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Resumo_ Princípios Norteadores do Direito de Família

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/
jusbrasil.com.br
22 de Outubro de 2020
Resumo: Princípios Norteadores do Direito de Família
Introdução
Como sabemos a lei não consegue prever todas as situações em face da
complexidade das sociedades contemporâneas, portanto a análise
sistemática de um caso não é apenas feita na letra da lei, mas sim
levando em conta a interpretação da mesma à luz dos princípios
jurídicos, a jurisprudência e a doutrina.
A palavra princípio significa começo, ponto de partida. No direito, seu
significado é de causa, fundamento, ou seja, a razão que justifica
porque as coisas são da forma que são.
A base principiológica é um grande sustento para o ordenamento
jurídico, pois os princípios são os alicerces que traçam regras ou
preceitos para toda a espécie de operação jurídica.
Carlos Roberto Gonçalves diz que:
/
O Direito de Família é o mais humano de todos os ramos do direito
e em razão disto, e também pelo sentido ideológico e histórico de
exclusões, é necessário pensá-lo atualmente com a ajuda e pelo
ângulo dos direitos humanos, cuja base e ingredientes estão
diretamente relacionados à noção de cidadania.
Princípio da Dignidade Humana
Como sabemos, não podemos aplicar a norma seca sem olharmos para
as vontades da sociedade. O princípio da dignidade humana trouxe a
valorização da própria pessoa dentro da família, protegendo-a por si
só; preza o indivíduo pelo ser pessoa, ou seja, deve sempre proteger a
vida e a integridade dos membros de uma família, levando em conta o
respeito à pessoa e assegurando os seus direitos de personalidade.
Sendo esse princípio como fundamento da República, a Constituição
Brasileira deu maior valor à proteção da pessoa humana, garantindo o
exercício e o reconhecimento de sua condição, sem nenhuma
discriminação na sociedade em que vive. Ressalta Ingo Sarlet, ao
expressar a noção de pessoa, como sujeito de direito e obrigações:
Com fundamento na própria dignidade da pessoa humana, poder-
se-á falar também em um direito fundamental de toda pessoa
humana a ser titular de direitos fundamentais que reconheçam,
assegurem e promovam justamente a sua condição de pessoa (com
dignidade) no âmbito de uma comunidade. Aproxima-se desta
noção – embora com ela evidentemente não se confunda – o assim
denominado princípio da universalidade dos direitos
fundamentais.
Princípio da Afetividade
Esse princípio liga as pessoas pela afeição, ou seja, a vontade de querer
constituir uma família com base em uma convivência. O princípio da
afetividade não se encontra expresso, mas está de forma implícita na
constituição como um elemento inspirador da família, onde as pessoas
devem ter comunhão de vida e estabilidade nas relações afetivas.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
/
A mulher passa a ser independente do marido, fazendo com que a
família se reúna com base no afeto, na vontade de formar um conjunto,
distanciando daquele casamento subordinado, onde a mulher casava-
se por questões econômicas e de sobrevivências.
Para Rolf Madaleno:
O afeto é a mola propulsora dos laços familiares para dar sentido e
dignidade à existência humana. Nos vínculos de filiação e
parentesco a afetividade deve estar sempre presente, pois os
vínculos consanguíneos não se sobrepõem aos liames afetivos, ao
contrário, a afetividade pode sobrepor-se aos laços consanguíneos.
Hoje já não mais se aceita o Direito de Família sem o afeto, diz
Daniella Velloso Pereira e Maria Flávia Cardoso Máximo, pois o
mesmo permeou as divisas do direito e rompeu antigos paradigmas,
alicerçando o conceito de família.
A afetividade se faz presente no Código Civil, dispondo no artigo 1511,
que o casamento exige plena comunhão de vida, tanto que cessada a
convivência, mesmo que mediante apenas separação de fato, termine o
regime de bens.
A Lei Maria da Penha (artigo 5º, II) e o Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei 12.010/2009, acrescentado parágrafo único ao artigo
25) também acolhem o princípio da afetividade.
Sendo assim, o princípio da afetividade resulta da convivência familiar,
de atos exteriorizados, de condutas objetivas demonstrando o afeto
familiar de seus membros na constituição e manutenção das famílias,
capaz de gerar vínculos jurídicos como a paternidade socioafetiva.
Princípio da Liberdade
Existindo igualdade entre todos, a liberdade é um princípio
fundamental no Direito de Família. Esse princípio vem expor os novos
modelos de famílias onde a pessoa exerce sua livre vontade de casar
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631976/artigo-1511-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/95552/lei-maria-da-penha-lei-11340-06
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818490/lei-12010-09
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
/
separar, divorciar, ter opção de regime de bens, etc.
O Princípio da liberdade se correlaciona com o princípio da autonomia
privada, no qual o particular pode escolher e auto regulamentar sua
vida, trazendo para si o que melhor lhe convém, sem nenhuma
intervenção.
Maria Helena Diniz conclui que:
O princípio da liberdade refere-se ao livre poder de formar
comunhão de vida, a livre decisão do casal no planejamento
familiar, a livre escolha do regime matrimonial de bens, a livre
aquisição e administração do poder familiar, bem como a livre
opção pelo modelo de formação educacional, cultural e religiosa da
prole.
Princípio do Pluralismo Familiar
Como dito desde o início do trabalho, o aspecto família veio se
modificando ao longo do tempo, trazendo mudanças sociais
importantes dentro de uma relação familiar. A atual constituição
contribuiu muito nesse pluralismo trazendo novos modelos de família.
Além da família matrimonial, a Constituição considera também as
constituídas pela união estável entre o homem e a mulher e as
monoparentais, aquelas formadas por apenas um dos pais e seus
descendentes. Esses modelos expressos são meramente
exemplificativos, pois há muitos outros modelos que serão abordados
ao longo do trabalho.
Princípio da Igualdade Jurídica dos
Cônjuges e Companheiros
A Constituição de 1988 acaba com o poder patriarcal na família, onde o
homem tinha o poder de chefia da sociedade conjugal, adotando a
igualdade entre o homem e a mulher dentro da relação.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
/
A constituição traz expresso em seu artigo 226, parágrafo 5º:
“os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos
igualmente pelo homem e pela mulher.”
A igualdade deste princípio abrange todos os outros modelos de
família, onde o tratamento igualitário aplica-se as pessoas visando à
isonomia constitucional em defesa da dignidade da pessoa humana.
Princípio da Igualdade e Isonomia dos
Filhos
No direito de família atual são as pessoas que são protegidas, dando-as
o direito de liberdade, igualdade e preservando o vínculo entre elas.
Rodrigo da Cunha Pereira ressalta que:
A igualdade e o respeito às diferenças constituem um dos
princípios-chave para as organizações jurídicas e especialmente
para o Direito de Família, sem os quais não há dignidade do sujeito
de direito.Consequentemente não há justiça.
O discurso da igualdade está intrinsecamente vinculado à cidadania,
uma outra categoria da contemporaneidade, que pressupõe também o
respeito às diferenças. Se todos são iguais perante a lei, todos devem
estar incluídos no laço social. 6
Dimas Messias de Carvalho diz com base em que escreve Rodrigo da
Cunha Pereira, que:
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645133/artigo-226-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10644922/par%C3%A1grafo-5-artigo-226-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
/
O princípio da igualdade, além da absoluta igualdade entre homem
e mulher, importa no mesmo tratamento e isonomia dos filhos,
respeitando as diferenças, pouco importando a origem, sepultando
definitivamente a velha concepção de ilegitimidade da prole. O
princípio da afetividade, decorrente dos princípios adotados na
Constituição, rompeu a formalidade para constituição do vínculo
familiar, tornando-se o afeto o elemento formador da família e
desbiologizando a paternidade.
Princípio do Melhor Interesse da
Criança e do Adolescente
Rodrigo da Cunha Pereira inclui este princípio juntamente aos outros.
Ele é chamado também como Princípio da Plena Proteção das Crianças
e Adolescentes, sendo enraizado nas mudanças ocorridas na família.
Esse princípio busca proteger as pessoas que se encontram em
situações de vulnerabilidades, como na faze de amadurecimento de
uma criança a uma formação da personalidade de um adolescente,
sendo praticamente total a sua ligação com os direitos e garantias
fundamentais da criança e do adolescente.
Na Convenção Internacional dos Direitos da Criança, adotada pela
Assembleia Geral das Nações Unidas no dia 20 de novembro de 1989 e
ratificada no Brasil em 1990, consagrou no artigo 3º, I, que:
Todas as ações relativas às crianças, levadas a efeito por
instituições públicas ou privadas de bem-estar social, autoridades
administrativas ou órgãos legislativos, devem considerar,
primordialmente, o interesse maior da criança.
Buscamos através deste princípio, dizer que o interesse da criança nas
relações familiares é de extrema importância, devendo dar mais ênfase
nas vontades, condições de vida, ambiente físico e mental do menor,
etc., pois se tratando de pessoas em desenvolvimento, possuem
condição prioritária e proteção não apenas da família, mas do Estado e
da sociedade.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
/
A proteção à dignidade da criança e do adolescente e a liberdade de
expressar sua vontade, permite a construção pela convivência de
relação afetiva do menor com aqueles que se considera como pais,
mesmo não existindo consanguinidade, autorizando o reconhecimento
jurídico da paternidade socioafetiva.
Princípio da Paternidade Responsável
e do Planejamento Familiar
Esses princípios partem da Liberdade e da Dignidade da pessoa
humana, onde os genitores, cônjuges e companheiros devem ter
responsabilidades sobre os filhos, observando sempre o que for melhor
para a criança, sendo econômico, emergencial, afetivo, etc.
Rodrigo da Cunha Pereira ressalta que:
Independente da convivência ou relacionamento dos pais, a eles
cabe a responsabilidade pela criação e educação dos filhos, pois é
inconcebível a ideia de que o divórcio ou término da relação dos
genitores acarrete o fim da convivência entre os filhos e seus pais.
Os pais devem sempre lembrar que, embora a assistência material seja
importante, mais importante ainda é a “assistência mental”, no qual o
filho precisa de acompanhamentos, convivência educação, orientação,
entre outros. A dissolução dos cônjuges ou companheiros não significa
a dissolução dos pais com os filhos.
Princípio da Solidariedade Familiar
Conforme diz Rolf Madaleno:
A solidariedade é princípio e oxigênio de todas as relações
familiares e afetivas, porque esses vínculos só podem se sustentar e
se desenvolver em ambiente recíproco de compreensão e
cooperação, ajudando-se mutuamente sempre que se fizer
necessário
/
Dentro da família deve haver solidariedade entre os membros, nos
quais se baseiam em “ajudar e ser ajudado”. Esse princípio informa
que, assim como os pais tem o dever de cuidar dos filhos, os filhos
também, pelo princípio da solidariedade, devem cuidar de seus pais na
velhice.
A solidariedade deve-se dar no auxílio mútuo, material e moral, dando
a devida assistência, amparando e protegendo.
Referências
CARVALHO, Dimas Messias de. Direito das Famílias. 4ª ed. Minas
Gerais: Saraiva; 2015
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro.
SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa Humana e Direitos
Fundamentais na Constituição Federal de 1988. 9ª ed
MADALENO, Rolf. Curso de Direito de Família. 4ª ed
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil. 4ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2012
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Princípios Fundamentais Norteadores
do Direito de Família. 2ª ed
Disponível em: https://kaiquefreire3.jusbrasil.com.br/artigos/323429513/resumo-principios-
norteadores-do-direito-de-familia
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988

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