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MONOGRAFIA PRONTA

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Fabiane Naiara Maia
A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS:
estudo de caso na empresa Arezzo Indústria e Comércio S.A.
Monografia apresentada à Instituição Educacional Cecília Maria de Melo Barcelos, Faculdade ASA de Brumadinho, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis.
 Prof. Ms. : Renato Batista Fernandes
 Brumadinho
 2017 
FABIANE NAIARA MAIA
A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS:
estudo de caso na empresa Arezzo Indústria e Comércio S.A.
	Monografia de final de curso aprovada como requisito parcial para obtenção de titulo de Bacharel em Ciências Contábeis pela Instituição Educacional Cecília Maria de Melo Barcelos.
Orientação Metodológica – Prof. Renato Batista Fernandes
Orientação Especifica – Prof. Renato Batista Fernandes 
Banca Examinadora da exposição oral - Data 25/ 11/ 2017 as horas.
	Diante dos resultados, o referido aluno foi: APROVADO.
	
Brumadinho, dia 25 de novembro de 2017.
Por ser verdade, assinam os avaliadores:
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais Armando Ferreira Maia e Anêuza de Lourdes Maia Ferreira, que me apoiaram em todo este meu percurso e acreditaram em mim, se hoje estou aqui agradeço-lhes por todo apoio e dedicação, por não me deixarem desistir diante as dificuldades e por me ajudarem quando mais precisei, por me darem as mãos e não me deixarem cair, por me dizerem que sou capaz, quando todos me diziam o contrário, por me fazerem enxergar além do tempo, me proporcionando uma visão de um futuro melhor, por me darem esperança. Agradeço também a Deus, por não me deixar cair e por ser a base de toda a minha família, por nos dar uma cruz, mas também nos dizer que somos capazes de carregá-la.
EPÍGRAFE
“Por não saber que era impossível, ele foi lá e fez.”
(Jean Cocteau)
RESUMO
No atual cenário econômico vemos a necessidade da utilização de ferramentas que possibilitem a compreensão da situação econômico-financeira de determinada empresa, para seus diversos usuários. Diante isto, este trabalha tem como objetivo elaborar um estudo de caso, sobre os indicadores de liquidez, endividamento, atividades, analise das demonstrações contábeis e demonstrações de resultado, a fim de auxiliar administradores e usuários das demonstrações, indicando através de um estudo detalhado os resultados da empresa Arezzo Indústria e Comercio S.A, nos anos de 2014, 2015, e 2016, contribuindo na tomada de decisões futuras. Além de contribuir para futuros estudiosos, contabilistas e administradores, ajudando a esclarecer dúvidas e a compreender de forma mais ampla e profunda a situação econômico-financeira de determinada empresa.
Palavras-chave: análise das demonstrações contábeis, situação econômico-financeira, demonstrações de resultado. 
 
ABSTRACT
In the current economic scenario we see the need to use tools that enable the understanding of the economic and financial situation of a given company, for its various users. In view of this, the purpose of this paper is to elaborate a case study on the indicators of liquidity, indebtedness, activities, analysis of financial statements and statements of income, in order to assist managers and users of the statements, indicating through a detailed study the results of Arezzo Industry and Trate SA, in the years 2014, 2015, and 2016, helping to make future decisions. In addition to contributing to future scholars, accountants and administrators, helping to clarify doubts and to understand in a broader and deeper way the economic-financial situation of a certain company.
Keywords: analysis of the financial statements, economic-financial situation, income statements.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Análise vertical do balanço patrimonial......................................................52
Tabela 2: Análise horizontal normal e encadeada do balanço patrimonial................54
Tabela 3: Análise horizontal e encadeada da DRE....................................................55
Tabela 4: Liquidez corrente........................................................................................57
Tabela 5: Liquidez seca..............................................................................................57
Tabela 6: Liquidez imediata........................................................................................58
Tabela 7: Liquidez Geral............................................................................................59
Tabela 8: Margem liquida...........................................................................................59
Tabela 9: Rentabilidade do ativo total........................................................................60
Tabela 10: Rentabilidade do patrimônio liquido.........................................................61
Tabela 11: Composição do endividamento................................................................61
Tabela 12: Imobilização do patrimônio liquido...........................................................62
Tabela 13: Imobilização dos recursos não correntes.................................................63
Tabela 14: Participação capital de terceiros...............................................................63
Tabela 15: Prazo médio de recebimento....................................................................64
Tabela16: Prazo médio de pagamento......................................................................65
Tabela 17: Giro do ativo total.....................................................................................66
Tabela 18: Giro de Estoque........................................................................................67
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................11
1.1 Problema de pesquisa.......................................................................................13
1.2 Objetivos.............................................................................................................13
1.2.1 Objetivo geral...................................................................................................13
1.2.2 Objetivos específicos.......................................................................................13
1.3 Justificativa.........................................................................................................14
2. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................16
2.1 História da contabilidade..................................................................................16
2.2 Conceitos da contabilidade...............................................................................18
2.3 Objetivos da contabilidade................................................................................18
2.4 Demonstrações contábeis e seus objetivos....................................................19
2.5 Princípios fundamentais da contabilidade......................................................21
2.5.1 Princípio da entidade.........................................................................................21
2.5.2 Princípio da continuidade..................................................................................21
2.5.3 Princípio da oportunidade.................................................................................21
2.5.4 Princípio do registro pelo valor original.............................................................22
2.5.5 Princípio da atualização monetária...................................................................22
2.5.6 Princípio da competência..................................................................................22
2.5.7 Princípioda prudência.......................................................................................22
2.6 Escrituração contábil........................................................................................23
2.7 Balanço patrimonial..........................................................................................24
2.8 Demonstração do resultado do exercício.......................................................26
2.9 Histórico da análise das demonstrações contábeis......................................27
2.10 Conceitos da análise das demonstrações contábeis...................................28
2.11 Objetivos e importância da análise das demonstrações contábeis...........28
2.12 Índices de liquidez...........................................................................................30
2.12.1 Indicadores de liquidez imediata ....................................................................30
2.12.2 Liquidez seca ..................................................................................................31
2.12.3 Liquidez corrente.............................................................................................31
2.12.4 Liquidez geral .................................................................................................32
2.13 Indicadores de atividades................................................................................33
2.13.1 Prazo médio de recebimento ..........................................................................33
2.13.2 Prazo médio de pagamento............................................................................34
2.13.3 Giro do ativo total ...........................................................................................34
2.13.4 Giro do estoque ..............................................................................................35
2.14 Indicadores de endividamento........................................................................35
2.14.1 Composição do endividamento ......................................................................36
2.14.2 Imobilizado do patrimônio líquido....................................................................36
2.14.3 Imobilização dos recursos não correntes........................................................36
2.14.4 Participação do capital de terceiros.................................................................37
2.15 Índices de rentabilidade...................................................................................37
2.15.1 Margem liquida................................................................................................38
2.15.2 Margem operacional .......................................................................................39
2.15.3 Rentabilidade do ativo total.............................................................................39
2.15.4 Rentabilidade do patrimônio líquido ...............................................................40
2.16 Análise vertical e horizontal...........................................................................40
2.16.1 Análise vertical................................................................................................40
2.16.2 Análise horizontal............................................................................................41
2.17 Relatório econômico-financeiro.....................................................................42
3. METODOLOGIA....................................................................................................44
3.1 Tipos de pesquisa..............................................................................................44
3.1.1 Quanto à abordagem.........................................................................................44
3.1.2 Quanto aos fins.................................................................................................45
3.1.3 Quanto aos meios.............................................................................................45
3.2 Método de pesquisa..........................................................................................45
3.3 Universo e amostra de pesquisa......................................................................46
3.3.1 Universo............................................................................................................46
3.3.2 Amostra.............................................................................................................46
3.4 Procedimentos de coleta de dados.................................................................47
3.5 Procedimento de análise de dados coletados................................................47
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.....................................48
4.1 Caracterização da empresa...............................................................................48
4. 2 Balanço patrimonial e demonstrações consolidadas do resultado da empresa Arezzo Indústria e Comércio S.A............................................................49
4.2.1 Balanço patrimonial...........................................................................................49
4.2.2 Demonstrações do resultado do exercício........................................................51
4.3 Análise vertical e horizontal..............................................................................52
4.3.1 Análise vertical do balanço patrimonial.............................................................52
4.3.2 Análise normal e encadeada do balanço patrimonial........................................54
4.3.3 Análise horizontal e encadeada das demonstrações de resultado...................55
4.4 Índices de liquidez..............................................................................................56
4.4.1 Liquidez corrente...............................................................................................56
4.4.2 Liquidez seca.....................................................................................................57
4.4.3 Liquidez imediata...............................................................................................58
4.4.4 Liquidez geral....................................................................................................58
4.5 Indicadores de rentabilidade.............................................................................59
4.5.1 Margem sobre vendas – operacional e liquida.................................................59
4.5.2 Rentabilidade do ativo total...............................................................................60
4.5.3 Rentabilidade do patrimônio liquido..................................................................60
4.6 Índices de endividamento..................................................................................61
4.6.1 Composição do endividamento ........................................................................61
4.6.2 Imobilização do patrimônio liquido....................................................................62
4.6.3 Imobilização dos recursos não correntes..........................................................62
4.6.4 Participação de capital de terceiros...................................................................63
4.7 Indicadores de atividade....................................................................................64
4.7.1 Prazo médio de recebimento.............................................................................64
4.7.2 Prazo médio de pagamento..............................................................................64
4.7.3 Giro do ativo total..............................................................................................65
4.7.4 Giro do estoque.................................................................................................66
4.8 Situação econômica e financeira......................................................................66
5 CONCLUSÃO.........................................................................................................68REFERÊNCIAS..........................................................................................................69
1. INTRODUÇÃO
Para se falar em análise de balanço é preciso compreender a importância da contabilidade para o homem, entender suas origens e sua valorização no passar dos anos.
A origem da Contabilidade está relacionada à necessidade de registro do comércio, uma vez que o homem começou a possuir pensamentos futuros. Seus valores aumentavam e seus registros passaram a ser necessários, a fim de que se possam conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção. O homem passou a importa-se o quanto poderiam render os seus valores e a forma mais fácil de aumentar as suas posses.
Com a globalização da economia e a necessidade de informações cada vez mais precisas, as empresas estão cada vez mais preocupadas em administrar o seu patrimônio, com riscos menores e resultados mais satisfatórios. A partir desta necessidade, surgiu a Análise das Demonstrações Contábeis, que consiste em uma análise detalhada pelo contador com o objetivo de antecipar risco que a empresa venha a sofrer em determinada situação e período de tempo.
Braga (1999), diz que através da análise das demonstrações contábeis pode-se ter uma visão ampla dos negócios da empresa, estas informações devem ser desenvolvidas ao lado da área administrativa, levando em consideração fatores que abranjam planejamento, execução e análise de desempenho, garantindo que os recursos da organização sejam aplicados de forma eficiente, em busca dos objetivos e metas desta. 
Neste sentido Marion (2006), diz que as demonstrações contábeis configuram como sendo os próprios relatórios ou sumários que destacam os aspectos econômicos e ou patrimoniais da entidade, uma vez auxilia a administração na tomada de decisão por intermédio da análise de dados econômicos da empresa em forma de relatórios. 
Compreende-se que as Demonstrações Contábeis são de suma importância para as pessoas que compõe o cenário organizacional, pois possibilita o esclarecimento das ações econômicas e informações patrimoniais da empresa.
Realizar uma análise contábil é essencial para os credores, para que possa avaliar a garantia dos capitais emprestados e o retorno nos prazos estabelecidos, aos investidores, para que possam avaliar o retorno e segurança do seu investimento, aos órgãos governamentais, aos administradores e empresários para que possam analisar o passado, para que seja possível tomar as decisões necessárias para um bom andamento futuro da empresa, aplicando-se as correções necessárias, uma vez que através destas demonstrações extrai informações a respeito de sua posição econômica e financeira.
A expressão balanço esta relacionada entre o equilíbrio do ativo (bens e direitos), passivo (obrigações e deveres), juntamente com o patrimônio liquido. Já a expressão patrimonial, refere-se ao patrimônio da entidade, podendo ser representado de diversas formas, como por exemplo, moeda ou imobilizado.
Juntamente com as contas do ativo e do passivo do balanço patrimonial, existem subcontas essenciais para a elaboração de uma analise financeira, Ativo Circulante, Ativo Não Circulante, Imobilizado, Passivo Circulante, Passivo Não Circulante. Essas subcontas são necessárias, pois com o total de cada conta é possível fazer a elaboração do índice contábil.
Índice contábil é a relação entre contas ou grupo de contas das Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa.
Os índices financeiros revelam aspectos que dizem respeito à situação econômica da empresa, eles constituem a técnica de análise mais empregada, a característica fundamental dos índices é fornecer uma visão ampla da situação econômica ou financeira da empresa, eles servem de medida, através deles torna-se possível conhecer a situação da empresa, segundo o grau de profundidade desejada da análise.
Marion (2002, p. 36) argumenta que os índices são:
 [...] relações que se estabelecem entre duas grandezas; facilitam sensivelmente o trabalho do analista, uma vez que a apreciação de certas relações ou percentuais mais significativa (relevante) que a observação de montantes, por si só. [...], entretanto, que o analista deverá tomar uma série de precauções quanto a interpretação dos índices. Muitas vezes, podem dar falsa imagem de uma situação.
Com a globalização, estas informações são de extrema importância para prever como as decisões estratégicas, ou a expansão das atividades econômicas de uma empresa, são capazes de afetar os desempenhos financeiros futuros.
Sendo assim, os índices são importantes, pois revelam a real situação de solvência ou liquidez das empresas, desta forma a análise de balanço deve ser elaborada de uma forma clara e baseada em informações corretas.
1.1 Problema de pesquisa
De acordo com, Matarazzo (2010) as demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com as regras contábeis. O analista de balanço deve se preocupar coma qualidade das demonstrações financeiras que, por sua vez, devem ser transformadas em informações úteis, que permitam compreender a situação passada e presente da empresa, de forma que possa possibilitar uma projeção futura. 
Neste âmbito é essencial que os contadores e gestores saibam interpretar estas informações, é preciso realizar uma analise profunda, pois não é cabível um estudo de números isolados, é necessário observar e compreender todos os índices. Esta análise deve ser feita com base em dados contábeis corretos e confiáveis, para que seja possível ver a saúde econômica e financeira da empresa.
Diante do exposto indaga-se:
	“Qual a importância da Análise de Balanço para a tomada de decisões dos administradores e gestores de uma empresa?”
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
O objetivo geral desta pesquisa é evidenciar através da técnica de análise de balanço os índices que proporcionam uma avaliação econômico-financeira da empresa.
1.2.2 Objetivos específicos
Os objetivos específicos do presente estudo são:
· Calcular os indicadores de liquidez, endividamento, atividades, e de rentabilidade.
· Analisar a proporção de recursos próprios e de terceiros da empresa pesquisada, avaliando suas dívidas em curto prazo, à natureza de suas exigibilidades e o risco financeiro da entidade.
· Descrever o desempenho da entidade, realizar uma avaliação econômica, direcionada ao retorno dos investimentos feitos e a lucratividade, desempenho das vendas, de forma a interpretar os resultados e conhecer a situação interna da empresa.
1.3 Justificativa
A presente pesquisa justifica-se por demonstrar a importância da Análise das Demonstrações Contábeis, que visa extrair informações para a tomada de decisão, auxiliando na formação de planejamento da empresa, para que esta venha a correr menos riscos. 
Para o meio empresarial, as informações contábeis serão uteis, pois através da Análise de Balanço, os administradores podem tomar decisões baseadas em um conteúdo analítico, que possibilitará um planejamento estratégico que leva em consideração os riscos futuros da entidade, na busca por uma maior eficácia dos seus objetivos.
No âmbito social, a presente pesquisa busca informar e contribuir para que se venha a formular um pensamento estratégico, que por sua vez é construído através de uma análise de cenário, e para isto será necessário compreender:
1. A missão: para que a empresa serve, qual a missão de ser, a sua razão de existência;
2. A visão: o que se deseja alcançar futuramente;
3. Os valores: quais suas premissas, quanto às atitudes para alcançar sua visão, são os seus princípios;
4. A estratégia: o que deve ser feito para alcançar sua visão 
5. Desdobramentos das estratégias: as ações que irão conduzir aos objetivos estratégicos.
Este pensamento deve contribuir para a formulação de uma estratégica bem estruturada, com objetivos e uma direção coerente, assim espera-se um maior alinhamento da empresa, maior conhecimento sobre seus clientes e concorrentes, alémde um maior comprometimento dos seus colaboradores para atingir os objetivos traçados.
No âmbito acadêmico pode-se destacar que a pesquisa amplificará os conhecimentos das Demonstrações Contábeis, além de ajudar na criação de uma análise mais crítica, sobressaindo-se além do conhecimento técnico, a experiência e a própria intuição de um analista. Pode-se citar também que a presente pesquisa, pode auxiliar futuros universitários que venham a demonstrar interesse na Análise das Demonstrações Contábeis. 
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 História da contabilidade
Na visão de Iudícibus e Marion (1999), a contabilidade existe desde os primórdios da humanidade, no início, por volta de 4000 a. C, pastores utilizavam de um sistema contábil para controlar o seu rebanho. Com os anos houve uma evolução da sociedade e isto inclui uma evolução da contabilidade.
Para Martinelli (2002), a evolução da contabilidade ocorreu até o aparecimento da moeda de forma lenta, naquela época os negociantes anotavam as obrigações, os direitos, os bens perante terceiros, o que pode-se considerar com um inventario, sem avaliação monetária, diante a troca pura e simples de mercadorias.
Desta forma, a história da contabilidade é tão antiga quanto à história da civilização. Alguns pesquisadores afirmam que o início das praticas relacionadas com o controle das contas data mais de mil anos antes de Cristo. Para outros, são tão velhas quanto à humanidade, uma vez que estas foram utilizadas por comerciantes, reis, faraós, agricultores, para mensurar, avaliar e controlar seus bens pessoais desde os tempos remotos, estes utilizavam técnicas de registros, o que pode ser entendido como o início da contabilidade como hoje é conhecida, (OLIVEIRA E NAGATSUKA APUD FEITAL, 2012).
Pode-se entender que a evolução da contabilidade foi de acordo com as necessidades do homem, porém não se pode dizer com certeza como ela nasceu ou quem a criou. Devido a Revolução Industrial do século XVIII, houve um desenvolvimento do mercantilismo, impulsionado pela chegada das fábricas e maquinas a vapor (MAXIMIANO, 2000). Consequentemente, essas empresas foram ganhando mais qualidade e, além do aprimoramento da administração, a contabilidade ganha um grande impulso, permitindo a evolução de vários conceitos e o aperfeiçoamento do conhecimento sobre a empresa industrial.
Com o passar dos anos somente os registros rústicos já não era suficiente para o controle dos patrimônios do homem, desta necessidade surge registros mais eficientes para a realização de troca de mercadoria entre os proprietários da época. De acordo com Almada Rodrigue, instintivamente, à noção de propriedade surge a de produção e, como decorrência, a troca. Neste momento o Homem se depara que só o registro já não é suficiente se faz necessário meios de informações mais concretas de seu patrimônio, (IUDÍCIBUS, 2005).
A Contabilidade começa a surgir a partir da era comercial, como destaca Padoveze:
A era comercial da civilização foi um momento importante para dar Ciência Contábil à relevância cabível como uma ciência fundamental para a humanidade e imprescindível para regulamentar as relações da sociedade. A Revolução Industrial, sistematizando o artesanato, deu os elementos para tornar definitivamente a Ciência Contábil como a Ciência do Controle do Patrimônio, incorporando definitivamente o conceito do uso da contabilidade de custos, que, posteriormente, ao final do século XIX e início do século XX, evoluiu para os conceitos de contabilidade gerencial. (PADOVEZE, 2014, p. 15).
Mas os registros das operações comerciais, industriais e públicas ganharam uma organização mais abrangente já mesmo na Idade Média, ou seja, a cerca de pouco mais de um milênio quando se oficializou o surgimento da prática de sistematização por correlação de causa e efeito (SÁ, 2008).
No Brasil, a contabilidade vem atrelada a necessidade que os comerciantes tinham em melhorar a qualidade do controle de seus bens. Segundo Bielinski (2011), diz que no início do século XIX os comerciantes iam aprendendo com a experiência adquirida na prática cotidiana de uma casa de comércio. Nesta ótica pode-se perceber a evolução no tempo da contabilidade, esta que surge da necessidade do homem em controlar seus bens, passa de uma forma rudimentar a mais sofisticada e eficiente que é conhecida na atualidade.
Nos dias atuais a contabilidade deixou de ser somente o meio de registro de controle de patrimônios da entidade, passou a ser uma ferramenta utilizada pelos gestores a fim de obter além de um controle maior das suas empresas, uma decisão mais assertiva para o futuro da mesma.
Nesta perspectiva percebe-se que “a ampliação do leque dos usuários potenciais da contabilidade decorre da necessidade de uma empresa evidenciar suas realizações para a sociedade em sua totalidade” (CREPALDI, 2006. p. 20).
Nesta ótica, Santos, Schmidt e Fernandes (2006), citam as demonstrações contábeis como as principais formas da empresa demonstrar sua realidade e é de extrema utilidade não somente dos gestores, mas também de todos os usuários das informações contábeis como administradores, clientes, sócios, dentre outros.
Neste sentido, afirmar-se que os fatos históricos nos levam a perceber a importância adquirida pela contabilidade no decorrer do tempo, para a organização. Nesses processos de convergência contábil, globalização, tecnologia e evolução, a contabilidade gerencial e financeira são importantes aliadas na administração das empresas. É necessário que haja pessoas capazes de traduzir os conceitos contábeis em atuação prática, ou seja, usá-la como instrumento da administração, (PADOVEZE, 2007). 
2.2 Conceitos da contabilidade
Segundo Padoveze (1997, p. 25), contabilidade é:
O processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras utilizadas pela administração para planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização e para assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos.
Neste sentido a contabilidade pode ser vista como um método de coleta de dados, responsável por transmitir informações a cerca da saúde econômico- financeira da empresa. A contabilidade deve ser vista como um sistema de informações, cujo método de trabalhar consiste, simplificadamente, em coletar, processar e transmitir dados sobre a situação econômico-financeira de uma entidade, (PEREZ JR E BEGALLI ,1999).
Frente ao exposto acredita-se que a contabilidade é uma ciência que visa fornecer informações verdadeiras, de utilidade para a tomada de decisões econômicas. Nesta ótica Barreto (2013), aborda a contabilidade pela perspectiva teórica, desta forma ela pode ser definida como, a Ciência que estuda o patrimônio do ponto de vista econômico e financeiro, bem como os princípios e as técnicas necessárias ao controle, à exposição e a analise dos elementos patrimoniais e de suas modificações, trata-se de estudar o patrimônio e traduzir os seus resultados nas demonstrações financeiras, que resumem a situação econômica da entidade. 
2.3 Objetivos da contabilidade
O objeto da Contabilidade é o estudo do patrimônio definido como o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma ou mais pessoas, em seus aspectos estático e dinâmico e nos seus aspectos qualitativos e quantitativos, afim de que se possam tomar decisões baseadas na interpretação dessas informações, (FRANCO, 1997).
De acordo com Sá (1998) os objetivos da Contabilidade são: 
Orientação para investidores e para o mercado de capitais. Orientação para credores e instituições de crédito. Orientações sociais e trabalhistas. Análises científicas para modelos de comportamento da riqueza para ensejar decisões administrativas. Modelos para a prosperidade. Controles governamentais de fiscalização e auditoria fiscal. Instrumentos de provas judiciais e perícia contábil. Previsões de ocorrências e efeitos orçamentários. Explicação de fatos patrimoniais e análises contábeis. Investigação sobre a regularidade da gestão.Dados e pesquisa social e econômica. (SÁ, 1998, p. 89).
A confiabilidade é a característica que faz com que a informação contábil seja aceita pelo usuário como base para suas decisões. As informações contábeis para serem consideradas confiáveis devem ser íntegras, completas e baseadas em preceitos da doutrina contábil (IUDICIBUS, 2006).
Marion (2009) destaca que a contabilidade fornece informações, registra as movimentações mensuráveis e as transmite aos interessados no cenário econômico e financeiro da empresa em forma de relatórios. Através destes é possível realizar uma análise dos resultados e suas causas e tomar decisões para o futuro, desta forma enfatiza-se a importância da contabilidade para a tomada de decisão.
De acordo com Barreto (2013), por intermédio da contabilidade, o administrador de uma empresa, pode gerenciar melhor os recursos disponíveis, obter informações úteis ao planejamento de suas atividades, saber o custo do que é produzido ou consumido, apurar o lucro ou prejuízo, controlar e reduzir despesas e aumentar receitas, prevenir e identificar erros ou fraudes. Logo o objetivo da contabilidade é fornecer informações fidedignas e tempestivas sobre o patrimônio, e sobre os resultados da Entidade para os diversos usuários da informação contábil.
2.4 Demonstrações contábeis e seus objetivos 
Conforme Franco (1992, p. 93) “as principais demonstrações contábeis são exposições sintéticas dos componentes patrimoniais e de suas variações, a elas recorremos quanto desejamos conhecer os diferentes aspectos da situação patrimonial e suas variações”.
As Demonstrações Contábeis se referem aos relatórios que são produzidos pelos dados que se adquirem da contabilidade. De acordo com Matarazzo (2010), as demonstrações contábeis fornecem aos seus usuários informações sobre a Entidade, a função da análise das demonstrações contábeis é pegar esses dados informados e transforma-los em informações úteis a tomada de decisões futuras.
As principais demonstrações contábeis têm por finalidade realizar um balanço patrimonial, de forma a expressar não só os bens como também a posição financeira de determinada organização. A Demonstração de Resultado (DRE), busca evidenciar os lucros e/ou prejuízos em delimitado período de tempo, ao comparar receitas e outras atividades econômico-financeiras do período, (BRUNI E FAMÁ, 2006).
A figura 01 demonstra como funciona o processo de tomada de decisão, os métodos de análise das demonstrações contábeis se apresentam como meios de interpretação dos dados ali expostos os transformando em informações substanciais para propiciar aos gestores procedimentos confiáveis de projeções de resultados e acompanhamento de desempenho, colaborando para as tomadas de decisões, (MATARAZZO, 2010). 
Figura1: Processo de tomada de decisão
		Diagnóstico ou conclusões
	Decisões
 Etapa 1 2 3 4
	Comparação com padrões
	
Escolha de Indicadores
 
 Fonte : Matarazzo 2010, p.7- Adaptado pela autora
Neste âmbito pode-se perceber que analisar as Demonstrações Contábeis consiste em comparar os valores de determinadas operações e períodos, de modo que se possa ter uma visão do passado, a fim de projetar e programar o futuro da empresa, (BARRETO, 2013).
2.5 Princípios fundamentais da contabilidade
Os Princípios Fundamentais da Contabilidade são premissas básicas da contabilidade, estes princípios estão presentes na formulação das Normas Brasileiras de Contabilidade e devem ser obrigatoriamente observados no exercício da profissão. Os princípios fundamentais da contabilidade são os conceitos básicos que devem guiar o profissional na consecução dos objetivos da contabilidade, eles são a forma, o meio e a estrutura para se chegar a estes objetivos, (IUDÍCIBUS E MARION, 2002).
2.5.1 Princípio da entidade
Na visão de Sá (2000), o patrimônio da Entidade é o objeto da ciência contábil e não se confunde com aqueles de seus proprietários. Desta forma, pode-se entender que o patrimônio da entidade jamais deve se confundir com o dos sócios. 
Conforme o mencionado Barreto (2013) enfatiza, que o Patrimônio da Entidade não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, ou seja, o sócio não pode utilizar dos bens da empresa para o seu uso particular ou vice versa.
2.5.2 Princípio da continuidade
Para Barreto (2013), o Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade irá continuar em operação no futuro e por isto, a mensuração e apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. Em face ao exposto, entende-se que, a vida da entidade é continuada.
2.5.3 Princípio da oportunidade
 Segundo Sá (2000), tal princípio preocupa-se com a matéria relativa ao registro contábil e com as caracterizações precisas das dimensionalidades relativas aos diversos fatos patrimoniais. Conforme o exposto entende-se que o Princípio da Oportunidade determina que os registros contábeis sejam feitos no momento em que ocorrem.
Esse princípio salienta que, a variação no ativo e no passivo deve ser registrada sempre na ocasião em que o fato acontece, sendo tempestivo e integro (JÚNIOR, 2000).
2.5.4 Princípio do registro pelo valor original
O Princípio do Registro Pelo Valor Original “cuida da formação e da conservação do valor, aceitando o misto conceitual de valor histórico e valor ajustado ou competente para espelhar proximidade com a atualidade” (SÁ, 2000, p. 117).
Para Barreto (2013), o referido princípio determina que os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. 
2.5.5 Princípio da atualização monetária 
O Princípio da Atualização Monetária foi revogado pela Resolução CFC nº 1.282/2010.
2.5.6 Princípio da competência
Segundo Sá (2000), este princípio tem como fundamento a temporalidade de receita e despesa, a correlação entre receita e despesa e a independência entre sistema de resultado e sistemas outros, desta forma o Princípio da competência pressupõe a simultaneidade de comparação de receitas e despesas. 
De acordo com CRCRS (2011, p. 21) em disposto à Lei nº 750/93, art. 9º, “determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento”.
2.5.7 Princípio da prudência
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade, 2007, art. 10:
Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2007).
Desta forma e sob tal complexidade Barreto (2013) diz que, o Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários as estimativas em certas condições de incerteza, este princípio determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior para os do passivo. Isso deve ser feito para que a entidade não venha a ser surpreendidas com possíveis prejuízos futuros.
Seguindo a linha de pensamento de Barreto (2013), deve-se entender que a contabilidade deve possuir uma linguagem uniforme que possa ser compreendida por todos os seus usuários, daí surge à importância de se conhecer todos os procedimentos e as regras básicas para a sua escrituração, normas, princípios, dentre outros. A escrituração contábil completa é incontestavelmente necessária à empresa de qualquer porte, como principal instrumento de defesa, controle e gestão do seu patrimônio.
2.6 Escrituração contábil
Conforme Moura (2002), a Escrituração Contábil consiste no registro, em livros próprios, de todos os fatos administrativos resultantes na gestão do patrimônio de uma entidade. Pode-se compreende-la como os lançamentos contábeis de determinada empresa, escriturados nos livros Contábeis.
Em conformidade Barreto (2013) dizque, a Escrituração Contábil é o registro dos fatos administrativos ocorridos na entidade. Ela pode ser definida como um conjunto de lançamentos, que são o registro de cada fato administrativo. Esses lançamentos são realizados nos livros contábeis, como por exemplo, o livro Razão e o Diário.
Franco (2006) afirma que, são varias as maneiras de escriturar os fatos contábeis, porém todos os métodos de escrituração são variantes de dois métodos fundamentais, o método das partidas dobradas e o método das partidas simples.
	A contabilidade, para registrar suas operações, adota o método das partidas dobradas, onde para todo débito deve haver um crédito de igual valor. O princípio fundamental do método é o de que não há devedor sem que haja credor, correspondendo, a cada débito, um crédito de igual valor. Um dos produtos deste método de escrituração é o Balanço Patrimonial, (RIBEIRO, 2002)
A Escrituração Contábil é uma ferramenta indispensável à gestão de qualquer entidade. Assaf Neto (2012, p.65), diz:
[...] somente pelo entendimento da estrutura contábil das demonstrações é que se pode desenvolver avaliações mais acuradas das empresas. Mais especificamente, todo processo de análise requer conhecimentos sólidos da forma de contabilização e apuração das demonstrações contábeis, sem os quais ficam seriamente limitadas as conclusões extraídas sobre o desempenho da empresa.
De acordo com Franco (2006), quanto mais completos e transparentes forem os registros da Contabilidade, mais eficientes serão os diagnósticos, os registros e as causas. Pode-se entender que através desse conjunto de lançamentos (Escrituração Contábil), permite-se a elaboração de diversos demonstrativos e do balanço patrimonial da empresa, que por sua vez irá permitir extrair informações de suma importância para empresa na tomada de decisões, e atender aos interesses dos sócios ou acionistas e demais usuários. 
2.7 Balanço patrimonial
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar qualitativa e quantitativamente a posição patrimonial e financeira da empresa. Conforme exposto por Kroetz (2000, p.36), “nele se sintetiza, na forma de origem e aplicações, a riqueza da entidade, servindo de ferramenta para análises e controles, objetivando estudar o comportamento e tendências do patrimônio”.
Os dados apresentados em um balanço devem ser resumidos de forma clara e adequada, para que facilite sua compreensão, o estudo do balanço patrimonial evidencia as fontes e investimentos de recursos e onde foram aplicados, de forma a permitir a adequação e possibilidade entre diversas fontes e os investimentos efetuados, (MATARAZZO,2010).
Marion (2009), afirma que o Balanço Patrimonial é um dos relatórios gerados pela contabilidade mais importantes. Ele é um dos relatórios contábeis obrigatórios, pode-se dizer que ele é um resumo de todas as operações e registros contábeis elaborados pela contabilidade ao longo do exercício ou período.
Segundo Dias (2003), é importante que as contas do balanço patrimonial sejam classificadas de forma ordenada e uniforme para que os usuários consigam uma melhor visualização da situação patrimonial e financeira. No balanço as contas devem ser classificadas de acordo com os elementos do patrimônio que registrem, devem ser agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a interpretação da situação financeira da empresa.
	Conforme Iudícibus, Martins, Gelbcke (2010), o balanço é composto por três elementos básicos: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.
· O Ativo Compreende as aplicações de recursos, normalmente bens e direitos;
· O Passivo compreende as exigibilidades e obrigações;
· O Patrimônio Líquido representa a diferença entre o ativo e passivo, ou seja, o valor líquido da empresa.
Essas premissas apresentam a posição patrimonial e financeira de uma empresa em determinado momento, porém essas informações são estáticas, posteriormente sua estrutura pode apresentar-se um pouco diferente. No entanto, através das importantes informações de tendências que podem ser extraídas de seus diversos grupos de contas, o balanço serve como elemento indispensável para o conhecimento da situação econômica e financeira de uma empresa, (	ASSAF NETO, 2012).
Figura 1: Balanço Patrimonial (Continua...) 
	 
	Balanço Patrimonial
	
	31-12-x1
	31-12-x2
	31-12-x3
	
	VA
	AV
	AH
	VA
	AV
	AH
	VA
	AV
	AH
	ATIVO
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	CIRCULANTE
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	DISPONIBILIDADES
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 Disponível
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 Aplicações financeiras
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	SOMA
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	OPERACIONAL
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 Clientes
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 Estoques 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	SOMA
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Total do ativo circulante
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
 (Conclusão)
	ATIVO NÃO CIRCULANTE
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 Investimento
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 Imobilizado
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 Intangível
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	TOTAL DO ATIVO
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	PASSIVO
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	CIRCULANTE
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	OPERACIONAL
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 Fornecedores
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 Outras obrigações
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	SOMA
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	FINANCEIRO
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 Empréstimos bancários 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 Duplicatas a descontar
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	SOMA
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Total do Passivo Circulante
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	PASSIVO NÃO CIRCULANTE
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 Empréstimos
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 Financiamentos
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Total do Passivo Não Circulante
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	PATRIMÔNIO LÍQUIDO
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Capital e reservas
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Reserva de lucros
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Total do Patrimônio Líquido
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	TOTAL DO PASSIVO
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
Fonte: Matarazzo, 2010, p.73. Adaptado pela autora
2.8 Demonstração do resultado do exercício (DRE)
Conforme Assaf Neto (2001), a DRE fornece de maneira esquematizada os resultados, lucro ou prejuízo formado num determinado período de operações da entidade, ela apresenta a gestão econômica e financeira de uma empresa.
Pode-se observar ainda que a DRE é um resumo ordenado das receitas e despesas, não envolvendo necessariamente a entrada e saída de numerário, ela apresenta os aumentos e reduções causadas no Patrimônio Líquido da empresa. 
No entendimento de Matarazzo (2010), todas as receitas e despesas se acham compreendidas na Demonstração do Resultado, ela deve ser elaborada de forma adequada de acordo com o regime de competência, de forma a oferecer informações significativas sobre a empresa.
72
			
Figura 2: Modelo de Demonstração do Resultado do Exercício
	RECEITA BRUTA DAS VENDAS E SERVIÇOS
	(-) Devoluções
	(-) Abatimentos
	(-) Impostos
	(=) Receita Líquida das Vendas e Serviços
	(-) Custo das Mercadorias e Serviços Vendidos
	(=) Lucro Bruto
	(-) Despesas com Vendas
	(-) Despesas Financeiras
	(-) Despesas Gerais e administrativas
	(-) Outras Despesas
	(+) Outras Receitas Operacionais
	(=) Lucro ou Prejuízo Operacional
	(+) Receitas não Operacionais
	(-) Despesas não Operacionais
	(+) Saldo da Correção Monetária
	(=) Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda
	(-) Imposto de Renda e Contribuição Social
	(-) Participação de Debêntures 
	(-) Participação dos Empregados
	(-) Participação de Administradores e Partes Beneficiárias
	(-) Contribuições 
	(=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício
	(=) Lucro Líquido por ação 
	 
Fonte: Matarazzo, 2010, p.31. Adaptado pela autora
2.9 Histórico da análise das demonstraçõescontábeis 
	De acordo com Rosa (2006), a contabilidade teve seu início, segundo historiadores, mais ou menos 4.000 anos a.c., os comerciantes contavam as unidades em determinado período de tempo, faziam assim inventários. Pode-se perceber que mesmo de forma precária, em tempos remotos já se efetuava uma análise simples da posição financeira de seus bens e riquezas.
 Em relação ao surgimento da Análise de Balanço, Silva (2008) afirma que, com o surgimento das grandes corporações no século XIX nos Estados Unidos, passou a ter a necessidade de separar as funções de proprietário e administrador da empresa, com isto tornou-se necessário um sistema de avaliação da administração. Isto está ligado à imprescindibilidade de identificação da solidez e do desempenho das empresas.
Marion (2012) diz que, a importância e o desenvolvimento da Análise das Demonstrações Contábeis, está intimamente relacionada ao surgimento dos Bancos Governamentais e a abertura do capital por parte das empresas, pois assim tornou-se essencial o uso da análise para a escolha das empresas mais capacitadas e com maior chances de sobressair no mercado econômico. Isso leva a observar a importância e necessidade adquirida pela Análise Das Demonstrações ao longo do tempo, com isto esta vem sendo desenvolvida e aprimorada ao longo dos anos, recebendo novas contribuições e atribuições, a fim de se adequar as necessidades dos seus usuários.
2.10 Conceitos da análise das demonstrações contábeis
Segundo Franco (1992), as principais demonstrações contábeis são exposições sintéticas dos componentes patrimoniais e de suas variações, através dessas informações o contador, faz uso de seu conhecimento contábil, das técnicas e os princípios contábeis, de forma a reorganizar estas informações coletadas, transformando-as em dados úteis sobre a real situação da entidade.
Silva (2008) descreve a Análise das Demonstrações Contábeis, como um exame detalhado dos das financeiras disponíveis sobre a entidade, bem como as situações que afetam a sua saúde financeira, pode- se entender que analisar as demonstrações consiste em comparar os valores de determinadas operações e períodos, a fim de se obter informações relevantes que ajudem na tomada de decisões futuras.
Segundo Dias (2003, p. 20), “para uma boa análise é preciso saber qual o resultado que se pretende alcançar, quem são os usuários interessados, qual a extensão e profundidade da análise e as possíveis áreas de risco da entidade”. 
Confirmando as preposições Perez Junior e Begalli (2009), define a Análise das Demonstrações Contábeis como uma forma de transformar dados em informações úteis a tomada de decisão, porém vale destacar que a Análise das Demonstrações é mais útil a descoberta do problema, que se estudado e interpretado corretamente pode ser convertido pela administração da empresa.
2.11 Objetivos e importância da análise das demonstrações contábeis
Pela Análise de Balanço extrai-se informações sobre a posição passada, presente e futura (projetada) de uma empresa, (ASSAF NETO, 1989). Sendo assim, Matarazzo (1998), analise que seu objetivo é determinar a degradação ou evolução das situações financeira e econômica, visando identificar fatores que podem afetar a organização. 
A análise de Balanço incide em aferir o desenvolvimento das contas do ativo e do passivo, das despesas e receitas, do patrimônio líquido do balanço de uma organização, os relatórios da análise proporcionam ao administrador uma direção de vasta importância para as deliberações a serem tomadas. 
Neste sentido Iudícibus (1999), acredita que embora extraídos do mesmo conjunto de dados, fluxo de renda, fluxo de capital de giro e fluxo de caixa são conceitos diferentes, e o analista de balanços e o analista financeiro precisam conhecer as relações entre eles.
Segundo Dias (2003, p. 22), “externamente, os maiores interessados são os investidores, os credores e o governo, o qual tem interesse nas informações contábeis, pois é baseado na contabilidade que faz a arrecadação de vários tributos”. Os administradores tem interesse em acompanhar o andamento da empresa, para isto é necessário confrontar os dados reais com os projetados, dessa forma é possível planejar e controlar as operações da empresa com maior eficiência, externamente os maiores interessados são os investidores, os credores e o Governo que tem interesse nas informações contábeis, pois é baseado na contabilidade que se faz a arrecadação de diversos tributos. 
Para uma boa análise deve-se considerar a perspectiva do analista em saber extrair as informações necessárias das demonstrações contábeis, para que se consiga obter o resultado esperado, diante disto é imprescindível o uso de informações confiáveis, e pessoas capazes de assimila-las e ressaltar as reais condições da empresa através de sua análise. Desta forma Dias (2003) afirma que com a análise das demonstrações contábeis espera-se auxiliar as empresas a alcançar uma gestão econômica e financeira eficiente, uma gestão eficiente dos recursos da empresa, por exemplo, pode reduzir a necessidade de capital de giro, promovendo maiores lucros pela redução das despesas financeiras.
Em verdade a preocupação do analista centra-se nas demonstrações contábeis da sociedade, das quais extrai suas conclusões a respeito de sua situação econômico financeira, além de influenciar na decisão da concessão de credito ou não, investir em capital acionário, alterar determinada politica financeira, avaliar se a empresa esta sendo bem administrada, sua capacidade de solvência, avaliar se é uma empresa lucrativa, e se tem capacidade de saldar suas dividas, (ASSAF NETO,2012). 
2.12 Índices de liquidez
Segundo Assaf Neto (2006), os índices de liquidez evidenciam a situação econômico-financeira de uma empresa frente aos seus compromissos financeiros. Na visão de Silva (2008), isto se dá, pois, a liquidez decorre da capacidade que a empresa tem de gerar lucros, da sua administração financeira e suas decisões estratégicas de investimento.
Perez Junior e Begalli (2009) consideram os índices de liquidez como os principais indicadores por demonstrarem a situação da empresa e a capacidade de pagamento de suas obrigações. 
Percebe-se através das informações obtidas, que os índices de liquidez são medidas de avaliação da capacidade financeira da empresa, com o objetivo de satisfazer os compromissos de terceiros. Segundo Silva (2010), o estudo da liquidez visa avaliar o grau de solvência da empresa, ou seja, visa fornecer um indicador da capacidade da empresa pagar suas dívidas, a partir da comparação entre os direitos realizáveis e as exigibilidades.
2.12.1 Indicadores de liquidez imediata (LI)
De acordo com Schmidt e Martins (2006), este índice é de grande importância para a análise a curto-prazo da empresa, pois, este índice considera apenas as contas envolvidas na disponibilidade da empresa que são: caixa, saldo bancários e aplicações financeiras de liquidez imediata para quitar as obrigações a curto prazo.
De acordo com Iudícibus (1988, p. 150), “esta é uma variante muito adequada para se avaliar conservadoramente a situação de liquidez da empresa. Eliminando-se os estoques do numerador, estamos eliminando uma fonte de incerteza”. 
Conforme Marion (2007), essas premissas demonstram que a liquidez imediata pode variar de acordo com as situações de mercado ou ate mesmo a situação econômica do país na qual esta inserida, pois tudo isto pode influenciar nas decisões de investimentos da empresa, ou em desejar manter a sua liquidez elevada. 
Assaf Neto (2012, p. 176) diz que “a liquidez imediata revela a porcentagem das dividas a curto prazo (circulante) em condições de serem liquidadas imediatamente.
 
Fórmula 1: Liquidez Imediata
 Liquidez Imediata = ____ Disponível_____ 
 Passivo Circulante 
Fonte: Assaf Neto 2012, p. 176. Adaptado pela autora
2.12.2 Liquidez seca (LS)
O Índice de Liquidez Seca (O.L.S), apresenta o quanto a empresa possui de disponibilidades e duplicatasa receber para cada R$1,00 devido a curto prazo (PEREZ JUNIOR, BEGALLI, 2009).
De acordo com Assaf Neto (2012, p.177):
O quociente demonstra a porcentagens das dívidas a curto prazo em condições de serem saldadas mediante a utilização de itens monetários de maior liquidez do ativo circulante. Essencialmente a liquidez seca determina a capacidade de curto prazo de pagamento da empresa mediante a utilização das contas do disponível e valores a receber.
Fórmula 2: Liquidez Seca
Liquidez Seca= ___Ativo Circulante – Estoques- Despesas Antecipadas	__
 Passivo Circulante 
Fonte: Assaf Neto 2012, p.177. Adaptado pela Autora
Iudícibus (2013) ressalta que esta é uma variante muito adequada para se avaliar conservadoramente a situação da liquidez da empresa. Eliminando-se os estoques do numerador, estamos eliminando uma fonte de incerteza, dessa forma vale destacar este índice apresenta uma situação mais adequada para a situação de liquidez. 
2.12.3 Liquidez corrente (LC)
O Índice de Liquidez Corrente é o mais comum e utilizado nas análises de balanços. Segundo Matarazzo (1998), ele indica quanto à empresa possui no Ativo Circulante, para cada um R$1, 00 de Passivo Circulante, quanto maior melhor. 
Complementando o raciocínio Perez Junior e Begalli (2009), entendem que um índice maior que 1 indica que a empresa opera com capital líquido circulante próprio, enquanto possuir índice menor que 1 indica que o capital liquido circulante é de terceiros.
Fórmula 3: Liquidez Corrente
 
 Liquidez Corrente= __ Ativo Circulante___
 Passivo Circulante 
Fonte: Assaf Neto 2012, p. 177. Adaptado pela autora
Para Assaf Neto (2012), quanto maior a liquidez corrente, mais alta se apresenta a capacidade da empresa em financiar suas necessidades de capital de giro.
2.12.4 Liquidez geral (LG)
Segundo Perez, Junior e Begalli (2009), este índice demonstra quanto a empresa possui de ativos realizáveis a curo e a longo prazo para cada R$1,00 de dívida, se o quociente for maior que 1 indica que a empresa opera com capital de giro próprio, se menor que um, o capital de giro é de terceiros.
Assaf Neto (2012), afirma que a liquidez geral também é utilizada como uma medida de segurança financeira da empresa a longo prazo, pois reflete a situação da empresa de forma geral.
Formula 4: Liquidez Geral
Liquidez Geral = ____Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo___
 Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
Fonte: Assaf Neto 2012, p.177. Adaptado pela autora
Através desse índice é possível identificar a saúde financeira da empresa de longo prazo no que se refere à liquidez (IUDICIBUS 2013). O índice indica quanto à empresa pode dispor de seus recursos para honrar seus compromissos, em síntese afirma que quanto maior o índice apresentado mais facilidade terá em saldar suas dívidas. 
2.13 Indicadores de atividades (IA)
	
Os índices de atividade medem a velocidade com que diversas contas se convertem vendas ou caixa, entradas e saída, (GITMAN, 2010).
Conforme Iudícibus (2013), esses índices são muito importantes, pois são dinâmicos e influenciam a posição de liquidez e rentabilidade da empresa. Eles representam a velocidade com que os elementos do patrimônio se renovam em certo período de tempo. São compostos pelo prazo médio de rotação do estoque, prazo médio de contas a receber e prazo médio de fornecedores.
Para Assaf Neto (2012), o objetivo principal de toda entidade é obter lucro, e para que isto ocorra é necessário conhecimento e interpretação correta de tudo o que ocorre a empresa, pelos administradores, entender como flui seus negócios, perceber quanto tempo leva para recuperar seus investimentos, pagar os fornecedores e receber de seus clientes. Dessa necessidade surge à importância desses cálculos, pois, através destes indicadores é possível notar a rotação sofrida pelo capital e valores empregados na produção, além de indicar quantas vezes foram empregados durante o processo de produção.
2.13.1 Prazo médio de recebimento (PMR)
Segundo Iudícibus (2013), o prazo médio de recebimento de vendas indica quanto tempo à empresa demora a receber suas vendas a prazo. Este índice deve ser o menor possível, pois, a empresa precisa encurtar este prazo, dessa forma quanto maior este índice, maior a necessidade de capital de giro.
Fórmula 5: Prazo Médio de Recebimento
 
 PMR= _____Clientes x 360______
 Receita líquida de Vendas
Fonte: Assaf Neto 2012, p. 207. Adaptado pela autora
2.13.2 Prazo médio de pagamento (PMP)
Segundo Marion (2012), este índice demonstra quantos dias em média, a empresa leva para pagar seus fornecedores, ou seja, este prazo médio salienta quantos dias a entidade possui em média para a quitação de suas duplicatas a pagar. Usa- se a seguinte formula:
Fórmula 6: Compras
Compras= Custo das mercadorias vendidas+ Estoque Inicial- Estoque Final	
Fonte: Matarazzo, 2003, p.317. Adaptado pela autora
	
Após este cálculo, calcula-se o seguinte índice:
Fórmula 7: Prazo Médio de Pagamento 
 
 PMP= __Fornecedores x 360__
 CMV
Fonte: Assaf Neto 2012, p.207. Adaptado pela autora
No entender de Assaf Neto (2012), um prazo elevado para o pagamento dos fornecedores, pode aumentar os custos, portanto não é algo positivo. Desta forma o ideal seja que o Prazo Médio de Recebimento de Vendas seja menor que o Prazo Médio de Pagamento, pois se a empresa demorar mais para receber do que pagar suas obrigações irá necessitar de um maior capital de giro para conseguir manter suas atividades.
2.13.3 Giro do ativo total (GAT)
Este índice, segundo Silva (2008) é um dos indicadores de atividade mais importantes, pois expressa quantas vezes o ativo foi renovado pelas vendas realizadas no exercício. 
Desta forma Matarazzo (2010), indica que quanto maior for o giro do ativo pelas vendas, maior será a taxa de lucro, indica portanto a habilidade da empresa em aproveitar todos os seus ativos para gerar venda, este evidencia a relação entre os investimentos efetuados na empresa e as vendas no período.
Fórmula 8: Giro do Ativo Total
 
 GAT= __Vendas Líquidas__
 Ativo Total 
Fonte: Kuhn e Lampert 2012, p. 76. Adaptado pela autora
2.13.4 Giro do estoque (GE)
Segundo Marion (2012), O prazo médio de rotação dos estoques mostra qual o tempo médio, em dias, que os produtos ficam armazenados no estoque, ou seja, quantos dias a empresa demora a vender seu estoque. 
	Nesta ótica, Assaf Neto (2012), diz que o Giro do Estoque ou Rotatividade do Estoque é o numero de vezes que um produto ou mercadoria é reposto, portanto quanto maior for o GE maior será o número de vendas e a margem de lucro.
Fórmula 9: Giro do Estoque
 
 GE= __Estoque Médio x 360__
 CMV
Fonte: Assaf Neto 2012, p.184. Adaptado pela autora
2.14 Indicadores de endividamento (IE)
	De acordo com Gitman (2010) os índices de endividamento mostram a situação que a empresa se encontra com relação as suas dívidas, ou seja, monstra o grau de endividamento da entidade.
	Ressalta Barreto (2013, p.214):
De forma inversa aos Índices de Liquidez, os quocientes de endividamento retratam a posição relativa do capital próprio da empresa, em contraposição ao capital de terceiros, revestindo-se de maior importância por indicar o seu grau de dependência perante os recursos captados em Bancos, Fornecedores e outros credores. Quanto menor for o Índice de Endividamento, maior será o seu grau de liquidez. 
2.14.1 Composição do endividamento (CE)
	O objetivo desse índiceé demonstrar qual a dívida total da empresa representa no seu passivo circulante, ou seja, a composição do endividamento irá ressaltar quanto a divida total irá vencer a curto prazo (MATARAZZO, 2010).
Fórmula 9: Composição do Endividamento
 
 CE= __Passivo Circulante__ x 100
 Capital de Terceiros
Fonte: Matarazzo 2010, p. 115. Adaptado pela autora
	
Assaf Neto (2012) explica que, quanto maior o C.E pior, isto porque quanto mais dividas para saldar a curto prazo, maior será a necessidade de obter recursos para saldar suas obrigações.
2.14.2 Imobilizado do patrimônio líquido (IPL)
De acordo com Ribeiro (2010), afirma que é possível identificar qual o percentual do patrimônio líquido da empresa, que está empenhado no ativo permanente, ou seja, o quanto do Ativo Permanente da empresa é financiado pelo seu PL, de forma a evidenciar a maior ou menor dependência de recursos de terceiros para a manutenção de seus negócios.
Fórmula 10: Imobilização do Patrimônio Líquido 
 
 IPL= ___Ativo Permanente__ x 100
 PL
Fonte: Matarazzo 2010, p.115. Adaptado pela autora
2.14.3 Imobilização dos recursos não correntes (IRNC)
De acordo com Matarazzo (2010), este índice indica quanto de recursos não correntes a entidade tem registrado no seu ativo permanente, neste sentido a interpretação do índice é quanto menor melhor.
Fórmula 11: Imobilização dos Recursos Não Correntes
 
 IRNC= ________Ativo Permanente___ _ _x 100
 PL+ Exigível a Longo Prazo
Fonte: Matarazzo 2010, p.115. Adaptado pela autora
	Ainda segundo Matarazzo (2010), o percentual de recursos não correntes alocado ao ativo circulante é denominado capital circulante líquido, que são compostos pelo capital circulante próprio e o exigível a longo prazo, além de demonstrar os financiamentos que a entidade dispõe e que não são cobrados a curto prazo.
2.14.4 Participação do capital de terceiros (PCT)
	De acordo com Silva (2004), através da Análise desse índice é possível saber o percentual de capital de terceiros em relação ao PL, pode-se entender a composição das fontes de recursos da empresa (Capital próprio ou de terceiros).
Fórmula 12: Participação do Capital de Terceiros
 
 PCT= ____Passivo Circulante+ Exigível a longo Prazo___ x 100
 PL
Fonte: Assaf Neto 2007, p.123. Adaptado pela autora
	No entendimento de Iudícibus (2010), quanto maior este índice pior, pois através deste é possível visualizar o quão dependente do capital de terceiros a entidade se encontra, ou seja, trata-se identificar os riscos ou dependência de terceiros, por parte da empresa.
2.15 Índices de rentabilidade
	Segundo Matarazzo (2003), os índices de rentabilidade mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa, portanto pode-se entender rentabilidade como aquilo que a empresa obteve de lucro sobre aquilo que ela investiu e obteve de retorno sobre cada período analisado.
Segundo Assaf Neto: 
As principais bases de comparação adotadas para o estudo dos resultados empresariais são o ativo total, o patrimônio líquido e as receitas de vendas. Os resultados normalmente utilizados, por sua vez, são o lucro operacional (lucro gerado pelos ativos) e o lucro líquido (após imposto de renda). Todos esses valores financeiros devem estar expressos em moeda de mesmo poder de compra (ASSAF NETO, 2008a, p. 124)
	
	Os índices de rentabilidade são os mais visados pelos gestores, investidores e pelo mercado de uma maneira geral. Segundo Matarazzo (2010), para uma interpretação correta é preciso a comparação do lucro com o ativo, ou com o Patrimônio Líquido, uma vez que estes índices são empregados na análise da lucratividade da entidades, eles dizem respeito ao retorno, na forma de lucro, dos recursos aplicados. 
2.15.1 Margem liquida (ML)
	
	Para Matarazzo (2010), este índice revela quanto à empresa teve de lucro para cada R$1,00 vendido de seus produtos ou prestação de serviços, quanto maior este índice melhor, este segundo Perez Junior e Begalli (2009) é o índice mais utilizado pelos sócios da empresa.
Fórmula 13: Margem Líquida
ML= ____Lucro Líquido___ x 100
 Vendas Líquidas 
Fonte: Matarazzo 2010, p.11. Adaptado pela autora
	
	Conforme Matarazzo (2010), a ML representa a lucratividade da empresa, indica a capacidade da empresa em gerar lucro comparativamente à receita líquida de vendas.
2.15.2 Margem operacional (MO)
. 
	Considerando-se o ponto de vista de Gitman (2004), a MO proporciona a porcentagem de lucro obtido em cada unidade monetária de venda, porém deve se acrescentar também os resultados obtidos com as aplicações financeiras, investimentos em coligadas e receitas não operacionais, de forma a chegar em um resultado antes do imposto de renda e juros.
Fórmula 14: Margem Operacional
 
 MO= ___Lucro Operacional__ x 100
 Vendas líquidas 
Fonte: Vasconcelos 2006, p.144. Adaptado pela autora
2.15.3 Rentabilidade do ativo total (RAT)
	De acordo com Gitman (2010), quanto mais elevado o retorno sobre o ativo sobre o ativo total da empresa melhor, uma vez que este índice mede a eficácia geral da administração na geração de lucros a partir dos ativos disponíveis.
	Pode-se dizer que este índice é uma medida do potencial de lucro da empresa, este índice mostra, quanto a empresa obteve de lucro em relação ao ativo, é ainda uma medida do desempenho comparativo da empresa ano a ano, (MATARAZZO, 2010).
Fórmula 15: Rentabilidade do Ativo
 	
	 RAT= ___Lucro Líquido___ x 100
 Ativo Total
Fonte: Matarazzo 2010, p.115. Adaptado pela autora
2.15.4 Rentabilidade do patrimônio líquido (RPL)
	De acordo com Silva (2006, p.145):
Este índice apresenta o retorno que os acionistas ou quotistas da empresa estão obtendo em relação aos seus investimentos na empresa, ficando patente o premio do investidor ou proprietário pelo risco de seu empreendimento quando o indicador (taxa) obtido é superior á taxa média de juros do mercado.
Segundo Matarazzo (2010), a função do Índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido é mostrar qual a taxa de rendimento do capital próprio e para isto ele irá confrontar as contas do patrimônio líquido da entidade com o lucro líquido do período. 
Fórmula 16: Rentabilidade do Patrimônio Líquido
 
 RPL= _______Lucro Líquido_____ x 100
 Patrimônio Líquido Médio 
Fonte: Matarazzo 2010, p. 116. Adaptado pela autora
	
2.16 Análise vertical e horizontal
Para Matarazzo (1997), a Análise Vertical e Horizontal está ligada ao estudo de tendências das empresas, por isso devem ser analisadas juntamente, para que se possa obter um resultado satisfatório. Ainda segundo o autor, uma vez avaliada a situação geral da empresa, pode se aprofundar a análise com o uso de técnicas adicionais.
 De acordo com Assaf Neto (2012), após a extração da Análise das Demonstrações Contábeis, pode-se aprofundar esta análise através da Análise Vertical e Horizontal do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. Esta Análise aponta qual o principal credor e como se alterou a participação de cada credor nós últimos dois exercícios. 
2.16.1 Análise vertical (AV)
Segundo Matarazzo (2010), o percentual de cada conta monstra sua real importância no conjunto. A análise vertical baseia-se em valores percentuais das demonstraçõesfinanceiras, deve-se calcular o percentual de cada conta em relação a um valor base. 
	De acordo com Assaf Neto (2012 p. 123), Análise Vertical é:
A análise vertical é também um processo comparativo, expresso em porcentagem, que se aplica ao se relacionar uma conta ou grupo de contas com um valor afim ou relacionável, identificado no mesmo demonstrativo. Desta forma, dispondo-se dos valores absolutos em forma vertical, pode-se apurar facilmente a participação relativa de cada item contábil no ativo, no passivo ou na demonstração de resultado, e sua evolução no tempo.
Considerando-se Assaf Neto (2012), no caso da análise vertical de balanço patrimonial da empresa, o valor total do ativo é mensurado com base 100% e as demais contas do ativo são calculadas com base nesse percentual. Por meio da evolução das contas é possível demonstrar o trajeto que a empresa utilizou para atingir a situação ao qual ela se encontra e suas possíveis tendências. 
2.16.2 Análise horizontal (AH)
 De acordo com Matarazzo (2010), a Análise Horizontal, baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação a demonstração anterior ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série.
Para Assaf Neto (2012), também é chamada de análise por meio de números- índice, ela evidencia a evolução dos grupos ou contas das demonstrações contábeis de vários exercícios, destacando as tendências (evolução ou retração), segundo Assaf Neto (2012, p.105), “a análise horizontal é a comparação que se faz entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais”.
	Completa Assaf Neto (2012), que a Análise Horizontal pode ser efetuada através do cálculo das variações em relação a um ano-base, assim chamada Análise Horizontal encadeada, ou então em relação ao ano anterior, quando será denominada Análise Horizontal Anual. Por meio dessa análise é possível ao administrador da entidade visualizar de forma eficaz a evolução de cada conta. 
2.17 Relatório econômico-financeiro
	Segundo Matarazzo (1998, p. 19), “as demonstrações financeiras apresentam-se carregadas de termos técnicos. Assim, a Análise de Balanços deve assumir também o papel de tradução dos elementos contidos nas demonstrações financeiras”.
	A partir da Análise de Balanço e da DRE é possível identificar vários índices e indicadores que irão permitir ao analista avaliar os custos e benéficos de determinado investimento, assim torna-se necessário à apresentação de um Relatório Econômico-Financeiro, pois este método ajuda a compreender a composição do Balanço e da DRE (GITMAN, 2004).
	De acordo com Sá (2008), para que exista uma eficácia operacional é preciso que as organizações, utilizem das informações que são extraídas da parte financeira e gerencial, para assim possibilitar a análise da atuação da empresa em seu ramo de atividade.
	O Balanço Patrimonial e a DRE, são demonstrações financeiras básicas, a análise dessas demonstrações financeiras são divididas em situação financeira, apresentadas pelos Índices de Liquidez e pelos Índices de Endividamento, e pela situação Econômica, apresentada pelos Índices de Rentabilidade e pelos Índices de Atividade, (MATARAZZO, 2010).
	Ainda segundo Matarazzo (2010, p.5):
	O Produto da Análise de Balanços são relatórios escritos em linguagem corrente. Na medida do possível, recomenda-se o uso de gráficos como auxiliares para simplificar as conclusões mais complexas. Ao contrário das demonstrações financeiras, os relatórios da análise devem ser elaborados como se fossem dirigidos a leigos, ainda que não sejam, isto é, sua linguagem deve ser inteligível por qualquer mediano dirigente da empresa, gerente de banco ou gerente de crédito. É claro que isto não acontece com as demonstrações financeiras, que, aliás, não tem nenhuma preocupação nesse sentido. As demonstrações financeiras apresentam-se carregadas de termos técnicos e suas notas explicativas são feitas exclusivamente para técnicos, a tal ponto que permitem frequentemente manipulações e acobertamentos. Assim, a Análise de Balanços deve assumir também o papel de tradução dos elementos contidos nas demonstrações financeiras.
 
	Nesse sentido Matarazzo (2010), diz que um relatório de Análise de Balanços que apresente dados ao invés de informações não poderia ser considerado um bom relatório. Esta análise deve oferecer uma visão clara da situação financeiro-econômica da empresa, de forma identificar seus pontos fortes e fracos e a mostrar sua evolução durante os anos, através desta é possível projetar situações que a empresa pode vivenciar num futuro próximo.
 	De acordo com Assaf Neto (2012), o presente estudo visa destacar os diversos aspectos básicos dos objetivos da análise de balanços, como relatar a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução e as tendências futuras. Os Relatórios Financeiros segundo o autor englobam todas as Demonstrações Contábeis elaboradas pela empresa, as quais servirão de fonte de informação para a análise econômico-financeira. 
3. METODOLOGIA
Metodologia é mais que um conjunto de métodos de estudos, pode-se dizer que metodologia é um conjunto de procedimentos sistemáticos, que tem por objetivo encontrar soluções para os problemas propostos, mediante a utilização de métodos científicos. Diante do exposto Gil, (1999) diz que o objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas através do emprego de procedimentos científicos. 
Segundo Beuren (2009), método de pesquisa é um estudo aprofundado de um caso específico. Na área da contabilidade geralmente são realizadas pesquisas em organizações, visando a análise e aplicação de teorias contábeis, desta forma no que se refere à metodologia pode-se entender como o estabelecimento de atividades práticas necessárias para a aquisição de dados com os quais se desenvolverão os raciocínios que resultarão em cada parte do trabalho final.
3.1 Tipos de pesquisa
3.1.1 Quanto à abordagem 
	O método de pesquisa utilizado foi à forma quantitativa, que procurou coletar dados em forma de números, que foram interpretados em forma de tabelas e índices, que irá possibilitar a interpretação e análise do conteúdo. 
Segundo Richardson (1999, p.80 apud Beuren et. al 2003, p. 91): 
Os estudos que empregam uma metodologia quantitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais. 
 A abordagem quantitativa caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc.
	A abordagem quantitativa é frequentemente aplicada nos estudos descritivos, que procuram descobrir e classificar a relação entre variáveis. Preocupa-se com o emprego da quantificação, tanto nas coletas de informações, quanto no tratamento dessas através das técnicas estatísticas (BEUREN, 2003).
3.1.2 Quanto aos fins
	O método de pesquisa utilizado foi o descritivo, onde se tem a observação, coleta de dados, registro, a análise, a classificação e a interpretação, obtendo índices econômico-financeiros, onde através destas informações será possível obter uma visão real da situação econômica financeira da entidade, no mercado a qual está inserida. 
Sobre o exposto Vergara (2009) diz que, a pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno, além de estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza, uma pesquisa que serve de base para explicar os fenômenos que descreve, uma vez que procura descrever e analisar os índices financeiros e abordá-los de maneira concernente para interpretar a saúde da empresa em um determinado momento.
3.1.3 Quanto aos meios 
	Os meios de pesquisa foram realizados a partir

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