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sumário INTRODUÇÃO O QUE É DISCIPLINA POSITIVA? DISCIPLINA POSITIVA X PERMISSIVIDADE TIPOS DE DISCIPLINA PARENTAL DISCIPLINA POSTIVA NA PRÁTICA 03 04 08 10 25 3 Uma das questões mais presentes no co- tidiano dos pais e familiares é a disciplina. Como educar uma criança, estabelecendo limites de modo a garantir uma formação integral, plena? O castigo é uma solução? As palmadas e o grito são eficazes? Para Jane Nelsen, que passou por essas dores com mãe, não. E foi por isso que ela concebeu um método que procura um equilíbrio entre os dois tipos de disciplina: a autoritária e a permissiva. INTRODUÇÃO 4 Neste e-book, você compreenderá a essência da disciplina positiva e como aproveitá-la para garantir uma educação, respeitosa e firme do seu filho. Disciplina Positiva é um método de disciplina alternativa desenvolvido pela Dra. Jane Nelsen. É baseado no trabalho de Alfred Adler e Rudolf Dreikurs e projetado para ensinar os jovens, crianças, adultos e até empresas a se tornarem membros responsáveis, respeitosos e engenhosos de suas comunidades. Pesquisas recentes relacionadas ao método e divulgadas nos próprios livros da Dra. Jane Nelsen nos dizem que as crianças são “programadas” desde o nascimento para se co- nectarem com os outros e que as crianças que sentem um vínculo com sua comunidade, família e escola têm menos probabilidade de apresentar comportamentos inadequados. Ou seja, elas precisam desenvolver habilidades de vida que contribuam para o ambiente social como membros de sua comunidade e se tornem cidadãos felizes e autônomos. Por isso, a Disciplina Positiva baseia-se no entendimento de que a disciplina deve ser ensinada com gentileza e firmeza, sem punições ou recompensas. Mas, afinal: o que é a Disciplina Positiva? 5 Um dos principais focos da Disciplina Positiva é que os “erros são ótimas oportunidades de aprendizagem”. Para os adeptos do método, to- dos aprendemos observando. E assim como as crianças, os adultos podem e irão errar, mas aprenderão ferramentas e maneiras para reparar seus erros, entende-los e focar em soluções. 6 cinco critérios para a disciplina positiva É gentil e firme ao mesmo tempo (respeito e encorajador). Ajuda as crianças a sentirem um senso de pertença e significância (conexão). É eficaz a longo prazo. Ensina valiosas habilidades sociais e de vida para um bom caráter. Convida as crianças a descobrir como são capazes e a usar seu poder pessoal de maneiras construtivas. 7 Os adultos modelam firmeza respeitando a si mesmos e as necessidades da situação, e amabilidade, respeitando as necessidades da criança e as suas próprias. Os modelos de educação de Disciplina Positiva são voltados para o desenvolvimento de relacionamentos mutuamente respeitosos. A Disciplina Positiva ensina os adultos a empregar gentileza e firmeza ao mesmo tempo. Não é uma disciplina baseada em prêmios ou castigos e inclui: A disciplina eficaz reconhece as razões pelas quais as crianças fazem o que fazem e trabalha para mudar esses motivos, em vez de simplesmente tentar mudar o comportamento. A t r a v é s d e u m a c o m u n i c a ç ã o e f i c a z , c o n c e n t r a -s e e m s o l u ç õ e s e m v e z d e p u n i ç ã o . O encorajamento percebe o esforço e a melhoria, não apenas o sucesso, e constrói a autoestima e o empoderamento a longo prazo. respeito mútuo compreensão foco em solução encorajamento (em vez de elogio) 8 disciplina positiva O significado de permissividade está re- lacionado a uma excessiva liberdade de comportamento. Crianças desenvolvidas numa educação baseada na permissividade não aprendem habilidades sociais e de vida importantes para autodisciplina, responsa- bilidade, cooperação, respeito pelos outros e habilidades para resolver problemas. É um erro comum alguns acreditarem que a Disciplina Positiva é permissiva. De fato, muitos pais que são contra a punição po- dem se tornar permissivos. No entanto, a permissividade pode ser tão prejudicial para as crianças como a punição. A Disciplina Positiva apresenta uma proposta que consegue ensinar sem se utilizar desses dois mecanismos ex- tremos, pois ela é o meio termo entre a disciplina permissiva e punitiva. Para entendê-la melhor, vamos conhecer a diferença entre o método, permissivi- dade e autoritarismo a seguir. permissividade X Os pais permissivos muitas vezes não gostam ou não concordam com a punição, então acabam vendo como caminho alter- nativo a permissividade, porém isso acaba prejudicando em vários aspectos o desenvolvimento da criança. 9 Diferente da Disciplina Positiva, que busca estimular conexão, gentileza e um relacionamento de respeito mútuo, a permissividade impede a criança a desenvol- ver o músculo da frustação e, consequentemente, não desenvolvem habilidades de vida (tais como resiliência e foco), pois estão sempre sendo protegidas e não en- tendem um “não”. A permissividade, então, acaba por resultar em uma educação sem reflexões sobre atitudes e sem aprendi- zagem sobre erros e acertos, o que constrói uma auto- estima frágil e uma personalidade pouco aberta a auto- crítica – o que, consequentemente, retarda a evolução pessoal da criança. ou seja... 10 A psicologia do desenvolvimento estabeleceu três estilos distintos de parentalidade e apenas um se baseia em punição. TIPOS DE DISCIPLINA PARENTAL 11 Um erro comum é confundirmos autoritário com autoridade. Embora parecidas, as duas palavras não são sinônimas. Pais que se utilizam da autoridade têm expectativas e consequências claras e são afetuosos com o filho. A autoridade permite flexibilidade e resolução de problemas co- laborativos com a criança ao lidar com desafios comportamen- tais. Essa é uma das formas mais eficazes de criação de filhos. Pais com autoridade Os pais que se utilizam do autoritarismo têm expectativas e conse- quências claras, mesmo demonstrando bastante afeição por seu filho. Uma mãe ou pai podem se utilizar do discurso como “porque eu sou a(o) mamãe/pai, é por isso”. Pais autoritários (ou parentalidade rigorosa) usam da fala, punições, ameaças e vergonha para que as crianças obedeçam. Pais autoritários Parentalidade permissiva evita punição e disciplina. Os pais que se enquadram nessa categoria tendem a evitar conflitos porque não querem que o filho chore ou fique chateado, pois acham que, dan- do tudo, eles irão ser pessoas realizadas. Além disso, não conseguem lidar com o filho contrariado. Por isso, consideram apaziguar os desejos da criança como mais práticos do que impor limites. Pais Permissivos 12 Uma educação baseada no autoritarismo escolhe a punição como forma de correção. Nela, a punição é projetada para fazer as crianças “pagarem” pelo que fizeram, enquanto a Disciplina Positiva é projetada para ajudar as crianças a “aprenderem” com o que fizeram, concentrando-se em soluções. A maioria dos pais não percebe que, embora a punição funcione a curto prazo para impedir o mau comportamento, ela tem resultados prejudiciais a longo prazo, pois as crianças ficam com um sentimento de dúvida, vergonha, ressentimento e vingança. AUTORITARISMO X DISCIPLINA POSITIVA 13 No entanto, disciplinar com afeto é uma das maneiras mais eficazes de ganhar respeito da criança. Isso, inclusive, pode ser visto tam- bém em ambientes profissionais. Um dos princípios de uma boa liderança, por exemplo, envolve estimular e motivar as pessoas para que elas tomem as me- lhores decisões para a empresa. Pais que optam pela punição querem resolver o problema ou o mau comportamento,mas não a causa dele - já que todo comportamento tem por trás um motivo. Como mencionado anteriormente, a parentalidade baseada na autoridade evita medidas disciplinares punitivas. Para o olho que não conhece, esse estilo de parenta- lidade parece permissivo, já que muitos de nós foram criados para acreditar que forçar as crianças a cumprir todas as regras é a melhor maneira de se educar. Ao praticar disciplina positiva em casa, os pais: Ouvem seus filhos quando estão chateados e reconhecem seus sentimentos; Levam em conta o que seus filhos disseram e não castigam sentimentos; Respondem às perguntas das crianças sobre o motivo pelo qual elas estão sendo disciplinadas; São atenciosos em meio a momentos de estresse. 14 15 Sabe quando seu filho não te obedece de jeito nenhum e você não entende bem o porquê e rapidamente recorre a um castigo? Isso acontece pois provavelmente você recor- re às Consequências Naturais ao invés das Consequências Lógicas. E o que seria isso? Qual a diferença entre elas? A Consequência Natural seria a aplicação de uma punição, seja verbal (gritando ou dizendo que irá parar de brincar, por exemplo) ou física (colocando de castigo num canto isolado). Na Consequência Lógica, os pais incluem a criança na situação e na construção da solução, explicando à ela o que está acontecendo e o porquê das coisas. Assim, a criança se sente parte de todo o processo, além de que as consequências de seus atos passam a ser enten- didas com uma certa lógica, o que ajuda na prevenção de próximos episódios. Dar às crianças uma escolha e conversar com elas em par- ticular sobre as consequências não são as únicas diretrizes para aplicar efetivamente consequências lógicas. Regras e maneiras de não se repetir o problema são resolvidos junto com a criança, e elas são ouvidas e suas opiniões são leva- das em conta tanto quanto a do adulto. a importância da consequência lógica para disciplinar 16 Os Três Rs para Consequências Lógicas são uma fórmula que identifica os critérios para ajudar a garantir que consequências lógicas sejam soluções, em vez de punição. Os Três Rs de Consequências Lógicas são: Relacionamento Respeito Razoável significa que a con- sequência é razoável do ponto de vista da criança e do adulto. Relacionar-se significa que a consequência deve estar relacionada ao comportamento. Respeito Razoável significa que a consequên- cia não deve envolver culpa, vergonha ou dor; e deve ser gentil e firmemente aplicada. Também é respeitoso para todos os envolvidos. 17 Neste momento os pais devem se sentar com a crian- ça, conversar sobre o problema e cada um vai dando ideias de como solucionar. Ao final, os dois pegam cada ideia de resolução de problema e refletem se a ideia é: relacionada ao problema, respeitosa e razoável. Se não for, deve excluir da lista. Se for, é uma opção de tentativa para o problema não acontecer de novo. Se algum dos três Rs estiverem faltando, ele não poderá mais ser chamado de consequência lógica. Estes também poderiam ser chamados de três Rs para focar em soluções. Quando uma criança escreve em uma mesa, é fácil concluir que a consequência relacionada seria fazer a criança limpar a mesa. Mas o que acontece se algum dos outros quatro Rs estiver faltando? ou seja... 18 Na verdade, se adultos eliminarem um dos três critérios para que as consequências não sejam relacionadas, sejam respeitosas, razoáveis e úteis, as crianças podem experi- mentar os três critérios da punição: Muitas vezes, a principal razão pela qual nós, humanos, opta- mos por usar a punição é demonstrar poder. O pensamento subconsciente por trás dessa ideia é: “Eu sou o adulto e você é a criança. Você fará o que eu disser - ou então você pagará”. No entanto, da mesma forma que nós reagimos mal quando somos submetidos a uma situa- ção dessa, as crianças também não enca- ram bem esse “jogo de poder”. Ressentimento (“Isso é injusto. Não posso confiar em adultos”.) Vingança (“Eles estão ganhando ago- ra, mas vou ficar quieto.”) Rebeldia (“Eu vou mostrar a eles que eu posso fazer o que eu quiser) 19 Compreender o temperamento da criança (diferenças in- dividuais nos processos emocionais e comportamentais que emergem no início do desenvolvimento) é uma parte essencial na criação de um forte vínculo entre pais e filhos. É também um indicador-chave de como seu filho respon- derá às suas orientações. Observe os comportamentos do seu filho, como nível de atividade, intensidade emocional, hábitos sociais, adaptabilidade e persistência. Então você pode começar a prever quais situações podem ser fáceis ou mais difíceis para ele. interpretação do comportamento da criança 20 De modo geral, a criança apresenta algum desses tipos de temperamento: Fácil ou flexível Estas crianças são geralmente calmas, felizes e adaptáveis. Eles tendem a ter hábitos regulares de dormir e comer. Uma criança com esse tipo de tempe- ramento pode não sentir a necessidade de falar sobre emoções com frequên- cia, então os pais devem reservar um tempo para fazer isso diariamente. Difíci, ativa ou mal-humorada Essas crianças costumam ser nervosas, tensas e intensas. Eles têm hábitos ir- regulares de dormir e comer, temem novas pessoas e situações e são facil- mente perturbados pelo barulho e co- moção. Os pais devem ter uma área de recreação onde essas crianças possam canalizar tanta energia acumulada. Cautelosa e desconfiada Essas crianças são tipicamente inativas e exigentes, e tendem a se retirar ou a reagir negativamente a novas situações. Suas reações, no entanto, gradualmente se tornam mais positivas com a exposição contínua. No caso dessas crianças, crie uma rotina consistente para que a criança sinta-se confortável com novas situações. 21 Além de entender o temperamento do seu filho, outro passo crucial é refletir sobre o comportamento que a criança tem em determinadas situações. Crianças não têm uma comunicação tão eficaz e o comportamento muitas vezes é o sintoma de um problema. A birra, por exemplo, pode ser um sintoma de sono ou estresse. Por isso, entender os motivos por trás do comportamento e a mensagem que a criança quer passar é o caminho para encon- trar a melhor forma de transmitir disciplina à pequena. Uma vez entendido o temperamento do seu filho, é im- portante que você esteja em sintonia com o seu. Às vezes, situações podem surgir situações quando seu filho e seu temperamento entram em conflito. Para conseguir um bom ajuste no relacionamento, é importante que você: Esteja ciente do temperamento do seu filho e respeite sua singularidade; Comunique-se com o seu filho, tornando os pontos claros e simples; Ouça seu filho e procure compreender seu ponto de vista; Estabeleça limites para ajudar seu filho a de- senvolver autocontrole; Seja um bom modelo. 22 Os neurônios-espelho são um conjunto de neurônios no cérebro que disparam não apenas quando você executa uma ação, mas também quando observa alguém realizan- do uma ação. Quando vemos alguém andar de bicicleta, por exemplo, os mesmos neurônios-espelho disparam em nosso cérebro como se estivéssemos andando de bicicleta. Isso também ocorre com expressões faciais e tom de voz. Quando somos confrontados com alguém que está com raiva - testa franzida, olhos apertados - os neurô- nios-espelho associados à raiva incendeiam em nós. Isso acontece quando observamos alguém chorando ou rindo também. Em um sentido muito literal, os neurô- nios-espelho nos permitem sentir o que os outros estão sentindo. A existência desses neurônios motores em humanos tem sido usada para explicar, em parte, como desenvolvemosa empatia - assistir a alguém se machucar desencadeia os mesmos neurônios em nosso cérebro, como se esti- véssemos nos machucando. A importância do conhecimento na disciplina positiva O Neurônio Espelho 23 Os neurônios-espelho não são o único fator envol- vido na empatia humana, mas eles são um bom ponto de partida quando se pensa em como pais e educadores podem facilitar e modelar esse sentimento para crianças. Eles desempenham, portanto, um papel impor- tante na conexão entre pais e filhos. Se estivermos sofrendo de estresse, emoções negativas ou trau- mas não resolvidos de nossas próprias histórias, eles podem se manifestar em nosso rosto e entrar em conflito com a mensagem em nossas palavras. O cérebro capta e registra os sinais emocionais em nosso rosto mais rápido do que pode processar o que estamos dizendo. Por isso, se nossos filhos lerem emoções em nossas expressões fa- ciais que os colocam em alerta, podem levá-los a responder a essas expressões faciais (e as emoções que eles transmitem) e não ao conteúdo de nossas palavras. Se estivermos calmos, no entanto, podemos ajudar nossos fi- lhos a regular suas próprias emoções, e podemos garantir que somos pais de nossos valores, em vez de simplesmente reagir a uma situação estressante. Afinal de contas, pais são os maiores exemplos que as crianças têm. 24 Os pais que utilizam a disciplina positiva muitas vezes pe- dem aos filhos que ajudem a definir as consequências. Ser incluído no estabelecimento de regras pode ajudar as crianças a sentirem um sentimento de pertencimento e importância, que é um objetivo de todas as pessoas e satisfaz uma necessidade humana natural. E, de acordo com os argumentos da Disciplina Positiva, crian- ças que sentem essa conexão tem menos probabilidade de se comportar mal. Uma vez estabelecidas, seguir e aplicar com gentileza as regras de forma consistente em todos os membros da família é extremamente importante. Por isso, o mantra “conexão antes da correção” deve ser sempre usado na disciplina das crianças. Desta forma, elas se sentirão responsáveis pela própria autodisciplina e responsabilidade. É sempre bom reforçar que a conexão foca na empa- tia, e neste caso aqui seria acolher o erro, evitando o sentimento de vergonha da criança, fazendo com que ela não se sinta julgada, para depois corrigi-la. A conexão é um mecanismo para disciplina as crianças com gentileza. Citando a própria Dra. Jane Nelsen: “De onde tiramos a absurda ideia de que, para que as crianças se comportem, primeiro de- vemos fazê-las se sentir mal?”. Conexão antes da correção 25 As rotinas também são um elemento essencial da disciplina positiva. Rotinas simples, como jantares em família e leitura juntos, também podem se transfor- mar em divertidas tradições familiares, como gran- des cafés da manhã de domingo, viagens semanais à biblioteca ou um jantar semanal. Tanto as rotinas domésticas simples como as diver- tidas tradições familiares ajudam as crianças a sen- tirem que desempenham um papel importante na família e a que pertencem. Estabelecer tradições den- tro da família reforça o papel único e importante que cada pessoa desempenha e torna a família especial. Isso ajuda a fortalecer os relacionamentos e dá às crianças uma sensação de segurança e pertenci- mento, o que leva a melhores habilidades sociais, melhora da autoestima e crescimento emocional. Crianças precisam ter previsibilidade e elas pre- cisam saber o que vai acontecer, pois se tornam mais seguras e menos ansiosas. Isso cria território para uma comunicação eficaz, clara e firme. Disciplina positiva na prática O Valor da rotina para a criança 26 Criar quadros de rotina é um ótimo treinamento para as crianças aprenderem habilidades de gerenciamento de tempo e vida. Os pais ajudam seus filhos, orientando-os na criação de seus quadros de rotina e na sua eficácia. Por exemplo, se a criança insiste em querer brincar em um horário que está estipulado para o estudo, os pais de- vem direcioná-la ao quadro de rotinas que criaram juntos e relembrar da importância das ordens – que inclusive podem ser alteradas com o tempo. Na prática: Também não é necessário nenhum castigo ou recompensa. Não há estrelinhas ou carinhas tristes e felizes. Ele deve colaborar porque vive-se em comunidade e ela tem suas tarefas e usufrui de benefícios. Não para ganhar algo em troca. E com o tempo a criança percebe que expressar sua frustação ao receber um “não” com choros e gritos não vai ajudá-la, pois se seus pais não a deixaram comer um sorvete de chocolate an- tes do almoço é por que há regras e razoabilidade na decisão. Houve um acordo e não uma imposição sobre o que se deve fazer – um dos desdobramentos da Consequência Lógica que foi citado anteriormente. Crianças tem um instinto natural para a coopera- ção e quando as fazem entender os motivos por trás de todo o processo de se viver em família, ela tem o senso de pertencimento, o que tor- na a compreensão mais fácil. 27 Ou seja: seu trabalho é ajudar seus filhos a serem autôno- mos em vez de dependentes. Ensinar as crianças a criar quadros de rotina é um grande passo nesse sentido. Isso significa que os quadros de rotina são mágicos e evita- rão todas as resistências e desafios futuros das crianças? Não. Mas te ajudarão a diminuir atritos futuros! E orientar seus filhos a criar os quadros de rotina é ape- nas uma das muitas maneiras de você capacitar seus fi- lhos a se sentirem capazes e serem autônomos. ou seja... Os pais têm que ter em mente que a partir do momento que eles apenas guiarem os filhos e não mais tão forem necessários, eles estão desempenhando um bom papel, pois o filho conseguiu desenvolver um senso de autorre- gulação e autocontrole. Muitos pais e professores relataram que as lutas pelo po- der são muito reduzidas quando se concentram em so- luções. Concentrar-se em soluções cria uma família e uma sala de aula muito diferentes. Seu pensamento e comportamento mudarão, assim como o pensa- mento e o comportamento de seus filhos. O tema para focar em soluções é: qual é o pro- blema e qual é a solução? As crianças são exce- lentes solucionadoras de problemas e têm muitas ideias criativas para soluções úteis quando os adul- tos oferecem oportunidades para que usem suas habilidades de resolução de problemas. Focar em soluções sempre! 28 Identificação do problema; Levantamento do maior número de soluções possíveis; Escolha de uma solução aceitável por todos; Teste da solução por uma semana; Avaliação do teste e sua eficácia para otimizar o processo. Pensem em várias soluções durante a reunião de família ou com apenas um dos seus filhos; Faça perguntas que despertam a curiosidade para convidar as crianças a descobrirem soluções; Quando há brigas: “vocês podem chegar a um acordo juntos. Me avisem quando tiverem um plano.” Tarefas domésticas: pense nas tarefas que precisam ser feitas e convide seus filhos a criarem um plano de ação. Esteja dis- posto a testar o plano deles por uma semana. Além disso, para estimular a resolução de problemas, faça uso dos desafios diários como oportunidades: Desta forma, as excelentes práticas da disciplina positiva incluem: 29 Conhecer e aplicar a Disciplina Positiva traz enormes vantagens para o desenvolvimento da criança e o con- vívio em família, pois o método prega nada menos que um relacionamento de respeito mútuo. Ou seja, em vez de o termo respeito ser definido como obediência e observância nos relacionamentos, nos quais dignidade e respeito ao adulto são primordiais, a Disciplina Positiva busca relacionamentos nos quais cada pessoa tenha controle sobre as próprias emoções a fim de desenvolverempatia e respeitar espaços e es- tabelecer limites de forma pacífica e eficaz. E com as práticas e reflexões focadas nas solu- ções dos problemas fica mais fácil de compreen- der tais comportamentos e sentimentos, tanto das crianças quanto dos pais, além de saberem se co- nectar um com o outro, demostrando a valorização e importância que cada um tem no contexto social. Conclusão Plataforma educacional gratuita que, em parceria com escolas, transforma crian- ças em autoras do próprio livro. Presente em mais de 3 mil escolas em todo o Brasil, já transformou mais de 240 mil alunos em escritores. A grande missão da Estante Mágica é de- senvolver a capacidade plena de leitura e escrita das crianças para que elas sejam autoras não só do próprio livro, como da própria história de vida! Sobre a Estante Mágica: QUERO CONHECER O PROJETO
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