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- -1 Otimização dos Custos André de Faria Thomáz Introdução O termo alavancagem é utilizado para definir a expansão dos rendimentos de um negócio, segundo um múltiplo do crescimento das obrigações. A alavancagem do lucro é o aumento do lucro por meio do aumento do endividamento (maior uso do uso do patrimônio líquido ou de capital de terceiros). Para entender a alavancagem como um todo, é preciso entender a alavancagem operacional, que é o aumento dos lucros segundo o aumento das vendas. Ou seja, permite avaliar o impacto das vendas na lucratividade do negócio. E quais seriam as vantagens da alavancagem nas rotinas empresariais? Como funciona o controle das alavancagens? Como atribuir valores a margem de contribuição? Ao final desta aula, você será capaz de: • Avaliar os controles internos pela alavancagem operacional. • Analisar margem de contribuição para equilíbrio financeiro e operacional. Alavancagem Operacional A alavancagem operacional é decorrente da existência de gastos fixos relacionados a ativos de investimentos e de atividades operacionais da organização, como depreciação, salários, aluguéis etc. (CATELLI, 2010). Uma forma de medir a alavancagem operacional é por meio do Grau de Alavancagem Operacional (GAO), obtido por meio da proporção de variação do lucro operacional em relação à variação das vendas. O GAO pode ser representado na equação a seguir. Grau de Alavancagem Operacional (GAO) = % lucro operacional % vendas Para entender melhor: Uma organização tem uma margem de contribuição total de R$ 17.000,00, enquanto o resultado operacional líquido é de R$ 8.700,00. Sendo assim, o Grau de Alavancagem Operacional seria: GAO = = 1,9517.000 8.700 Isso implica em dizer que, para cada 1% de aumento das receitas, o resultado operacional irá aumentar 1,95%. Como o lucro operacional é resultante da diferença entre preço e custo, definido como margem de contribuição, o GAO representa a margem de contribuição total (margem de contribuição de cada item vendido vezes a quantidade vendida) em relação ao lucro total. Não há apenas a alavancagem operacional há, também, a alavancagem financeira. • • - -2 Figura 1 - Importância do Grau de Alavancagem Fonte: Tashatuvango, Shutterstock, 2019. Já o Grau de Alavancagem Financeira (GAF) é a porcentagem de lucro líquido dividido pelo percentual de lucro operacional. A relação entre as variações no lucro líquido, em decorrência de variações no lucro operacional, advém da existência de custos fixos financeiros (OLIVEIRA, 2009). Como a diferença entre o lucro líquido é resultado do lucro operacional menos as despesas financeiras, esse indicador capta o efeito das despesas financeiras sobre a rentabilidade da empresa. Ele pode ser representado assim: Grau de Alavancagem Financeira (GAF) = % lucro líquido % lucro operacional Para entender melhor: Considerando as despesas financeiras como fixas, pois a estrutura de capital da empresa permaneceu constante, temos que, no cenário mais otimista, o lucro líquido variou em 19,78%,. O lucro operacional variou 18%, com o mesmo resultado de sinal inverso no caso de redução. Sendo assim, o grau de alavancagem financeira (GAF) seria: GAF = = 1,1019,78% 18% A empresa, tendo um GAF de 1,10, indica que a cada variação de 1% no lucro operacional, terá uma variação de 1,10% no lucro líquido SAIBA MAIS A alavancagem financeira é uma medida de grau de risco da empresa. Ela consiste na análise do lucro líquido em relação ao lucro antes de juros e Imposto de Renda (IR). Ou seja, representa o potencial dos custos financeiros de gerar aumento nos lucros antes dos juros, previamente ao imposto de renda sobre o lucro por ação. Tais custos financeiros são os dividendos preferenciais e os juros de dívida. - -3 Ao se realizar projetos, é prioritário mensurar as possibilidades de fluxo de caixa, que permitirão entender o desenvolvimento do projeto ao longo do tempo, suas exigências de financiamento e a sua remuneração. Sendo assim, o fluxo desenvolve um controle das contas e as reduções de despesas. Como esclarece Fabretti (2009), preocupar-se com o gerenciamento do fluxo de caixa é algo que diz respeito a todas as organizações, independentemente do tamanho ou dos objetivos. E os custos associados aos processos logísticos são realizados para auxiliar na execução da operação. O gestor deve estar atento à necessidade de analisar os processos e perceber todos os gastos feitos para o cumprimento do que ora foi planejado. Figura 2 - Controle das despesas Fonte: Dusit, Shutterstock, 2019. Além disso, o processamento de um pedido varia conforme o tamanho dele, ou seja, o processo deve variar conforme o volume movimentado. A não consideração dessas diferenças na definição do tratamento dado a ele pode gerar ineficiências que representam um custo além do necessário. FIQUE ATENTO Quanto maior é o indicador, maior é o grau de alavancagem financeira da empresa. Mas como analisar a alavancagem? Abordaremos isso no próximo tópico, que apresenta o ponto de equilíbrio utilizado como referência ao analisar a alavancagem. - -4 Conhecer e classificar todos os custos logísticos alocados ao processo operacional pode facilitar a visualização real dos resultados obtidos, permitindo analisar se a execução da estratégia traçada trará longevidade à empresa. (OLIVEIRA, 2009) Margem de Contribuição Para compreendermos o conceito de margem de contribuição, precisamos dizer quais características não fazem parte de seu conceito. O termo é muito genérico, cujo sinônimo representa uma diferença entre um limite de margem definido. No mercado de empréstimos consignados, por exemplo, quando dizemos que uma pessoa tem margem, estamos dizendo que ela tem crédito disponível, considerando o quanto ela recebe mensalmente e o quanto pode assumir de dívida. Mas, e a margem de contribuição? A margem de contribuição (MC) não representa uma margem de lucro (FABRETTI, 2009), portanto, a margem de lucro pode ser considerada como ponto de equilíbrio dos custos. Para entender melhor, precisamos fazer o seguinte percurso. Veja que ao trabalharmos com o custeio variável, temos que o custo unitário de cada produto é definido apenas por custos variáveis. Quando apresentávamos o resultado obtido com a venda de mercadorias, tínhamos que: Resultado = Vendas – Custos totais – Despesas Totais Já pelo custeio variável, é calculado tirando-se das receitas os gastos variáveis relacionados ao resultado produto, sendo possível representar por meio da equação: Resultado = Vendas – Gastos variáveis FIQUE ATENTO A preocupação com esses gastos nem sempre está no foco das estratégias logísticas, mas se faz necessária para garantir a qualidade do produto e também a satisfação dos clientes que acreditaram na mensagem enviada ao mercado, pelo fabricante. EXEMPLO Durante a tomada de decisão, temos o conceito de margem de lucro, que representa o quanto percentualmente a empresa tem de resultado em relação a suas receitas. Ou seja, a margem de lucro nos diz o quanto sobrou das receitas, depois de retirados todos os custos e despesas. - -5 Figura 3 - Fluxos dos Investimentos nos resultados Fonte: Tashatuvango, Shutterstock, 2019. É então que surge o conceito de margem de contribuição. Podemos definir a MC como sendo o quanto sobra das receitas após a retirada de custos e despesas variáveis. MCu = Preço de Venda (Líquido de Impostos) – Custos Variáveis - Despesas Variáveis Para entender melhor: Uma empresa que fabrica três produtos, chamados aqui de X, Y e Z, tem os seguintes custos de produção no período X0: Custos variáveis totais - R$ 960.000,00, Custos fixos totais - R$ 540.000,00 e Custo total de produção - R$ 1.500.000,00. Consideramos que o custo variável total é dividido em matéria-prima, no valor de R$ 750.000,00, e mão de obra direta, no valor de R$ 210.000,00, e que os custos fixos englobam diversos itens de custos indiretos de fabricação. Além desses gastos, a empresa teve um volume de produção e venda (considerando estoques iguais a zero) diferente para cada produto:Produto X - R$ 4.500,00, Produto Y - R$ 2.500,00 e Produto Z - R$ 3.000,00. A empresa, então, promoveu a alocação dos custos de matéria-prima e mão de obra diretamente aos produtos pela sua efetiva utilização e os custos fixos pela proporção da quantidade produzida e vendida. Ou seja, para o produto X utilizou a fórmula Custos Fixo / Soma da quantidade produzida x Quantidade produzida do produto X, ou seja, 540.000,00 / 10.000 x 4.500, obtendo um resultado de R$ 243.000,00. - -6 Figura 4 - Controle dos custos Fonte: dizain, Shutterstock, 2019. Quando uma entidade utiliza uma mão de obra específica para produzir um determinado produto, ou quando compra uma máquina que só serve à produção de um produto específico, estamos lidando com custos fixos, os quais podem ser identificados a produtos específicos. Nesse caso, são os chamados de custos fixos diretos custos ou fixos identificados. Em um ambiente cuja única restrição seria a demanda de mercado, a prioridade é produzir o produto que geraria a maior margem de contribuição unitária (MCu). Mas, quando se trata de um momento cujos recursos estão escassos, a solução é recorrer a um cálculo lógico, denominado margem de contribuição com fator limitante. (CATELLI, 2010) Fechamento Nesta unidade, vimos como aplicar a margem de contribuição e a alavancagem operacional para desenvolver os centros de custos dentro das empresas. Além disso, estudamos como apresentar a demonstração de resultado do exercício de forma alternativa, desconsiderando as normas contábeis e pensando no usuário interno. Essa demonstração de resultado pode ser apurada de forma mais qualitativa se realizarmos a identificação de custos fixos, permitindo que o usuário compreenda a margem de contribuição que cada produto traz após os seus custos fixos identificados. A utilização dessas informações em conjunto, consolida a informação de custos no auxílio à tomada de decisão. Referências CATELLI, A. Uma abordagem da gestão econômica 2. ed. 7 Tir. São Paulo: Atlas, 2010.Controladoria. . FABRETTI, L. C.; FABRETTI, D. R. 7.Direito tributário para os cursos de administração e Ciências Contábeis. - -7 FABRETTI, L. C.; FABRETTI, D. R. 7.Direito tributário para os cursos de administração e Ciências Contábeis. ed. São Paulo: Atlas, 2009. FIGUEIREDO, S.; CAGGIANO, P. C. teoria e prática. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012.Controladoria: OLIVEIRA, D. DE P. R. DE. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia, práticas. 26. ed. São Paulo: Atlas 2009. Introdução Alavancagem Operacional Importância do Grau de Alavancagem Controle das despesas Margem de Contribuição Fluxos dos Investimentos nos resultados Controle dos custos Fechamento Referências