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2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 18 FISIOLOGIA II AULA 6 – SISTEMA DIGESTÓRIO Fisiologia dos Cólons INTRODUÇÃO Após a absorção de nutrientes, água e eletrólitos pela borda em escova no intestino delgado, há a preparação da massa fecal que é feita nos cólons, preparando o conteúdo para a excreção. Substâncias que não foram absorvidas, como celulose, fibras e produtos do metabolismo (como a bilirrubina) serão eliminadas do organismo através das fezes. FUNÇÕES DOS CÓLONS • Armazenamento de material fecal, até que possa ser expelido. • Absorção de água e de eletrólitos, para conservação do equilíbrio hídrico com a absorção de água e eletrólitos (principalmente de sódio). • Secreção de muco para lubrificação do bolo fecal e coesão das fezes. • Excreção das fezes. • Funções indiretas, como papel da flora bacteriana intestinal e síntese de cofatores metabólicos. FISIOLOGIA DA TRANSIÇÃO ILEOCECAL A válvula ileocecal controla a admissão de conteúdo ileal, já que existe uma diferença volumétrica entre a luz do ceco e a quantidade de líquido que vai O jejuno e o íleo são regiões estéreis, pois não possuem bactérias, diferentemente do ceco. Caso haja uma passagem de bactérias do cólon para o intestino delgado, essas bactérias podem colonizar o local e causar atapetamento e afetar a absorção de nutrientes, resultando uma desnutrição. O funcionamento da válvula se dá através de feedback, à medida que o ceco enche ocorre a distensão da parede e inibe a peristalse. As fezes empurram contra a válvula, impedindo a passagem de mais elementos da digestão. FISIOLOGIA MOTORA DOS CÓLONS Os movimentos dos cólons são normalmente mais lentos, mesmo assim, ele apresenta movimentos de mistura (spanding) e movimentos propulsivos. Esses reflexos, resultam da distensão do estômago e do duodeno, que enviam um estímulo pelo sistema nervoso autônomo. As haustrações do cólon fazem a divisão dos cólons em compartimentos, permitindo o armazenamento das fezes e a peristalse de mistura. Esses movimentos expõem as diferentes superfícies da lama fecal à mucosa, otimizando o processo de absorção. A progressão do material é feita pelos movimentos propulsivos, demorando entre 8 a 15 para que os dejetos saiam da válvula ileocecal até o cólon transverso. A motilidade dos cólons pode ser superestimulada por ramos parassimpáticos, em situações de medo e ansiedade, por exemplo. A anatomia dos cólons acompanha a absorção progressiva de líquido e a ação da flora bacteriana. Com o passar das fezes, o intestino grosso faz a absorção de água, alterando o estado físico das fezes. APÊNDICE VERMIFORME Não tem função no humano, ele é um tecido linfático residual, que pode sofrer inflamação. A dor da apendicite, se dá pela presença do revestimento seroso. CÓLERA A bactéria do cólera produz uma toxina que se liga de modo irreversível com a bomba de sódio e potássio no intestino, fazendo com que ocorra uma enorme perda de sódio. É necessário que seja feita reposição hídrica, para evitar o choque hipovolêmico. https://www.google.com/search?q=est%C3%A9reis&spell=1&sa=X&ved=2ahUKEwi2tZj14cvsAhUoH7kGHTtbDmYQkeECKAB6BAgQEC4 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 19 Elas passam de líquidas para pastosas e, por fim, sólidas. As vezes podem se tornar até ressecadas, dependendo do tempo que elas permanecem nos cólons. FLORA BACTERIANA DOS CÓLONS O intestino grosso possui bactérias como a E. Coli e a Bacteroides Fragilis. Elas têm como função: • Digestão de celulose com mínimo rendimento calórico. • Síntese importante de vitamina K. • Síntese de vitamina B12, riboflavina e tiamina. • Produção fermentativa de gases (CH4, H2S, CO2 e H2), resultantes da digestão de nutrientes que não tinham sido digeridos e foram no intestino grosso. • Produção de indol, escatol e marcaptanas, substâncias que conferem o odor característico de fezes. • Síntese de ácidos biliares secundários a partir do primário pelas bactérias. • Interferência de ácidos graxos de cadeia curta. • Competição com espécies patógenas invasoras. FISIOLOGIA SECRETORA NOS CÓLONS Os cólons secretam muco para proteção antiabrasiva e lubrificação da área para passagem das fezes. Essa secreção é estimulada por ramos parassimpáticos, através de estímulos táteis e reflexos locais. Além disso, é feita o cotransporte ativo antiporte de bicarbonato para a luz ductal, enquanto o cloreto é entra nas células do intestino grosso. A secreção de água e eletrólitos só é feita em casos de irritação local da parede intestinal. FISIOLOGIA FECAL Na maior parte do tempo, o reto não apresenta fezes por conta de um esfíncter encontrado a cerca de 20 cm do ânus. Quando o movimento da massa fecal força o esfíncter, ela adentra o reto e surge a vontade de defecar, com a contração reflexa do reto e o relaxamento dos esfíncteres anais. A passagem de material fecal pelo ânus é evitada pela contração tônica do esfíncter anal interno, composto por músculo liso, e o esfíncter anal externo, composto por músculo estriado esquelético, o é controlado pelo nervo pudendo. A transição do cólon sigmoide para o resto funciona como um esfíncter, permitindo que o conteúdo desça de modo fracionado do sigmoide para a ampola retal, que sofre distensão, estimulando o reflexo defecatório. O reflexo defecatório é o resultado de um reflexo intrínseco (mioentérico), consequência da contração da parede intestinal, e de um reflexo extrínseco (parassimpático pelo nervo pélvico), que ocorre após o reflexo intrínseco, aumentando a distensão da ampola retal. COMPOSIÇÃO DAS FEZES • Água: 75% • Sólidos: 25% → Bactérias mortas: 30% → Gordura: 10-20% → Matéria inorgânica: 10-20% → Proteínas: 2-3% → Matérias não digeridas: 30% CÍBALOS São fezes ressecadas que podem ser palpadas no exame de toque retal. As formações esferoide consistentes e ressecadas, podendo ser retiradas com a remoção digital. É injetado no paciente um enema de 500mL de NaKHPO4, para que estimule a peristalse e possa fazer a retirada de fezes. A via retal é de rápida absorção, não passa pela circulação hepática e é altamente inervada e vascularizada. Há um pregueamento da mucosa retal e um esfíncter com tônus característico, que vão sendo perdidos à medida que envelhecemos. Jovens possuem um esfíncter mais tônico e circular. 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 20 NEOPLASIAS DE CÓLON Quando ocorre, faz-se necessário a retirada de parte do cólon, em diferentes alturas dependendo do câncer, e coloca-se uma bolsa de colostomia para fezes. A alteração do formato das fezes (fezes em fita), pode ser um indicador de câncer de cólon, já que pode ocorrer uma expansão intraluminal, atrapalhando a passagem.
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