Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Professor Caê Matos, Doutorando em Filosofia, Mestre em Direito Público, Pós- graduado em Direito de Estado << Fala galera, espero que gostem da leitura abaixo. Abraços do Prof. Caê Matos >> NOMENCLATURAS DOS DIREITOS HUMANOS É muito comum, nos tempos modernos, ouvirmos as pessoas falarem em Direitos Humanos ou Direitos fundamentais. Mas será que o conjunto de proteções e garantias dirigidas aos seres humanos em geral sempre foram chamadas assim? Pode-se responder que não. Estas garantias e proteções já foram chamadas de Direitos Subjetivos, Direitos Públicos Subjetivos, Direitos do Homem, Liberdades Fundamentais, Liberdades Públicas e Direitos Individuais Antigamente o conjunto de direitos passíveis de serem usufruídos por serem humanos eram chamados de Direitos Subjetivos ou Direitos Públicos Subjetivos. Esta nomenclatura não foi mantida pelo seguinte fato: não abarca todos os tipos de direitos humanos encontrados modernamente. Os direitos subjetivos geralmente se referem aqueles que reconhecem uma faculdade do seu titular em executar ou não algum fato referente a algum objeto perante outros indivíduos. Ou seja, o direito subjetivo engloba aqueles que concedem uma liberdade de escolha ao titular entre agir ou não conforme a proteção ou garantia reconhecida na norma. Esta nomenclatura, Direitos Subjetivos, também não foi mantida (pelo menos não para representar todos os direitos humanos), pois há direitos que não implicam apenas uma escolha de agir ou não do indivíduo, mas englobam também deveres do titular e dos outros. Um exemplo disso é o direito ao voto: apesar de ser um direito, também é um dever que implica punições para quem não o exercer em períodos de eleição. Também já foram chamados de Direitos do Homem o conjunto de direitos dos indivíduos. Esta expressão constava da declaração francesa de 1789 - Declaração dos Direitos do homem e do Cidadão. Este documento jurídico, que nitidamente fazia remissão aos homens (gênero masculino) enquanto os únicos beneficiários de suas proteções e garantias, não se coadunava com os valores de inclusão, igualdade de gênero e dignidade da pessoa humana (vigente hoje). Esta Professor Caê Matos, Doutorando em Filosofia, Mestre em Direito Público, Pós- graduado em Direito de Estado nomenclatura foi abandonada por conter, explicitamente, noções discriminatórias das mulheres. A expressão Liberdades Fundamentais e Liberdades Públicas, resultado de uma nítida influência liberalista, também não foi mantida como sinônimo de todos os Direitos hoje chamados Humanos. Isto porque nem todos os direitos, para serem usufruídos plenamente pelos seus titulares, pressupõem apenas uma concessão de liberdade de disposição dos mesmos (implicando apenas uma não ação dos outros e do Estado). Em outras palavras, há direitos que dependem de uma ação Estatal (prestação de serviços) para serem plenamente implementados na vida cotidiana. Exatamente pela expressão Liberdades Públicas não abarcar todas os tipos de direitos (que dependem de uma ação ou omissão Estatal), esta nomenclatura foi abandonada. A nomenclatura Direitos Individuais também não foi mantida porque não enquadrava todos os tipos de direitos que podiam ser titularizados por seres humanos. Atualmente, por exemplo, é inequívoco se falar em direitos coletivos (titularizados por grupos de humanos integrantes de uma mesma classe) e direitos difusos (aqueles que não são divisíveis por serem titularizados, simultaneamente, por um grupo indeterminado de pessoas). Apesar de não ser mais usada como gênero dos direitos humanos, a expressão Direitos Individuais ainda é mantida para se referir aqueles direitos divisíveis, pelo fato de poderem ser usufruídos por indivíduos isoladamente. Devido a inequívoca incompletude das nomenclaturas supramencionadas, passou-se a adotar como nomenclatura mais completa a de Direitos Humanos. Apesar de ainda haver divergências entre os autores quanto à adoção da nomenclatura Direitos Humanos ou Direitos Fundamentais, a maioria admite sendo Direitos Humanos gênero e Direitos Fundamentais espécie. E você, o que pensa sobre o assunto? Chama os direitos dos seres humanos de apenas Direitos Humanos ou de Direitos Fundamentais? E os direitos dos seres vivos não humanos? Estas e outras questões iremos discutir em nossa aula ao vivo. Aguardo vocês por lá! Aquele abraço! Professor Caê Matos, Doutorando em Filosofia, Mestre em Direito Público, Pós- graduado em Direito de Estado REFERÊNCIAS CASADO FILHO, Napoleão. Direitos humanos fundamentais. São Paulo: Saraiva, 2012. Livro digital. (1 recurso online). (Saberes do direito, 57). ISBN 9788502169029. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502169029 COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. Livro digital. (1 recurso online). ISBN 9788553607884. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788553607884 COTRIM, Gilberto. Direito fundamental. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. Livro digital. (1 recurso online). ISBN 9788502087965. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502087965 BARCELLOS, Ana Paula de. Curso de direito constitucional. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019. Livro digital. (1 recurso online). ISBN 9788530983918. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788530983918. BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. Livro digital. (1 recurso online). ISBN 9788553172726. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788553172726. NUNES JUNIOR, Flávio Martins Alves. Curso de direito constitucional. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. Livro digital. (1 recurso online). ISBN 9788553611430. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788553611430. NUNES, Rizzatto. O princípio constitucional da dignidade da pessoa humana: doutrina e jurisprudência. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. Livro digital. (1 recurso online). ISBN 9788553604494. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788553604494. PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. (Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553600274/pageid/0 ) RAMOS, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. (Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553616633/pageid/0 ) SARLET, Ingo Wolfgang; MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Curso de direito constitucional. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. Livro digital. (1 recurso https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502169029 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788553607884 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502087965 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788530983918 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788553172726 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788553611430 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788553604494 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553600274/pageid/0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553616633/pageid/0 Professor Caê Matos, Doutorando em Filosofia, Mestre em Direito Público, Pós- graduado em Direito de Estado online). ISBN 9788553610105. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788553610105. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788553610105
Compartilhar