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1 Universidade Federal Fluminense Laboratório de Microeconomia III – 2019.2 Professora: Rosane Mendonça Tutora: Roberta Mendes – rmendes@id.uff.br Data: 28/08/2019 Lista 2 – Escolha Intertemporal (cap. 10) 1. Seja (c1, c2) o consumo de Paula, nos períodos 1 e 2 respectivamente. Seja (m1, m2) seu fluxo de renda. Suponha que a taxa de juros para emprestar ou tomar emprestado seja r. a) Escreva a restrição orçamentária intertemporal de Paula em termos de valor presente e valor futuro. b) Se Paula decidir não consumir nada no período 1, qual é o máximo que ela pode consumir no período 2? Isto é o valor presente ou o valor futuro da sua dotação? c) Se Paula decidir não consumir nada no período 2, qual é o máximo que ela pode consumir no período 1? Isto é o valor presente ou o valor futuro da sua dotação? d) Qual é o custo de oportunidade de uma unidade monetária de consumo no período 1? E no período 2? e) Qual é a inclinação da sua restrição orçamentária? f) Desenhe a restrição orçamentária. Solução a) c1+c2/(1+r) = m1+m2/(1+r) e (1+r)c1 + c2 = (1+r) m1 + m2 b) Os interceptos são as quantias máximas que podem ser consumidas. c2/(1+r) = m1+m2/(1+r) -> c2 = (1+r)m1+m2 (Valor futuro) c) c1 = m1+m2/(1+r) (Valor presente) d) 1 unidade monetária em t = 1 é equivalente a 1 + r unidades monetárias em t = 2. Logo, o custo de oportunidade de 1 unidade monetária de consumo em t = 1 é 1 + r de consumo em t = 2. 1 unidade monetária em t = 2 equivale a 2 1/(1+r) unidades monetárias em t = 1. Logo, o custo de oportunidade de uma unidade monetária de consumo em t = 2 é 1/(1+r) de consumo em t = 1. e) A inclinação é dada pelo valor que multiplica 𝐶1 logo esse é –(1+r) (1 + 𝑟)𝐶1 + 𝐶2 = (1 + 𝑟)𝑀1 + 𝑀2 𝐶2 = (1 + 𝑟)(𝑀1 − 𝐶1) + 𝑀2 2. Um contrato de prestação de serviços de tradução especifica que o contratante pagará ao tradutor R$2 mil neste mês e R$1,1 mil no mês que vem. Ele pode tomar empréstimos ou emprestar a uma taxa de juros de 10% ao ano. Os bens consumidos por ele têm custo unitário de R$1,00 neste mês e não há inflação. a) Qual é o valor presente da dotação do tradutor? E o seu valor futuro? b) Escreva a restrição orçamentária do tradutor. Desenhe a reta orçamentária e aponte a dotação inicial, e as combinações de consumo do tradutor neste mês e no próximo. c) Suponha que o tradutor tenha uma função de utilidade 𝑈(𝑐1, 𝑐2) = 𝑐1𝑐2, onde 𝑐1 é o consumo deste mês e 𝑐2 é o consumo do mês que vem. Escreva uma expressão para a TMS do tradutor entre consumo no ano que vem e consumo este ano. d) Quantas unidades de mercadorias o tradutor consumirá em cada período? Indique no gráfico (cesta A). 3 e) Ele poupará ou tomará emprestado no primeiro período? Quanto? f) Qual seria a reta orçamentária se a taxa de juros aumentasse para 20%? Sabendo que o tradutor escolheu A com juros a 10%, em qual segmento da nova reta orçamentário ele irá consumir? Ele permanece na mesma situação (poupador ou tomador de empréstimos)? g) Qual é a escolha ótima quando a taxa de juros é 20%? h) Ele poupará ou tomará emprestado no primeiro período? Quanto? Solução a) VP = 3000, VF = 3300. Ver gráfico abaixo (linha azul). b) Restrição orçamentária: 3000 1 2 1 r C C c) TMS = -UM1/ UM 2 = -c2/c1. d) Sabemos que TMS = razão dos preços. A TMS é − 𝑐2 𝑐1 . A “razão dos preços” é − 1 1 1+𝑟 . Igualando as equações, obtemos 𝑐2 = (1 + 𝑟)𝑐1 𝑐2 = 1,1𝑐1 Agora, basta usar a restrição orçamentária como segunda equação deste sistema de equações a fim de se obter 𝑐1 = 1,5 mil; 𝑐2 = 1,65 mil. Ver gráfico abaixo. e) Emprestará ou poupará 500. f) Novo conjunto orçamentário é a linha vermelha. A porção do novo conjunto orçamentário que ficar dentro do conjunto orçamentário original não poderá ser escolhida, pois estava à disposição antes, mas não foi escolhida (argumento baseado na ideia de preferência revelada). O consumidor irá escolher na parte tracilhada da linha vermelha. g) 𝑐1 =1.458, 𝑐23; = 1.750. h) Emprestará ou poupará 541,70. 4 3. Num vilarejo isolado do interior do Mato Grosso, a principal atividade econômica é a produção de milho. Boas e más colheitas se alternam. Em 2010, a safra foi de 1.000 sacas. Em 2011, a safra será de 150 sacas. Por estar muito isolado, não existem trocas com o resto do mundo. O milho pode ser estocado de um ano para o outro, entretanto os ratos deterioram em um ano 25% do que é estocado num ano. Os habitantes da cidade possuem uma função de utilidade 𝑈(𝑐10, 𝑐11) = 𝑐10𝑐11. a) Desenhe a restrição orçamentária que indique as possibilidades de consumo do vilarejo. b) Quantas sacas de milho serão consumidas em 2010? E em 2011? c) Quantas sacas os ratos vão comer? d) Suponha agora que uma estrada tenha sido construída, ligando o vilarejo ao resto do mundo, de forma que uma tonelada de milho pode agora ser vendida a R$1,00 (não é mais comida pelos ratos!), e seja possível emprestar e tomar emprestado à taxa de 10% ao ano. Desenhe o novo conjunto orçamentário. e) Indique a cesta ótima nas novas condições. Solução 5 a) Ver gráfico abaixo. Linha vermelha. b) Sabemos que: 2 1 2 1 P P UM UM r c c r c c 1 1 1 2 1 1 1 2 Como os ratos consomem parte do que é armazenado de um ano para outro, a deterioração é como uma taxa de juros negativa: 600 1200 )25,0(1 150 000.12 11 1 1 2 1 2 1 c c r m m r c c 45075,0600 1 2 2 1 c r c c c) Chamando de R o total de alimentos comido pelos ratos, temos: 100)6001000(25,0)( 11 cmrR d) Ver linha azul no gráfico. e) Do item b, sabemos que: 2c1 = 1000 + (150/1,1) -> c1 =~ 568 sacas. Do item b, também sabemos que: c2 = c1 (1 + r) = 568*1,1 =~625 sacas. 4. Fernanda recebe 120 reais em dois períodos distintos e decide o consumo de cada um deles. Supondo uma taxa de juros de 10%, calcule a restrição orçamentária de Fernanda. O que ocorre se os juros variarem para 100%? Ilustre o resultado e aponte 6 usando a preferência revelada as cestas que Fernanda com certeza não irá consumir após a subida dos juros. Justifique. Solução A reta orçamentária de Fernanda com os juros a 10% é representada pela equação: 𝐶1 + 𝐶2 (1 + 0,1) = 120 + 120 (1 + 0,1) Quando a taxa de juros vai para 100%, o termo 1+r será igual a 2 e a restrição orçamentária assume a seguinte formula: 𝐶1 + 𝐶2 (1 + 1) = 120 + 120 (1 + 1) O resultado para as duas curvas está representado na figura abaixo: Nota-se que o consumo máximo no primeiro período caiu muito porque o ‘preço’ de praticá-lo cresceu. Conforme aumenta a taxa de juros, torna-se mais interessante consumir no segundo período porque torna-se (relativamente) mais caro consumir no primeiro período. Por isso, o consumo máximo do segundo período aumenta. Se Fernanda for emprestadora ou poupadora (consome a esquerda da dotação): Pelo princípio da preferência revelada, depois do deslocamento da reta orçamentária intertemporal, a região delimitada pela cor marrom e a parte abaixo dela nunca será 7 escolhida. Isso se dá porque a região já estava disponível quando os juros eram de 10% (reta orçamentária original) e agora a reta de juros a 100% se localiza acima da anterior. Por isso, ela irá consumir na parte verde da nova reta orçamentária (com 100% de juros). Se Fernanda for tomadora de empréstimo (consome a direita da dotação): Pelo princípio da preferência revelada, não sabemos ao certo em qual parte da restrição orçamentária ela irá consumir. Só sabemos que que ela pode mudar de situação (passar a ser emprestadora) e que se continuar como tomadora de empréstimo, seu bem-estar piora. 5. Um consumidor tem a seguinte função de utilidade: U(c1,c2) = c1c2. Não existe inflação,a taxa de juros é de 10%, e a renda anual do consumidor é de R$100.000,00 no período 1 e de R$121.000,00 no período 2. a) Escreva a restrição orçamentária do consumidor. b) Qual é o seu consumo ótimo no período 1 e no período 2? c) Ele terá de tomar emprestado para consumir no período 1? Quanto? d) Se a taxa diminuísse para 5%, o consumidor permanece na mesma situação (poupador ou tomador de empréstimos)? Solução a) Reta orçamentária c1+c2/(1+r) = m1+m2/(1+r) = 100+121/1,1 𝐶1 + 1 1,1 𝐶2 = 210 b) i. Igualamos TMS à razão dos preços; ii. A restrição orçamentária. Umg1/Umg2 = p1/p2 c2/c1 = 1/[1/(1+r)] c2/(1+r) = c1 c1+c2/(1+r) = m1+m2/(1+r) 2c1 = m1+m2/(1+r) 2c1 = 100+121/1,1 2c1 = 210 c1 = 105 mil c2/(1+r) = c1 c2 = 115,5 mil c) Sim. Ele terá de tomar um empréstimo de R$5.000. d) Sim (explicação: Preferência revelada – lógica similar à questão anterior). 8 6. Ana tem função de utilidade U(d1, d2) = d11/2 + 0,8d21/2, onde d1 é seu consumo no período 1, e d2 é seu consumo no período 2. A que taxa de juros ela escolherá consumir a mesma quantidade em ambos os períodos? a) 0,75. b) 0,13. c) 0,25. d) 0,00. e) 0,38. Solução Primeiro, calculamos a TMS: TMS = – (UM1)/ (UM2) = – (0,5. d1-1/2)/(0,8.0,5.d2-1/2) = – (0,5. d1-1/2)/(0,4.d2-1/2) Depois, igualamos a TMS à razão dos preços (como sempre!). Isto é: (0,5. d1-1/2)/(0,4.d2-1/2) = r1 1 1 Esta expressão sempre terá de ser válida para a função de utilidade dada, e para qualquer taxa de juros. Assim, o enunciado nos pergunta qual seria a taxa de juros em caso de igualdade de consumo nos dois períodos, vamos impor a condição d1 = d2 na equação anterior. Teremos: (0,5. d1-1/2)/(0,4.d1-1/2) = r1 1 1 1,25 = 1 + r r = 0,25 (resposta c) 7. Um jovem indivíduo (muito metódico e planejador) elaborou um plano orçamentário para o próximo ano. Atualmente, como estagiário, este indivíduo possui uma renda anual de R$ 15 mil. Em um ano, este indivíduo espera ser efetivado com uma renda anual de R$ 40 mil. Suponha que a taxa de juros anual é 100%. a) Escreva a restrição orçamentária desse indivíduo em valores presentes. b) Qual o consumo máximo do indivíduo em cada ano? c) Qual o custo de oportunidade de uma unidade monetária de consumo em cada período? 9 Solução Renda atual: R$ 15000 Renda em 1 ano: R$ 40000 Taxa de juros (r): 100% a) RO em valores presentes 𝐶1+𝐶2(1+𝑟)=𝑚1+𝑚2(1+𝑟) 𝐶1+𝐶22=15000+400002 𝐶1+𝐶22=$35000 b) O consumo máximo no ano atual é R$ 35000 O consumo máximo no ano seguinte é 15000(1+𝑟)+40000 15000.2+40000=𝑅$ 70000 c) O custo de oportunidade no futuro é de 1/(1+𝑟)=1/2=𝑅$0,5 O custo de oportunidade no presente é de (1+𝑟)=𝑅$2
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