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O racismo estrutural no brasil - modelo enem

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“DÍVIDA HISTÓRICA”
	Em seu poema “Navio Negreiro”, o romancista Castro Alves descreve a sórdida realidade do tráfico de negros africanos para o Brasil, durante o Período Colonial. Os negros, assim como os judeus e ciganos, eram vistos como inferiores aos homes brancos das classes hegemônicas e tiveram seus direitos civis negados até o século XIX. Com isso, surge a problemática do racismo estrutural no Brasil, dessa lógica excludente que persiste intrinsicamente ligada à realidade do país, seja pela insuficiência das leis, seja pela lenta mudança da mentalidade social.
	Nesse viés, é indubitável que a legislação brasileira se tornou exígua para cenário contemporâneo. De acordo com Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, o racismo rompe esse equilíbrio, tendo em vista que, mesmo com a lei 7.716 da Constituição Federal, a qual pune qualquer prática preconceituosa de origem racial e étnica, ainda existem brechas que permitem a ocorrência do preconceito, como a falta de uma assistência legal especializada nesses crimes e a intimidação das vítimas em caso de denúncia. Assim sendo, evidencia-se uma conjuntura social que desfavorece a igualdade de direitos entre brancos e negros no Brasil, sendo esse o grupo mais atingido pela degeneração moral construída pelo processo histórico preconceituoso do país.
	Sob essa ótica, destaca-se o pensamento do filósofo Jean Paul Sartre de que “o pior mal é aquele ao qual nos acostumamos”. Ao seguir essa linha de pensamento, observa-se que o racismo se encaixa na filosofia de Sartre, uma vez que se uma criança vive em uma família com esse pensamento, ela se acostuma a ele e passa a propagá-lo pela convivência social. Desse modo, a continuação do pensamento da inferioridade racial tem sido transmitida de geração em geração, desde os primórdios da colonização brasileira, fato que, sem dúvidas, contribui para a formação de um povo estruturalmente racista. Infere-se, então, que as práticas racistas devem ser combatidas no Brasil.
	Portanto, cabe ao Governo Federal construir delegacias especializadas em crimes de ódio contra raças e etnias, a fim de mitigar as práticas do preconceito na sociedade, além de aumentar a pena de dois a oito anos de prisão. Ainda, compete aos Ministérios da Cidadania e da Educação, através de campanhas digitais, a criação de documentários que expliquem a trajetória de injúrias sofridas pelas vítimas do preconceito racial, a fim de conscientizar a população das consequências de seus atos e, também, de fornecer apoio aos que denunciarem os crimes. Apenas dessa forma, poder-se-á drenar o racismo da sociedade brasileira e ao menos, suavizar a dívida histórica enunciada nos diversos “navios negreiros” do Brasil. 
Cailane Lawall
14/07/2020
Aluna desde Março.

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