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A Educação no Brasil Império

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A Educação no Brasil Império
	O respectivo trabalho ter por objetivo a caracterização do modelo educacional existente no período Imperial brasileiro vigente nos anos de 1822 a 1889. Este período foi de suma importância para a nação brasileira, a fim de que ideias europeus findados na Revolução Francesa e Revolução Industrial trouxessem avanços e melhorias em variados aspectos para a população.
	O século XIX foi um período fundamental para a constituição do nosso país, pois a partir da emancipação política alcançada em 1822, oriunda da herança de três séculos da colonização portuguesa, iniciou-se uma nova fase de nossa história, em que a futura nação começava a ser construída, configurando-se assim, o caráter nacional. 
O Brasil, nos anos de 1800 era uma monarquia nos moldes ingleses, dessa forma a formação do Estado Nacional seguiu o modelo europeu de um Estado liberal-Parlamentar. 
Outra característica importante da época era o domínio da elite latifundiária, em que a fonte de riqueza era a monocultura exportadora e que alimentava uma mentalidade conservadora em relação à estrutura socioeconômica escravocrata e patriarcal herdada da colônia e gradualista em relação às ações e políticas públicas, traduzindo-se em resistência às reformas. Assim, os maiores beneficiários da ação do Estado foram os grandes proprietários rurais, sendo que os outros setores do país como a indústria e a própria instrução pública padeciam de um atraso secular.
Este período também foi determinado pelas transformações ocorridas no século XVIII desencadeadas a partir da Revolução Francesa (1789) e da Revolução Industrial iniciada na Inglaterra, que abriram o caminho para o avanço do capitalismo para outros países. No início do século XIX, a hegemonia mundial inglesa na área econômica amplia-se com a conquista de novos mercados.
Diante do enfraquecimento econômico e político de Portugal e o contexto de contradição entre a política econômica portuguesa e a política econômica internacional ocorreu a conquista brasileira de sua autonomia política e econômica. A Independência brasileira foi conquistada em 1822, com base em acordos políticos de interesse da classe dominante, composta da camada senhorial brasileira, que entrava em sintonia com o capitalismo europeu.
Em 1820 o povo português mostra-se descontente com a demora do retorno da Família Real e inicia a Revolução Constitucionalista, na cidade do Porto. Isto apressa a volta de D. João VI a Portugal em 1821. Em sete de setembro de 1822, seu filho D. Pedro I declara a Independência do Brasil e, inspirada na Constituição francesa, de cunho liberal, em 1824 é outorgada a primeira Constituição brasileira. O Art. 179 desta Carta Magna afirmava e garantia a ‘instrução primária e gratuita para todos os cidadãos’.
Em 1823, na tentativa de se suprir a falta de professores institui-se o Método Lancaster, ou método do ensino mútuo, onde um aluno treinado (decurião) ensina um grupo de dez alunos (decúria) sob a rígida vigilância de um inspetor.
Em 1826 um Decreto institui quatro graus de instrução: Pedagogias (escolas primárias), Ginásios (ensino fundamental), Liceus (ensino médio), e Academias (ensino superior). E, em 1827 um projeto de lei propõe a criação de Pedagogias em todas as cidades e vilas, além de prever o exame na seleção de professores, para nomeação. Propunha ainda a abertura de escolas para meninas.
Em 1834 o Ato Adicional à Constituição dispõe que as províncias passariam a ser responsáveis pela administração do ensino primário e secundário. Com isso, em 1835, surge a primeira escola Normal do país em Niterói.
Mas o país era muito grande para decisões tão acanhadas, e os resultados gerais são desanimadores. Em 1880, em seu relatório à Câmara, o Ministro Paulino de Souza lamenta o abandono da educação no Brasil. Em 1882 Ruy Barbosa sugere a liberdade do ensino, o ensino laico e a obrigatoriedade de instrução.
Em 1837, onde funcionava o Seminário de São Joaquim, na cidade do Rio de Janeiro, é criado o Colégio Pedro II, com o objetivo de se tornar um modelo pedagógico para o curso secundário. Efetivamente o Colégio Pedro II não conseguiu se organizar até o fim do Império para atingir tal objetivo.
A Reforma Couto Ferraz, em 1854, definia os requisitos necessários ao exercício do magistério primário: ser brasileiro, maior, ter moralidade e capacidade profissional. Com a finalidade de avaliar este último requisito instituía o exame escrito e oral, criando para tanto uma comissão de examinadores nomeados pelo Governo. O Regulamento estabelecia também um programa para a instrução primária, fixando o seguinte quadro de disciplinas: "instrução moral e religiosa, leitura, escrita, noções essenciais de gramática, princípios elementares de aritmética, sistema de pesos do município, podendo compreender ainda o desenvolvimento da aritmética em suas aplicações prática, elementos de história e geografia, principalmente do Brasil, leitura explicada dos Evangelhos e notícia da história sagrada, princípios das ciências físicas e da história natural aplicáveis aos usos da vida, geometria elementar, desenho linear, noções de música e exercícios de canto, ginástica, um estudo desenvolvido do sistema de pesos e medidas, não só do Município da corte, como das Províncias do Império e das Nações com que o Brasil tem mais relações comerciais .Por sua vez, as escolas elementares foram divididas em dois segmentos: primeiro e segundo graus, devendo no decorrer do segundo grau o ensino estar voltado para o caráter prático e de aplicação do ensino para a vida.
	Em 1879, a Reforma Leôncio de Carvalho instituiu a liberdade de ensino, possibilitando o surgimento de colégios protestantes e positivistas.
Assim como já descrito, o Método Lancaster (Mútuo) de ensino foi introduzido no Brasil no perídio Imperial. Este é um método pedagógico desenvolvido pelo inglês Joseph Lancaster, no final do século XVIII, na Europa. 
Ao fundar uma escola para atender crianças carentes na periferia de Londres (1798), Lancaster se deparou com a problemática que daria origem ao método: como instruir um número grande de alunos sem professores. A saída encontrada foi agrupar os alunos de acordo graus de conhecimento semelhantes e, paralelamente, selecionar alunos em níveis mais avançados e colocá-los como monitores em cada um desses grupos.
O papel do professor tornou-se então o de instruir os monitores antes do início das aulas, com ordens precisas e direcionadas para que eles fossem capazes de transmitir os conhecimentos dados pelo professor. No restante de seu tempo, o professor dirigia à escola: observava o desempenho dos monitores, controlava o movimento de entrada e saída de alunos, mudanças de exercícios, entre outros. Para cada um dos agrupamentos havia um programa a ser desenvolvido em leitura, escrita e cálculo. O monitor era o responsável pelo controle da classe e classificar os alunos em suas turmas de acordo com os saberes. Portanto, cada aluno poderia participar de até três grupos diferentes de acordo com seu desenvolvimento em cada disciplina.
Ao longo do século XIX além da Inglaterra, o método se difundiu para França, Portugal, Suíça, Alemanha, Itália, Estados Unidos e entre outros, o Brasil.
Os debates em torno da implantação do ensino mútuo no Brasil foram se intensificando quando a Constituição outorgada em 1824 instituiu a instrução primária como gratuita a todos os cidadãos, assim como já mencionado, a necessidade de encontrar alternativas para levar a instrução elementar ao maior número de cidadãos levou o governo a endereçar um aviso ministerial a todas as províncias ressaltando a necessidade de propagar a instrução em escolas pelo método lancasteriano.
O método Lancaster representava o que de mais moderno havia na época, porém os resultados de sua utilização no Brasil ficaram muito abaixo do esperado, não só pela ausência de professores habilitados e falta de estrutura adequada, como também em função do baixo número de alunos que frequentavam a escola pública no Brasil, visto que o método foi desenvolvidopara atender um grande número de alunos.
Como todo método de ensino, esse método apresenta vantagens e desvantagens. Como vantagem destaca-se o fator de ordem econômica, uma vez que permite ensinar um grande número de alunos com um único professor. Além disso, a forma como as aulas são organizadas mantém a disciplina dos alunos e, do ponto de vista pedagógico, os agrupamentos proporcionam que as atividades propostas correspondam ao real nível de desenvolvimento dos alunos. Por outro lado, as críticas ao método questionam a real capacidade dos monitores, que baseiam seu trabalho apenas em procedimentos pré-estabelecidos. A mera reprodução de fórmula e transmissão de conteúdos a serem memorizados não proporciona uma aprendizagem autônoma e, portanto, não desenvolve a inteligência.
É necessário destacar que, mesmo com todas as Leis dispostas que ressalvam a educação para a população, a instrução, de fato, nunca foi prioridade para o país, inibindo investimentos em infraestrutura e formação de professores, para que estes estejam de fato capacitados para atender a população, e isso se prolonga até os dias atuais. Sendo assim, é cabível de conclusão que, até a Proclamação da República, em 1889 praticamente nada se fez de concreto pela educação brasileira. Mesmo que o Imperador D. Pedro II mostrasse afeição pela educação, pouco foi feito, em sua gestão, para que se criasse, no Brasil, um sistema educacional.
REFERÊNCIAS:
NEVES, F. M. A instrução pública, o método pedagógico de Lancaster e a instituição do Estado Nacional. In: ROSSI, E. R; RODRIGUES, E; NEVES, F. M. Fundamentos históricos da educação no Brasil. p. 59-78. Maringá: UEM.
SAVIANI, D. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2010.
TAMBARA, E; ARRIADA, E. Coletânea de Leis sobre o ensino primário e secundário no período imperial. Pelotas: Seiva, 2005

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