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Legislação Tributaria - 2

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Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 
 
Legislação Tributária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paolla Hauser 
 
 
Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 
 
1 
Conversa Inicial 
 
Olá aluno. Tudo bem? 
A aula anterior teve como objetivo levar ao seu conhecimento o sistema 
constitucional tributário, as garantias conferidas pela Constituição Federal e os 
conceitos fundamentais para entendimento da nossa legislação. 
Na aula de hoje, vamos conversar sobre a classificação tributária no Brasil 
distinguindo as espécies, entre impostos, taxas e contribuições. Aprenderemos 
também sobre os elementos necessários para qualquer incidência tributária, como 
base de cálculo, alíquotas, sujeito passivo e sujeito ativo, e o que significa cada um 
destes elementos. 
Compreendendo a estrutura teórica que permeia a definição de tributos, fica 
mais fácil compreender a lógica de funcionamento de cada tributo, a sua aplicação 
e criticar a criação de um novo tributo, considerando toda essa teoria aprendida. 
 
 
 
 
 
 
 
Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 
 
2 
Contextualizando 
 
Após conhecermos os principais conceitos do direito tributário brasileiro, 
precisamos definir algumas regras, para classificar os tributos, identificar o 
contribuinte do mesmo e interpretar o que o Fisco determinou com a publicação de 
uma norma legal. 
Quanto a classificação tributária, é comum ouvirmos a palavra imposto, para 
designar todas as espécies de tributos existentes. Muitas pessoas, utilizam a 
palavra imposto como gênero, para falar sobre qualquer tributo que é pago, desde 
o imposto de renda, por exemplo, até o INSS. 
Por essa razão é que nossa aula de hoje é importante, pois aprenderemos 
as corretas definições e elementos tributários, usando não somente o termo correto, 
mas sabendo qual a consequência da criação e do pagamento de determinado 
tributo. 
Depois de conheceremos então, as espécies tributárias, vamos aprender 
quais são os elementos que forma um tributo, identificando assim, como nasce a 
obrigação de pagá-lo, e quando encerra tal obrigação. Desta forma, saberemos se 
o tributo já existe no sistema tributário ou não, pois se faltar um elemento, não há 
possibilidade de efetuar o pagamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
Pesquise 
 
Classificação dos Tributos 
 
Na aula passada, utilizamos o termo tributo sem a menor preocupação com 
a sua classificação. Agora vamos relembrar um importante conceito, visto na aula 
passada e trazido pelo Código Tributário Nacional (CTN) que diz: 
 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em 
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
 
Sabemos então que tributo é uma prestação obrigatória devendo estar 
instituída em lei para que seja possível a sua cobrança. 
Mas não basta reconhecer o tributo, pelo seu conceito. É necessário 
determinar qual a espécie tributária, ou seja, a natureza específica do tributo, 
conforme o artigo 4º do CTN. 
 
A Classificação 
A Constituição Federal prescreveu detalhadamente o sistema tributário 
brasileiro com um regime jurídico de princípios e normas rígidas, que visam aos 
contribuintes direitos subjetivos a serem respeitados na instituição dos tributos. 
Temos nos artigos 145, 148, 149 e 149-A da CF, os institutos jurídicos dos 
quais os entes políticos podem se utilizar para arrecadar as receitas. 
Vejamos a seguir: 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão 
instituir os seguintes tributos: 
 
I - impostos; 
 
 
 
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4 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, 
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, 
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; 
 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
 
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão 
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à 
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses 
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da 
lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do 
contribuinte. 
 
§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. 
 
[...] 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir 
empréstimos compulsórios: 
 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência; 
 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". 
 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo 
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, 
de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas 
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e 
sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições 
a que alude o dispositivo. 
 
 
 
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5 
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, 
cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do 
regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior 
à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. 
 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de 
que trata o caput deste artigo: 
 
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 
 
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou 
serviços; 
 
III - poderão ter alíquotas: 
 
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da 
operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; 
 
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. 
 
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá 
ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. 
 
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única 
vez. 
 
Art. 149. A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir 
contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de 
iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. 
 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o 
caput, na fatura de consumo de energia elétrica. 
 
Existem diversas correntes na doutrina que considera tributo somente o que 
está descrito no artigo 145, sendo os demais classificados como subespécies. 
 
 
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6 
No entanto, usaremos a teoria tricotômica, que é a mais utilizada no direito 
tributário, defendida por Geraldo Ataliba. 
Neste sentido, classificaremos os tributos entre impostos, taxas e 
contribuições. 
 
Lembre-se sempre que tributo é gênero e os impostos, as taxas e as 
contribuições são espécies. 
 
Outra classificação importante que tem como fonte a circunstância de existir 
ou não um vínculo entre o fato descrito e uma atuação do Governo como 
“contrapartida” do pagamento do tributo. 
Desta forma, podemos classificar ainda como tributo vinculado e tributo não-
vinculado. 
 
Tributo Vinculado 
Tributo vinculado é aquele cujo fato gerador está vinculado, relacionado, a 
alguma atividade estatal em prol do contribuinte, ou seja, o tributo pago será 
destinado apenas para essa atividade,por exemplo, uma contribuição de melhoria 
(quando um ente federal faz qualquer obra pública que ocorre valorização 
imobiliária). 
 
Tributo não-vinculado 
O tributo não-vinculado é aquele que pagamos, mas que poderá ter uma 
utilização generalizada pelo Fisco arrecadador, ou seja, em nada se relaciona com 
alguma atividade estatal em prol do contribuinte. Somente os impostos são tributos 
não-vinculados. 
 
 
 
 
 
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7 
Impostos 
 
Impostos são aqueles tributos que, quando instituído na lei, é devido 
independentemente de qualquer atividade estatal em relação ao contribuinte, ou 
seja, não está vinculado a nenhuma prestação específica do Fisco ao sujeito 
passivo. 
O Código Tributário Nacional define imposto em seu artigo 16, como: 
 
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma 
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao 
contribuinte. 
 
Rubens Gomes de Souza citado por Fabretti (2009) define: 
 
Impostos são as receitas que o Estado cobra tendo em vista 
exclusivamente o interesse público da atividade desempenhada pelo 
governo, sem levar em conta as vantagens que possam decorrer dessa 
atividade para os particulares ou mesmo a ausência de tais vantagens sob 
o ponto de vista individual. 
 
Devemos entender como Estado qualquer ente que esteja cobrando o 
imposto, seja ele Federal, Estadual ou Municipal. Podemos notar ainda que os 
impostos arrecadados pelo Fisco serão utilizados para qualquer despesa que o 
mesmo possua, não sendo necessário que a receita arrecada seja convertida em 
serviços aos contribuintes. Podemos ainda classificar os impostos como diretos e 
indiretos 
 
Impostos Diretos 
São aqueles impostos em que o contribuinte de direito é idêntico ao 
contribuinte de fato. Neste caso, não há transferência de ônus financeiro a terceiros. 
Exemplo: o IPVA e IPTU. 
 
 
 
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8 
Impostos Indiretos 
São aqueles em que é admitida a existência de duas figuras de contribuinte, 
o de direito e o de fato. Neste caso, a lei determina o contribuinte de direito pague 
o imposto, no entanto, este poderá repassar o encargo para o contribuinte de fato. 
Temos como exemplo o ICMS e IPI. 
Luz (2011) afirma ainda que tributos indiretos são aqueles em que há 
repasse para o preço do produto, serviço ou mercadoria, recaindo o ônus financeiro 
para o consumidor. 
 
Fique sabendo 
Contribuinte de direito é aquele que tem a obrigação legal de recolher o 
tributo aos cofres públicos. 
Contribuinte de fato é aquele que efetivamente desembolsa o valor do 
tributo. Aquele que suporta o ônus tributário. 
 
Existem ainda os impostos chamados de progressivos e os regressivos. 
 
Impostos Progressivos 
São aqueles em que a alíquota aumenta à medida que aumenta a base de 
cálculo. Temos o exemplo do imposto de renda pessoa física, onde, a tabela 
progressiva tem o objetivo de fazer com que quem tiver um salário maior recolha 
um imposto maior. 
 
Impostos Regressivos 
São aqueles que reduzem à medida que aumenta a base de cálculo, temos 
como exemplo o imposto de renda cobrado sobre aplicação financeira. Neste caso, 
quanto maior o tempo de aplicação, menor a alíquota recolhida, conforme tabela a 
seguir: 
� 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com 
prazo de até 180 (cento e oitenta) dias; 
 
 
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� 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo de 181 (cento e oitenta e 
um) dias até 360 (trezentos e sessenta) dias; 
� 17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com 
prazo de 361 (trezentos e sessenta e um) dias até 720 (setecentos e vinte) 
dias; 
� 15% (quinze por cento), em aplicações com prazo acima de 720 (setecentos 
e vinte) dias. 
Os impostos que serão estudados em nossa disciplina são: Imposto de 
Renda, Imposto sobre Produtos Industrializados, Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Imposto sobre Prestação de serviços. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10 
Contribuições 
 
As contribuições são os tributos cobrados pelo fisco tendo em vista o 
interesse público da atividade desempenhada pelo governo. São exemplos de 
contribuições, cuja arrecadação tem destinação específica. 
� As sociais — destinam-se a financiar a seguridade social e estão previstas 
no artigo 195 da CF. 
 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de 
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes 
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma 
da lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou 
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, 
mesmo sem vínculo empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro. 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não 
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo 
regime geral de previdência social de que trata o art. 201 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele 
equiparar. 
 
� Para a saúde — a conhecida CPMF que foi cobrada por 11 anos sobre as 
operações bancárias. 
� Infraestrutura e Transporte — são as Contribuição de Intervenção no 
Domínio Econômico (CIDEs), instituída na Lei nº 10.336/2001 incide sobre a 
importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e 
seus derivados e álcool etílico combustível, cuja arrecadação destina-se 
especificamente para financiar programas de infraestrutura e transporte e 
projetos ambientais. 
 
 
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11 
� Categoria Profissional — são as contribuições vinculadas a entidades 
representativas de atividade profissional, como é o caso das anuidades 
pagas aos Conselhos de classe, como CRC, CRM, CREA, entre outros. 
As últimas contribuições citadas acima estão previstas no artigo 149 da 
Constituição Federal, conforme transcrito: 
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, 
de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas 
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e 
sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições 
a que alude o dispositivo. 
[...] 
 
 
� Contribuição de Melhoria — são tributos que o governo pode cobrar pela 
valorização de imóveis em decorrência da execução de uma obra pública, 
como por exemplo, pavimentação de ruas. 
 
Se você tiver interesse em saber como funciona essa contribuição, assista 
ao vídeo a disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9JnazDDGkz8. 
 
Em nossa disciplina, não vamos tratar de todas essas contribuições, nosso 
foco aqui são as contribuições destinadas à seguridade social, como INSS (CPRB), 
PIS, COFINS e CSLL. 
 
Contribuições Sociais 
As contribuições sociais podem ser subdivididas em: 
� Previdenciárias — se destinadas especificamente ao custeio da 
Previdência Social, e são formadas pelas contribuições dos segurados e das 
empresas, conforme as previstas na Lei nº 8.212/1991 e Lei nº 12.546/2011; 
 
 
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12 
� Não previdenciárias — quando voltadas para o custeio da Assistência 
Social e da Saúde Pública. Por exemplo: a COFINS (Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade Social), o PIS (Programa de Integração 
Social), incidentes sobre a receita ou o faturamento, e a CSLL (Contribuição 
Socialsobre o Lucro Líquido), que recai sobre o lucro. 
 
Essas contribuições financiam o sistema da seguridade social e não 
retribuem uma atividade específica do Estado, uma vez que o contribuinte tem a 
obrigação de pagá-las, mas não necessariamente irá usufruir algum benefício ou 
serviço da previdência social. 
Há desse modo, como hipótese de incidência, uma atuação do Poder Público 
indiretamente vinculado ao contribuinte: por meio do custeio da seguridade social 
ele terá direito a ações gratuitas da saúde pública e, eventualmente, da assistência 
social e da previdência social (quando se enquadrar em alguma das hipóteses 
legais). 
As contribuições sociais devem obedecer ao princípio da anterioridade 
restritiva, ou seja, princípio da noventena. Sendo assim, além de poder ser cobrada 
somente no ano seguinte da sua publicação, deverá ainda respeitar 90 dias após 
publicação da lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13 
Taxas e Empréstimos Compulsórios 
 
Taxas 
As taxas estão previstas no artigo 145 da Constituição Federal e são 
disciplinadas no Código Tributário Nacional, no artigo 77, conforme segue: 
 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal 
ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como 
fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva 
ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao 
contribuinte ou posto à sua disposição. 
 
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador 
idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função 
do capital das empresas. 
 
As taxas são tributos vinculados, pois sempre estão atrelados a uma 
atividade em contrapartida da cobrança. Em análise ao artigo citado, entende-se 
como exercício regular do poder de polícia a atividade pública que limita e disciplina 
direito, interesse ou liberdade a favor do interesse público, no que se refere a 
segurança, higiene, ordem, costumes, entre outros. Podemos citar a taxa de 
controle e fiscalização ambiental cobrada de algumas empresas de acordo com a 
atividade. 
No que se refere a utilização efetiva ou potencial de serviço público 
específico e divisível prestado ao contribuinte, podemos citar as taxas de serviços 
administrativos. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idêntico ao 
imposto, nem calculada em função do capital da empresa. 
O contribuinte de taxa será a pessoa que provoca a atuação estatal 
caracterizada pelo exercício do poder de polícia, ou a pessoa a quem seja prestada, 
ou à disposição de quem seja colocada a atuação do Estado traduzida em um 
serviço público divisível. 
 
 
 
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14 
Empréstimo Compulsório 
Os empréstimos compulsórios podem ser instituídos pela União 
exclusivamente para atender despesas extraordinárias, aquelas que não estejam 
previstas no orçamento, decorrentes de calamidade pública, guerra ou investimento 
público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. 
Este tributo está previsto no artigo 15 do CTN 
 
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir 
empréstimos compulsórios: 
I - guerra externa, ou sua iminência; 
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com 
os recursos orçamentários disponíveis; 
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. 
 
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as 
condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto 
nesta Lei. 
 
O valor arrecadado com o empréstimo compulsório é vinculado à causa que 
fundamentou a sua instituição, e os valores devem ser restituídos ao contribuinte, 
conforme as condições estipuladas na lei complementar que os instituiu. 
 
Quadro-Resumo 
A seguir temos um quadro com o resumo das espécies tributárias. 
 
Tributo Vinculação Contraprestação 
Imposto Não — 
Taxa Sim 
Exercício regular do poder de polícia. 
Utilização efetiva ou potencial de serviço 
público específico e divisível. 
Contribuição de 
Melhoria 
Sim 
Valorização de imóveis decorrente de obra 
pública. 
 
 
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15 
Contribuições 
Sociais 
Em Parte 
CIDE — financiar a própria atividade 
interventiva. 
Contribuições Profissionais — vinculadas 
a entidades representativas de 
profissionais. 
Contribuições de seguridade social — 
destinadas a financiar a seguridade social. 
Empréstimo 
Compulsório 
Sim 
Custeio de despesas extraordinárias da 
União, decorrentes de calamidade pública, 
guerra ou iminência de guerra. 
Investimento público de caráter urgente e 
de relevante interesse nacional. 
Fonte: Rezende, Pereira e Alencar (2010) 
 
 
 
 
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16 
Elementos Fundamentais e Complementares 
 
Antes de entrar nos conceitos e apuração de cada tributo que iremos 
estudar, é importante conhecermos os elementos fundamentais e os 
complementares para a existência e cobrança de qualquer imposto ou contribuição 
existente no ordenamento jurídico brasileiro. 
 
Os elementos fundamentais são: 
� fato gerador 
� contribuinte ou responsável 
� base de cálculo 
 
Os elementos complementares para a formação do tributo são: 
� alíquotas 
� prazo de pagamento 
 
Elementos Fundamentais 
Pela sua relevância, os elementos fundamentais do tributo só podem ser 
definidos por lei complementar, conforme previsto no artigo 146, inciso III da 
Constituição Federal. 
 
Fato Gerador 
De acordo com o Código Tributário Nacional, artigo 114 “fato gerador da 
obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua 
ocorrência”. 
Analisando essa definição, temos: 
� Situação: significa o fato, o conjunto de fatos, a situação de fato. Toda e 
qualquer ocorrência, decorrente ou não de vontade. Situação cuja 
ocorrência faz nascer uma obrigação. 
 
 
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17 
� Definida em lei: só a lei é o instrumento que pode descrever e definir a 
situação cuja ocorrência gera a obrigação tributária. 
� Necessária: sem a situação prevista em lei, não nasce a obrigação 
tributária. 
� Suficiente: a situação prevista em lei basta para o surgimento da obrigação 
tributária. 
Em resumo, podemos dizer que o fato gerador é a hipótese de incidência 
tributária, ou seja, é onde nasce a obrigação de pagar o tributo. 
 
Contribuinte ou Responsável 
O CTN, em seu artigo 121 define como sujeito passivo da obrigação tributária 
a pessoa obrigada ao pagamento do tributo. Neste mesmo artigo temos como 
sujeito passivo: 
 
[...] 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que 
constitua o respectivo fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua 
obrigação decorra de disposição expressa de lei. 
[...] 
 
O contribuinte é aquele que tem relação pessoal e direta com o fato gerador, 
podemos citar aqui o IPVA, que tem como contribuinte do imposto o proprietário do 
veículo. 
Já o responsável é a pessoa que a lei escolher para responder como sujeito 
passivo da obrigação tributária, em substituição ao contribuinte de fato, em razão 
de maior complexidade para alcança-lo. 
O responsável não arca com o ônus tributário, sendo que esse é suportado 
pelo contribuinte de fato. O responsável atua como uma espécie de arrecadador do 
Fisco. Temos como exemplo de imposto, cujo o responsável difere do contribuinte 
o imposto de renda retido na fonte, onde o ônus é suportado pelo prestador do 
serviço, mas o recolhimento é feito pelo tomador, ou seja, pelo responsável. 
 
 
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18 
 
Base de Cálculo 
Segundo Machado (2015), base de cálculo éa expressão econômica do fato 
gerador do tributo e deve ser instituída em lei juntamente com a hipótese de 
incidência tributária. 
A base de cálculo é o valor sobre o qual se aplica a alíquota para determinar 
o montante do tributo devido. Podemos citar como exemplo o PIS que tem como 
base de cálculo o faturamento mensal da empresa. 
 
Elementos Complementares 
Diferente dos elementos fundamentais, os elementos complementares 
podem ser fixados em lei ordinária. 
 
Alíquota 
A palavra alíquota na linguagem dos matemáticos indica a parte ou a 
quantidade que está contida em outra em número exato de vezes. No direito 
tributário tem sido utilizada geralmente para indicar o percentual aplicado sobre a 
base de cálculo para se determinar o valor do tributo (MACHADO, 2015). 
Na legislação tributária, geralmente utiliza-se alíquotas denominadas de ad-
valorem, isto é, sobre o valor, indicada como percentual. 
Temos ainda, previsto em alguns casos, as alíquotas específicas, raramente 
utilizadas, que servem para calcular o tributo sem considerar o valor do objeto 
tributado, como é o caso do IPI sobre bebidas, onde a alíquota é determinada por 
referência sobre a quantidade vendida, não importando o valor da venda. 
 
Prazo de pagamento 
O prazo de pagamento dos tributos pode ser estipulado por meio de lei 
ordinária. Na prática, há casos em que a lei ordinária delega ao Poder Executivo a 
competência para fixar prazos para pagamento, por meio de decreto. 
 
 
 
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Trocando Ideias 
 
Após ler sobre o tema de pesquisa, que trata da indicação do CPF na nota 
fiscal, como uma premissa de redução da sonegação fiscal, e ter assistido ao vídeo 
que demonstra como é realizado o cálculo da devolução do ICMS, entre no fórum, 
disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem, e descreva o que você acha 
dessa iniciativa dos Estados. Se é importante para o crescimento do Brasil e deveria 
ser aplicada para todos os estados ou é apenas uma forma de aumentar a 
arrecadação do estado. 
 
 
 
 
 
 
 
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Na Prática 
 
Você já deve ter percebido a quantidade de tributos que existem em nosso 
ordenamento jurídico. São diversas espécies, sendo possível cobrar tributos sobre 
tudo, renda, mercadoria, serviço, operações financeiras, entre tantas outras 
operações que realizamos no dia a dia. 
Atualmente, alguns estados têm convivido com a devolução de parte do 
tributo pago, sobre aquisição de mercadorias, aos contribuintes que pedem nota 
fiscal nos estabelecimentos e que informam o número do CPF. 
De acordo com a publicação na revista Exame no ano de 2015, quatro 
estados lançaram programas de inclusão do CPF na nota fiscal: Amazonas, 
Maranhão, Paraná e Piauí. Inspirados no programa Nota Fiscal Paulista, pioneiro 
no modelo, esses e outros estados têm contado com a ajuda da população para 
aumentar sua arrecadação. 
Mas, assim como ocorreu em São Paulo, inicialmente os programas 
costumam enfrentar resistências de consumidores, que temem que as notas fiscais 
sejam utilizadas pelos governos estaduais para reunir informações sobre a renda 
dos contribuintes e repassá-las ao Fisco. 
Esse programa foi criado para incentivar o cidadão a registrar seu CPF nas 
notas fiscais de estabelecimentos e com isso, reduzir a sonegação fiscal nas 
atividades comerciais, que ainda é muito praticada, apesar de toda fiscalização. 
O Estado não comercializa bens ou serviços nem possui outra natureza de 
negócio lucrativo. Portanto não pode gerar recursos financeiros por si só. Necessita 
que a sociedade contribua para bem cumprir sua missão. Daí a existência do 
tributo, contribuição da sociedade para o financiamento do Estado. 
 
 
 
 
 
 
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Leia as informações a respeito deste assunto, e fique por dentro! Assim, você 
pode orientar seus parentes e amigos, e ajuda-los a entender melhor essa prática: 
 
Nota Fiscal Paulista: 
http://www.nfp.fazenda.sp.gov.br/default.asp 
 
Nota Fiscal Paranaense: 
http://www.notaparana.pr.gov.br/ 
 
Nota Fiscal Amazoense: 
https://nfamazonense.sefaz.am.gov.br/ 
 
Nota Fiscal Piauiense: 
http://sefaz.pi.gov.br/notapiauiense/ 
 
Nota Fiscal Maranhense: 
http://notalegal.sefaz.ma.gov.br/ 
 
Veja como o Estado do Paraná calcula o ICMS devolvido ao consumidor! 
https://www.youtube.com/watch?v=QmuPpD8N8D8&feature=youtu.be 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Síntese 
 
Esta aula teve como objetivo apresentar a diferença entre tributo e imposto, 
trazendo ainda outras espécies de tributos que são as taxas e as contribuições. 
Aprendemos a diferente entre tributos vinculados e não vinculados, sendo 
que as taxas e as contribuições têm uma essência de tributo vinculado, ou seja, 
nós pagamos tais tributos, sendo que o Fisco nos devolve, em partes, em serviços 
públicos. A diferença é que a taxa só é paga quando o serviço está sendo prestado 
em determinado local, diferente das contribuições, que é de competência da União, 
e não necessariamente você será beneficiário da contraprestação em decorrência 
da contribuição recolhida. 
Já os tributos não vinculados, que são os impostos, são aqueles que, mesmo 
sendo compulsório, são recolhidos sem definição específica. Servindo para 
qualquer coisa que o Fisco necessite, não tendo destinação pré-estabelecida. 
Além disso, podemos ainda definir os tributos como diretos e indiretos, sendo 
que os indiretos, de uma forma simples, são aqueles que são cobrados do 
consumidor. 
Aprendemos também sobre os elementos fundamentais e complementares 
para a formação e cobrança dos impostos, das taxas e das contribuições. Tendo 
inicialmente o fato gerador, que é o nascimento da obrigação tributária, o sujeito 
passivo, a base de cálculo — sendo ela determinante para compreender a espécie 
tributária, a alíquota, qual temos, quase que como regra, os percentuais aplicados 
sobre valores, e por último, o prazo de pagamento do tributo, devendo atentar-se 
para o caso de dia determinado ser final de semana ou feriado, devendo então, 
antecipar o seu recolhimento. 
Todo esse conhecimento será importante para aprendermos melhor sobre 
os principais impostos e contribuições devidas pelas empresas, que veremos nas 
aulas seguintes. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
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Referências 
 
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. 6. ed. São Paulo. Malheiros, 
2014. 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: 
promulgada em 05 de outubro de 1988. Disponível em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm 
 
BRASIL. Código Tributário Nacional. Lei 5.172 de 25 de outubro de 1966. Dispõe 
sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário 
aplicáveis à União, Estados e Municípios. Disponível em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm 
 
FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. 13. ed. São Paulo. Atlas, 
2013 
 
FABRETTI, Láudio Camargo. Direito Tributário Aplicado: Impostos e Contribuições 
das Empresas. 2. ed. São Paulo. Atlas, 2009. 
 
HACK, Érico. Noções preliminares de direito administrativo e direito tributário. 3. 
ed. Curitiba. Ibpex, 2010. 
 
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 36. ed. São Paulo. Malheiros, 
2015. 
 
MARTINS NETO, Francisco. Legislação Tributária. Curitiba. Ibepex, 2007. 
 
SILVA, Roque Sergio D’Andréa Ribeiro da. Introdução ao Direito Constitucional 
Tributário: com ênfase à pessoa jurídica. Curitiba. Intersaberes, 2013. 
 
REZENDE, Amaury José; PEREIRA, Carlos Alberto; ALENCAR, Roberta Carvalho de. 
Contabilidade Tributária: Entendendo a Lógica dos Tributos e seus Reflexossobre 
os resultados das Empresas. São Paulo. Atlas, 2010.

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