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TRABALHO INTERNACIONAL FONTES ESTATUTARIAS

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BRUNA MAROBO DOMINATO
FONTES ESTATUÁRIAS 
PROF. GABRIEL FRIAS ARAUJO 
Ribeirão Preto-SP/2020
1. INTRODUÇÃO
As fontes do Direito Internacional são importantes porque representam os elementos básicos do regime jurídico internacional. Assim, temos as fontes materiais decorrentes de necessidades sociais que provocam o surgimento das normas jurídicas; e as fontes formais, que são aquelas já positivadas. Ambas são muito utilizadas no Direito internacional privado. No Direito Internacional público podemos dizer que as fontes estatuárias são fontes formais, mas há que se lembrar, conforme afirma Ian Browlie citado por Mazzuoli (2019) no direito internacional público as fontes formais não derivam da elaboração de leis a nível interno. 
O Estatuto da Corte Internacional (CIJ) elaborou em seu artigo 38 o que vêm a ser um rol das fontes do direito internacional público. Porém, é necessário ressaltar que em nenhum momento o artigo diz ser um elenco de fontes do direito internacional, logo, existem outras fontes que não estão previstas em seu texto, pois não é um artigo taxativo. Mas nos atentemos as fontes elencadas no referido artigo:
1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; d) sob ressalva da disposição do art. 59 [verbis: ‘A decisão da Corte só será obrigatória para as partes litigantes e a respeito do caso em questão’], as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. 2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem”
É possível separar os tratados, costumes e princípios gerais do direito como fontes primárias; as decisões judiciarias e doutrina, como meios auxiliares. Via de regra, não há hierarquia entra as fontes, com exceção do artigo 103 da Carta das Nações Unidas e das normas Jus Cogens.
2. As fontes estatutárias
A) Tratados Internacionais
De acordo com o artigo 2, paragrafo 1, “a”, da Convenção de Viena, “tratado é um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação especifica”.
Os tratados internacionais são considerados a principal fonte do direito internacional, em razão de sua estabilidade, já que são elaborados com a participação direta dos Estados em conjunto e por livre vontade. Aliás, as condições de validade dos tratados internacionais são as mesmas previstas para os negócios jurídicos em geral: capacidade das partes, objeto licito, livre consentimento e habilitação dos agentes signatários. Sobre essa ultima, a Convenção de Viena de 1969 estabelece no seu artigo 7, o rol dos agentes signatários que possuem capacidade para celebrar tratados. 
Ainda sobre pontos importantes dos tratados internacionais, podemos dizer que os tratados são superiores às leis internas e podem tornar-se tratados-lei, que ocorre quando o tratado possui ampla aceitação e adesão dos Estados e passa a desempenhar função como se ordenamento interno dos Estados.
B) Costumes Internacionais
O costume é a mais antiga fonte do direito de forma geral, por isso ele é tão importante para o direito internacional, uma vez que ainda não existe no direito internacional um centro integrado de produção de normas jurídicas, de forma que o costume estabelece um corpo de regras aplicáveis em vários domínios.
De acordo com o ECIJ, os costumes consistem na pratica geral aceita como sendo o direito, assim, para o costume ser considerado internacional são necessários dois elementos, o material, que consiste na pratica geral de maneira reiterada e o elemento psicológico, que consiste na aceitação dessa pratica como sendo direito. 
Temos ainda no direito internacional os chamados métodos contemporâneos de formação de costume. O método clássico de formação do costume já conhecemos desde o primeiro ano de faculdade, que consiste, resumidamente, no fato ainda não regulado, a solução para o fato que passa a ser usada repetidamente ate ser aceita como regra.
 Já a formação contemporânea de costume, seguindo Mazzuolli “se verificam, atualmente na pratica das organizações internacionais quando adotam certas diretrizes e resoluções, fruto de longas discussões e consensos obtidos nas votações de suas assembleias gerais” (2019, p. 120)
Por fim, não há hierarquia entre costumes e tratados, o Estado que alegar um costume deve prova-lo e cada Estado que aceita um mesmo costume, o aceita de maneira diferente conforme suas valorações. 
C) Princípios Gerais de Direito 
Segundo o ECIJ, princípios gerais de direito são os princípios consagrados nos sistemas jurídicos dos Estados, ainda que não aceito por todos eles, bastando que um numero suficiente de Estados os consagrem, pois considera-se que se a generalidade dos Estados contemplam determinado costume e estão no âmbito do direito internacional, é possível de ser aplicado no plano do direito internacional publico.
O direito internacional moderno passa a depender cada vez menos desses princípios pois a maioria já está positivada em tratados, mas a titulo de exemplo, podemos citar o principio da boa fé, do non bis in idem e do direito adquirido.
D) Doutrina dos Juristas
O artigo 38 do ECIJ coloca a doutrina como um segundo meio auxiliar e por mais que faça referencia à doutrina elaborada por juristas, também pode ser utilizado fontes como a Comissão de Direito Internacional da ONU, os projetos da Harvard Research, os estudos da Conferencia de Codificação de Haia de 1930 e demais trabalhos de institutos especializados em direito internacional. 
Também é utilizada como fonte a equidade (decidir um caso em que não há previsão legal com base em outras regras já existentes, porém a equidade não seria uma fonte e sim uma forma de auxiliar na falta de norma jurídica, desde que, as partes concordem com seu uso, conforme prevê o paragrafo 2, do artigo 38, do ECIJ.
E) Decisões das Organizações Internacionais
As decisões das organizações internacionais possuem apenas participação indireta dos Estados, que votam nas assembleias gerais. Por isso, os atos dessas organizações precisam ser internacionais e não apenas internos, para assim serem fontes do direito internacional. 
Podemos dizer que as decisões das organizações internacionais são unilaterais pois expressam a vontade das organizações, não há assinatura ou ratificações por parte dos Estados, apenas voto.
3. Outras Fontes Estatuárias
Há ainda, outras fontes estatuárias que não estão expressamente elencadas no artigo 38 do ECIJ, mas que são importantes, como a jurisprudência e os atos unilaterais dos Estados.
F) Jurisprudência
Jurisprudência, como já sabemos, é um conjunto de decisões em um mesmo sentido, em casos semelhantes. Na ordem jurídica interna a jurisprudência é fruto das decisões dos tribunais, mas na ordem jurídica internacional a jurisprudência é formada pelas decisões proferidas pela Corte Internacional de Direitos Humanos (CIDH), pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) e pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).
O artigo 38 do ECIJ qualifica a jurisprudência como meio auxiliar, como meio de determinação do direito e não de fonte.
G) Atos Unilaterais dos Estados
De acordo com Mazzuolli: 
Entende-se por ato unilateral autônomo a manifestação de vontade publica e inequívoca de um Estado, desvinculada de qualquer tratado ou costume internacional, formulada por autoridade competente para validamente engaja-lo, com a intenção de produzir efeitos jurídicos nas suas relações com outros Estados ou organizações internacionais,com o conhecimento expresso destes e destas (2019, p. 139)
Referencias bibliográficas
MAZZUOLLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 12 edição, Rio de Janeiro: Forense, 2019.
Silva Júnior, A., Castro Júnior, A., & de Melo, B. (2018). O DIREITO INTERNACIONAL E SEUS MECANISMOS DE FORMALIZAÇÃO. Múltiplos Acessos, 3(2), 183-191.

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