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A TELEVISÃO COMO DOCUMENTO


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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CENTRO DE HUMANIDADES
CURSO DE HISTÓRIA
Francisco Thiago Cavalcante Carvalho 
RESENHA DO TEXTO A TELEVISÃO COMO DOCUMENTO.
FORTALEZA
2020
O texto nos traz uma abordagem sobre o uso do documento televisivo, nos mostrando alguns gêneros que aparentam ser mais relevantes e mais intrigantes, como os telejornais, a teledramaturgia, os telefilmes e os seriados, mesmo que outros possam ser usados para a análise.
	A TV brasileira tem uma longa tradição de qualidade na teledramaturgia, se fosse escolhido materiais produzidos em épocas remotas ou no presente, porém se fosse escolhido trabalhar com documentos há muitos anos, como o exemplo dos anos 60 ou 70, haveria grandes dificuldades, ainda não temos um arquivo público de grande amplitude, temos alguns arquivos como o da TV cultura de São Paulo, sendo dele o mais acessível, o da TV globo, que é vedado ao público e o da TV record.
	O professor deve antes de tudo ter uma prévia preparação em relação aos aspectos teórico-metodológicos, e deve ter uma distinção delimitada entre indústria cinematográfica, que é algo que será explorada e difundida por vários anos e a indústria televisiva, que tem a tendência de produzir programas que são consumidos no instante de sua difusão.
	Ao buscar tentar tratar os programas de TV como documento histórico, esbarra-se em dificuldades, principalmente pelo fato de que mesmo os programas que marcaram época, encontra-se dificuldades para encontra-los em bom estado, diferentemente dos filmes, por exemplo, que se torna mais acessível, sendo capaz de encontrar filmes de época em bom estado de conservação.
	Foi nos anos 50 que houve um interesse em relação a televisão de forma teórica, surgindo uma tendência acadêmica ligada ao campo da comunicação e da semiótica, torna-se necessário para o professor desenvolver um programa de informação bibliográfica e tentar refazer o percurso dos principais teóricos, se faz necessário para que o mesmo não se perca nas propostas e nas discussões que surgem durante a atividade, mesmo que ele não vá apresenta-lo em sala de aula. Um importante teórico que pode ser usado é Marshall Mcluhan, para ele o meio era o elemento constituinte da mensagem e não seria possível separar os dois e os novos meios de comunicação, como a televisão, constituem a nova oralidade, substituindo a cultura do livro, onde nessa cultura da nova oralidade os receptores passaram a integrar-se no momento de discussão da mensagem, gerando uma cadeia de discussão conjunta com uma troca e reelaboração das informações veiculadas pelos meios mecânicos e eletrônicos. 
	Humberto Eco foi outro teórico porém, menos otimista, e cruzou a abordagem sociológica com a semiótica, para ele devemos levar em conta três elementos na analise da TV, que são as intenções dos remetentes e das mensagens, as estruturas comunicacionais, que seria o meio e o código da mensagem e as reações do receptor, a situação sócio histórica do público e os repertórios culturais para a decodificação da mensagem. O autor conclui que a percepção do mundo, por via da imagem televisual, há uma tendência à hipertrofia.
	Um outro polo foi acrescentado, que foi a tradição sociológica da escola de Frankfurt, que partia do conceito de indústria cultural de Theodor Adorno, que trazia uma análise dos meios de comunicação e as mercadorias culturais, apontando para uma decadência cultural, que seria uma reflexão e um produtos do capitalismo monopolista ocidental.
	Michel De Certau já nos traz uma visão mais otimista, buscando resgatar o papel ativo que os grupos sociais tem na decodificação e ao utilizar as mídias, porém não recusa o caráter de consumo embutido nessas relações existentes. Para o autor o fenômeno televisivo está dentro do campo pouco conhecido das ciências sociais. 
	Rener Berger, traz três pressupostos que pensam as transformações históricas a partir do advento da televisão, que são a gênese de um novo imaginário do qual acabamos por participar de forma inconsciente, a transformação das maquinas em agentes desse imaginário junto com os seres humanos e a palavra deixa de vir apenas dos letrados, nos trazendo ambiguidades e tensões político-culturais.
	Os dois autores Casetti e Odin, nos trazem uma divisão sobre a televisão em paleo e neotelevisão, onde no paleotelevisão temos, uma instituição que funcionam à base de um contrato de comunicação, embasado em um projeto de educação cultural e popular, que alguém que detém o saber repassa esse saber para o público que deseja obtê-lo e a neotelevisão tem sua programação direcionada pela interatividade, não se constituindo em algo pedagógico comunicacional.
	Faz necessário elaborar um planejamento geral, pois o professor necessita de um planejamento mínimo, para situar-se de onde ele deve começar e onde deve chegar, a sugestão para análise de um telejornal e adaptada para outros gêneros, podem ser feitas através de quatro pressupostos, primeiro pela assistência, segundo pela análise semântica, terceiro pela critica ideológica e em quarto pela síntese das fases anteriores. 
	Assim pode-se catalisar a dinâmica histórica do tempo presente onde todos estão envolvidos, as formas que os eventos são mostrados no jornal, podem revelar artimanhas ideológicas, temos problemas para delimitar se a mídia apenas circula um evento ou se a mesma articula a experiência social do mesmo.
	Pode-se concluir que a televisão seduz, projeta fantasias e sonhos, apenas pela distração, mesmo que seja algo manipulado e servindo de ferramenta para os interesses dos sistemas, pode-se concluir que o ensino escolar critico poderia se contrapor e vencê-los. Trabalhar criticamente este novo documento, apresenta melhor resultado do que apenas render-se as críticas negativas sobre o mesmo.

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