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A ADMINISTRAÇÃO NA EDUCAÇÃO COMO PROCESSO DE EQUIDADE NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS & INDÍGENAS

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A ADMINISTRAÇÃO NA EDUCAÇÃO COMO PROCESSO DE EQUIDADE NAS 
COMUNIDADES QUILOMBOLAS & INDÍGENAS*1 
 
Erbeth Luis Carvalho de Amorim**2 
Raqueline Vieira Lima** 
 
INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO/IESF 
RESUMO 
Nesta exposição abordamos a Administração na Educação como Processo de Equidade nas 
Comunidades Quilombolas & Indígenas, mais especificamente na Comunidade quilombola de 
Juçatuba; Aldeia Escalvado e Porquinhos. Com objetivo de criar referencias positivas que contribuam 
para a construção e fortalecimento da educação desses povos. Ampliando de forma específica a 
visibilidade da questão racial; incentivar a prática de ensino aprendizagem, oferecer oficinas 
educativas e culturais, bem como palestras; fortalecer a valorização da educação e cultura desses 
povos tradicionais. Salientando a importância e necessidade de professores, administradores e ou 
gestores graduados e especialistas para alavancar as projeções de sucesso deste modelo de 
educação, haja vista a observância de não conformidade das exigências básicas no cumprimento da 
lei 11.645/2008, por meio de pesquisa bibliografia e exploratória, nas escolas e comunidades fruto de 
estudo deste artigo, com contextualização inspirada em alguns pensadores tais como: Kaingang, 
Luciano, Miranda e outros, com vistas a oferecer reflexões acerca dos conceitos que sustentam o 
referente trabalho. 
 
Palavras-Chave: Administração na Educação; Comunidade Indígena, Comunidade Quilombola, 
Juçatuba; Kanelas. 
 
1 INTRODUÇÃO 
A Administração na Educação Como Processo de Equidade nas 
Comunidades Quilombolas & Indígenas tem por objetivo: Criar referências positivas 
que contribuam para a construção e fortalecimento das mesmas, na cidade de São 
José de Ribamar e Fernando Falcão, Estado do Maranhão, os quais se percebam 
enquanto sujeitos de direitos e capazes de governar e reverter sua condição de vida, 
ampliar a visibilidade da questão racial; fortalecer a valorização da educação e 
cultura negra e indígena como instrumento de libertação e posicionamento crítico 
diante da realidade em que vivem as comunidades tradicionais do Estado. Com foco 
na ampliação e visibilidade da questão racial, levando aos poderes constituídos a 
 
1 * Artigo apresentado para conclusão do curso de administração pelo Instituto de Ensino Superior 
Franciscano - IESF 
2 ** Graduandos do curso de administração pelo Instituto de Ensino Superior Franciscano – IESF. E-
mail: betodidara@hotmail.com / Raqueline-lima18@hotmail.com 
mailto:betodidara@hotmail.com
mailto:Raqueline-lima18@hotmail.com
2 
 
potencializar a legislação e cumprir as leis já existentes (10.639/03 e 11.645/08)3. O 
método utilizado na construção desse trabalho para analisar a administração no 
processo educacional e aplicabilidade do estudo afro brasileiro, africano e indígena 
foi a pesquisa bibliográfica e exploratória. 
O objeto de estudo deste artigo teve como ponto principal a comunidade 
quilombola de Juçatuba; a Aldeia Escalvado e Porquinhos de etnia Kanelas que fica 
localizada no município de Fernando Falcão, ambas no Estado do Maranhão. 
Baseado na análise do sistema educacional quilombola e indígena 
chegamos às duas principais hipóteses, que são: se o modelo educacional 
executado nas escolas Rosa Raimunda Paixão e Germano Garcês é adequado ou 
não ao modelo de ensino voltado para as comunidades quilombolas? E se as 
escolas CEI General Bandeira de Melo e EI Moises Kanela é adequado ou não ao 
modelo de ensino voltado para as comunidades indígenas? 
Fazer uso da Resolução CNE/CP nº 01/2004, nas escolas, para que as 
mesmas incluam no contexto de seus estudos e atividades cotidianas, tanto a 
contribuição histórico cultural dos povos indígenas como de raiz africana, 
potencializar os sistemas municipais e estaduais de educação, para criar, 
desenvolver e envolver o apoio à coordenação local com vistas a melhoria de 
infraestrutura, de modo que dê suporte metodológico para a formação continuada de 
professores e gestores que atuam nas comunidades remanescentes de quilombos e 
indígenas. 
Temos na educação a engrenagem para alavancar, e empoderar as 
pessoas. A partir deste conceito a evolução da educação e o papel do administrador 
dentro dessas instituições seja como gestor; supervisor ou coordenador pedagógico, 
se caracteriza por ser responsável pela gestão desta engrenagem, o administrador 
na educação precisa cada vez mais desafiar-se na expectativa de tornar-se 
estrategicamente primordial aos objetivos da educação. 
Entende-se que o administrador neste processo educacional, agrega 
valores imensuráveis, dentro da gestão escolar, no desenvolvimento de seus 
conhecimentos, habilidades e atitudes. Conhecimentos adquiridos na academia 
 
3 A Lei 10.639/2003, que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, ressalta 
a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira. A Lei 11.645/2008 altera a Lei 
9.394/1996, modificada pela Lei 10.639/2003, a qual estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e 
cultura afro-brasileira e indígena. 
3 
 
onde em determinadas vezes alia-se o empírico ao cientifico, com procedimentos 
atitudinais e ao desenvolver suas habilidades técnicas. 
Segundo HERSEY & BLANCHARD (1986, p. 06) 
“Habilidade técnica é a capacidade de aplicar conhecimentos, técnicas, 
métodos e equipamentos necessários à execução de tarefas específicas; é 
adquirida através da experiência, da educação e do treinamento. Habilidade 
humana é a capacidade e o discernimento para trabalhar com e por meio de 
pessoas, incluindo o conhecimento do processo de motivação e a aplicação 
eficaz da liderança. Habilidade conceitual é a capacidade de compreender a 
complexidade da organização como um todo e onde cada área especifica 
se enquadra nesse complexo; permite agir de acordo com os objetivos 
globais da organização, e não em função de metas e necessidades 
imediatas do próprio grupo”. 
Neste artigo apresentar-se-ão referenciais teóricos que permitirão analisar 
os dados que expressam os aspectos da administração na educação como processo 
de equidade nas comunidades quilombolas e indígenas. Para tanto, os tópicos foram 
organizados da seguinte forma: 2. As comunidades Tradicionais, apresenta as 
comunidades tradicionais supracitadas neste artigo; 2.1 A comunidade quilombola 
de Juçatuba; 2.2 A comunidade Indígena de Escalvado e Porquinhos; 3. A gestão 
educacional quilombola e indígena, que apresenta a importância das escolas 
desenvolverem os estudos afro brasileiro, africano e indígena. 4. O papel da escola 
na educação quilombola e indígena, apresenta o papel da escola na transmissão da 
história dos quilombos e aldeias contemporâneos; 5. A administração na gestão 
escolar, a falta de administradores nas escolas quilombolas e indígenas, nos passa 
que a missão de gerir uma escola vai além do currículo especifico e passa sim por 
uma questão de indicação. 
Assim sendo, a partir da elaboração deste artigo serão levantadas 
indagações e respostas de um modelo sistemático de educação de povos 
tradicionais, focado nas comunidades quilombolas e indígenas. 
2. AS COMUNIDADES TRADICIONAIS 
As comunidades quilombolas bem como as indígenas são grupos étnicos 
constituídos predominantemente pelas populações negras e indígenas qual sejam 
rurais ou urbanas, que surge de uma estreita relação advinda com a terra no sentido 
de território, interligada com seus ancestrais, regados de tradições quer sejam 
culturais, empíricas e orais traduzidas pelos seus anciãos e pajés. 
4 
 
Art. 2º – Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, 
para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de 
autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotadosde relações 
territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada 
com a resistência à opressão histórica sofrida. (Brasil, 2003ª) 
Nesta nação multifaces e multicolorida, existem hoje, segundo dados da 
Fundação Cultural Palmares do Ministério da Cultura, 3.754 Comunidades 
identificadas, e de acordo com a SEIR4, só no estado do Maranhão 682 
comunidades quilombolas reconhecidas, destas 500 comunidades já foram 
certificadas pela Fundação Cultural Palmares, porém grande parte ainda não 
recebeu a certificação pelo INCRA. 
2.1. A Comunidade Quilombola de Juçatuba 
A comunidade quilombola de Juçatuba, localiza-se entre a Baía de São 
José e São Luis, fica na região metropolitana, e perdeu muito de sua ancestralidade 
por conta disso. Fica a aproximadamente 31 km de São Luis e 29 km da sede de 
seu município, São José de Ribamar - MA. É Certificada como Comunidade 
Quilombola pela FCP5, desde o ano de 2007. Esta comunidade possui processo de 
regularização fundiária de seu território no INCRA6 desde o ano de 2007, tramitando 
sob o n°. 54.230.000437/2007-43. 
Contam os mais velhos que a comunidade possui pouco mais de 300 
anos. De acordo com relatos dos mesmos, é sabido que a mesma foi descoberta por 
escravos portugueses de sobrenome Garcês, que fugiram embarcados e vieram 
parar no litoral e que adentraram as densas matas de juçarais, por aproximadamente 
7 km, onde resolveram estabelecer moradias. Seu nome deriva justamente da 
palmeira de juçara, por isso o nome Juçatuba. Os escravos refugiados para 
sobreviverem cultivaram a agricultura e pesca artesanal. Passados alguns anos uma 
missão jesuíta trouxe consigo um padre inglês de sobrenome Monroe, que veio a 
enamorar-se por uma negra de nome Francisca. O padre abdicou do celibato e 
casou-se com a negra, dando origem aos primeiros moradores sem o sobrenome 
Garcês. Juçatuba possui em seus pilares as famílias Garces, Monroe e Cascaes, 
onde através de visitas e alguns questionamentos pode-se observar que a atual 
 
4 (Secretaria Extraordinária de Igualdade Racial do Estado do Maranhão) 
5 Fundação Cultural Palmares 
6 O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Incra, é uma autarquia federal cuja missão 
prioritária é executar a reforma agrária e realizar o ordenamento fundiário nacional. 
5 
 
conjuntura da comunidade escolar e comunidade em geral não se sentem 
contempladas com as políticas públicas voltadas para os povos tradicionais. 
Em Juçatuba a escola Rosa Raimunda Paixão, sob a direção da senhora 
Sônia Garcês, atende alunos do 4º ao 9º ano, e a Escola Municipal Germano 
Garcês, sob a direção da senhora Ivanilde Cascaes, atende a alunos do maternal I e 
II e do 1º ao 3º ano. Não possuem biblioteca, laboratório de informática e quadra 
esportiva. Ambas receberam nos últimos anos única e tão somente uma professora 
em seu corpo docente que era responsável pela disseminação da história e cultura 
quilombola e indígena. Em entrevista com uma das professoras, percebeu-se que 
existe atualmente uma demanda muito discreta de mão de obra qualificada no ramo 
de atuação de história e cultura afro brasileira, africana e indígena. 
Segundo Miranda (2012, p. 374) 
A implantação da modalidade de educação quilombola insere-se no 
conjunto mais amplo de desestabilização de estigmas que definiram, ao 
longo de nossa história, a inserção subalterna da população negra na 
sociedade e, consequentemente, no sistema escolar. 
Encontramos em Juçatuba a Associação Afro Didara7 que está prestando 
serviços de cunho social, esportivo, cultural e educacional, por meio de um projeto 
contemplado no Criança Esperança para atender a comunidade quilombola. O 
projeto de nome UBUNTU8, atende a 140 crianças, adolescentes e jovens da 
comunidade escolar e geral. De acordo com seu coordenador o Sr. Erbeth Didara, 
este projeto serve de certa forma para ampliar a visibilidade acerca da autoafirmação 
quilombola, bem como para trabalhar de forma integrada com os agentes 
socializadores família, escola, igreja e comunidade sobre a temática afro brasileira, 
africana e indígena. Por meio das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008. 
2.2 Comunidade Indígena Escalvado e Porquinhos 
A comunidade indígena Apanyekrá, índios Kanelas pertencente a etnia 
Macro-jê9 é considerada a mais populosa, e sua extensão territorial indígena é a 
 
7 Entidade do movimento negro de São José de Ribamar – MA, a palavra Didara em dialeto Yorubá, 
significa Aquilo Que é Bom. 
8 Palavra em dialeto Xhosa, significa “Eu sou porque nós somos” 
9 É um tronco linguístico cuja constituição ainda permanece consideravelmente hipotética. 
compreende as comunidades Kanela, Krikati e Gavião, dentre elas a comunidade Kanela é a mais 
populosa e possui maior área indígena no Maranhão, nos municípios de Barra do Corda 
(Ramkokamekrá), Fernando Falcão e Grajaú (Apanyekrá). São descendentes dos timbiras orientais. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tronco_lingu%C3%ADstico
6 
 
maior do Estado do Maranhão. Os Kanelas estão mais precisamente nos municípios 
de Barra do Corda onde são tidos como Ramkokamekrá10; Grajaú e Fernando 
Falcão conhecidos como Apanyekrá11. De acordo com Marinaldo (um dos líderes 
indígena), esses índios falam sua língua originaria que é a timbira jê e conseguem 
ainda entender outras línguas da etnia macro-jê, alguns indígenas conseguem ainda 
falar e entender muitas coisas em português. 
Seus ancestrais foram os Kapiekran. As primeiras menções de histórias 
dos Apanyekrá, são do século XIX. A terra indígena Kanela é registrada e 
homologada, os índios Apanyekrá vivem especificamente em área de cerrado com 
pequenos igarapés, sua subsistência provém da agricultura, pesca e caça. Possuem 
2 (duas) escolas que trabalham com a educação indígena, são elas: a Escola 
Indígena Moises Kanela e Centro Educacional Indígena General Bandeira de Melo. 
As duas são da rede estadual de ensino, conjuntamente trabalham o Ensino e a 
Educação Indígena, que é mantida pela FUNAI12, mas que hoje tem o MEC como 
responsável por esta educação. A escola Moises Kanela, localizada na Aldeia 
Porquinhos, possui 04 salas de aula; 10 funcionários; 01 docente com formação 
continuada em Educação Indígena; não possui sala de recursos multifuncionais; não 
possui banheiro para PNE; não possui docentes com formação continuada em 
relações étnicoraciais; não oferece atividades complementares; não abre aos finais 
de semana para a comunidade; não possui sala de professores; não possui sala de 
secretaria; não possui sala de diretora; não possui refeitório. Por sua vez a escola 
CEI General Bandeira de Melo, localizada na Aldeia Escalvado, possui 07 salas de 
aula; 18 docentes; 20 funcionários; possui sala de secretaria; possui um pátio 
coberto; não possui docente com formação continuada em Educação Indígena; não 
possui sala de recursos multifuncionais; não possui banheiro para PNE; não possui 
docentes com formação continuada em relações étnicoraciais; não oferece 
atividades complementares; não abre aos finais de semana para a comunidade; não 
possui sala de professores; nem sala de secretaria; nem sala de diretora; nem 
refeitório, nem biblioteca, nem cozinha, nem laboratório de informática, nem quadra 
esportiva. 
 
10 Significa "índios do arvoredo de almécega". 
11 Significa "o povo indígena da piranha". 
12 Fundação Nacional do Índio 
7 
 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, a mesma afirma que 
todas as comunidades indígenas, devem ter seus direitos assegurados por leis, do 
mesmo modo o parecer 14/99, resolução nº 03 de novembro de 1999 e Estatuto do 
Índio. No entanto, o que nos mostrou o líder Marinaldo é o descaso com a educação 
desta comunidade tradicional, que mesmo diante de tamanhas dificuldades, ainda 
consegue falar sua língua nativae em alguns casos o português. Os índios não 
faziam noção de que, e para que serviria a escola, já que a mesma ao adentrar as 
terras indígenas, tomava posse da desta, tornando a escola detentora do lugar em 
vez de os indígenas se sentirem donos daquela casa de saber. 
Como explica KAINGANG apud FREIRE, (2004, p. 28) 
A escola entrou na comunidade indígena como um corpo estranho, que 
ninguém conhecia. Quem a estava colocando sabia o que queria, mas os 
índios não sabiam, hoje os índios ainda não sabem para que serve a 
escola. E esse é o problema. A escola entra na comunidade e se apossa 
dela, tornando-se dona da comunidade, e não a comunidade dona da 
escola. Agora, nós índios, estamos começando a discutir a questão. 
É extremamente necessário a valorização da cultura indígena, suas 
crenças, tradições, fazeres e saberes. É dever do estado proporcionar e ofertar 
escolas com adaptações ao dia-a-dia dos índios. Neste processo os índios serão 
empoderados de conhecimentos inerentes às suas práticas cotidianas, tornando-se 
mais participativo, para tanto a escola deve exercer de modo integral seu papel 
como agente socializador, primando pela cultura da comunidade Kanelas. 
3. A GESTÃO EDUCACIONAL QUILOMBOLA E INDÍGENA 
Segundo a Resolução CNE/CP nº 01/2004, caberá às escolas incluírem 
no contexto de seus estudos e atividades cotidianas, tanto a contribuição histórico 
cultural dos povos indígenas e dos descendentes de asiáticos quanto às 
contribuições de raiz africana e europeia. É preciso ter clareza de que o Artigo 26, 
acrescido à Lei nº 9.394/96, impõe bem mais que a inclusão de novos conteúdos, 
mas exige que se repense um conjunto de questões: as relações étnicoraciais, 
sociais e pedagógicas; os procedimentos de ensino; as condições oferecidas para 
aprendizagem e os objetivos da educação proporcionada pelas escolas. 
Art. 2º – Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, 
para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de 
autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações 
8 
 
territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada 
com a resistência à opressão histórica sofrida. (Brasil, 2003a) 
A Gestão Educacional Quilombola e Indígena objetiva potencializar os 
sistemas municipais e estaduais de educação, para criar, desenvolver e envolver o 
apoio à coordenação local com vistas a melhoria de infraestrutura, de modo que dê 
suporte metodológico para a formação continuada de professores e gestores que 
atuam nas comunidades remanescentes de quilombos e indígenas. Trabalhar a 
gestão dentro das escolas é uma rota a ser trilhada a passos firmes e irmanados 
entre os entes federativos. Contar a história do negro e do índio de uma forma como 
nunca se viu antes, com uma releitura afirmativa de seu papel na sociedade, com 
resgate da autoestima e a constatação verdadeira de que temos sangue negro e 
indígena nas veias, esta é uma tarefa que compete aos professores, diretores e 
gestores. É de extrema necessidade o estado e ou município investir na formação 
destes profissionais em Educação Quilombola e Indígena. Deste modo estará não 
somente valorizando-os mas também fortalecendo-os quanto a afirmação e 
autoafirmação dos valores no âmbito escolar e comunitário, uma vez que a 
comunidade geral é parte integrante deste processo de melhoria e ampliação da 
comunidade escolar, proporcionando instrumentos de aferição empíricos e 
científicos, dentro de uma prática contextual e oral sobre a educação de base 
oferecida nas comunidades remanescentes de quilombos e indígenas. Para isso 
deve-se desenvolver ações como: Formação, Treinamento e Desenvolvimento 
continuo de Professores; Produção de material didático específico; Construção e 
ampliação de escolas quilombolas e indígenas, de modo a facilitar o melhoramento 
da infraestrutura básica às comunidades supracitadas, com ênfase na realização de 
uma melhor educação, com oferta de qualidade no processo ensino aprendizagem. 
Um dos eixos orientadores das Diretrizes Curriculares Nacionais é a 
compreensão da Educação Escolar Quilombola como modalidade de ensino da 
Educação Básica de acordo com as deliberações da CONAE13, 2010 e em 
atendimento ao Parecer CNE/CEB 07/2010 e à Resolução CNE/CEB 04/201014, que 
instituem as Diretrizes Curriculares Gerais para Educação Básica. 
A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades educacionais 
inscritas em suas terras e cultura, requerendo pedagogia própria em 
respeito à especificidade étnico-cultural de cada comunidade e formação 
 
13 Conferência Nacional de Educação 
14 Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação 
9 
 
específica de seu quadro docente, observados os princípios constitucionais, 
a base nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica 
brasileira. Na estruturação e no funcionamento das escolas quilombolas 
deve ser reconhecida e valorizada sua diversidade cultural. (CONAE, 2010, 
p. 42). 
 
Perguntado quanto a gestão das escolas indígenas, o líder indígena 
Marinaldo Kanelas nos relata que: “em todo setor existem pessoas para administrar 
as coisas direito, então seria muito bom ter um administrador, trabalhando na gestão 
das escolas indígenas, pois ele entende que assim, as mesmas teriam como 
trabalhar com conteúdo de necessidade do povo indígena”. Instigado quanto a 
questão da alfabetização dos jovens, ele nos diz que: “Grande parte dos jovens da 
aldeia não sabem ler e escrever em português, tampouco em sua língua nativa, 
outra parcela só estudaram até o 4º ano”. Fazendo-se acreditar que os entes 
federativos precisam rever seus conceitos no que tange a garantia de direitos 
educacionais às comunidades indígenas. 
4. O PAPEL DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO QUILOMBOLA E INDÍGENA 
As escolas brasileiras vivem uma verdadeira inquietação, que parte de 
uma antiga demanda dos Movimentos Negros e Indígenas no Brasil, de alunos, 
professores e até mesmo universidades e faculdades acerca dos conhecimentos 
oriundos da cultura afro brasileira, africana e indígena. Por outro lado existem 
setores de nossa sociedade, que desejam que a escola formal implemente esse 
conhecimento. São questões assim que fazem da educação uma bandeira de justiça 
social e melhoria da qualidade de vida da população quilombola e indígena. 
A educação das Relações Étnico Raciais tem por objetivo a divulgação e 
produção de conhecimentos, bem como de atitudes, posturas e valores que 
eduquem cidadãos quanto à pluralidade étnico racial, tornando-os capazes 
de interagir e de negociar objetivos comuns que garantam, a todos, respeito 
aos direitos legais e valorização de identidade, na busca da consolidação da 
democracia brasileira (BRASIL, 2004). 
Neste contexto a escola ver-se obrigada no papel de transmitir a história 
dos quilombos e aldeias contemporâneos, não esquecendo toda a nossa história 
oral levando ao embate frontal com causos escritos por nossos algozes (vale 
ressaltar que nossa história está nos livros, contadas de acordo com o que lhes era 
conveniente, aos escritores brancos), com vistas a difusão de saberes e fazeres 
10 
 
destes povos tradicionais, entre crianças e adolescentes, como meio de formação e 
informação de uma identidade poli étnica e cultural. 
Sustenta Portelli (1997, p. 31) 
A primeira coisa que torna a história oral diferente, portanto, é aquela que 
nos conta menos sobre eventos que sobre significados. Isso não implica 
que a história oral não tenha validade factual. Entrevistas sempre revelam 
eventos desconhecidos ou aspectos desconhecidos de eventos conhecidos: 
elas sempre lançam nova luz sobre áreas inexploradas da vida diária das 
classes não hegemônicas. 
Como afirma o coordenador da Associação Afro Didara, Erbeth Didara 
“Nos anais da história do Brasil, tivemos usurpado de nós o direito ao estudo, 
porquanto, se não estudamos,não sabíamos ler e ou escrever, deste modo, nossa 
verdadeira história não se encontrava nos livros e sim nos causos contados por 
nossos antepassados em volta das fogueiras e em noites de clarão da lua”. 
De acordo com o 2º Ato Oficial: Lei complementar à constituição de 
182415. Os poderosos do Brasil sabiam que o acesso ao saber sempre foi uma 
alavanca de ascensão social, econômica e política de um povo. Com este decreto, 
os racistas do Brasil encurralaram a população negra nos porões da sociedade. 
Juridicamente este decreto agiu até 1889, com a proclamação da República. Na 
prática a intenção do decreto funciona até hoje. 
O senhor Paulo Roberto, mestre de capoeira, questiona: “por que as 
escolas das periferias, não tem por parte do governo, o mesmo tratamento 
qualitativo dado às escolas dos centros urbanos? Como é que uma pessoa indígena 
ou afrodescendente terá motivação para estudar numa escola de péssima 
qualidade?” 
A educação é primordial e exerce um papel socializador importantíssimo 
no processo de desenvolvimento das capacidades, seja do capital intelectual 
humano, ou bem como na construção de ética e valores. Neste contexto estão 
inseridas a educação quilombola e indígena. 
A autenticidade, bem como a transversalidade dos bens educacionais 
precisam ser estimulados para dar ênfase à criação de um mercado de fruição da 
produção educacional e cultural destas etnias, de modo que impacte positivamente 
na viabilização de um processo de desenvolvimento sustentável da educação, para 
 
15 pela legislação do império os negros não podiam frequentar escolas, pois eram considerados 
doentes de moléstias contagiosas. 
11 
 
externalizar toda esta pluralidade e diversidade, para a constituição de escolas 
quilombolas e indígenas criativas e produtivas, que promovam o estudo da história 
oral de nossos antepassados 
Seguindo o regime de colaboração, posto pela Constituição Federal de 
1988 e pela LDB16, a coordenação nacional das políticas de Educação Escolar 
Indígena é de competência do MEC17, cabendo aos Estados e Municípios a 
execução para a garantia deste direito dos povos indígenas. No Plano Nacional, 
buscando superar a violência integracionista, a partir do final da década de 1970 os 
povos indígenas se uniram formando o movimento indígena brasileiro. 
Conforme LUCIANO (2006, p. 59) 
É o movimento que tem como objetivo “articular todas as ações e 
estratégias dos povos indígenas, visando a luta articulada nacional ou 
regional que envolve os direitos e os interesses comuns diante de outros 
segmentos e interesses nacionais e regionais. 
 
5 A ADMINISTRAÇÃO NA GESTÃO ESCOLAR 
O administrador dentro das escolas, quase não é visto, bem como seus 
conhecimentos, habilidades e atitudes em prol da gestão escolar de forma 
compartilhada entre todos os membros de uma equipe pedagógica, e, ou, de 
coordenação escolar. O administrador na educação precisa cada vez mais desafiar-
se na expectativa de tornar-se estrategicamente primordial aos objetivos da 
educação, sendo dotado de conhecimento, habilidades e atitudes inerentes. Com 
base nas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica: 
A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades educacionais 
inscritas em suas terras e cultura, requerendo pedagogia própria em 
respeito à especificidade étnicocultural de cada comunidade e formação 
específica de seu quadro docente, observados os princípios constitucionais, 
a base nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica 
brasileira. Na estruturação e no funcionamento das escolas quilombolas, 
deve ser reconhecida e valorizada sua diversidade cultural. (p. 42 apud 
BRASIL, 2012, p.1). 
 
16 Lei de Diretrizes e Bases, define e regulariza a organização da educação brasileira com base nos 
princípios presentes na Constituição. Foi citada pela primeira vez na Constituição de 1934. 
17 O Ministério da Educação (MEC) é um órgão do governo federal do Brasil fundado no decreto n.º 
19.402, em 14 de novembro de 1930, com o nome de Ministério dos Negócios da Educação e Saúde 
Pública, pelo então presidente Getúlio Vargas e era encarregado do estudo e despacho de todos os 
assuntos relativos ao ensino, saúde pública e assistência hospitalar. 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12315:educacao-indigena&catid=282:educacao-indigena&Itemid=635
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Get%C3%BAlio_Vargas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAde_p%C3%BAblica
12 
 
Observa-se e compreende-se o surgimento de uma problemática no 
tocante a ausência de administradores e ou gestores, professores qualificados e 
especialistas para alavancar as projeções de sucesso da educação quilombola e 
indígena. No entanto ao analisarmos esta pendencia na conjuntura das escolas 
quilombolas e indígenas, pudemos elencar alguns questionamentos que abalaram o 
corpo estrutural das organizações educacionais. 
Entende-se que o administrador balizaria os pilares de sustentação da 
escola, como modelo de gestão participativa, envolvendo toda a estrutura 
econômica, financeira e de gestão de pessoas. 
É sabido que, desde as sociedades antigas e mais primitivas, já se fazia 
necessário as inúmeras formas de administrar, com vistas ao solucionar problemas 
de interesses da sociedade. Se aquela época já fazia necessário a prática da 
administração, imagine nos dias de hoje, dada tamanha evolução e revolução da 
espécie. 
Sustenta MARTINS (1999, p. 23) 
“Na antiguidade, os egípcios apresentavam princípios administrativos que 
norteavam seus projetos arquitetônicos, enquanto os babilônicos 
elaboravam o Código de Hamurabi que orientou o povo no princípio de 
trabalho. Aristóteles na Grécia estabeleceu princípios para o 
desenvolvimento de atividades científicas. Em Roma, estabelecem 
princípios de governos fundamentados no conceito de ordem. A igreja 
Católica Romana estabelece diretrizes para sua atuação doutrinária e os 
princípios da hierarquia”. 
 
Partindo dos primórdios desta afirmação, observa-se que àquela época a 
sociedade já necessitava de administradores. Esta administração mais moderna 
emerge como solução, haja vista os inúmeros problemas surgidos com a revolução 
industrial, que proporcionou o crescimento desordenado das organizações, abrindo 
precedentes para a administração científica. Mediante a necessidade de passar da 
eficiência para a eficácia, com base em sua vantagem competitiva. E isso hoje se 
aplica à administração escolar. 
Segundo MAXIMIANO (2000, p.55) 
A partir do início do século XX, a organização eficiente do trabalho nas 
empresas tornou-se a base do desenvolvimento da teoria e prática da 
administração. Muitas pessoas e grupos participaram desse processo. Eram 
pesquisadores estudiosos, Como Frederick Taylor, industriais, como Henry 
Ford; executivos, como Henri Fayol; cientistas, como Max Weber. Essas 
pessoas formam a chamada escola clássica da administração. 
13 
 
6 METODOLOGIA 
Dar ênfase a compreensão e conhecimento de um problema de pesquisa, 
que visa ilustrar a realidade da administração na educação das comunidades 
quilombolas e indígenas, formulou-se estudos na área, baseados nas 
especificidades em busca de alcançar o objetivo geral. 
6.1 Tipo de pesquisa 
Mediante pesquisa realizada neste artigo, a metodologia empregada dada 
à mesma se fez através de referências bibliográficas e pesquisa exploratória queestabeleceram critérios, métodos e técnicas para elaboração da mesma, com foco 
na informação sobre o objeto do artigo. 
6.2 Universo e amostra 
O universo da pesquisa por sua vez teve como referência a comunidade 
quilombola de Juçatuba, em São José de Ribamar - MA e a comunidade indígena de 
Escalvado e Porquinhos, em Fernando Falcão – MA, os métodos foram aplicados 
com base no estudo da história e cultura afro brasileira, africana e indígena, mais 
precisamente junto a moradores das comunidades, bem como, no ambiente interno 
das escolas. Utilizou-se o método indutivo e dedutivo baseando-se nas observações 
e entendimentos a partir da visão do pesquisador. 
6.3 Instrumentos de coletas de dados 
Os instrumentos utilizados e aplicados na pesquisa foram feitos de forma 
sequencial através de entrevista direta com os administradores das referidas 
escolas, bem como com algumas professoras, alunos e comunidade local. Partindo 
de um roteiro ordenado de perguntas sobre os aspectos históricos e de contribuição 
das escolas de acordo com seus cronogramas dentro do âmbito histórico da 
comunidade, bem como com setores das escolas, a saber: diretoria, salas de aula, 
área de lazer, setores que além de estruturar a educação, ainda corroboram para 
com a causa em questão, por outro lado observou-se o funcionamento da escola na 
integra, as informações da comunidade sobre seu contexto histórico e existência 
cultural. Estes são os instrumentos que compunham a coleta de dados. 
 
14 
 
7 RESULTADO E DISCUSSÃO 
Nas pesquisas e estudos realizados neste artigo, foi constatada a 
precariedade do ensino nas escolas quilombolas e indígenas. A partir daí, foram 
elencadas situações paradigmáticas que visam a melhoria destas modalidades de 
ensino, de modo que as referidas sirvam como modelo para futuras instalações, 
melhorias e ampliações de escolas de comunidades tradicionais. Portanto, urge 
salientar que é de suma necessidade a continuidade e ampliação de investimentos 
na articulação e mobilização para com estas modalidades de ensino. 
A atual falta de administradores formados compondo a gestão das 
escolas quilombolas e indígenas, nos passa que a missão de gerir uma escola vai 
além do currículo especifico e passa sim por uma questão de indicação, sendo 
descartada a tão falada meritocracia. Os diretores escolares na grande maioria dos 
casos são escolhidos mediante influência política e amizades, onde nestes casos, o 
que menos importa é sua qualificação. 
Entende-se que a presença de administradores especialista em gestão 
escolar, ou com formação acadêmica em pedagogia, dentro das escolas, sendo 
escolhido democraticamente por votos ou concurso público, com certeza tornaria a 
gestão educacional algo mais prazeroso e eficaz. Ocorrendo fatos como os 
relatados, fatalmente muitos dos problemas encontrados nas escolas seriam 
diminuídos, pois se partiria do entendimento de que a escola em seu papel 
socializador não se compõe apenas de professores e alunos, mas de toda a 
comunidade. Assim sendo, é preciso saber que os gestores escolares em muitas 
das vezes são considerados administradores, no entanto, sabemos que há uma 
diferença muito grande entre ambos, embora o gestor em alguns casos exerça parte 
do que é de competência do administrador. 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Este artigo está pautado na concepção de que administradores, 
discentes, docentes e comunidade são seres capazes de participarem 
conjuntamente do processo educativo e cultural com vistas ao exercício educacional 
e cidadão, como corresponsáveis da sua execução para dar seguimento às 
melhorias do modelo de ensino quilombola e indígena, demonstrando assim sua 
eficiência e eficácia na aplicabilidade de seus objetivos. 
15 
 
Consideradas as diversas situações decorrentes da Administração na 
Educação, considera-se que faz-se necessário garantirmos o direito à educação 
dessas comunidades tradicionais, pensando na contratação, formação, treinamento 
e desenvolvimento de professores, gestores e administradores, no diálogo com os 
saberes dos quilombolas e indígenas e na riqueza do saber empírico respeitando as 
histórias orais destes povos tradicionais. 
Do que adianta termos 1856 escolas quilombolas e 2823 escolas 
indígenas, se as mesmas não são dotadas de recursos básicos para o bom 
desenvolvimento de suas atividades. Não temos um número razoável de 
profissionais preparados para trabalhar com as temáticas afro brasileiras, africanas e 
indígenas, e neste processo esses profissionais são imprescindíveis, para o bom 
desempenho deste modelo de sistema educacional. Urge dizer que as redes de 
ensino, quer sejam quilombolas ou indígenas, possuem poucos profissionais 
capacitados, e esses poucos não participam de treinamento e desenvolvimento 
contínuo. 
 
THE ADMINISTRATION IN EDUCATION AS A PROCESS OF EQUITY IN THE 
KILOMBOLAS & INDIGENOUS COMMUNITIES 
ABSTRACT 
In this exhibition we approach the Administration in Education as a Process of Equity in the 
Quilombola and Indigenous Communities, but specifically in the Quilombola Community of Juçatuba; 
Aldeia Escalvado and Porquinhos. To creat positive references that contribute to the construction and 
strengthening of the peoples, specifically expanding the visibility of the racial issue; encourage 
practice of learning teaching, offer educational and cultural workshops and also lectures of these 
tradicional people. lectures; strengthen the appreciation of the education and culture of these 
traditional people. Emphasizing the importance and necessity of teachers, administrators and 
managers graduates and specialists to leverage the succession projections of this model of education, 
due the observance of him compliance with basic requirements in law 11.645/2008, enforcement, 
through bibliographic and exploratory research, in schools and communities. Inhaled in some thinkers: 
Kaingang, Luciano, Miranda and others, to offer reflections on the concepts that sustain the referring 
work. 
 
Keywords: Administration in Education; Indigenous Community, Quilombola Community, Juçatuba; 
Kanelas. 
 
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18 
 
APÊNDICE 
APÊNDICE A – Questionário referente a administração escolar quilombola 
 
19 
 
APÊNDICE B – Questionário referente aos professores 
 
20 
 
APÊNDICE C – Questionário referente aos alunos 
 
 
21 
 
APÊNDICE D – Questionário referente aos moradores das comunidades

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