual de ações presenciais e a distância; o reconhecimento e 
credenciamento dos cursos; as limitações tecnológicas por parte das instituições ou mesmo 
dificuldades de acesso ao computador e à rede mundial de computadores pelos alunos, como 
 também, se os professores estariam preparados e qual o seu papel neste novo mundo: a EaD, 
 são algumas das questões. 
Durante algum tempo, foi muito comum relatos de professores resistentes à modalidade, 
vendo seu papel ameaçado ou mesmo já chegando com um pré-conceito causado especialmente 
pelo desconhecimento. Com o passar dos anos, é fato que estes relatos diminuíram, mesmo assim, 
ainda se tem muitas dúvidas em relação à qual é realmente o papel do professor na Educação 
a Distância.
Com esta inquietação, este trabalho busca, a partir de um breve embasamento teórico 
 da experiência vivenciada em uma Instituição de Ensino Superior Pública e de pesquisa realizada 
com docentes com atuação na EAD, apresentar algumas características que este profissional 
deve dispor para que suas chances de êxito sejam amplificadas, não sendo um modelo ou 
referência para a questão, mas sim, servindo como sugestão e base para novas reflexões 
e debate sobre temática tão relevante no processo de ensino-aprendizagem a distância em 
todas as regiões do país. 
2. Contextualização teórica
Na literatura, encontramos fases do desenvolvimento das tecnologias digitais de informação 
e comunicação (TDIC). A primeira é caracterizada pela transposição de técnicas pedagógicas do 
presencial para a EaD com a gravação de videoaulas e a disponibilização de arquivos digitais 
 exigindo do aluno uma autodisciplina muito grande. Na segunda, observa-se a caracterização 
pela adoção de ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), utilizado também para o processo 
de interação entre os participantes (aluno e docente). Já a terceira fase é caracterizada pela 
 introdução de estratégias mais significativas de aprendizagem que integram o uso das TDIC 
com abordagens didático- pedagógica (ROSA, 2016).
Tomando como base o exposto acima, concordamos com Bigge (1977) que diz:
Um professor sem sólida orientação teórica dificilmente consegue ir além de 
manter os alunos ocupados. É verdade que muitos professores atuam dessa 
forma, utilizando uma mistura de métodos sem qualquer orientação teórica. 
Entretanto, essa maneira confusa de ensinar é indubitavelmente responsável 
por muitas das críticas negativas que são feitas atualmente à educação pública 
(BIGGE, 1977, p. 6).
Nesse contexto, recorremos ao argumento de Demo (2008) que diz que aula é um 
procedimento auxiliar da aprendizagem, não leva necessariamente à aprendizagem. 
E, nisso, concordamos com ele. Pois, a sociedade da informação exige de seus indivíduos 
competências e habilidades de acesso, avaliação e gestão da informação. Daí em face desse 
cenário o papel do professor como sujeito da educação a distância ganha importância e 
relevância que vai além da aula. Pois, como diz Fava (2014): 
Vivemos um momento célebre em que a educação virtual tem um peso cada 
vez mais significativo na educação real. A primeira não apenas repercute na 
segunda; ela a influencia. Aliás, não somente influencia; ela também a molda. 
Mais que nunca, como educadores, precisamos desenvolver, monitorar, 
transformar, inovar, substituir nossos moldes mentais, arquétipos, hábitos, 
cultura, buscar o desconforto produtivo, flexibilizar, aceitar, adaptar, o que não exprime 
apenas aceitar, mas ajudar a transformar. (FAVA, 2014, p.69)
A atuação do docente da modalidade àdistância demanda, dessa forma, uma formação 
nessa área que o possibilite se inteirar de métodos de ensino e aprendizagem. Aprender 
e aprender significativamente é um me canismo humano por excelência; e ensinar, deve seguir 
 também essa mesma linha. Neste ponto, Santos (2008, p. 63) diz que as implicações sobre 
o papel do professor vão além, geram conflitos como “deixar de ser um bom professor
 deixar de ser um bom professor por que sabe o conteúdo e passar a ser um bom professor
porque sabe facilitar a aprendizagem?” ou “Como aprender uma postura transcultural, 
fenomenológica e dialógica diante do aluno?”, “Como conjugar na prática o verbo interagir?”.
 Essas são algumas questões que, segundo o autor, estão na base da construção do real
papel do professor diantede uma aprendizagem significativa.
Percebe-se, assim, que a prática docente precisa ser significativa, embasada na concepção 
política, social e prática que o educador tem do processo de ensino e aprendizagem. Nesse 
contexto, dentre as implicações para o ensino e a aprendizagem, segundo uma 
concepção de aprender e ensinar significativamente, Moreira sugere que o papel do 
professor também ser á:
1) determinar a estrutura conceitual e proposicional da matéria de ensino. 2) identificar 
quais os subsunçores (conceitos, proposições e ideias claras, precisas, estáveis) relevantes 
à aprendizagem que o aluno deveria ter em sua estrutura cognitiva. 3) ensinar utilizando 
 recursos e princípios que facilitem a passagem da estrutura conceitual da matéria da matéria 
de ensino para a estrutura cognitiva do aluno de uma maneira significativa. (MOREIRA, 
 Dessa forma, percebemos que, na promoção de uma aprendizagem significativa, 
o papel principal do professor é promover um ensino que seja significativo, pois só há
ensino quando acontece aprendizagem e esta deve ser expressiva.
1985, p. 71).
3. Metodologia
A partir dessa contextualização, o presente artigo baseou-se numa exploração que parte 
da prática pedagógica aliada a pesquisa bibliográfica e a pesquisa exploratória qualitativa, 
considerando que, de acordo com Santos (2001), é muito importante o cultivo de uma 
progressiva aproximação entre ensino e pesquisa, sobretudo no que se refere às pesquisas 
 voltadas para a educação e estratégias de ensino e aprendizagem. 
No que concerne à pesquisa voltada para a EaD, Simonson et al. (2009) destacam a 
evolução sobre pesquisa educacional ocorrida nas últimas décadas, e sugerem que a pesquisa 
 em EaD também está vivendo seu momento de amadurecimento agora, nesse início do século XXI. 
Como observam, as investigações sobre EaD passam por redefinições, do mesmo modo que é 
redefinida a própria modalidade, indicando que a agenda de pesquisa as na área da EaD também 
caminha articulada com a evolução da própria área de estudo. 
Nessa busca constante pelo aprimoramento de estratégias que unam teoria e prática 
somando-se às possibilidades apresentadas pela tecnologia, o presente artigo resulta, ainda, de 
de um levantamento de aprofundamento qualitativo com docentes que atuam na EAD, como 
meio de apresentar discussões e proposições de mecanismos que amplifiquem a relação 
professor-aluno e tornem a aprendizagem significativa, reforçando de forma enriquecedora
os benefícios da modalidade à distância.
Da soma do levantamento teórico, à prática pedagógica e às respostas apresentadas 
em entrevista que dividiu-se entre questionamentos objetivos e discursivos para um 
grupo de 9 professores de uma Universidade Federal pública brasileira, entre os dias 02 e 05 
de maio de 2018, objetiva-se , sobretudo, o incentivo à reflexão e discussões acerca da temática 
 e de sua evolução, como veremos a seguir.
4. O professor na Educação a Distância
O papel do professor na EaD por muitas vezes é questionado, ou ainda, para aqueles 
docentes que desconhecem as particularidades desta modalidade de ensino, podem achar sua 
função enfraquecida ou não clara, pois, com a inserção de novos profissionais à docência passa 
 a ser compartilhada, sendo necessário um a integração entre todos os envolvidos. Entretanto, 
 Duarte (2016, p. 06) destaca que a “mudança da educação centralizada no professor para aquela 
baseada no aluno não sugere que relegado a um segundo plano”. 
Contudo, é fato, que o professor da EaD deve dispor de características diferenciadas, 
 
e analise a aplicação destas ferramentas aos conteúdos que deve ministrar, de forma a obter 
o melhor proveito e ampliação da aprendizagem.
que, de modo geral, seja um profissional atento aos recursos tecnológicos disponíveis
Nessa perspectiva, Ferreira (2013, p. 193) destaca que: 
A elaboração de conteúdos dialógicos, interativos associados às tecnologias digitais 
é uma das atribuições da docência na EAD que compreende um sistema 
complexo e dinâmico, tendo o professor como um orientador intermediário 
num processo de ação-reflexão-ação, que busca a efetivação do conhecimento, 
associando teoria e prática. 
Assim, muito além da transmissão do conhecimento ou de metodologias do 
ensino presencial adaptadas, a EaD configura uma engrenagem de estratégias 
particulares que devem ser pedagogicamente analisadas e embasadas em prol da 
significação do conhecimento/conteúdo a ser apresentado em cada disciplina e/ou curso 
das mais diversas áreas. 
A nova configuração de educação, ensino e aprendizagem oferecida pela EaD 
apresenta desafios constantes e essa é a base da pesquisa que apresentaremos e 
discutiremos nos tópicos a seguir. 
4.1. Desafios e perspectivas: Discussão de um levantamento com Docentes da Educação a 
 Distância 
Como forma de ampliar o conhecimento experenciado na prática pedagógica e 
o levantamento teórico, buscou-se conhecer as principais dificuldades e desafios na 
perspectiva docente através de uma pesquisa voltada aos professores da modalidade à 
distância que já atuaram ou atuam na EaD em cursos de aperfeiçoamento, 
especialização, graduação e pós-graduação.
O levantamento teve início com a coleta de dados de experiência na EaD como forma 
de filtrar aqueles que detinham algum tipo de contato com a modalidade, 
selecionando, assim, 9 professores para o prosseguimento da pesquisa. 
Como questionamento inicial, buscou-se compreender quais as maiores 
dificuldades de atuação na EaD. Dessa etapa, de múltipla escolha, 05 possibilidades de 
respostas foram citadas e destacaram-se a “Dificuldade de desenvolver estratégias 
metodológicas eficientes para o perfil do aluno da EAD”, citada por 44,40%, e a 
“Dificuldade em utilizar recursos de tecnologia da informação e comunicação” (33%). Em 
contrapartida, é importante visualizar que 11,10% afirmou não ter nenhuma 
dificuldade, um dado que pode gerar preocupação se compreendermos a perspectiva da 
importância e necessidade de busca contínua pelo aperfeiçoamento de estratégias e a 
autocrítica em oposição aos processos fechados e sem evolução. 
Gráfico 01 - Maiores dificuldades na atuação na EAD 
As estratégias metodológicas e os recursos de tecnologia apresentando-se como 
dificuldades principais, relaciona-se à necessidade de mergulhar no novo contexto e 
na busca pela aproximação do perfil do aluno da modalidade. Assim, a mudança de 
postura profissional do professor face às transformações é muito louvável, se fazendo 
necessário que outros aspectos sejam levados em consideração para que a aprendizagem 
seja algo real e objetivo de todos os envolvidos no processo educacional, principalmente o 
professor que, vindo a saber mais sobre como se dá a aprendizagem nos indivíduos, 
poderá proporcionar situações reais de ensino e aprendizagem com mais sentido e 
significado para quem aprende. Com essa atitude poderá vir a ser um facilitador do 
processo, uma vez que terá noção de como a informação e o conhecimento se forma na 
mente de quem aprende. Pois, 
[...] assim como o conhecimento da fisiologia humana é indispensável para que o 
médico desempenhe suas funções, o conhecimento a respeito de como se 
processam os mecanismos da aprendizagem é essencial para o exercício 
profissional do professor. (SANTOS, 2008, p. 46). 
A partir dos desafios, então, desenvolvem-se as ferramentas, metodologias e 
processos que promovam o objetivo final que é sempre voltado para a evolução do 
processo de ensino e aprendizagem. O que é reforçado na fala do Professor A ao 
comentar sobre sua dificuldade e evolução a partir da aproximação com as 
ferramentas: 
Antigamente, por não usar todos os recursos da webconferência, como 
webcam e microfone, sentia falta da interatividade com o aluno. No semestre atual 
tenho utilizado todos os recursos da webconferência e a minha interação 
com os alunos tem sido muito melhor. Sem falar que as dúvidas são facilmente 
retiradase explicadas aos alunos. (Professor A, 2018) 
Essa busca por soluções e posturas do professor foi o foco do questionamento 
que gerou os próximos gráficos. O gráfico 02, assim, apresentou as características que 
o docente da EAD deve dispor, na visão do grupo pesquisado, e o gráfico 03 as 
características necessárias para aprimorar a prática na EaD. Em ambos os casos, em con- 
sonância com o questionamento que apresentamos anteriormente, destacam-se a 
importância do uso eficiente da tecnologia e da busca pelas metodologias 
pertinentes, além disso, observa-se, ainda, a importância de que todos os atores 
compreendam os papeis daqueles que fazem parte do processo na modalidade. 
Gráfico 02 - Características que o docente da EAD deve dispor 
Acerca dessas características que vão em busca do melhor modelo para a 
formação na modalidade, muitas perspectivas podem ser citadas. Dentre outras 
propostas, espera-se que o professor seja capaz de interagir com o educando, 
estimulando-o a participar da aula, a sentir-se parte do processo e a enxergar o quanto ele 
pode contribuir para a dinâmica da aula. O docente, nessa perspectiva de 
aprendizagem deve levar o aluno para fora de sua zona de conforto, deve proporcionar 
situações de aprendizagem que despertem nos alunos a busca e o desejo em querer 
aprender, pois aprender demanda esforço e dedicação. 
Outro aspecto importante do papel docente na promoção da aprendizagem é a 
consciência social, política e cultural que ele tem da educação. E, a partir daí, deve iniciar 
um processo real de transformação da própria prática e do papel necessário nesse 
contexto para o desenvolvimento de uma ação docente onde o ensino possibilite a 
formação de significado no processo de aprendizagem. 
Nessa construção, podemos destacar a fala do Professor B, como ponto de partida 
para um caminho potencial para o objetivo da educação a partir da modalidade: “O indivíduo 
antes de mais nada tem que acreditar na proposta do ensino a distância, ter 
responsabilidade com o compromisso que assumiu, ser flexível e aberto ao diálogo, 
trabalhando sempre numa perspectiva de construção dialogada.” 
Somado a isso, o docente na EAD deve ser dinâmico, pois, este não mais é o único 
transmissor do conhecimento, e adquire o papel de um coordenador de uma equipe 
docente responsável pela transmissão de conteúdos através de canais diversificados, 
atendendo, em geral, quantidades de alunos bem maiores do que estão habituados. 
Entre estes novos profissionais que o professor na EAD deve trabalhar de forma 
harmônica e compartilhada, é relevante destacar o tutor, que pode ser: 
Presencial: professor da área, responsável por demandas mais gerais, atuando nas 
localidades onde o curso dispõe de polos de apoio. 
A distância: professor da área, mas com atuação voltada especificamente para 
componentes curriculares definidos. Suas funções se dão prioritariamente no 
ambiente virtual, atendendo aos alunos, dando suporte ao professor pela condução do 
componente curricular. 
É importante destacar também a figura do professor conteudista, que é 
responsável por produzir o material para o componente curricular a ser ministrado, bem 
como toda uma equipe multidisciplinar que dará suporte ao professor e seus tutores, na 
fase de planejamento, execução e finalização da disciplina, seja na área metodológica, 
logística ou técnica. 
Com base nestas premissas e em tudo o que já foi discutido, é sabido que o 
professor na Educação a Distância deve dispor de características complementares àquelas 
que já desenvolve nas salas de aulas presenciais, necessitando, muitas vezes, de 
programas de formação e aperfeiçoamento para a prática, como destaca-se abaixo. 
Gráfico 03 - Características necessárias para aprimorar a prática na EAD 
Nesse sentido, é fundamental a problematização completa e conjunta da prática na EaD. 
Para tanto, Freire (2002) aponta um aspecto docente marcante: 
[...] ensinar não é transferir conteúdo a ninguém, assim como aprender não é 
memorizar o perfil do conteúdo transferido no discurso vertical do professor. Ensinar 
e aprender têm que ser com o esforço metodicamente crítico do professor de 
desvelar a compreensão de algo e com o empenho igualmente crítico do aluno de ir 
entrando, como sujeito de aprendizagem, no processo de desvelamento que o 
professor ou professora deve deflagrar. (FREIRE, 2002, p. 134). 
Entendemos, portanto, que o desenvolvimento de estratégias pedagógicas 
aliadas às novas tecnologias e a atuação do professor e aluno buscam abrir novos 
caminhos para se trabalhar as questões educacionais de forma mais dinâmica, 
sistemática e objetiva na EaD. 
Aliada às formações voltadas para a familiarização com as possibilidades e 
potencialidades da tecnologia, do conhecimento necessário acerca dos processos e atores da 
modalidade e sua gestão, assim como a busca contínua por metodologias e estratégias de 
ensino, aprendizagem e avaliação, torna-se relevante destacar alguns pontos cruciais 
resultantes desta pesquisa para a atuação do docente na EaD, como destacaremos no tópico 
a seguir. 
4.2. Proposições 
Como foi visto, a função da educação é proporcionar o desenvolvimento dos 
indivíduos, estando os educadores comprometidos com a expansão de seus 
conhecimentos e sua compreensão de mundo, para que ele possa atuar no mercado de 
trabalho. Para que isso aconteça, a educação enfrenta o desafio de preparar o educando 
para desenvolver as aprendizagens fundamentais que correspondem, segundo Delors 
(1999), aos pilares do conhecimento, são eles: aprender a conhecer, aprender a fazer, 
aprender a conviver e aprender a ser. 
Essas dimensões do educar devem ser trabalhadas através da constante 
preocupação com a formação para o desenvolvimento das diversas potencialidades dos 
educandos e a necessidade de formação profissional para enfrentar as diversas situações no 
mundo do trabalho. 
A preocupação surge justamente em como o docente, em particular que atua na 
Educação a Distância, deve trabalhar as questões da aprendizagem, 
independentemente da distância física entre aluno e professor e inseridos em um 
contexto cercado por inovações tecnológicas, o qual é indispensável uma didática que 
promova não somente o ensino de conteúdo, mas as questões de aprendizagem, que no 
caso da EaD contamos com o suporte das chamadas ferramentas de interação e 
comunicação na transmissão e apreensão do conhecimento, rompendo as barreiras de 
tempo e espaço. 
Assim, como resultado dos levantamentos apresentados neste trabalho, 
podemos destacar algumas premissas básicas para atuação do docente na 
modalidade à distância: 
• Acreditar na modalidade a qual está vinculado, dando credibilidade e 
executando suas funções de forma comprometida, tendo a convicção de que não 
está apenas “virtualizando” suas turmas presenciais, mas sim, adentrando em uma 
modalidade educacional diferente, com suas particularidades, qualidades, 
defeitos e desafios.
• Domínio de recursos de TIC amplamente utilizadas nos dias atuais, analisando 
regularmente quais as ferramentas mais adequadas a serem utilizadas, 
considerando o conteúdo, os recursos disponíveis pelo professor e pelos alunos. 
• Planejar a execução de suas ações de forma consistente e prévia, pois, este fator é 
fundamental na EaD, onde o tempo e o lugar é diverso, ou seja, não 
necessariamente os professores e alunos devem estar conectados ao mesmo tempo e 
esta dispersão deve ser minimizada através dos recursos tecnológicos disponíveis, 
possibilitando um ensino-aprendizagem satisfatório.
• Capacidade de atuar de forma colaborativa e compartilhada com outros 
profissionais de formação semelhante, sendo professor-coordenador de outros 
professores, todos com os mesmos objetivos. . 
 Reunindo estas características listadas, o docente na EaD terá maiores chancesde 
obtenção de êxito na realização de suas ações. Somado a isso, a partir das vivências da prática 
pedagógica em um Núcleo de Educação aDistância, elencamos abaixo algumas estratégias 
pedagógicas voltadas à EaD que servem de apoio a atuação docente nos espaços de 
aprendizagem online: 
• Reuniões pedagógicas periódicas para planejamento da disciplina;
• Construção obrigatória do Guia Didático com ações a serem adotadas ao longo do 
semestre, como forma de possibilitar o melhor planejamento pela equipe e, 
concomitantemente, para melhor acompanhamento do discente;
• Estímulo ao uso dos fóruns de discussões e de dúvidas entre a equipe, assim como na 
relação docente-discente;
• Desenvolvimento de estratégias e inovações para gravação de videoaulas de 
conteúdo e exercícios;
• Atendimento pedagógico online e contínuo ao aluno através de 
webconferência, chat e demais recursos do ambiente virtual de aprendizagem para 
tirar dúvidas, auxiliar no planejamento de estudos, etc.;
• Estímulo à disponibilização de bibliografia e materiais de apoio disponibilizados na 
biblioteca da disciplina;
• Criação e gerenciamento de planilhas de acompanhamento da disciplina no 
ambiente AVA com ações imediatas e o que pode estar sendo revisto, entre outros.
O desenvolvimento dessas estratégias aliadas ao uso das diversas tecnologias
disponíveis irão proporcionar maior oportunidade de aprofundamento dos conteúdos e 
consequentemente maior aprendizagem dos alunos na EaD, buscando promover aos 
estudantes novas relações com os materiais, as tecnologias, ou recursos didáticos, 
com outros textos, com outros aprendentes, incluindo professor e colegas, com um 
contexto novo do processo educacional de aprendizagem diferenciada e também no 
desenvolvimento de uma postura de maior autonomia frente a essa nova demanda que é 
exigida dele enquanto aprendente. 
5. Considerações
Levando em conta as configurações apresentadas pela sociedade 
contemporânea, nas especificidades da Educação, com enfoque na EaD, apoiada pelas 
tecnologias de informação e comunicação, como foi apresentado nas discussões 
anteriores, os professores do Século XXI vestem-se de novas possibilidades, 
perspectivas e visões pedagógicas. 
Há, pois, uma ampliação de possibilidades nas relações entre docentes e 
discentes, entre estes e as tecnologias, o mundo, as distâncias, as diferenças; 
possibilidades legitimadas e incentivadas nos últimos anos, seja nas escolas, nos eventos 
e pesquisas voltadas para o campo, seja no levantamento aqui apresentado e na observação 
contínua dos novos desdobramentos dessa temática. 
No contexto apresentado, é possível perceber que tanto professor quanto aluno 
conduzem o processo de ensino aprendizagem, e, segundo Freire (2002, p.25), “quem ensina 
aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender”. Essa afirmação reforça a 
ideia que professor e aluno são autores do processo de ensino aprendizagem e 
ambos são sujeitos importantes na construção do conhecimento, independentemente da 
distância física entre eles e das diferenças que os expressam. 
Assim, o professor da EaD, como no ensino presencial, demanda uma gestão docente 
cada vez mais estratégica e significativa, que favoreça a construção coletiva do 
conhecimento, que se apoie na tecnologia, mas de forma humanizada, coerente e eficiente 
na formação de pessoas e profissionais preparados para lidar com as novas demandas 
sociais, econômica, políticas e educacionais de modo geral. 
No papel de mediador do conhecimento, o professor desta configuração deve 
priorizar metodologias e estratégias particulares, dialógicas, interativas e 
contextualizadas em prol da otimização do processo complexo em volta da ação, 
reflexão e reação, somando teoria e prática. 
Referências 
BIGGE, Morris L. Teorias da aprendizagem para professores. Tradução: José Augusto 
da Silva Pontes Neto e Marcos Antônio Rolfini. São Paulo: EPU, Ed. da Universidade de 
São Paulo, 1977. 
DELORS, Jacques (Coord.). Os quatro pilares da educação. In: Educação: um tesouro 
a descobrir. UNESCO, MEC. São Paulo: Cortez, 1999. P. 89-102. (Relatório para a 
UNESCO da Comissão Internacional sobre educação para o século XXI. 
DEMO, Pedro. Metodologia para quem quer aprender. São Paulo: Atlas, 2008. 
DUARTE, Kátia Macêdo. Encontros e desencontros na formação aluno e do professor 
na Educação a Distância. VIII Anais do Fórum Internacional de Pedagogia - FIPED. 
Universidade Federal do Maranhão. 2016. Disponível em: 
http://editorarealize.com.br/ 
revistas/fiped/trabalhos/Trabalho_Comunicacao_oral_idinscrito_1441_4af82db3c8 
279819e5dfec4a9db2829c.pdf Acesso em: 13 de abril de 2018. 
FAVA, Rui. Educação 3.0. São Paulo: Editora Saraiva, 2014. 
FERREIRA, Silvia Roberta. A docência na EAD. Anais do V Seminário Internacional 
de Educação a Distância - CAED - UFMG. Disponível em: 
https://www.ufmg.br/ead/seminario /anais/pdf/Eixo_2.pdf. Acesso em: 13 de maio de 
2018. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa-
21ª Edição- São Paulo. Editora Paz e Terra, 2002. 
MOREIRA, Marco Antonio. Ensino e Aprendizagem: enfoques teóricos. São Paulo: 
Editora Moraes, 1985. 
ROSA, Selma dos Santos. Modelos Pedagógicos de EaD: Influências das tecnologias 
digitais de informação e comunicação. Jundiaí: Paco Editorial, 2016. 
SANTOS, Júlio César Furtado dos. Aprendizagem Significativa: modalidades de 
aprendizagem e o papel do professor. Porto Alegre: Mediação, 2008. 
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