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Direito Administrativo I - Aula 4

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Direito Administrativo
Aula 4 – 31/08/2020
Estrutura da Administração Pública (direta)
DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967
Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
 II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
a) Autarquias;
b) Emprêsas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) fundações públicas.  
Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade.    (Renumerado pela Lei nº 7.596, de 1987)
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
II - Emprêsa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Govêrno seja levado a exercer por fôrça de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.  
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.             (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.             (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade fôr submetida a regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá apenas à União, em caráter permanente.
§ 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Administração Indireta existentes nas categorias constantes dêste artigo.
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações.   
Verde: personalidade jurídica de direito público
Azul: personalidade jurídica de direito privado
Vermelho: Fundação pública- ora se apresenta com personalidade jurídica de direito público ora de direito privado.
Artigo 37 da CF.
Empresas estatais: Empresas públicas, sociedades de economia mista controladas e subsidiárias
Diferenças entre as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado:
Regime de Contratação Pessoal: Regime Cargo Público (Estatutário) X Regime Emprego Público (celetista)
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
    § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
        I -  em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
        II -  mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
        III -  mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
    § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
    § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
    § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
Detentor de cargo público: Estabilidade – Termo de posse – Competência judicial (justiça comum {vara de fazenda pública, se não tiver, outra com competência fazendária para servidor estadual ou municipal e justiça federal para o servidor federal}) – Não possui dissídio, tampouco negociação coletiva de trabalho – Tem direito a greve
Detentor de emprego público: FGTS – CTPS – CLT (justiça do trabalho) – Possui – Tem direito a greve
Artigo 37 da CF e lei 7783/89 para ler sobre greve. Mandados de injunção 670, 708 e 712.
Órgão público: 
Classificação dos órgãos
Em relação à estrutura hierárquica: independente, autônomo, superior ou subalterno.
Professor
Administração pública
O 1° setor do Estado Gerencial Brasileiro é constituído pela própria máquina administrativa conhecida como “Administração Pública”, que se subdivide em administração direta e indireta.
A administração direta é composta pelos entes da federação, ou seja, pela União, pelos estados-membros, pelo Distrito Federal e pelos municípios. Todos os entes federativos são pessoas jurídicas com personalidade jurídica de direito público. Sua organização interna se dá por meio da criação de órgãos públicos.
 A administração indireta é formada por autarquias, fundações públicas e empresas estatais (empresas públicas, sociedades de economia mista, controladas e subsidiárias). Diferentemente do que acontece com a administração direta, não é possível classificar num mesmo grupo todas as pessoas da administração indireta com a mesma personalidade jurídica. As autarquias, por exemplo, possuem personalidade jurídica de direito público, enquanto que as estatais possuem personalidade jurídica de direito privado. Acrescente-se que em relação às fundações públicas, estas poderão ter personalidade jurídica de direito público, como também com personalidade jurídica de direito privado, tudo dependendo da vontade política do ente da federação que a instituir. Para ilustrar o tema podemos colacionar o artigo 39, caput, da CF que coloca a fundação pública ao lado das autarquias e da administração direta. Já no artigo 37, XIX, a fundação pública aparece ao lado de empresas públicas e sociedades de economia mista.
Regime de Contratação de Pessoal na Administração Pública
O primeiro setor do Estado Gerencial Brasileiro admite dois regimes para contratação de agentes públicos. As pessoas jurídicas de direito público possuem regime próprio, definido por lei própria, conhecido como cargo público (estatutário). Já as pessoas jurídicas de direito privado possuem o mesmo regime de pessoal da iniciativa privada, ou seja, regulado pela CLT. Este regime é conhecido como regime do emprego público. 
Após o advento da CF/88, o ingresso na administração pública tanto para cargo quanto para emprego público depende da prévia habilitação em concurso público de provas, ou de provas e títulos. No mais, tratam-se de regimes bem distintos. Enquanto o regime do cargo público tem como características a estabilidade, a assinatura do termo de posse, a competência da justiça comum para dirimir conflitos entre trabalhadores e a administração, além da impossibilidade de negociação coletiva ou dissídio, o regime do emprego público tem como características a existência do fundo de garantia, a assinatura de CTPS, a competência da justiça do trabalho para dirimir conflitos entre a administração pública e seus funcionários, além da possibilidade de negociação e dissídio coletivo. 
É bom observar, em relação ao direito de greve, que este é garantido pela CF desde que o tema tenha regulamentação. O empregado públicousufrui de seu direito de greve nos termos da lei 7783/89. Apesar de não existir lei específica para o detentor de cargo efetivo, o STF quando do julgamento dos mandados de injunção 670, 708 e 712 determinou a aplicação da lei 7783/89 também ao detentor de cargo efetivo até que sobrevenha lei específica sobre o tema.
Órgão Público
Os poderes da república subdivididos em órgãos públicos formam a administração direta dos entes federados. A criação de órgãos públicos acontece por meio de um processo chamado de desconcentração. Não podemos confundir com o instituto da descentralização posto que esta implica na criação de nova pessoa jurídica. 
O artigo 1°, parágrafo 2°, I da lei 9784/99 define órgão público como unidade de atuação, sendo certo que este acontece por meio de lei (artigo 48, XI da CF/88).
Classificação dos órgãos: 
Quanto a hierarquia: Os órgãos podem ser independentes (topo da pirâmide), autônomos (certa liberdade administrativa e financeira, porém atrelado a um órgão independente), superior (certa liberdade administrativa, porém sem liberdade financeira e ligado ao órgão autônomo) e subalterno (base da pirâmide, sem liberdade administrativa nem financeira). 
Quanto a composição: Os órgãos podem ser simples (não possuem outros órgãos em sua estrutura) e compostos (e se subdividem em outros órgãos de menor poder de decisão).
Quanto ao poder de decisão: Os órgãos podem ser singulares (poder de decisão é da competência de um único agente público) e colegiado (o poder de decisão é entregue a um grupo de agentes).
Observação: Existem certos órgãos públicos que possuem capacidade de estarem em juízo em razão da personalidade judiciária. É o caso da procuradoria do Estado que mesmo sendo um órgão público pertencente ao Estado membro recebeu atribuição constitucional para ser o próprio Estado em juízo. Trata-se da aplicação da teoria da imputação ou presentação.
Observação 2: Em algumas situações excepcionalíssimas é possível se admitir que um órgão público ingresse em juízo contra outro órgão público pertencente à mesma pessoa desde que relacionados a poderes diferentes da república. A título de exemplo, certa vez a ALERJ ingressou com demanda judicial perante o poder judiciário fluminense em face da governadoria do estado do RJ, sob o fundamento do não cumprimento de repasse orçamentário obrigatório.

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