Buscar

CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO - O PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE 
DO PARANÁ 
CAMPUS DE CORNÉLIO PROCÓPIO 
 
 
 
 
 
 
 
NICÉIA APARECIDA DOMINGUES DE MORAES 
 
 
 
 
 
 
CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CORNÉLIO PROCÓPIO, PARANÁ 
2008 
GOVERNO DO PARANÁ 
 
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO 
 
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO 
 
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – 
PDE 
 
 
 
 
 
 
NICÉIA APARECIDA DOMINGUES DE MORAES 
 
 
 
 
 
 
CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO 
 
 
 
 
 
 
Proposta de Ação na escola em forma 
de Caderno de Apoio Pedagógico 
apresentado à Coordenação Estadual do 
Programa de Desenvolvimento 
Educacional da Secretaria do Estado da 
Educação do Paraná, como requisito 
parcial à obtenção de título de 
Professor/PDE. 
Orientadora: Professora Ms. Silvana 
Rodrigues Quintilhano Ferreira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CORNÉLIO PROCÓPIO, PARANÁ 
2008 
 
CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO 
 
 
 
1. IDENTIFICAÇÃO 
1.1. PROFESSORA PDE: Nicéia Aparecida Domingues de Moraes 
 
1.2. ÁREA PDE: Língua Portuguesa 
 
1.3. NRE: Ibaiti 
 
1.4. PROFESSORA ORIENTADORA: Silvana Rodrigues Quintilhano 
Ferreira 
 
1.5 IES: UENP 
 
 
2. TEMA DE ESTUDO 
 Formação do leitor crítico - O Papel da Mulher na Sociedade 
 
 
3. TÍTULO 
 A Leitura Literária como Construtora do Conhecimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO_____________________________________________04 
 
UNIDADE I - Determinação do horizonte de expectativas____________06 
Música: Ela é bamba________________________________________ 06 
Filme: O sorriso de Monalisa__________________________________ 06 
Conto: I Love my husband____________________________________ 09 
Estratégias________________________________________________ 09 
 
UNIDADE II - Atendimento do horizonte de expectativas____________ 10 
Música: Mulheres de Atenas__________________________________ 10 
Música: Sexo frágil__________________________________________12 
Tela de Renoir: Mulheres amamentando_________________________13 
Conto: Amor_______________________________________________14 
Estratégias________________________________________________ 14 
 
UNIDADE III - Ruptura do horizonte de expectativas________________15 
Romance: Senhora__________________________________________15 
Estratégias________________________________________________ 16 
 
UNIDADE IV – Questionamento do horizonte de expectativas_________17 
Estratégias_________________________________________________18 
 
UNIDADE V – Ampliação do horizonte de expectativas______________ 19 
Livro: A asa esquerda do anjo__________________________________19 
Livro: Vozes do deserto_______________________________________19 
Livro: As três Marias_________________________________________ 19 
Avaliação__________________________________________________20 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS_____________________________21 
INTRODUÇÃO 
Esse Caderno Pedagógico aqui proposto tem como objetivo auxiliar o 
professor PDE na implementação do seu projeto em sala de aula no terceiro 
período do Programa de Desenvolvimento da Educação. 
Visto que os alunos do Ensino Médio encontram dificuldades em ler e 
interpretar textos literários, o trabalho visa à formação do leitor, proporcionar a 
ampliação dos horizontes, transformar a visão de mundo através da Leitura 
Literária. Embora todos os tipos textuais sejam importantes, a obra literária traz 
uma intertextualidade através dos temas, das épocas diferentes, há o diálogo entre 
obra/autor/receptor, isso demonstra o quanto ela é ativa e está sempre em 
transformação. 
O método a ser utilizado será o Recepcional, organizado por Bordini & 
Aguiar (1988), pois este atende às perspectivas das Diretrizes Curriculares de 
Língua Portuguesa e Literatura. Algumas etapas serão desenvolvidas para que o 
horizonte de expectativa do aluno, em relação à Literatura, seja ampliado. Os 
objetivos desse método, com relação ao estudante, são: de ler, compreender, 
interpretar e interferir nos textos; ser aberto a novas leituras, de acordo com o seu 
universo; analisar os textos lidos; mudar seu horizonte de expectativa e também 
dos que o rodeiam. Desse modo, sugerem cinco etapas a serem desenvolvidas: 
- Determinação do horizonte de expectativas; 
- Atendimento do horizonte de expectativas; 
- Ruptura do horizonte de expectativas; 
- Questionamento do horizonte de expectativas; 
- Ampliação do horizonte de expectativas. 
Para que o método seja eficaz e que o aluno alcance uma postura mais 
consciente quanto à Literatura, os textos selecionados devem referir-se ao 
universo do aluno, e em seguida romper com ele. Deve-se desenvolver a reflexão, 
transformando o aluno em um agente de aprendizagem, que dará continuidade ao 
processo, enriquecendo-se intelectualmente. 
Pretende-se fazer a implementação do projeto com alunos da terceira série 
do Ensino Médio, matutino, no terceiro período do Programa de Desenvolvimento 
Educacional (PDE), quando do retorno às salas de aula. O Caderno Pedagógico 
será constituído de unidades, com abordagem centrada em um tema específico, 
contendo textos de fundamentação com sugestões de atividades a serem 
trabalhadas com os alunos. Neste Caderno constarão todos os encaminhamentos, 
passo a passo, do trabalho a ser realizado a partir do Método Recepcional, Bordini 
& Aguiar (1988). 
Objetivamos desenvolver em nossos alunos o espírito crítico e a 
compreensão dos textos literários para que se tornem sujeitos atuantes na 
sociedade contemporânea. 
 O tema escolhido para a realização desse trabalho é: O papel da mulher 
na sociedade contemporânea, pois nesse momento a mulher está tentando 
conquistar seu espaço e buscando construir sua identidade. É importante fazer 
com que o jovem discuta sobre esse papel da mulher, reflita e descubra através de 
pesquisas e leituras o porquê de haver essa desigualdade entre homens e 
mulheres, pensar se sempre foi assim ou houve alguma sociedade em que não 
havia hierarquia, questionar que mesmo conquistando o seu espaço, exercendo 
funções que até pouco tempo atrás só pertencia aos homens, mas continuam 
sendo esposas, mães, educadoras dos filhos, tendo dupla jornada de trabalho. 
Pretende-se levar os alunos a ampliação dos seus horizontes, alterando a sua 
maneira de ver a mulher e conscientizando-se de que em pleno século XXI não 
deve haver mais lugar para discriminação, e que homens e mulheres são iguais em 
direitos e deveres. 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I 
 
DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS 
 
Neste primeiro capítulo, conforme ressaltam Bordini & Aguiar (1988), será 
realizada uma investigação, através do diálogo e trabalhos em classe, para 
detectar os horizontes de expectativas trazidos pelos alunos, estes estarão 
recheados de valores, crenças, preconceitos, mostrarão, nesta fase, o grau de 
interesse quanto à Literatura. 
Para atrair os alunos e motivá-los para trabalharem o tema, o professor trará 
para a sala de aula a música Ela é bamba, de Ana Carolina e também o filme O 
sorriso de Monalisa, filme dirigido por Mike Newell, Columbia Pictures. 
A partir da música e do filme pretende-se que os alunos analisem o enfoque 
dado ao papel que a mulher representa na sociedade hoje. 
 
Ela é Bamba 
Ana Carolina 
Composição: Totonho Villeroy 
Ela é bamba! 
Ela é bamba! 
Ela é bambá! 
Ela é bamba! 
Ela é bamba! 
Ela é bambá!... 
Ela é bamba! 
mulher universal 
quatro filhos pequenos 
Prá criar 
Passa o dia no trampo 
Pau e pau 
Ainda arranja um tempinho 
Prá sambar... 
Quando cai na avenida 
Ela é demais 
Todo mundo de olho 
Ela nem aí 
Fantasia bonita 
Ela mesmo faz 
Manda todas 
Não erra a mira... 
Mãe, passista, atleta 
Manicure, diplomata 
Dona da boutique 
Enfermeira, acrobata... 
(Bailábailá) 
Bamba! 
Ela é bamba! 
Ela é bamba 
Ela é bambá! 
(Balábalá) 
Bamba! 
(Bailábailá)...Ela é bamba 
Essa índia da central 
Vai no ombro 
Um cestinho com neném 
Oito quilos de roupa no varal 
Ainda vende cocada nesse trem 
Toda sexta 
Ela fica mais feliz 
Vai dançar numa boate do Jaú 
Faz um jeito 
E já pensa que é atriz 
Cada dia inventa um nome... 
Flor Rosalva Emilia 
Terezinha e Marina 
Ana, Rita, Joana 
Iracema e Carolina... 
Ela é bamba! 
Ela é bamba! 
Ela é bamba! 
Ela é bamba! 
Ela é bamba! 
Ela é bamba!...(2x) 
Dora, Isaura, Emília 
Terezinha e Marina 
Ana, Rita, Joana 
Iracema e Carolina 
Laura, Lígia, Luma 
Lucineide, Luciana 
Quer seu nome escrito 
Numa letra bem bacana... 
Ela é bala 
A mestiça é todo gás 
Cada braço é uma viga do país 
Abre o olho com ela meu rapaz 
Ela é quase tudo que se diz... 
Quando compra uma briga 
Ela é demais 
Vai no groove 
E não deixa desandar 
Ela é pop, ela é rap 
Ela é blues e jazz 
E no samba é primeira linha... 
"Vamo lá": 
Laura, Ligia, Luma 
Lucineide, Luciana) 
Ela é bamba! 
Ela é bamba! 
Ela é bambá! 
Ela é bamba! 
Ela é bamba! 
Ela é bambá!...(2x) 
 
 Disponível em: http://letras.terra.com.br/ana-carolina/44122/ Acesso 
em 21/10/08. 
 
Após ouvir a música e assistir ao filme, serão feitos comentários 
comparativos a partir dos assuntos evidenciados nos mesmos: 
a) MÚSICA: mulher, trabalho, bamba, sustentação, verossimilhança, 
valores. 
b) FILME: sociedade dos anos 50, submissão, mentalidade liberal, 
machismo, crenças, papel da mulher na educação. 
- Propor aos alunos um GVGO (grupo de verbalização, grupo de 
observação) para discutirem o nível de abordagem sobre o tema, na música Ela é 
bamba e no filme O sorriso de Monalisa. Através dessa tarefa, será possível a 
identificação da intencionalidade dos produtores em relação ao papel ocupado 
pelas mulheres em contextos sociais diferenciados. A música mostra a mulher 
trabalhando fora, mas também com a responsabilidade dentro de casa, sendo vista 
de forma discriminada. O filme mostra a problemática do papel da mulher na 
sociedade, sua submissão em relação com o homem, a relevância na sustentação 
da sociedade, ao mesmo tempo em que não lhe é conferido poder algum. Nesse 
sentido, os alunos perceberão que nos dois contextos a mulher ainda não assumiu 
uma identidade, pois é marginalizada. 
 Após essa atividade, o professor deverá pedir aos alunos que selecionem 
reportagens, notícias, atualidades que envolvam o tema MULHER e, em sala de 
aula, organizem um painel com o material trazido pelos mesmos. Em seguida será 
feita a leitura do conto I love my husband, de Nélida Piñon, para discutir a 
problemática da submissão feminina, relacionando passado e presente. 
Pretende-se que, a partir dessas atividades, os alunos estejam motivados 
e/ou interessados a discutir sobre o tema MULHER. 
UNIDADE II 
 
 
ATENDIMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS 
 
Após as atividades relativas ao perfil da mulher, e tendo despertado nos 
alunos o interesse pelo assunto, a segunda etapa do método iniciará com textos de 
músicas um pouco mais exigentes, pois segundo as autoras Bordini & Aguiar, 
(1988), uma vez detectadas as aspirações, valores e familiaridades dos alunos 
com respeito à Literatura, após essa sondagem, a segunda etapa consiste no 
atendimento do horizonte de expectativas - etapa em que serão levados para a 
classe textos literários que os alunos apreciem, e as estratégias deverão ser 
trabalhadas na forma que eles conheçam e não tenham dificuldades. Para que isso 
ocorra, foram escolhidas duas músicas: Mulheres de Atenas de Chico Buarque e 
Sexo Frágil de Erasmo Carlos. 
 
Mulheres de Atenas 
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas 
Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas 
Quando amadas, se perfumam 
Se banham com leite, se arrumam 
Suas melenas 
Quando fustigadas não choram, 
Se ajoelham, pedem, imploram 
Mais duras penas 
Cadenas 
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas 
Sofrem pros seus maridos, poder e força de Atenas 
Quando eles embarcam, soldados 
Elas tecem longos bordados 
Mil quarentenas 
E quando eles voltam, sedentos 
Querem arrancar, violento 
Carícias plenas, obscenas 
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas 
Despem-se pros maridos, bravos guerreiros de Atenas 
Quando eles se entopem de vinho 
Costumam buscar o carinho 
De outras falenas 
Mas no fim da noite, aos pedaços 
Quase sempre voltam pros braços 
De suas pequenas 
Helenas 
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas 
Geram pros seus maridos os novos filhos de Atenas 
Elas não têm gosto ou vontade, 
Nem defeito, nem qualidade, 
Têm medo apenas, 
Não têm sonho, só têm presságios 
Pro seu homem apenas, 
Seu homem, mares, naufrágios, 
Lindas sirenas, morenas 
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas 
Temem por seus maridos, heróis e amantes de Atenas 
As jovens viúvas marcadas e as gestantes abandonadas 
Não fazem cenas, vestem-se de negro 
Se encolhem, se conformam e se recolhem 
 
 
Fazem-se suas novenas, serenas 
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas 
Secam-se por seus maridos 
Orgulho e raça de Atenas. 
 
(Chico Buarque de Holanda e Augusto Boal, 1976). Letra extraída do livro: Redação 
para o 2º grau, Ernani & Nicola, Pensando, Lendo e Escrevendo, editora scipione. 
Página 35. 
 SEXO FRÁGIL 
 
Dizem que a mulher é o sexo frágil, 
Mas que mentira absurda. 
Eu que faço parte da rotina de uma delas 
Sei que a força está com elas. 
 
Vejam como é forte a que eu conheço, 
Sua sapiência não tem preço. 
Satisfaz meu ego, se fingindo submissa 
Mas no fundo me enfeitiça. 
 
Quando eu chego em casa à noitinha 
Quero uma mulher só minha 
Mas quem deu luz não tem mais jeito 
Porque um filho quer seu peito 
O outro já reclama a sua mão 
E o outro quer o amor que ela tiver 
Quatro homens dependentes e carentes 
Da força da mulher. 
 
Mulher, mulher 
Do barro em que você foi gerada 
Me veio inspiração 
Pra decantar você nesta canção 
 
Mulher, mulher 
Na escola em que você foi ensinada, 
Jamais tirei um dez 
Sou forte, mas não chego aos seus pés. 
 
(Erasmo Carlos) Disponível em http://vagalume.uol.com.br/erasmo-
carlos/mulher-sexo-fragil.html Acesso em 22/10/08. 
Após ouvirem e refletirem sobre as músicas, será apresentada a imagem 
da tela Mulheres amamentando de Renoir: 
 
 
upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/... 
 
Em seguida será proposta aos alunos uma discussão em grande grupo 
sobre os seguintes tópicos: 
- O papel da mulher no passado; 
- Que tipos de mulheres são focalizados nas músicas e na tela; 
- Discutir sobre o trabalho doméstico ser considerado obrigação do sexo 
feminino, e certas profissões serem exercidas somente pelas mulheres. 
- Estabelecer comparações e diferenças entre as mulheres representadas 
nas músicas e na tela. 
Feita a discussão, os alunos poderão fazer a produção escrita de uma ficha 
sobre a rotina de uma mulher da família (mãe, avó, irmã...), relatar o trabalho 
realizado no espaço doméstico e fora dele. Os resultados serão apresentados em 
painéis, com cartazes, recortes de jornais, revistas, fotos e outros recursos. Esse 
trabalho será exposto oralmente através de uma assembléia em que serão 
divididos em pequenos grupos, em que cada grupo discutirá um ponto com relação 
ao tema mulher, se forem seis grupos, três abordarão a mulher no passado, e três, 
a mulher no presente: situação da mulher no trabalho, na sociedade, em casa, 
visão da igreja, preconceito. 
Dessa atividade surgirão aspectos conflitantes sobre o tema, pois os alunos 
se depararam com a figura feminina e o seu real papel na sociedade, percebendo 
conseqüentemente que o preconceito ainda existe em muitos aspectos sociais. De 
posse dos resultados obtidos, o professor desafiará os seus alunos a uma ruptura 
em relação à leitura, proporcionando-lhes uma obra mais exigente e complexa 
tanto no nível de linguagem e estilo quantoao tipo de contexto histórico. No 
entanto, em sala de aula, o professor organizará uma roda de leitura e fará com os 
alunos a leitura do conto Amor, de Clarice Lispector – é aconselhável que se divida 
em capítulos, devido a extensão do conto. Amor traz a história de uma mulher 
chamada Ana, dona de casa, como qualquer outra, e que um dia sai para fazer 
compras e cumprir com suas obrigações domésticas, e algo inusitado acontece, 
fazendo com que ela não seja mais a mesma a partir desse fato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE III 
 
 
RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS 
 
Neste capítulo, de acordo com a metodologia das autoras Bordini & Aguiar, 
(1988), os textos a serem trabalhados, bem como as atividades a serem propostas, 
deverão abalar as certezas dos alunos, apresentando maiores exigências, porém 
devem assemelhar-se no tema, tratamento, estrutura ou linguagem; tendo em vista 
que nessa proposta de trabalho optamos pela semelhança temática. O aluno 
deverá perceber que está adentrando um campo ainda desconhecido, pois o 
mesmo tema passa a ser abordado de maneira mais complexa. Foi escolhida a 
obra Senhora, de José de Alencar. Este romance apresenta a história de Aurélia 
Camargo, mulher pobre que se apaixona por Seixas, este a deixa por outra mulher 
com melhores condições financeiras. Aurélia, depois de algum tempo, já órfã de 
mãe e pai, recebe uma grande herança do avô, passando a ser mulher de 
destaque na sociedade carioca. Ela manda oferecer um dote a Fernando, e casa-
se com ele, mas deixa claro que o comprou. Durante meses, vivem uma relação 
cheia de ironias e ofensas. Ele trabalha e consegue devolver o dinheiro do dote em 
troca da separação, ela é vencida pelo amor e ficam juntos 
No livro escolhido, os alunos deverão focar na personagem Aurélia, sua 
personalidade, suas atitudes, farão a análise comportamental das mulheres do 
século XIX. 
O professor poderá introduzir a estética literária a qual pertence o livro, 
Romantismo, analisando o contexto histórico, social e político. Os alunos 
verificarão, através desse estudo, como as mulheres eram vistas nesse contexto 
social. 
Um prazo será dado para que todos os alunos possam ler o livro. Terminado 
o prazo para a leitura e compreensão da obra de José de Alencar, o professor 
pedirá para que os alunos produzam uma caricatura de Ana, protagonista do conto 
Amor e uma de Aurélia, protagonista do romance Senhora. 
 
Após a apresentação das caricaturas, os alunos serão divididos em grupos 
e convidados a mostrar a trajetória feminina, expondo a discriminação sofrida pelas 
mulheres na sociedade, as conquistas feitas por elas. Um grupo montará uma peça 
com a história de Ana, outro, com a personagem Aurélia, e outro com a mulher 
(não tem nome) do conto I Love my husband. 
Cada grupo representará essas personagens, com todas as características 
presentes nas obras, trajados de acordo com a época, mostrará as semelhanças e 
diferenças entre as realidades vividas pelas mulheres das obras literárias: 
a) A relação de desigualdade social entre homens e mulheres. 
b) A postura de Aurélia quanto ao casamento. 
c) Os estereótipos masculinos que aparecem. 
d) As atitudes das personagens em relação aos homens de suas vidas. 
e) A epifania que se revela na personagem Ana e os conflitos psicológicos 
que ela carrega. 
f) A superficialidade da personagem do conto de Nélida Piñon, a essência 
versus aparência. 
g) A visão de mundo do narrador de cada obra. 
h) O contexto sócio-político-econômico dos séculos XIX ao XXI. 
i) Pesquisar sobre as lutas feministas que promoveram a emancipação 
feminina. 
 Ao final dessa etapa, os alunos deverão ser capazes de retomar as 
diferenças e semelhanças fundamentais das personagens, trazê-las para a vida 
real e compará-las com mulheres atuais, observando quais problemas elas 
enfrentam hoje. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE IV 
 
QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS 
 
A próxima etapa a ser desenvolvida com os alunos é, conforme citam 
Bordini & Aguiar (1988), de questionamento do material literário trabalhado. Quais 
textos exigiram um nível mais alto de reflexão, farão análise e comparações das 
leituras realizadas, através disso detectarão as dificuldades que ainda existirem, e 
perceberão que o conhecimento e a experiência que tinham ajudaram na 
compreensão dos textos vistos. 
O professor pedirá que os alunos montem uma pesquisa – com questionário 
semi-estruturado - nos bairros da cidade para detectar qual o grau de preconceito 
existente em relação à mulher, buscará dados estatísticos junto à polícia militar 
sobre ocorrências de violência sofrida por mulheres, o machismo, presente nos 
jornais locais e toda forma de exclusão no mercado de trabalho, inclusive com 
depoimento de mulheres. 
Os alunos se organizarão em equipes e sairão a campo. 
Feita a pesquisa, os resultados serão analisados pelas equipes e 
comparados com os estudos realizados no decorrer do trabalho e demonstrados 
através de relatórios e exposição desses à comunidade escolar. Em seguida, os 
dados serão confrontados, os alunos se reunirão em um grande grupo e será 
proposto a eles montarem uma amostra sobre o papel da mulher na sociedade do 
século XIX, XX e contemporânea. 
Os trabalhos serão distribuídos de acordo com as habilidades de cada 
aluno. 
- Os alunos com facilidade em desenhos ficarão com a parte artística: 
desenhos, caricaturas, histórias em quadrinhos sobre a condição das mulheres do 
passado e de hoje. 
- Os que tiverem aptidão para redigir, elaborarão uma Declaração dos 
Direitos Femininos, contendo as idéias fundamentais para que não exista mais 
discriminação com o sexo feminino. Outros farão paródias, poemas enfocando o 
tema estudado para serem declamados 
- Os alunos que tiverem facilidade em expor opiniões, defenderão a posição 
da mulher hoje, e os textos escritos serão apresentados pelos alunos com 
desenvoltura em retórica na amostra. 
- Capacidade de análise, levantarão as características básicas para a 
mulher ideal. 
- Criatividade e dinamismo, farão sugestões de como a mulher poderá 
conquistar plenamente a sua identidade. 
- Senso de justiça, discutirão em que os homens precisam mudar para haver 
igualdade e respeito às diferenças, e o que as mulheres podem fazer para garantir 
essa igualdade de direitos e esse respeito às diferenças. 
- Habilidade em comunicação e integração, os alunos apresentarão para a 
escola, em local a ser definido, através de uma amostra literária, o resultado obtido 
com esse estudo. 
Após esse trabalho, serão discutidos os pontos encontrados nas pesquisas, 
e o que a sociedade pode fazer para contribuir com a diminuição do preconceito e 
da discriminação ainda, mesmo que veladamente, sofrida pelas mulheres. Será 
organizado um folder ilustrativo e distribuído para toda comunidade escolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE V 
 
 
 
AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS 
 
 
Nesta última etapa, conforme afirmam Bordini & Aguiar (1988), os alunos 
perceberão que os textos literários não são apenas tarefas da vida escolar, mas 
estarão conscientes das aquisições feitas e das alterações vividas por meio da 
experiência com a Literatura, assim sendo, eles buscarão outras leituras, isso 
ampliará ainda mais os seus horizontes. A partir dessa etapa, o processo se 
reinicia com uma nova aplicação do método. 
O professor poderá sugerir ainda a leitura de outras obras sobre o tema: 
 
 
1- LUFT, Lia. A asa esquerda do anjo. Gisela conta a história de sua família, 
seus segredos, é criada em uma rígida família alemã, comandada por sua avó. 
Dividida entre a obrigação de seguir as duras normas da educação e a vontade de 
ser como as outras crianças, a menina cresce censurada pelo olhar crítico da avó e 
sofre por ser a imagem da exclusão e pelo autoritarismo da matriarca da família e 
depois de adulta refaz sua trajetóriaem busca de sua identidade. 
 
 
2- PIÑON, Nélida. Vozes do deserto. Este romance revela a mulher que está 
por trás da visão mítica da famosa contadora de história da literatura oriental, 
Scherezade. Ela se comunica com o Califa com a sua habilidade de contar 
histórias. Almeja envolvê-lo em uma teia de palavras, para que não mate mais 
nenhuma mulher. 
 
 
3- QUEIROZ, Rachel. As três Marias. O romance é em primeira pessoa, Guta, a 
protagonista do enredo, é quem conta a história. Ela vai para um internato aos 
doze anos, faz amizade com mais duas meninas, Maria José e Maria da Glória, e 
ficam conhecidas como As três Marias. Juntas, ajudavam as outras colegas em 
seus problemas. Quando adultas, cada uma segue seu caminho, mas a amizade 
prevalece. Glória logo se casa; Maria José torna-se professora; e Guta volta para o 
interior, mas não se acostuma. Retornando à Fortaleza, mora com Maria José, 
conhece Raul, depois Aluísio, e, nas férias no Rio, conhece Isac. No final das 
férias, volta para a casa de seus pais e pensa estar grávida. 
 
 
AVALIAÇÃO 
 
A aplicação desse método obterá sucesso e eficácia desde que nossos 
estudantes sintam-se motivados a ir além, ultrapassem o seu horizonte de 
expectativas ao encontro de novas leituras, as quais contribuirão para que a visão 
de mundo do aluno possa ser ampliada. Também deverão estar aptos para 
analisar os textos literários lendo nas entrelinhas, comparando-os com o mundo 
real e questionando as situações vividas pelos personagens com senso crítico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
AGUIAR, V.T. de; B., M. da G. Literatura: a formação do leitor – alternativas 
metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988. 
 
ALENCAR, J. de; Senhora. Série Bom Livro. São Paulo: Ática, 27ª ,1997. 
 
BOSI, A. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 41ª , 1997. 
 
CAMPAGNOLI, A. de F. P. F.; COSTA, A. C.; FIGUEIREDO, A. M.de S.; KOVALESKI, 
N. V. J. A mulher, seu espaço e sua missão na sociedade. Análise crítica das 
diferenças entre sexos. Disponível em 
http://www.uepg.br/emancipacao/pdfs/Emancipa%E7%E3o%203.pdf#page=127 . 
Acesso em 13/11/2008. 
 
FERNANDES, M. M. O papel da mulher na sociedade brasileira. Disponível em: 
www.monteirolobato.com.br/material/palestra_miriam.doc. Acesso em 16/11/2008. 
 
 
IGNÁCIO, R. A mulher na sociedade: entre sempre e jamais. Revista Mundo 
Jovem, p.11, mar 2008. 
 
LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. Educação em ação. 
5ª São Paulo: Ática, 2002. 
 
LUFT, L. A asa esquerda do anjo, 11ª, São Paulo: Record, 2003. 
 
MACEDO, J. R.; OLIVEIRA, M. W. Brasil – Uma história em construção. p. 124 
a 128, 272 a 280, cap. 14, Guarulhos: Ed. do Brasil S/A. 1996. 
 
MARTINS, A. A.; BRANDÃO, H. M. B.; MACHADO M.Z.V. Escolarização da 
leitura literária. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. 
 
MARTINS, M. H. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2006. 
 
MATTOS, M. L.B. Caminhos de emancipação da mulher. Revista mundo Jovem, 
p. 8, mar 2006. 
 
MELO, C. Leitura literária na escola e valores. Inovar a tradição. in Puertas a la 
lectura, n° 3, novembro de 2000, Cáceres, Universidade de Extremadura. 
 
MORICONI, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. p. 212- 451, Rio 
de Janeiro:Objetiva, 2001. 
 
MÚSICA, Sexo frágil, (Erasmo Carlos). Disponível em 
http://vagalume.uol.com.br/erasmo-carlos/mulher-sexo-fragil.html. Acesso em 
22/10/08. 
 
MÚSICA, Ela é bamba. (Ana Carolina). Disponível em: 
http://letras.terra.com.br/ana-carolina/44122/ Acesso em 21/10/08. 
 
OLIVEIRA, R. S. de. Mulher e homem, as diferenças que impedem a igualdade. 
Revista Mundo Jovem, p. 3, mai. 2006. 
 
O SORRISO de Monalisa. EUA: Colúmbia Pictures. Direção de Mike Newell, 
125min. 2003. 
 
PARANÁ, Secretaria do Estado da Educação. Superintendência da Educação. 
Livro Didático Público de História do Estado. p. 88 a 92, 272 a 280. Vários 
autores. Curitiba. 2006. 
 
PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Superintendência da Educação. 
Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa. Curitiba, 2008. Disponível em: 
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/livro_e_diretrize
s/diretrizes/diretrizeslinguaportuguesa72008.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2008. 
 
PIÑON, N. Vozes do deserto. São Paulo: Record, 2004. 
 
QUEIROZ, R. As três Marias. São Paulo: José Olímpio, 1956. 
 
RENOIR, Mulheres amamentando, Disponível em : uplo 
ad.wikimedia.org/Wikipédia/commons/thumb/... Acesso em: 24/11/2008. 
 
REVISTA ÉPOCA. Mulheres. São Paulo: n° 95, Globo, mar. 2000. Edição 
especial. 
 
REVISTA VEJA. Mulher. São Paulo: n° 2062, Abril, mai. 2008. Edição especial. 
 
TAMARINI, M. Cosmologia e o mundo das deusas. As raízes da desigualdade. 
In apostila I Grupo de Estudos de Sexualidade, Secretaria de Estado da Educação. 
Superintendência da Educação. Departamento da Diversidade. Coordenação de 
Desafios Educacionais Contemporâneos. Curitiba, 2008. 
 
TERRA, E. NICOLA, J. Redação para o 2° grau. São Paulo: Scipione, p.35, 1996. 
 
ZILBERMAN, R. Estética da Recepção e História da Literatura. Série 
Fundamentos 41. São Paulo: Ática, 1989.

Mais conteúdos dessa disciplina