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PCC Antropologicos e sociologicos da educação - 2020

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CURSO DE PEDAGOGIA/ LICENCIATURA EM: QUÍMICA 
DISCIPLINA: ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS E SOCIOLÓGICOS DA 
EDUCAÇÃO 
PROFESSOR (A) TUTOR (A): FELIPE AUGUSTO LEQUES TONIAL 
TÍTULO DA ATIVIDADE ESTRUTURADA: 
A ORIGEM DE TUDO AQUILO QUE INFLUENCIA SOBRE QUEM NOS 
TORNAMOS. 
ALUNO (A) AUTOR (A) DA ATIVIDADE: MARCELLY ARIANE BARCELOS 
N° DE MATRICULA: 202001656626 
DATA: 06 de JUNHO de 2020 
 
INTRODUÇÃO: 
 Em um primeiro momento é debatido a relação entre o Homem&Natureza, onde é 
possível observar a origem da atual sociedade consumista e materialista, vamos abordar 
o surgimento do conceito “lugar”, como os antigos homens tratavam a sua natureza e os 
recursos que a mesma fornecia. Também iremos abordar o momento em que os homens 
se consideram civilizados e deixaram de valorizar e cuidar do seu habitat, passando a 
vê-lo de forma ilimitada a ponto de começarem a desequilibrar o ecossistema. 
 Em um segundo momento abordaremos o Capitalismo. Onde serão disponibilizados 
detalhes de como surgiu, de como os donos de bens a transformaram em uma cultura 
expansiva e superior, onde aqueles que possuírem as maiores riquezas estarão no nível 
mais alto da hierarquia. Nesse mesmo momento será abordado o fato de que o 
consumismo excessivo e desnecessário abusa dos recursos sem pensar nas 
consequências e vai alimentando a ideia de que quanto mais bens possuir, estará mais 
perto do poder. 
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 Por fim terminamos o documento explicando o que é a Educação Ambiental e qual sua 
importância na criação de cidadãos de bem, que prezam e cuidam do ecossistema com o 
objetivo de melhorar as consequências de anos de extorquismo e evitar problemas 
piores para o planeta, tentando conscientizar as pessoas a serem mais empáticas pelo 
meio onde vivem. 
Homem & Natureza 
 Sabemos que na atualidade, o homem e o meio ambiente são duas palavras que vêm 
sendo utilizadas de forma separadas e até mesmo em alguns casos, opostas, mas não 
podemos deixar de lado o fato que tudo que consumimos vêm dos recursos naturais, ou 
seja, é necessário matéria prima para qualquer coisa existente; mas rudemente o ser 
humano se apossou dessa natureza para sustentar o padrão de vida rotativo e 
evolucionista, de modo a querer sempre inovar e remodelar os padrões sociais e os bens 
materiais. 
Essa utilização da natureza começou nos primórdios da humanidade, onde o ser 
humano, ainda nômade (não tem habitação fixa, que vivem permanentemente mudando 
de lugar) utilizava dos recursos conforme as necessidades diárias, ou seja, caçavam para 
o dia e não para guardar por semanas ou meses. E assim que acabasse os alimentos 
naquele local, eles se mudavam em busca de outro local com alimentos para morar por 
mais um período de tempo. 
Para esses homens aquele local era apenas um espaço para consumir a matéria prima, ali 
existente, eles não consideravam o local como um “lugar” uma “moradia”, eles ainda 
não tinham uma relação e sentimentos com o meio ambiente que habitavam. ALBAGLI 
(1998, p3) dizia que lugar “não pode ser apenas um espaço onde se realizam as práticas 
diárias, mas também aquele no qual se situam as transformações, a reprodução das 
relações sociais de longo prazo”. 
AGNEW E DUCAN (1989) definem lugar em três dimensões: ótica econômica; 
perspectiva microssociológica e ponto de vista antropológico e cultural. A ótica 
econômica seria a localização onde ocorrem as práticas econômicas e sociais. A 
perspectiva micro sociológica define o lugar como sendo o espaço das interações 
cotidianas; por último, o ponto de vista antropológico cultural que define o lugar através 
da identificação do sujeito com o espaço habitado seria o “sentido do lugar”. 
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Em uma análise mais profunda, o sentido da palavra “lugar", pode ser classificada como 
“o produto das relações humanas, entre homem e natureza, tecido por relações sociais 
produzindo a identidade, é o mundo do vivido, onde se formulam os problemas" 
(CARLOS, 19996,p.26). 
Com isso percebemos que no começo da história humana as relações sociais eram 
primitivas e o mais básicas possíveis, e então o “lugar" ainda não havia sido construído, 
sendo assim, ainda não havia sentimentos pelo local, não tinham construído seu lugar 
próprio, eram apenas passagens. 
Isso se perdurou por anos até o surgimento da Agricultura, quase 10.000 anos atrás, e 
foi então que o ser humano passou a entender a importância de aprender e entender os 
ciclos da natureza e como conviver em comunidades, lidando com períodos de frio, seca 
e também de escassez de alimentos. Começaram também a conversar e armazenar as 
extrações, deixando de caçar e colher apenas o de uso diário, conseguindo se planejar e 
prevenir-se para o futuro. 
E com o passar dos anos, durante sua evolução, o homem adquiriu a capacidade de 
analisar situações, imaginar o que ainda não havia acontecido e manipular a realidade, 
em alguns casos “simular” o futuro. 
E aos poucos foram adquirindo seu lugar próprio e permanecendo nele, juntando 
pessoas e famílias que passaram a se organizar em grupos tornando-se comunidades, 
civilizações, povos e nações e formando redes de relações humanas, construindo aos 
poucos sua própria identidade. 
Contudo, quando o homem alega ter se tornado civilizado, o mesmo desapegou-se do 
lugar, esse apego foi substituído por ideias, que acreditavam na infinidade dos recursos 
naturais, esse é o ponto em que o homem começa a causar grandes impactos ambientais, 
gerando o desequilíbrio na cadeia da vida, por consequência, quebrando o sistema e 
causando o colapso. 
O desequilíbrio ambiental causado pelo homem ocasionou a eliminação de espécies e 
até mesmo a dizimação de populações. Segundo CÂMARA (2000 p.178), este 
desequilíbrio ambiental pode ser classificado através de seis modalidades: 
- destruição de habitat; 
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- caça, pesca ou matança deliberada em larga escala; 
- introdução de predadores ou competidores; 
- introdução de elementos patogênicos; 
- poluição; 
- extermínio decorrente de extinções anteriores ou extinção em cascata. 
Devido a estas degradações ambientais a biodiversidade planetária vem sendo colocada 
em risco. Quatro macro ameaças à sobrevivência de várias espécies podem ser 
destacadas: 
- destruição, fragmentação, e degradação de habitat; 
- exploração predatória; 
- introdução de espécies exóticas e 
- aumento de pragas e doenças (PRIMACK, 1995, p.66). 
Dentre estas ameaças, destaca-se a fragmentação, que para DOBSON (1995) não é um 
processo único, consiste em um número de diferentes mecanismos no qual o mais 
importante é a perda de área total do habitat e sua fragmentação dentro de ecossistemas 
menores. As consequências da fragmentação são um grande problema, pois não se sabe 
até que ponto isto pode alterar o funcionamento dos ecossistemas (já que os efeitos só 
podem ser observados depois de décadas). 
Na tentativa de preservar diversos tipos de fragmentos ambientais (os que ainda 
restavam) e aumentar a conectividade entre as espécies, surgiram as implantações de 
Unidades de Conservação (UC)* 
* Unidade de Conservação (UC) é a denominação dada pelo Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) (Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000) 
às áreas naturais passíveis de proteção por suas características especiais. São “espaços 
territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com 
características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com 
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objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao 
qual se aplicam garantias adequadas de proteção da lei” (art. 1º, I). 
Além de conservar os pequenos espaços restantes, a um ideia de valorização da 
natureza, através de uma visão socioambiental. A UC é valorizada pela sua existência 
em si e sua importância para a conservação da biodiversidade. 
PUTNEY (2000:141) afirma que éhora de compreender os fenômenos na sua totalidade 
e globalidade (uma visão holística), que vá além do foco na biodiversidade. É preciso 
dedicar sua atenção nos objetivos materiais e não materiais, importantes para várias 
seções da sociedade, pois, somente assim, as UC's irão sobreviver neste mundo de 
competitividade, onde o uso dos recursos naturais está cada vez mais disputado. 
Para que possamos começar a ver o mundo, a natureza, a matéria prima e cada espécie 
como um ser vivo, que morre e é limitado, invés da visão materialista, consumista e de 
recursos ilimitados, é preciso começar desde já, os ensinamentos para um consumo, 
uma agricultura sustentável. 
O principal responsável por aprender e ensinar tudo sobre a sustentabilidade e a 
educação ambiental seriam as escolas e universidades, mas o mais importante é que isso 
seja ensinado a partir do ensino fundamental, quando a criança está começando a 
entender o que é certo ou errado, mas para isso se concretizar, também é preciso que os 
pais eduquem sobre como cuidar do meio ambiente desde cedo. 
O capitalismo 
Infelizmente vivemos em uma sociedade que tem como objetivo, lucrar e subir de status 
social, não se importando com quem ou o que é ferido nesse processo. Isso acontece 
devido às cicatrizes deixadas pela cultura ocidental desde o século XV, onde houve a 
passagem da Idade Média para a Idade moderna, contudo essa cultura focada em 
consumo de bens não surgiu de repente. 
Antes de a burguesia tomar o poder, o sistema econômico, político e social era 
fundamentado na troca de favores, sendo assim, o senhor feudal disponibiliza suas 
terras aos vassalos (camponeses) e em troca estes oferecem seus serviços braçais nas 
colheitas, plantações, criações e afins. Portanto uma classe que possuía terrenos assumia 
o alto escalão social e oferecia moradia e comida para aqueles que não tinha posses de 
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valor para a época, e como pagamento pela “gentileza” do senhor feudal, trabalhavam 
dia e noite. 
Apesar de parecer um sistema injusto e inválido, funcionou por décadas até o início do 
século XV onde as Grandes Navegações começaram a crescer de forma extraordinária. 
Pois, até então, o mundo que os europeus conheciam resumia-se ao Oriente Médio, 
norte da África e às Índias (Extremo Oriente, ou seja, Leste da Ásia). Grande parte 
desse conhecimento era obtido por meio de relatos, como o do viajante veneziano 
Marco Pólo, que partiu de sua cidade em 1271, acompanhando seu pai e seu tio em 
uma viagem àquela região. Já a América e a Oceania eram totalmente desconhecidas. 
Por saberem que muitas das informações existentes eram imprecisas e estavam repletas 
de elementos fantasiosos, os europeus investiram em explorações, principalmente os 
portugueses e espanhóis, e estes navegam pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico em 
busca de especiarias, dando início então as Grandes Navegações. 
Mas por qual motivo eles foram à busca das especiarias pelos oceanos?! Isso se deu, 
devido ao fato de que naquela época quem quisesse comprar especiarias (pimenta, 
açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinha que recorrer aos comerciantes de 
Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Mas os burgueses 
italianos cobravam preços exorbitantes pelas especiarias do oriente (Índia era o 
principal). 
O transporte e o meio de comunicação era o Mar Mediterrâneo, dominado pelos 
italianos e Encontrar um novo caminho para as Índias era uma ofício difícil, contudo 
muito desejado. Portugal e Espanha cobiçavam essa rota para poderem também lucrar 
com este interessante comércio, pois teriam as mercadorias diretamente do produtor. 
Além disso, os Europeus tinham a necessidade de conquistarem novas terras, para poder 
obter matérias-primas, metais preciosos e produtos não encontrados na Europa; a Igreja 
Católica também se interessava por isso, afinal isso significaria novos fiéis. 
A maior parte desses empreendimentos marítimos eram financiados pelos reis, que 
acreditavam que com o aumento do comércio, poderiam também aumentar a 
arrecadação de impostos para os seus reinos, e mais dinheiro significa mais poder. 
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Nesse mesmo período pequenos centros comerciais começaram a se formar, conhecidos 
como burgos. Esse comércio nas cidades competia com o sistema feudal, e começou a 
crescer drasticamente, os meios de produção e transporte eram mais modernos, por 
influência da evolução territorial que estava acontecendo no mundo. 
Como o sistema feudal estava sendo quebrado os camponeses passaram a ir morar nas 
cidades em busca de emprego nas Fábricas, que estavam crescendo drasticamente com a 
Industrialização que estava chegando às cidades. E os senhores feudais passaram a ver 
as terras apenas como mais um bem de valor, que pode ser vendido. 
O aumento da urbanização, o surgimento de novas técnicas de fabricação que 
permitiram o barateamento das mercadorias. Sendo assim a burguesia, ou seja, os donos 
desses comércios e fábricas, passaram a ganhar muito dinheiro e produzir além do que 
era realizado antes da ajuda das máquinas. Um sistema de produção muito utilizado 
nessa época foi o taylorismo (de Frederick Winslow Taylor) que tinha como principais 
características o modo de organização relacionada com a maximização da produção 
atrelada ao máximo aproveitamento da mão de obra e com o surgimento da gerência 
científica. 
Nele, cada operário realizava apenas uma atividade, evitando perder tempo com 
movimentos desnecessários, e produzindo mais em menos tempo. Taylor também 
observou que a produtividade está relacionada com o rendimento máximo do 
trabalhador, e esse necessita de algumas motivações como a melhoria dos salários; a 
redução da jornada de trabalho; os descansos semanais remunerados; e as bonificações 
conforme a produção. 
Após resolver cada função era preciso alguém que planeje e gerencie cada trabalho, este 
é responsável pelo controle dos trabalhadores, que passariam a ser supervisionados, 
evitando tempo ocioso e possíveis resistências, visto que as funções seriam exercidas de 
maneira segmentada, dando a cada operário o domínio de sua área; estabelecem as 
regras e padrões quanto à produção, visando diminuir o tempo gasto e o esforço 
desnecessário. Assim foram estipulados prazos de entrega, jornadas de trabalho, 
horários de descanso, entre outros. Nesse momento é clara uma divisão do sistema 
produtivo. 
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Entre os séculos XVIII e XIX, ocorreu a revolução industrial, que foi a substituição do 
trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas, como já foi explicado 
acima. Segundo Bruit (1994, p.05): 
"Entre 1870 e 1914 a Europa e os Estados Unidos arquitetaram a 
conquista política, econômica e cultural da África, Ásia, Oceania 
e América Latina. Repartiram o mundo entre si e organizaram 
poderosos impérios coloniais que só tinham em comum o 
desenvolvimento da acumulação capitalista." 
Enfim, todo esse contexto histórico deu início ao capitalismo, como é conhecido hoje e 
foi também nessa época que o ser humano passou a usufruir da natureza sem remorso e 
de forma abundante. Os países europeus obtiveram um grande enriquecimento e uma 
melhora das condições de vida de sua população, que passou a adotar os padrões de 
consumo burguês-capitalista (HOBSBAWM, 2001). 
Educação Ambiental 
A Educação surgiu no período Neolítico (de 8000 a.C. até 5000 a.C.), o começo de uma 
sociedade, onde os povos passaram a utilizar-se da agricultura, consequentemente, 
foram obrigados a passar seus aprendizados para seus filhos e descendentes. Esse 
processo de educação, foi fundamental para o desenvolvimento dos grupos sociais, onde 
o conhecimento de sua história e experiências passadas é essencial para compreender os 
rumos tomados pela educação no presente. 
 
Após passar por muitas transformações, o ensino educacional começou a ser entregue 
aos jovens de forma profissional, ou seja, uma pessoa especializada,conhecida como 
Professor, transfere seus conhecimentos aos jovens, chamados de Alunos, em três 
etapas, Pré-Escolar, Escolar, Formação Profissional (Berçário, Maternal, Pré 1 e 2, 
Ensino Fundamental, Médio e Superior). 
Essas instituições surgiram em meados do século XIX, as características desses 
estabelecimentos começaram a ser questionadas por educadores impulsionados pelo 
desenvolvimento dos estudos de psicologia sobre aprendizagem e desenvolvimento 
humano, e com críticas à pedagogia tradicional e a forma como os conteúdos 
curriculares eram impostos aos alunos, esses e outros educadores passaram a reivindicar 
a participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem. 
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Como salienta Moacir Gadotti: 
“O conhecimento tem presença garantida em qualquer projeção 
que se faça sobre futuro; contudo, os sistemas educacionais ainda 
não conseguiram avaliar de maneira satisfatória o impacto das 
tecnologias da informação sobre a Educação. Logo, será preciso 
trabalhar em dois tempos: o tempo do passado e o tempo do 
futuro. Fazendo de tudo para superar as condições de atraso e, ao 
mesmo tempo, criando condições para aproveitar as novas 
possibilidades que surgem através desses novos espaços de 
conhecimento.” 
A preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade ambiental é cada vez 
mais evidente em nossa sociedade e deixa nítida a importância quanto à separação de 
lixo e à destinação adequada com o uso da coleta seletiva. 
Alves et al. (2012) explicam que a separação de resíduos no Brasil remonta ao 
ano de 1880, com o Imperador D. Pedro II no Rio de Janeiro e o Decreto, 
executado por Aleixo Gary e posteriormente por Luciano Francisco Gary, origem 
da qual temos a designação popular de “gari” para aqueles que limpam e zelam pela 
cidade. 
Peixoto, Campos e D'Agosto (2005) explicam que no Brasil, em sua pesquisa com 
alunos do ensino infantil que mais de 70% das famílias pesquisadas não se 
preocupam com a separação do lixo, mas reconhecem a influência que tais crianças têm 
sobre seus pais. 
Trindade (2011) demonstrou que professores tendem a incentivar seus alunos a 
reciclarem e a separarem lixo com o próprio exemplo a partir da coleta seletiva nas 
escolas. Este mesmo estudo ainda concluiu que atividades como essas criam 
adultos mais reflexivos e coletivos, que pensam no todo e influenciam quem está a 
sua volta, portanto, reitera-se a incrível importância da escola como base para a 
Educação Ambiental. 
A Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art 1º. salienta: 
"Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos 
quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, 
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conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas 
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do 
povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade." 
 
Já QUINTAS, J. S., Salto para o Futuro, 2008 a define: 
“A Educação Ambiental deve proporcionar as condições para o 
desenvolvimento das capacidades necessárias; para que grupos 
sociais, em diferentes contextos socioambientais do país, 
intervenham, de modo qualificado tanto na gestão do uso dos 
recursos ambientais quanto na concepção e aplicação de decisões 
que afetam a qualidade do ambiente, seja físico-natural ou 
construído, ou seja, educação ambiental como instrumento de 
participação e controle social na gestão ambiental pública.” 
Por fim, MOUSINHO, P. Glossário. In: Trigueiro, A. (Coord.) Meio ambiente no 
século 21.Rio de Janeiro: Sextante. 2003. coloca a mesma na seguinte definição: 
"Processo em que se busca despertar a preocupação individual e 
coletiva para a questão ambiental, garantindo o acesso à 
informação em linguagem adequada, contribuindo para o 
desenvolvimento de uma consciência crítica e estimulando o 
enfrentamento das questões ambientais e sociais. Desenvolve-se 
num contexto de complexidade, procurando trabalhar não apenas 
a mudança cultural, mas também a transformação social, 
assumindo a crise ambiental como uma questão ética e política." 
A escola tem uma importância e responsabilidade perante a formação do cidadão com 
um olhar apurado e sensibilizado em relação aos problemas globais, abordados pela 
Educação Ambiental. Porém, sabemos que existem cidadãos com visões corretas e 
conectadas ao todo, e outros também com distorção dos fatos e pouco 
entendimento sobre o assunto. E estes mesmos alunos, tendo influências daqueles ou 
não, crescem, se desenvolvem e começam a trabalhar. E será que suas vidas dentro de 
indústrias e fábricas em geral seguem a mesma vertente de influências obtidas na 
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escola? Ou será que o trabalhador acompanha a visão e a ideologia de suas empresas ou 
responsáveis por elas? 
Lomasso et al. (2015) concluíram que não somente o governo e as escolas, mas 
também as empresas possuem papel fundamental na soma de esforços para que 
se construa mais uma cultura de aceitação e aplicação da reciclagem a cada dia. 
Com isso, podemos observar a grande importância do conhecimento sobre a Educação 
Ambiental, e também em como é essencial para o planeta e na criação de uma 
sociedade mais empática pelo seu habitat. 
 
Considerações finais: 
Como vimos ao longo das reflexões anteriores, os fundamentos que balizam a forma 
como definimos cultura e natureza comportam uma forte influência da mentalidade 
binária, tipicamente moderna. Tal mentalidade, que estabeleceu um abismo profundo 
entre cultura e natureza, embora tenha alcançado seu êxito na modernidade se revela 
como um traço marcante do pensamento ocidental e, portanto, se mostra presente na 
pré-modernidade. Não obstante essa mentalidade ainda se mostra hegemônica, o 
dualismo homem/natureza tem sido posto à prova diante das evidências de que se há 
algo de propriamente humano é o fato de que somos ao mesmo tempo culturais e 
biofísicos (MORIN, 1975). 
Então com isso, concluímos que é necessário abandonar os costumes deixados pela 
cultura capitalista e começar a impor os estudos da Educação Ambiental para poder 
conscientizar à todos que, independente do que pensem, o natureza faz parte de quem 
somos e se não cuidarmos e valorizarmos, ela nos deixará na mão, tornando-nos uma 
sociedade antiquada, que ao invés de evoluir e andar para frente no intuito de crescer e 
melhorar os meios de vida, está voltando aos tempos neolíticos, com a ideia de que os 
recursos são finitos e não terão consequências prejudiciais ao equilíbrio do ecossistema. 
Sabemos que não é uma causa fácil, que não será do dia para a noite que mudará a visão 
que se tem da sociedade e da natureza, contudo se começamos aos poucos com cada 
pessoa fazendo sua parte e com a luta pela Educação Ambiental como matéria 
obrigatória em todas as etapas da educação e leis para incentivar o uso de recursos 
sustentáveis em grandes empresas e produções. 
Como já dizia Émile Durkheim: “É preciso sentir a necessidade da experiência, da 
observação, ou seja, a necessidade de sair de nós próprios para aceder À escola das 
coisas, se as queremos conhecer e compreender”. 
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http://35reuniao.anped.org.br/images/stories/trabalhos/GT22%20Trabalhos/GT22-1397_int.pdf
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http://35reuniao.anped.org.br/images/stories/trabalhos/GT22%20Trabalhos/GT22-2024_int.pdf
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