Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Seção Resenhas RETC - Revista Eletrônica de Tecnologia e Cultura 20ª Edição, Abril de 2017 186 A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL: COMO CRIAR NOVOS MERCADOS E TORNAR A CONCORRÊNCIA IRRELEVANTE ADRIANA PERRONI BALLERINI Faculdade de Tecnologia de Jundiaí RESENHA KIM, W. Chan; MAUBORGNE, Renée. A Estratégia do Oceano Azul: como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante. Tradução de Afonso Celso da Cunha Serra. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2005 – 10ª Reimpressão. O best-seller “A estratégia do Oceano Azul” trata de uma importante teoria desenvolvida por Chan Kim e Renée Mauborgne, que após a análise de mais de cem empresas concluíram que não é estratégico lutar contra a concorrência para conquistar novos clientes – movimento intitulado pelos autores de oceano vermelho, mas que o diferencial para se obter lucro e sucesso seria navegar em um mar azul, onde são criados novos espaços de mercado inexplorados. No oceano azul de oportunidades, não se luta contra a concorrência para conquistar clientes, mas cria-se uma lógica estratégica diferenciada, vencendo-se os concorrentes por meio de uma nova abordagem de negócios denominada “inovação de valor”. A inovação de valor concentra-se em oferecer saltos em valor para os compradores, diferente das melhorias incrementais, que apesar de aumentarem o valor, não se sobressaem no mercado. Diante disto, que critérios uma empresa pode delinear para desenvolver suas estratégias com base no Oceano Azul? As empresas devem basear-se em uma tese fundamental disponibilizada pelos autores e que permeia toda a obra, intitulada de seis Seção Resenhas RETC - Revista Eletrônica de Tecnologia e Cultura 20ª Edição, Abril de 2017 187 princípios, divididos em princípios de formulação e princípios de execução, sendo que cada um deles é responsável por atenuar riscos organizacionais: • Princípios de formulação: i) reconstrua as fronteiras do mercado; ii) concentre-se no panorama geral; iii) vá além da demanda existente; iv) acerte a sequência estratégica; • Princípios de execução: v) supere as principais barreiras organizacionais e vi) introduza a execução na estratégia. Esses princípios são a base da estratégia do oceano azul, sendo que nos de formulação os gerentes devem identificar oportunidades interessantes, sua aplicação ao negócio e uma nova maneira de desenvolver o planejamento estratégico que vá além das melhorias incrementais. Por outro lado, devem criar uma nova demanda ao focar nos não- clientes, aumentando o mercado-alvo existente e entender a sequência estratégica do negócio ao realizar um mapa de utilidade para o comprador. Ao desenvolver os aspectos mencionados, a empresa está preparada para colocar a estratégia em ação ao utilizar os princípios de execução que fomentam a importância de superar as principais barreiras existentes na organização ao liderar no ponto de desequilíbrio, conduzindo os gerentes a concentrar-se nas influências que agirão de forma negativa à implementação da inovação como fatores políticos, barreiras culturais, limitação de recursos ou mesmo aquelas voltadas à motivação da equipe. Por fim, deve-se introduzir a execução na estratégia, a partir da teoria do processo justo, reconhecido por comprometer e motivar as pessoas pelo reconhecimento intelectual e emocional, valorizando suas ideias e habilidades, o que resultará em um novo clima organizacional propício à inovação de valor. Ao transpor todas as barreiras à inovação aplicando os princípios mencionados, a organização diminuirá a possibilidade de vivenciar os riscos de busca, de planejamento, de escala, de modelo de negócios, organizacionais e de gestão, que muitas vezes não possibilitam a empresa de alcançar os oceanos azuis, bem como obter sucesso prolongado, possível às empresas que promovem barreiras à imitação e monitoram o novo momento de inovar. Assim, a obra apresenta-se como um modelo estratégico e diferenciado de aprendizado e execução quanto à forma de inovar em valor e tornar a competição irrelevante, alcançando sucesso empresarial ao disponibilizar além de princípios norteadores para a formulação da estratégia do oceano azul, a certeza de que transformá-la em ação somente será possível por meio de uma parceria junto aos públicos de relacionamento da organização, com destaque ao interno, imprescindível ao sucesso de qualquer estratégia empresarial. Seção Resenhas RETC - Revista Eletrônica de Tecnologia e Cultura 20ª Edição, Abril de 2017 188 REFLEXÃO SOBRE A OBRA E INDICAÇÕES A leitura do livro “A estratégia do Oceano Azul” é recomendada para todos aqueles que já se deram conta ou ainda precisam ser convencidos de que a inovação é, no século XXI, um dos fatores essenciais ao sucesso empresarial. Porém, essa inovação vem permeada de aspectos de valor, diferente da melhoria contínua tão praticada pelas empresas. Daí a importância e o diferencial da abordagem do Oceano Azul, que além de apresentar aspectos fundamentais para se formular e executar estratégias em um mercado inexplorado, apresenta o caminho para torná-la sistemática e parte da cultura organizacional, mudando-se a ótica da competição para a da criação. Essa visão da inovação de valor torna-se clara quando os autores teorizam no apêndice do livro sobre a visão reconstrutivista de Joseph A. Schumpeter, baseada na argumentação de que a inovação resulta de fatores endógenos, sendo sua principal fonte o empreendedorismo criativo, em detrimento à visão estruturalista – originária do paradigma de Bain, que se baseia em estrutura-conduta-desempenho, com foco na concorrência. O que torna o livro um diferencial, além dessa nova proposta de inovação é poder vivenciar também a estratégia dos autores, por meio de vários estudos de caso disponibilizados no decorrer do livro, como o do “Cirque du Soleil”, considerado um oceano azul à medida que reinventou o circo, implementando um modelo de negócio difícil de imitar e de reconhecimento mundial, que foi além da competição ao conquistar novas oportunidades de crescimento e de lucro. O Cirque du Soleil utilizou o modelo das quatro ações apontados na obra - reduzir, eliminar, elevar e criar - aonde reconstrói-se uma nova curva de valor, que questiona a lógica estratégica e o modelo de negócios do setor ao utilizar as perguntas-chave: que atributos considerados pelo setor devem ser eliminados; criados; reduzidos e elevados em relação aos padrões setoriais. O Cirque du Soleil, que eliminou diversos atributos dos circos tradicionais como espetáculos com animais e artistas famosos; reduziu vibração e perigo; elevou o padrão do Cirque, estabelecendo um único picadeiro, bem como criou um tema novo, ambiente refinado, músicas e danças artísticas. As quatro ações devem apresentar três qualidades distintas: foco, singularidade e mensagem consistente, que servem como teste básico inicial da viabilidade comercial das ideias do oceano azul. A partir destes apontamentos, a leitura do livro torna-se imprescindível ao representar uma nova abordagem de gestão estratégica, bem distinta do modelo convencional ainda praticado de forma expressiva no universo empresarial. Seção Ensaio Fotográfico RETC - Revista Eletrônica de Tecnologia e Cultura 20ª Edição, Abril de 2017 189 APRESENTAÇÃO DA SEÇÃO ENSAIO FOTOGRÁFICO Houve um tempo em que homens e mulheres estavam mais próximos da natureza.Um tempo em que os ritmos do ambiente determinavam os ritmos das ações humanas, tempo de contato e percepção do entorno, tempo de contemplação. Porém, o modo de vida cada vez mais urbano adotado a partir da segunda metade do Século XX; o crescimento desordenado das cidades e as grandes distâncias a que este crescimento nos leva; as inúmeras exigências a que as pessoas passaram a se submeter em busca do sucesso definido com base no acúmulo de bens; o tempo visto como algo que não pode ser desperdiçado; em conjunto, levaram a humanidade a deixar de lado a observação e a mergulhar em um turbilhão crescente de informação em um tempo ditado pelo relógio. Contemplar a natureza, contudo, é uma bela oportunidade dada às pessoas durante suas vidas. Com base nesta crença a Fatec Jundiaí organizou três concursos de fotografias ambientais levando a comunidade fatecana a parar para observar. Os resultados destes concursos têm sido veiculados pelas mídias sociais e nos painéis dispostos pela Faculdade durante seus eventos, mas, nesta terceira edição do concurso fomos mais longe. A 20⁰ edição da Revista Eletrônica de Tecnologia e Cultura traz a nova Seção “Ensaio Fotográfico” que teve por objetivo publicar as fotografias finalistas do concurso. Mas a novidade não se encerra aqui, pois a seção será mantida para as próximas edições. Vamos usar mais esta forma para estabelecer comunicação com nossos leitores. Nosso convite permanece. Pare por algum tempo, perceba a natureza viva ao seu redor e acompanhe esse primeiro ensaio fotográfico da RETC pelas lentes que mais apreciar. Profs. Drs. Fernanda Alves Cangerana Pereira e Francisco Del Moral Hernandez Outono de 2017 Beatriz Pastorini Nogueira Enrico Frigeri Leila Cristina Baker Luana Daniela Picchi Vianna Thayna Caroline da Silva Daniel Vitor Motta Silveira Melissa Souza Dias Mariana Stofel Mariana Stofel Mariana Stofel
Compartilhar