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Tutelas Provisórias: Conceitos e Procedimentos

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1. As tutelas provisórias têm como objetivo minimizar as consequências nefastas que o tempo do processo pode causar no direito da parte. No entanto, sua efetivação poderá causar prejuízos à parte adversa. A respeito do tema, assinale a alternativa correta.
A) A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível.
B) A sentença que reconhece a prescrição ou decadência da pretensão do autor não tem o condão de
gerar a responsabilidade daquele que se beneficiou da efetivação da tutela de urgência.
C) Por se tratar de dano decorrente de decisão judicial, não há que se falar em responsabilidade pela
efetivação da tutela provisória de urgência, salvo em caso de culpa do requerente.
D) A responsabilidade do requerente pela efetivação da tutela provisória que ao final do processo foi
cassada é subjetiva, depende de apuração da culpa e do prejuízo, devendo ser realizada em autos
apartados.
E) O prejudicado pela tutela de urgência infundada necessita propor ação de indenização contra o
requerente para obter o reconhecimento de seu direito e a condenação do responsável.
Gabarito: A , A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível.Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: Parágrafo único.  A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível.
2. Em relação às tutelas provisórias, de urgência e da evidência, considere os enunciados seguintes:
I. A tutela provisória de urgência, se cautelar, só pode ser concedida em caráter antecedente,
podendo a qualquer tempo ser revogada ou modificada.
II. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro,
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida
idônea para asseguração do direito.
III. Entre outros motivos, a tutela da evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, se se tratar de pedido
reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que
será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa.
IV. Para a concessão da tutela de urgência, o juiz deve, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, só podendo a
garantia ser dispensada se os requerentes da medida forem menores ou idosos com mais de
sessenta anos.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) II e III.
(B) I e II.
(C) I, II e IV.
(D) II, III e IV.
(E) I, II e III.
Gabarito: GAB. A
I) ERRADA: Art. 294.  A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único.  A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. 
II) CERTA; Art. 301.  A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
 III) CERTA; Art. 311.  A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
 IV) ERRADA; Art. 300.  A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
3. Caio requereu, como tutela provisória de urgência, em caráter antecedente, o bloqueio de cem mil reais, na conta-corrente de Tício, a título de garantia para a eventual procedência de pedido de condenação pecuniária em face do mesmo, tendo o juiz deferido a medida, que não foi impugnada. Em seguida, o juiz considerou estabilizada a demanda e extinguiu o processo sem o julgamento do mérito. Em relação ao caso descrito, pode-se afirmar que:
A) o processo deveria ser extinto com o julgamento do mérito.
B) o juiz deveria ter aguardado a contestação, tendo em vista que a impugnação à estabilização pode ser realizada na contestação.
C) a tutela provisória concedida não é suscetível de estabilização.
D) o juiz deveria ter indeferido a tutela em questão porque não cabível em caráter antecedente.
E) o juiz deveria ter aplicado o princípio da fungibilidade à hipótese.
Gabarito: C, correta. A hipótese ventilada no comando da questão refere-se à tutela cautelar, que possui natureza conservativa, eis que não satisfaz a pretensão de qualquer das partes apenas preserva o resultado útil do processo. Em sendo assim, não se afigura possível sua estabilização, não apenas porque o art. 304 do CPC/15 se refere de forma expressa apenas à tutela antecipada, mas também porque sua natureza conservativa não permite a sua perenização sem qualquer tutela do direito material. Para melhor compreensão, determinado o referido bloqueio de cem mil reais na conta-corrente de Tício, de nada adiantaria a estabilização da tutela cautelar, pois o autor não teria o seu crédito satisfeito (já que não houve expropriação) e o réu sofreria restrição em seu direito por tempo indefinido e sem nenhum proveito para a execução, o que inclusive afronta o princípio da menor onerosidade (art. 805, CPC/15). Ademais, confira-se o Enunciado 420 FPPC: Não cabe estabilização de tutela cautelar.
 4. Considere os seguintes enunciados, que concernem à tutela provisória.
I. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, só podendo ser revogada
por ocasião da sentença.
II. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, só pode ser concedida em caráter
antecedente.
III. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
IV. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e III.
(B) I, II e IV.
(C) II, III e IV.
(D) I e II.
(E) III e IV.
Gabarito: Letra: E; III - CERTA; Art. 301.  A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. IV - CERTA;  Art. 303.  Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
5. Alexandre ajuizou ação em face da prestadora de serviço de iluminação pública de sua cidade, questionando os valores cobrados nas últimas contas, bem como pleiteando a condenação da Ré no pagamento de indenização por danos morais. A título de tutela provisória, requereu a retirada de seu nome dos cadastros de inadimplentes, tendo a juíza competente deferido liminarmente a tutela da evidência sob o fundamento de que a ré costuma apresentar contestações padronizadas em processos semelhantes, o que caracterizaria abuso de direito de defesa. Sobre o procedimento adotado, assinale a afirmativa correta.A) O juiz errou ao conceder liminarmente a tutela da evidência, na medida em que esta somente é cabível quando há súmula vinculante sobre o tema.
B) O juiz acertou ao conceder liminarmente a tutela da evidência, pois a apresentação de contestação padronizada em outro processo configura abuso de direito de defesa.
C) O juiz acertou ao conceder liminarmente a tutela da evidência, uma vez que, assim como na tutela de urgência, é dever do juiz conceder a tutela independentemente da oitiva do réu.
D) O juiz errou ao conceder liminarmente a tutela da evidência, pois é necessária a oitiva do réu antes de concedê-la com fundamento no abuso do direito de defesa.
Gabarito: Letra: D. Depreende-se do art. 311 do CPC, em seu inciso I.
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2. Questões abertas.
1. Quais são as modalidades de tutela provisória? Explique cada uma delas.
Resposta: 
Da tutela de urgência antecipada requerida em caráter antecedente: A tutela de urgência antecipada é uma novidade do CPC/ 15. Encontrando-se vigente nos arts. 303 e 304 do CPC, divididas em duas fases: Na preliminar, prevista no caput do art. 303 e 304 §4°e 5° do mesmo código já citado, que estará em petição simples, sumarizada ou incompleta; a parte deverá a) dizer que pretende valer-se do benefício dessa petição; b) requerer a tutela antecipada; c) indicar o pedido de tutela final, com a exposição da lide (indicar a causa de pedir e o pedido principal); d) expor o direito que se busca realizar e o perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo (apresentar o fumus boni juris e o periculum in mora) e; e) indicar o valor da causa (para o cálculo das custas).
Caso seja concedida a tutela antecipada, terá a fase principal (art. 303, §§1°, 2° e 3°) que contemplará o seguinte: a) o autor aditará a petição em quinze dias ou prazo maior que o juiz fixar, complementando a causa de pedir, juntando documentos e confirmando o pedido, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito (como se trata do mesmo processo, não haverá o pagamento de novas custas); b) o réu será citado para a audiência de conciliação ou de mediação (note que a audiência de conciliação ou de mediação não deverá ocorrer antes do aditamento a que se referem o inciso I e o§ 1° do art. 303); e c) não havendo autocomposição, abre-se o prazo de quinze dias para a contestação, na forma do art. 335 do CPC. Ao indeferimento da liminar, o juiz concederá o prazo de 05 dias sob pena de exclusão sem resolução do mérito (art. 303, §6°, CPC).
Da tutela de urgência antecipada requerida em caráter incidental: É requerido por ocasião da petição inicial já completa, com todos os elementos, ou então no bojo de um processo já em curso, por meio de uma simples petição, podendo também ser feito por ocasião do recurso. O rito, no entanto, é o comum. Não será aplicado o regime da estabilização, pois o art. 304 do CPC incide apenas em se tratando da tutela antecipada requerida em caráter antecedente. Não haverá o pagamento de custas, conforme. previsto no art. 295 do CPC.
Da tutela de urgência cautelar requerida em caráter antecedente: Também é dividida em duas fases, a preliminar; Preliminar (arts. 305 a 307) será apresentada uma petição simples, incompleta ou sumarizada, com a indicação da lide e do seu fundamento (causa de pedir e pedido principal), a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo (fumus boni juris e periculum in mora) e a indicação do valor da causa (conforme o pedido principal). É o que acontece, por exemplo, quando se postula o sequestro de um bem que está sendo dilapidado como medida preventiva de uma futura ação possessória. 
A outra fase, no entanto é a de a fase principal (arts. 308), cabendo à parte formular o pedido principal no prazo de trinta dias, com direito a aditar a causa de pedir, sendo que nesse caso não haverá adiantamento de custas, pois já foram pagas por ocasião da petição do cautelar antecedente. Esse prazo de 30 dias é decadencial.
Da tutela de urgência cautelar requerida em caráter incidental: O pedido de tutela cautelar seja requerido em conjunto com o pedido principal, ou seja, incidentalmente, estando essa hipótese tratada no §1° do art. 308 do CPC/15. Nesse caso segue-se o rito comum e não o procedimento do cautelar antecedente. Não haverá o pagamento de custas, conforme previsto no art. 295 do CPC.
Da tutela de evidência (art. 311): Pode ser definida como uma tutela provisória (não definitiva) de cunho satisfativo, fundada no alto grau de probabilidade de existência do direito, de modo que prescinde da urgência para sua concessão. Ocorrerá das formas descritas no art. 311 e seus respectivos incisos.
2. Explique os requisitos para concessão da tutela provisória de urgência cautelar e antecipada. Os requisitos são os mesmos ou existe algum requisito específico para uma delas?
Resposta: São apenas dois (art. 300 do CPC/15) A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Requisitos: fumus boni juris: segundo o Código consiste na probabilidade da existência do direito (faz-se um juízo de probabilidade, e não de certeza, razão pela qual a cognição do juiz é sumária). Periculum in mora da tutela cautelar consiste no risco ou perigo iminente à efetividade do processo (perigo de infrutuosidade – pericolo da infruttuosità).
Periculum in mora da tutela antecipada consiste no risco ou perigo iminente ao próprio direito material (perigo de morosidade ou de retardamento – pericolo de tardività). Requisito próprio da tutela antecipada: Ausência do perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão (art. 300, § 3º, NCPC). Não pode ser risco de irreversibilidade fática.
3. Explique o procedimento da tutela cautelar antecipada antecedente, discorrendo ainda sobre a estabilização.
Resposta: Terá duas fases: A fase preliminar, prevista no caput do art. 303 e nos §§4° e 5°, será apresentada uma petição simples, incompleta ou sumarizada, na qual deverá a parte: a) dizer que pretende valer-se do benefício dessa petição; b) requerer a tutela antecipada; c) indicar o pedido de tutela final, com a exposição da lide (indicar a causa de pedir e o pedido principal); d) expor o direito que se busca realizar e o perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo (apresentar o fumus boni juris e o periculum in mora) e; e) indicar o valor da causa (para o cálculo das custas).
Concedida a tutela antecipada, haverá uma fase principal (art. 303, §§1°, 2° e 3°) que contemplará o seguinte: a) o autor aditará a petição em quinze dias ou prazo maior que o juiz fixar, complementando a causa de pedir, juntando documentos e confirmando o pedido, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito (como se trata do mesmo processo, não haverá o pagamento de novas custas); b) o réu será citado para a audiência de conciliação ou de mediação (note que a audiência de conciliação ou de mediação não deverá ocorrer antes do aditamento a que se referem o inciso I e o§ 1° do art. 303); e c) não havendo autocomposição, abre-se o prazo de quinze dias para a contestação, na forma do art. 335 do CPC. 
Ao tratar-se da estabilização Assim, concedida a tutela antecipada e não havendo interposição de recurso, haverá sua estabilização e o processo será extinto sem resolução do mérito, podendo qualquer das partes propor uma ação revisional no prazo de 02 anos.
4. É possível ao juiz conceder uma tutela de urgência ex officio? Explique.
Não é possível. Ao menos que seja em caso previsto por lei, bem como o art. 4° da Lei 5.478/68.
5. Fale sobre a fungibilidade entre as tutelas provisórias de urgência. Ela é de mão única ou de mão dupla?
Resposta: Seguindo o art. 303 do CPC, em seu p. único, trata-se de mão dupla já que é possível a fungibilidade entre a cautelar e a antecipada, por óbvio também é possível da antecipada para acautelar. Outro argumento é de que houve uma unificação dos requisitos para a concessão da tutela antecipada e da tutela cautelar, ainda que o periculum in mora seja diferente para cada uma delas e que a tutela antecipada exija a ausência do risco de irreversibilidade dos efeitos da decisão. E também poderá ser observado o Enunciado 45 das Jornadas do CJF, que tem a seguinte redação: “Aplica-se às tutelas provisórias o princípio da fungibilidade, devendo o juiz esclarecer as partes sobre o regime processual a ser observado.”
6. Explique quais são as hipóteses que o juiz pode conceder a tutela de evidência e em quais delas é possível a concessão sem a oitiva do réu.
Resposta:
As quatro hipóteses estão descritas no art. 311 do CPC, em seus incisos I, II, III e IV:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte (inc. I do art. 311): O juiz a concede quando, no curso do processo, o réu suscita defesas ou argumentos inconsistentes apenas para ganhar tempo, ou incidentes protelatórios para retardar o julgamento. Nesse caso, a tutela tem caráter punitivo, pois visa sancionar o abuso do direito por parte do réu, sendo este o posicionamento predominante.
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante (inc. II do art. 311): São dois os requisitos cumulativos: que havendo questão de fato, ela já possa ser comprovada apenas por documentos; que a questão de direito seja objeto de tese firmada em julgamento de casos repetitivos (IRDR, RE ou RESp repetitivo) ou em súmula vinculante. Tais circunstâncias, se verificadas, darão ao juiz uma forte convicção de procedência da pretensão do autor, de modo que não é justo ou razoável que o autor continue arcando com os ônus da demora do processo frente a esse alto grau de probabilidade. A tutela aqui pode ser concedida inaudita altera parte.
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa (inc. III do art. 311): trata-se aqui da ação de depósito com pedido de devolução do bem. Assim, estando a inicial instruída com prova documental adequada do contrato de depósito, o juiz deferirá a tutela de evidência que, nesse caso, terá um conteúdo específico, qual seja, a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa. Nesse caso não há necessidade de oitiva prévia do réu, podendo ser concedida inaudita altera parte.
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável (inc. IV do art. 311): Não é razoável que o autor tenha de suportar eventuais ônus derivados da demora do processo, se os fatos que embasam a sua pretensão estão suficientemente documentado e o réu não opôs prova capaz de gerar dúvida razoável. Assim como nos incisos II e III, exige-se prova documental que comprove os fatos constitutivos do direito, somados a conduta do réu que não trouxe nenhuma prova capaz de gerar dúvida razoável. Atente-se que nesse caso o deferimento está condicionado a que o réu seja citado e compareça ao processo, o que impede que ela seja concedida liminarmente (art. 311, p. único).

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