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/ Políticas de saúde Aula 8: Modelos de relação e de prevalência das políticas públicas Apresentação Nesta aula, veremos os modelos teóricos que tratam das políticas públicas e os seus atores. Além disso, analisaremos os papéis desempenhados pelos atores envolvidos nas redes de políticas públicas voltadas à saúde. Objetivo Identi�car os modelos teóricos que implicam na explicação dos comportamentos dos atores da política pública; Reconhecer os trabalhos desempenhados pelas redes de políticas públicas; Diferenciar o modelo elitista do pluralista das políticas públicas. Introdução Você sabe quem são os principais atores da prestação de serviço de saúde? Os principais atores da prestação de serviço de saúde são os médicos, os hospitais e as clínicas. Os planos de saúde empregadores fornecedores / Os planos de saúde, empregadores, fornecedores, governo e os próprios pacientes dependem da participação ativa desses primeiros atores para que a saúde funcione em um estado de controle. Caso contrário, a população �ca sem atendimento, sem instrumentos necessários para os diagnósticos das doenças e, consequentemente, em estado total de doença. (Fonte: Darko Stojanovic por Pixabay ). No que diz respeito a uma variedade de clínicas, hospitais e médicos, a grande competitividade atual tem exigido não somente desses atores, mas, principalmente, dos planos de saúde, uma competição acirrada em termos de valores e de cultura de cada prestador de serviço. É preciso não somente uma tecnologia de informação, com espaços físicos bem equipados e oferecimentos de aparelhos de alta qualidade, mas também é necessário um conhecimento contínuo sobre as condições de saúde, que possam ser oferecidas como melhorias na prestação dos serviços. As políticas de uso e melhoria dos serviços podem ser internas, conforme o diagnóstico das necessidades. Não é preciso esperar pelo governo para que determinadas mudanças ocorram e que venham bene�ciar o paciente. Deve-se sempre respeitar a legislação, mas também procurar oferecer aos pacientes condições dignas de acolhimento e prestação de serviços diante dos seus sofrimentos. (Fonte: Free-Photos por Pixabay ). Contextualização Prestar serviços em hospitais, consultórios e clínicas requer esclarecimento muito grande sobre as reais políticas de saúde do Brasil, tanto para instituições públicas quanto para as privadas. Além desses atores, merecem destaque aqueles responsáveis pela elaboração das políticas públicas como os fornecedores, os especialistas, os organismos internacionais e as comunidades epistêmicas. Para retratar os posicionamentos desses atores diante dos problemas públicos, alguns modelos teóricos foram publicados por meio de pesquisas e estudos, a �m de demonstrarem: / - as maneiras de enfrentar os problemas; - as colisões mais frequentes; - os tipos de atores que conseguem ganhar a disputa das políticas públicas e fazer valer a sua. Modelo principal – agente Este tipo de modelo tem uma racionalista, como vista na sexta aula, aquela que apoia suas defesas em dados estatísticos, métodos e instrumentos para a implantação de uma política pública. Clique nos botões para ver as informações. Contrata pessoas em uma organização para que elas executem tarefas em seu nome. principal A pessoa que é contrata pelo principal que executa as tarefas em nome do mesmo. agente Pode ser usado para interpretar relações entre os acionistas e diretoria de uma empresa, entre empresa e funcionários, entre cidadãos e o governo, entre o governo e burocracia. principal-agente Leitura Para mais informações, leia agora o texto Modelo Principal – Agente, clicando aqui. Participação das redes de políticas públicas no controle das tarefas dos agentes As redes de políticas púbicas são compostas, segundo Secchi (2001, p.96): “Atores públicos e privados que se sintam motivados para debater e agir em temas de interesse comum”. javascript:void(0); / - Secchi (2001, p.96) Não é necessário que todos pensem totalmente iguais, mas que defendam um único ideal e que suas propostas sejam interdependentes e que lutem pelas mudanças de um determinado sistema, que se encontra falho, ou seja, que não tem conseguido alcançar suas metas desejadas. stokpic por Pixabay Características das redes de políticas públicas Segundo Rhodes (1997); Klijin (1998); Borzel (1997); Regonini (2005 apud Secchi, 2011, pp. 96-97), as principais características das redes de políticas públicas são: Auto-organização e Autonomia Interdependência entre os atores que as compõem. Liberdade de entrada e de saída para seus membros. Controle disperso, conhecimentos dispersos, relações informais e não hierárquicas. Busca de interesses externos aos membros da rede. (Fonte: Markus Spiske por Pixabay ). Pode-se dizer que essa luta e características estão presentes em: / Campanhas Como a amamentação do bebê e a prevenção contra a AIDS. Movimentos Como o movimento contra a homofobia. Ou seja, em todas as reuniões que visam defender um direito comum e que têm a grande ajuda de um grupo de pessoas que lutam por um mesmo ideal. Algumas redes são destacadas por Secchi (2011, p. 97) dentro do modelo participante agente. São elas: Clique nos botões para ver as informações. Visam defender uma proposta e convidar a participação da sociedade para tomar ciência das suas metas e dos seus objetivos, a �m de criar aliados em defesa dos seus interesses, ou seja, de ganhar mais pessoas para participarem das suas campanhas e assim adquirir mais força nas decisões. Exemplo dessa situação são as conferências, elaboradas pelos médicos em relação ao Ato Médico. Outro exemplo é quando um determinado município solicita ajuda ou faz arrecadações em outras cidades para pessoas carentes do seu município que sofreu com as enchentes. Comunidade de Políticas Públicas Está mais focada, não em atos, mas em debates sobre assuntos especí�cos. Seu objetivo é promover o esclarecimento sobre determinados temas que têm afetado a sociedade, mas esta tem se mostrado passiva ou pouca ativa para propor mudanças. Exemplos desta situação são: legalização do aborto; promoção da alimentação Slow Food (comer lentamente); educação alimentar nas escolas, entre outros. Redes temáticas / Pessoas que defendem seus ideais em discursos mais cientí�cos, por meio de estudos, investigações, pesquisas e resultados que as hipóteses foram testadas. Exemplos desta rede são os artigos cientí�cos publicados e os congressos realizados. Comunidades epistêmicas Modelos elitistas Como o próprio nome retrata, este modelo traz a possibilidade de certos atores participarem da formação das políticas públicas e outros não. Essa visão nasceu no início do século XX, pelo sociólogo e político Robert Michels. Nela, ele a�rmou que o poder de decisão política sempre foi privilégio de uma elite. (SECCHI, 2011, p. 98) Os elitistas são de�nidos por alguns pesquisadores em quatro grupos: / Diante desses grupos elitistas, apenas uma preocupação é ressaltada: O conformismo dos outros grupos em acreditar que o Sistema da Formação de Políticas Públicas só funciona nesta divisão e não se unem para buscar seus direitos e necessidades. / Diante desses grupos elitistas, apenas uma preocupação é ressaltada: o conformismo dos outros grupos em acreditar que o Sistema da Formação de Políticas Públicas só funciona nesta divisão e não se unem para buscar seus direitos e necessidades. Com esta falta de informação em relação à união pode ser citado como exemplo o Sistema de Ouvidoria do SUS, criado em 2003. Segundo Carvalho, Santana e Santana (2009, p. 174), a XII Conferência Nacional de Saúde, realizada em 2003, apresentou algumas contribuições para a construção da Política Nacional de Ouvidoria do SUS: criar e implementar, nas três esferas de governo, um processo de escuta contínua e de interlocução entre os usuários do SUS, por intermédio de serviços telefônicos gratuitos; desenvolver ampla pesquisa para avaliar a satisfaçãodos usuários e dos pro�ssionais do SUS; utilizar o instrumento da ouvidoria para fortalecer o controle social e a gestão participativa. Infelizmente, essas propostas não foram implementadas. Poucas são as pessoas que têm conhecimento sobre esta política e a usam, se colocando no lugar de passivas e não recorrendo aos seus direitos quando esses são oferecidos, podendo ser por dois motivos: desconhecimento das informações ou por não acreditar no seu funcionamento. Modelo pluralista Neste modelo, não existe distinção entre grupos, trabalhadores, poder político e outras pessoas para mandar; todos são capazes de controlar e de criar ações de políticas públicas.De acordo com Secchi (2011, p. 99): “os pluralistas acreditam que não há como prever de antemão, que uma categoria de ator sempre terá vantagem objetiva sobre outras categorias, em distintas arenas políticas.” - Secchi (2001, p.96) A percepção trazida por este modelo é de que as mudanças, / transformações, exigências e necessidades são responsáveis por convidar os mais diversos atores a elaborarem políticas públicas que satisfaçam a sociedade. Triângulos de ferro Foram conhecidos no ano de 1960, nos Estados Unidos, como uma relação de apoio mútuo entre os: Clique nos botões para ver as informações. Financiavam as campanhas eleitorais dos políticos. Grupos de interesse Recebiam em troca uma legislação que os bene�ciavam. Políticos Recebiam dos políticos con�gurações orçamentárias que garantiam a sobrevivência ou a ampliação de algumas agências ou departamentos governamentais e os burocratas; assim, ofereciam as políticas públicas. Burocratas Todos esses três grupos se uniam para defender seus ideais e tinham liberdade para expressar seus desejos. Tentativas e erros / Diante dos modelos propostos nesta aula, de como cidadãos participativos dos problemas da saúde no Brasil, e ainda como pessoas pertencentes ao Sistema de Saúde, percebe-se que com tantas informações não é possível absorver e utilizar todos esses conteúdos. As empresas de saúde precisam delimitar seus objetivos e suas metas para assim saber quais estratégias deverão utilizar. Essas metas devem ser claras, visto que este tipo de instituição lida diretamente com a vida humana e não oferece oportunidades para as tentativas e erros. (Fonte: Free-Photos por Pixabay ). Você sabe qual o maior erro dos prestadores de serviços de saúde? É agir de maneira padronizada, como se as necessidades fossem comuns a toda e qualquer instituição, sem avaliar as demandas, os problemas e as necessidades presentes, para depois avaliar quais conhecimentos estratégicos que possam ser utilizados para agir no foco, e assim elaborar uma política de saúde conforme o modelo de sua sociedade. Especialidades Os médicos procuram centralizar os atendimentos em seu nome, para assim obter mais lucro diante do atendimento. Esses prestadores possuem, ainda, uma visão conservadora sobre atendimento. Antes, as necessidades eram mais generalistas. Agora, mais individualistas. Por isso, exigem mais domínios e conhecimentos sobre as subespecialidades. Tem-se buscado �scalizar e conscientizar os médicos sobre suas limitações pessoais e cognitivas dentro da vasta medicina. No entanto, criar políticas que controlem essa situação não é uma tarefa fácil, visto que muitos dos médicos são autônomos, mesmo quando atendem em consultórios dentro dos hospitais, condição essa que o possibilita atender as mais diferentes necessidades, diante da diversidade das doenças. Fonte: Gerd Altmann por Pixabay. / Para superar os problemas apresentados pelos Serviços de Saúde é preciso que os prestadores deste tipo de serviço ofereçam a seus pacientes valores que atendam, ou sejam superiores à sua expectativa. Se esses prestadores apresentarem valores de interesse pessoal, mesmo que veja crescer o hospital ou clínica, mas este não sendo o problema do paciente, seu investimento não terá nenhum valor. Minicaso Saiba mais Clique aqui para ler um minicaso que ilustra tudo que vimos nesta aula. Notas Governança1 Interpretada, segundo Porter (2007), como as capacidades técnica, administrativas e �nanceiras da esfera de governo. Referências ABRAHÃO, A. L.O hospital e o Sistema Único de Saúde.A gestão hospitalar na perspectiva da micropoilítica. In: Isabel Pereira Brasil; Márcia Valéria G. C. Mososini; Escola Politécnica de Saúde Joaquim Vênancio. (Org.). Texto de Apoio em Políticas de Saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2005, v. 01, p. 75-98. ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA.SUS: o que você precisa saber sobre o Sistema Único de Saúde.São Paulo: Ed. Atheneu, 2008. ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO (org).Textos de apoio em políticas de saúde. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2005. LEFEVRE, Fernando. Promoção de Saúde: a negação da negação. Rio de Janeiro. Vieira &Lent, 2004. MEZOMO, João Catarin. Gestão da Qualidade na Saúde: princípios básicos. São Paulo: Manole, 1ª Ed, 2001. PORTER, Michael E.Repensando a saúde: estratégias para melhorar a qualidade e reduzir os custos. Tradução de Cristina Bazan. Porto Alegre: Bookman, 2007. QUEIROZ, Roosevelt Brasil. Formação e gestão de políticas públicas. Curitiba: Ibpex, 2009. SECCHI, Leonardo. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São Paulo: Cengage Learning, 1ª Ed., 2011. Próxima aula javascript:void(0); / Os tipos de organização hospitalar; O funcionamento da saúde no Brasil; A arte de gerenciar estrategicamente. Explore mais Pesquise na internet, sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor online utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. Além disso, leia: Capítulo 5: POLÍTICAS PÚBLICAS: Conceitos, Esquemas de Análise, Casos Práticos. SECCHI, Leonardo. Políticas Públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São Paulo: Cengage Learning, 1ª Ed., 2011.
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