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ALEGAÇÕES FINAIS ZÊ DA FARMÁCIA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO AGRESTE – CE.
Processo nº: xxxxxxxxx
Autor: Ministério Público do Estado do Ceará
Denunciado: José Percival da Silva
José Percival da Silva, conhecido como Zé da Farmácia, já devidamente qualificado nos autos do processo, vem por meio de seu advogado, que ao final subscreve, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS
Nos termos do artigo 403, § 3º do Código de Processo Penal, tempestivamente, pelas razões de fato e de direito seguir expostos.
DOS FATOS
Os denunciados, sob a liderança do acusado José da Silva (Zé da Farmácia), associaram para o fim especifico de cometer crimes. E, dentro deste propósito, no dia 3 de fevereiro de 2018, na sede da Câmara dos Vereadores desta Comarca, durante uma reunião da Comissão de Finanças da Câmara exigiram do Sr. Paulo Matos, empresário sócio de uma empresa interessada em participação das contratações a serem realizadas pela Câmara Municipal, o pagamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para sua participação em um procedimento licitatório que estava marcado para o dia seguinte. 
Assim, com a mera solicitação de vantagem indevida já configurada o crime de corrupção passiva, a discussão sobre a ilegalidade da prisão em flagrante é irrelevante para a configuração do delito.
Antes o exposto estão os denunciados incurso nos artigos 288 e 317, na forma do artigo 69, todos do Código Penal. Pelo que requer o Ministério Público, seja recebida a denúncia com a citação dos réus para apresentarem defesa no prazo designado em seguida a audiência de instrução, para que, ao final sejam condenados pela prática do supracitado crime.
O Ministério Público em suas Alegações Finais pede a condenação do denunciado, sob o argumento de que existem provas suficientes para condená-lo pelo delito de corrupção presente no artigo 317 do Código de Processo Penal. Em síntese estes são os fatos.
DO MÉRITO
Cumpre ressaltar que o denunciado não sabia de nenhuma barganha ou recebimento de vantagens indevidas, sendo que o mesmo foi alvo de uma perseguição política que culminou em sua prisão ilegal quando se encontrava exercendo sua função de parlamentar, sendo o mesmo, vítima de flagrante preparado. Ressalta ainda que o denunciado nunca respondeu a nenhum tipo de processo ou procedimento relativo a falta de conduta limpa no exercício de suas funções.
Importante ressaltar que o depoimento do ofendido, constante nos autos, não só negou como afirmou que a primeira vez que esteve com o denunciado foi na sessão que ocorreram as prisões e que jamais chegou a ter qualquer conversa com ele, em relação a este ou outro assunto. O mesmo ainda afirmou que não tinha como afirmar que o denunciado estivesse envolvido no crime de corrupção praticado pelos demais réus. 
Podemos observar que não há nenhuma prova capaz de incriminar o denunciado de forma concreta e inequívoca ao delito em que é acusado. Pelo contrário, existe alegação por parte da vítima da não participação do denunciado e deixando claro o seu não envolvimento.
Portanto, não há nos autos qualquer prova inquestionável quanto a ocorrência do delito em que está sendo acusado o denunciado. Mostrando assim, prudente a absolvição do mesmo. 
 
DOS PEDIDOS
a. Absolvição por atipicidade da conduta em razão da preparação do fragrante em conformidade com a Súmula 145 do STF e artigo 17 do Código Penal. 
b. Absolvição do denunciado nos termos do artigo 386, incisos III, V, VI e VII do Código de Processo Penal, haja visto que não há prova concreta que sustente uma condenação, prevalecendo o princípio do in dúbio pro réu.
c. Absolvição por estar provado que o réu não concorreu para a infração penal de acordo com depoimento da vítima, presente nos autos, que atesta a não participação do denunciado na participação da conduta.
d. Que seja acolhida as alegações da resposta a acusação. 
Nestes termos, pede e espera deferimento
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Conceição do Agreste, CE. xx de xxxxx de xxxx
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“Nome do advogado”
OAB número “xxxxxx”

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