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2a Avaliação Presencial de Física 1A - 2o Semestre de 2019 Gabarito 1a Questão [3,0 pontos] Um avião mergulha em direção ao solo com uma velocidade −→vA que num dado instante faz um ângulo θ com a direção horizontal (veja a figura abaixo). Nesse instante o avião tem altura H em relação ao solo, e o piloto percebe que está exatamente acima de um canhão antiaéreo, localizado no solo. O piloto inicia então uma manobra evasiva, mantendo constante o módulo vA de sua velocidade mas descrevendo uma trajetória circular (no plano vertical) de raio R (note que o centro da trajetória circular não aparece na figura). No mesmo instante em que o piloto avista o canhão, um soldado no solo percebe a presença do avião e realiza um disparo, na esperança de que o projétil lançado alcance uma altura máxima suficiente para abater o avião quando este estiver no ponto mais baixo de sua trajetória. Considere que o projétil do canhão possui uma velocidade inicial de módulo v0P e que faz um ângulo ϕ com a direção horizontal. Considere também que todo o movimento dos avião e do projétil se dê num mesmo plano vertical. q vA j v0P H Figura 1 (a) Desenhe (na sua folha de respostas ou na folha de questões) o sistema de eixos que será utilizado para resolver esse problema, indicando claramente o sentido positivo de cada eixo e o ponto escolhido como origem. (b) Desenhe (na sua folha de respostas ou na folha de questões) os vetores velocidade e aceleração do projétil do canhão num ponto qualquer de sua trajetória, e explique o desenho. Caso este seja feito na folha de questões, não esqueça de incluir a trajetória do projétil. (c) Desenhe (na sua folha de respostas ou na folha de questões) o vetor aceleração resultante do avião num ponto qualquer de sua trajetória. Note que essa aceleração é o resultado da soma de 2 acelera- ções, portanto desenhe também os vetores que representam essas 2 acelerações; explique o desenho. Caso este seja feito na folha de questões, não esqueça de incluir a trajetória do avião. 1 (d) Qual a altura máxima alcançada pelo projétil do canhão? (e) Qual deve ser a velocidade inicial v0P que o projétil deve ter para que ele, no ponto de maior altura do seu movimento, consiga atingir o avião quando este estiver no ponto mais baixo de sua trajetória? (f) Note que a velocidade encontrada no item anterior representa uma condição necessária para a inter- ceptação, mas não uma condição suficiente. Para garantir que o avião seja abatido, é preciso que ele esteja no ponto mais baixo de sua trajetória exatamente no mesmo instante em que o projétil esteja no ponto de maior altura. Qual deve ser a velocidade inicial do projétil para que isso ocorra? Solução (a) [0,5 ponto] Para resolver esse problema, escolheremos um sistema de eixos com a orientação usual: o eixo vertical (y) aponta para cima enquanto o eixo horizontal (x) aponta para a direita. Tomaremos a origem no ponto onde se encontra o canhão. Note que tanto a escolha da orientação dos eixos como a escolha da origem são completamente arbitrárias, mas devem ser feitas de maneira a simplificar a resolução do problema. O aluno pode fazer a escolha que quiser, mas a resolução do problema nos itens seguintes deve ser compatível. (b) [0,5 ponto] Em qualquer ponto da trajetória parabólica do projétil, sua velocidade é representada por um vetor tangente à curva descrita. Em relação à aceleração, como a bomba está sob ação apenas da força da gravidade, em qualquer ponto da trajetória a aceleração é representada por um vetor na direção vertical, orientado de cima para baixo (veja a figura 2a). (c) [0,5 ponto] Em qualquer ponto da trajetória circular do avião, sua velocidade é representada por um vetor tangente ao círculo descrito. Em relação à aceleração, sabemos que a aeronave realiza um movimento circular uniforme (MCU), portanto sua aceleração resultante é centrípeta, isto é, aponta para o centro do círculo. Como descrito no enunciado, essa aceleração centrípeta −→ac é o resultado da soma de 2 acelerações, a aceleração da gravidade −→g (na direção vertical, orientada para baixo) e a aceleração −→am devida ao acionamento dos motores ou turbinas do avião. A direção e o sentido de −→am devem ser tais que, uma vez que somemos −→am com −→g obtenhamos a aceleração centrípeta −→ac (como mostrado na figura 2b). v a vg ac am (a) (b) Figura 2 (d) [0,5 ponto] Para calcularmos a altura máxima do projétil, vamos escrever as equações para o movi- mento na direçnao vertical, que é um movimento uniformemente acelerado com aceleração−→ay = −ĝ (o sinal negativo se deve à orientação escolhida para o eixo vertical). Para a velocidade, temos: vy(t) = v0Py + ayt = v0P senϕ− gt. (1) 2 Mas a altura máxima é alcançada quando vy se anula: 0 = v0P senϕ− gt =⇒ tmax = v0P senϕ g , (2) onde tmax é o tempo no qual o projétil alcança a altura máxima. A função horária é dada por y(t) = y0 + v0yt+ 1 2 ayt 2 = v0P senϕt− 1 2 gt2, (3) onde y0 = 0 devido a escolha da origem. A altura máxima ymax corresponderá ao valor de y quando t = tmax: ymax ≡ y(t = tmax) = v0P senϕ v0P senϕ g − 1 2 g v20P sen 2ϕ g2 = v20P sen 2ϕ 2g . (4) ymax = v20P sen 2ϕ 2g (5) (e) [0,5 ponto] Consideramos agora que o projétil, quando alcança a altura ymax, atinge o avião no ponto mais baixo de sua trajetória circular. Sendo l a distância (vertical) entre as posições inicial (ponto A) e final (ponto B) do avião, temos a situação mostrada na figura 3. vA R l R − l ! " A B # Figura 3 A altura do avião no ponto B é dada por H − l, e precisamos agora calcular l. Na figura acima, o ângulo α é dado por α = π/2−θ, pois a direção da velocidade é tangente à circunferência, e portanto faz um ângulo de π/2 radianos com o segmento de reta que aponta do ponto A para o centro da trajetória. A partir da figura, podemos escrever o seno desse ângulo α como: sen (π 2 − θ ) = R− l R =⇒ l = R−R sen (π 2 − θ ) = R−R cos θ = R(1− cos θ). (6) Portanto, para que a altura mínima do avião (H − l) seja igual à altura máxima do projétil (ymax) devemos ter H − l = ymax (7) 3 H −R(1− cos θ) = v 2 0P sen 2ϕ 2g =⇒ v20P = 2gH − 2gR(1− cos θ) sen2ϕ . (8) v0P = √ 2g [ H −R(1− cos θ) ] senϕ (9) (f) [0,5 ponto] Como visto no item (d), o tempo que o projétil leva para atingir o ponto de impacto (ponto mais alto da trajetória) é tmax = v0P senϕ g . (10) Já o tempo necessário para o avião sair da posição inicial e alcançar o ponto mais baixo de sua trajetória pode ser facilmente obtido se notarmos que os segmentos de reta que unem o centro da circunferência aos pontos A e B fazem um ângulo β = θ entre si, como pode ser visto na figura 3. Como o movimento da aeronave é um MCU, ela percorre com velocidade vA o arco de círculo que liga os pontos A e B (e que tem comprimento Rθ), num tempo que chamaremos tmin: tmin ≡ Rθ vA . (11) Logo, para que o avião seja abatido, é preciso que tmax = tmin: v0P senϕ g = Rθ vA =⇒ v0P = Rg θ vA senϕ . (12) v0P = Rg θ vA senϕ (13) 2a Questão (2,5 pontos) Um bloco B de massa mB se encontra sobre a superfície de um plano inclinado de ângulo θ. Um bloco A, de massa mA, colocado em cima do bloco B, está unido por um fio ideal a um pino fixo, como mostra a figura abaixo. B mB ✓ A mA B B A µ B mA mB ✓ µ Figura 4 Ao liberar o bloco B ele desliza sobre o plano, mantendo contato com o bloco A. Considere que o coeficiente de atrito cinético entre todas as superfícies em contato é µ, 4 (a) Faça o diagrama de forças que atuam sobre o bloco A. (b) Faça o diagrama de forças que atuam sobre o bloco B. (c) Calcule a tração no fio. (d) Determine a aceleração de descida do bloco B. Expresse seus resultados em termos de mA, mB, θ e µ. Solução (a) [0,3 ponto] As forças que atuam sobre o bloco A são as seguintes: • ~NB→A: a normal que o bloco B exerce sobre o bloco A; • ~fat(B) a força de atrito que age sobre o bloco A devido ao bloco B; • ~PA a forças peso. As forças estão esquematizadas na figura 5. (b) [0,5 ponto] As forças que atuam sobre obloco B são as seguintes: • ~NA→B a reação normal que o bloco A exerce sobre o bloco B; • ~Nplano→B a reação normal que o plano exerce sobre o bloco B; • ~fat(A) a força de atrito que age sobre o bloco B devido ao bloco A; • ~fat(plano) a força de atrito que age sobre o bloco B devido ao plano; • ~PB a força peso. As forças estão esquematizadas na figura 5. (c) [0,7 ponto] Utilizando o sistema de eixos mostrado na figura 5 para o bloco A, na direção y não há movimento e podemos escrever −→ NB→A + −→ PAy = 0 =⇒ NB→A −mAg cos θ = 0. (14) NB→A = mAg cos θ. (15) No eixo x também não há movimento, e podemos escrever −→ PAx + −→ f at(B) + −→ T = 0 =⇒ mAg sen θ + fat(B) − T = 0. (16) Mas o módulo da força de atrito pode ser escrito como fat(B) = µNB→A = µmAg cos θ, e da equação 16 obtemos então a expressão para a tração no fio: T = mAg sen θ + µmAg cos θ = mAg(sen θ + µ cos θ) (17) T = mAg(sen θ + µ cos θ) (18) 5 ~NB!A ~NA!B ~Nplano!B ~fat (A) ~fat (B) ~fat (plano) ~PA ~PB (NB!A � mAg cos ✓) = 0 ) NB!A = mAg cos ✓ (mAg ✓ + fat (B) � T ) = 0 T = mAg ✓ + µ mAg cos ✓ = mAg( ✓ + µ cos ✓) (Nplano!B � NA!B � mBg cos ✓) = 0 ~NA!B ~NB!A Nplano!B = (mA + mB)g cos ✓ (mBg ✓� fat (A) � fat (plano)) = mBa ~fat (A) ~fat (B) fat (plano) = µNplano!B mBg ✓ � µmAg cos ✓ � µ(mA + mB)g cos ✓ = mBa a = g{ ✓ � µ[1 + (2mA/mB)] cos ✓} Figura 5 (d) [1,0 ponto] Utilizando o sistema de eixos mostrado na figura 5 para o bloco B, sabemos que ao longo da direção y não há movimento e podemos escrever −→ Nplano→B + −→ NA→B + −→ P By = 0 =⇒ Nplano→B −NA→B −mBg cos θ = 0, (19) onde −→ NA→B = − −→ NB→A, pois essas forças formam um par ação-reação. Mas vimos na equação 15 que NB→A = mAg cos θ, e portanto Nplano→B = NA→B +mBg cos θ (20) = mAg cos θ +mBg cos θ (21) = (mA +mB)g cos θ. (22) Já ao longo da direção x o bloco se movimenta com aceleração −→a , e da 2a Lei de Newton temos −→ P Bx + −→ fat(A) + −→ fat(plano) = mB −→a =⇒ mB g sen θ − fat(A) − fat(plano) = mB a (23) Mas −→ fat(A) e −→ fat(B) formam um par ação-reação portanto fat(A) = fat(B) = µmAg cos θ, onde utilizamos a expressão para fat(B) obtida no item anterior. Já fat(plano) é dada por fat(plano) = µNplano→B, e podemos utilizar a expressão para Nplano→B (equação 22). Portanto, reescrevendo a equação 23, obtemos mBg sen θ − µmAg cos θ − µ(mA +mB)g cos θ = mBa, (24) e podemos então escrever a expressão para a aceleração do bloco B: 6 a = g { sen θ − µ cos θ [ 1 + 2mA mB ]} (25) 3a Questão (2,5 pontos) Um bloco de massa m está preso na extremidade inferior da uma mola ideal de constante elástica k, que se encontra na posição vertical, presa ao teto por sua extremidade superior (veja a figura abaixo). O bloco é então puxado para baixo, até um ponto (chamado ponto A) onde a elongação da mola (em relação a sua posição de equilíbrio) é d0. Em seguida ele é solto e passa a movimentar-se, com seu deslocamento restrito à direção vertical (ao longo do eixo y, na figura). Considere que a força de resistência do ar que age sobre o bloco não possa ser desprezada. Instituto de Física UFRJ Primeira Avaliação Presencial de Física IA 15 de setembro de 2013 Nome : Curso : Pólo : 1a Q 2a Q 3a Q 4a Q Nota Obs: Em todas as questões em que for necessário, utilize que g é o módulo da aceleração da gravi- dade. Todas as respostas devem ser justificadas. 1. [1,5 pontos] Considere o movimento de uma partícula em uma única dimensão. Responda as perguntas abaixo, justificando claramente, citando pelo menos um exemplo para cada um dos itens. (a) Como o deslocamento de uma partícula entre os instantes de tempo t1 e t2 pode ser obtido a partir do gráfico da função-velocidade versus tempo dessa partícula? (b) Seja ti um instante em que a força sobre uma partícula é nula. O que podemos afirmar sobre o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico da função-velocidade versus tempo no instante ti? (c) Uma partícula que se movimenta com aceleração constante não nula pode inverter o sentido de seu movimento? 2. [3,0 pontos] Considere uma partícula de massam presa na extremidade inferior de uma mola ideal, vertical, de constante elástica k, cuja outra extremidade está fixa no teto. A partícula está restrita a se mover no eixo vertical OY , que aponta para cima e cuja origem foi escolhida na posição da partícula na qual a mola está com seu comprimento natural !0. A partícula oscila entre duas posições no eixo OY , de coordenadas y1 e y2 (y1 > y2). k !0 m O Y (a) Faça um diagrama indicando as forças que atuam na massa m em três situações: quando a mola está no seu comprimento natural !0, quando ela está na posição y1 e quando está na posição y2. (b) Dertermine a posição y0 da massam em que a força sobre a mesma é nula. (c) Determine a aceleração da massam quando a mesma se encontra na origem y = 0. (d) Determine as velocidades da massam nas posições y1 e y2. 1 Instituto de Física UFRJ Primeira Avaliação Presencial de Física IA 15 de setembro de 2013 Nome : Curso : Pólo : 1a Q 2a Q 3a Q 4a Q Nota Obs: Em todas as questões em que for necessário, utilize que g é o módulo da aceleração da gravi- dade. Todas as respostas devem ser justificadas. 1. [1,5 pontos] Considere o movimento de uma partícula em uma única dimensão. Responda as perguntas abaixo, justificando claramente, citando pelo menos um exemplo para cada um dos itens. (a) Como o deslocamento de uma partícula entre os instantes de tempo t1 e t2 pode ser obtido a partir do gráfico da função-velocidade versus tempo dessa partícula? (b) Seja ti um instante em que a força sobre uma partícula é nula. O que podemos afirmar sobre o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico da função-velocidade versus tempo no instante ti? (c) Uma partícula que se movimenta com aceleração constante não nula pode inverter o sentido de seu movimento? 2. [3,0 pontos] Considere uma partícula de massam presa na extremidade inferior de uma mola ideal, vertical, de constante elástica k, cuja outra extremidade está fixa no teto. A partícula está restrita a se mover no eixo vertical OY , que aponta para cima e cuja origem foi escolhida na posição da partícula na qual a mola está com seu comprimento natural !0. A partícula oscila entre duas posições no eixo OY , de coordenadas y1 e y2 (y1 > y2). k !0 m O Y (a) Faça um diagrama indicando as forças que atuam na massa m em três situações: quando a mola está no seu comprimento natural !0, quando ela está na posição y1 e quando está na posição y2. (b) Dertermine a posição y0 da massam em que a força sobre a mesma é nula. (c) Determine a aceleração da massam quando a mesma se encontra na origem y = 0. (d) Determine as velocidades da massam nas posições y1 e y2. 1 d0 d1 (a) Faça um diagrama com as forças que atuam sobre o bloco num ponto arbitrário de sua trajetória onde sua velocidade seja diferente de zero. Não se esqueça de mencionar se o bloco está subindo ou descendo. (b) Das forças indicadas no item anterior, diga quais são conservativas e quais são não-conservativas. (c) A energia mecânica do sistema é conservada? Justifique (d) Enuncie o teorema Trabalho-Energia. (e) Após ser solto, o bloco executa um movimento vertical com um ponto de retorno superior e outro inferior. Depois de muitas oscilações, o bloco tem um ponto de retorno inferior (chamado ponto B) que corresponde a uma elongação d1 (com d1 < d0). Calcule o trabalho realizado por cada uma das forças que agem sobre o bloco entre o instante em que ele é solto e o instante em que seu ponto de retorno inferior é o ponto B. Note que, nesse caso, não é possível desprezar o trabalho da força de resistência do ar, porque o sistema realiza muitas oscilações, percorrendo um longo caminho antes de ter o ponto B como um dos pontos de retorno. Solução (a) [0,5 ponto] Em qualquer ponto da trajetória, o bloco está sob a ação da força peso −→ P (direção vertical, orientada para baixo) e da força elástica −→ Fel (direção vertical, com o sentido dependendo se está comprimida ou esticada emrelação à posição de equilíbrio). Além disso, se o bloco se encontra num ponto onde sua velocidade é não-nula ele está sujeito à força de resistência do ar −→ Far, que tem a mesma direção que a velocidade, mas sentido oposto. Portanto se o bloco está subindo (descendo),−→ Far está orientada para baixo (cima). 7 Fel P Far (a) (b) P Far Fel Figura 6: (a) mola esticada, bloco subindo; (b) mola esticada, bloco descendo. (b) [0,5 ponto] As forças −→ P e −→ Fel são conservativas, enquanto −→ Far não é conservativa. (c) [0,5 ponto] Como dentre as forças que atuam sobre o bloco existem forças não-conservativas que realizam trabalho, sua energia mecânica não é conservada. (d) [0,5 ponto] O teorema do Trabalho-Energia diz que a variação da energia mecânica de uma par- tícula quando ela se desloca entre dois pontos é igual ao trabalho realizado pela componente não- conservativa da força resultante nesse deslocamento. (e) [0,5 ponto] Como as forças −→ P e −→ Fel são conservativas, o trabalho realizado por cada uma delas entre dois instantes é igual a menos a variação da respectiva energia potencial entre esses instantes. Para a energia potencial gravitacional U , tomamos o zero na altura inicial do bloco (ponto A), de modo que no ponto B teremos UB = mg(d0 − d1). O trabalho da força peso será então: WA→BP = −∆U = −(UB − UA) = −[mg(d0 − d1)− 0] = mg(d1 − d0) . (26) WA→BP = mg(d1 − d0) . (27) Para a energia potencial elástica, temos: WA→BFel = −∆Uel = −(UelB − UelA) = − [ kd1 2 2 − kd0 2 2 ] = k 2 (d0 2 − d12) . (28) WA→BFel = k 2 (d0 2 − d12) . (29) E para calcular o trabalho de −→ Far, podemos utilizar o teorema do Trabalho-Energia: WA→BFar = ∆EM = EMB − EMA. (30) Os pontos A e B são pontos de retorno do movimento do bloco, portanto a velocidade nesses pontos é nula. A energia no ponto A é simplesmente a energia potencial elástica 8 EMA = 1 2 kd0 2, (31) e a energia no ponto B é EMB = 1 2 kd1 2 +mg(d0 − d1). (32) Portanto: WA→BFar = 1 2 kd1 2 +mg(d0 − d1)− 1 2 kd0 2. (33) WA→BFar = 1 2 k(d1 2 − d02) +mg(d0 − d1). (34) 4a Questão (2,0 pontos) Um aluno de Física 1A realizou a prática com o trilho de ar inclinado, que é o segundo experimento da Aula 7 dos Módulos de Física 1. Nessa prática, o carrinho se movimenta sobre o trilho de ar, que está inclinado em relação à direção horizontal. A tabela abaixo mostra os pontos medidos para a posição do carrinho e a velocidade do mesmo em função do tempo t. t (ms) x (cm) v (cm/s) 0 0,0± 0,2 - 50 2,9± 0,2 59± 1 100 5,9± 0,2 63± 1 150 9,2± 0,2 68± 1 200 12,7± 0,2 73± 1 250 16,5± 0,2 78± 1 300 20,5± 0,2 82± 1 350 24,7± 0,2 85± 1 400 29,0± 0,2 90± 1 450 33,7± 0,2 94± 1 500 38,4± 0,2 - Obs.: o aluno sabia que a incerteza no tempo de centelhamento era muito menor que a incerteza na medida da posição e, por isso, foi desprezada. Para responder todos os itens posteriores não se esqueça que toda grandeza obtida experimentalmente deve ser acompanhada de sua incerteza! O aluno também mediu o ângulo θ que o trilho faz com a direção horizontal. (a) Utilizando o papel milimetrado em anexo, faça um gráfico da velocidade do carrinho v em função do tempo. (b) Obtenha, a partir do gráfico, a aceleração do carrinho durante o movimento e a velocidade em t = 0. Estime a incerteza na aceleração e na velocidade inicial como 5% dos valores obtidos. (c) O aluno gostaria de saber se forças dissipativas (como o atrito ou a resistência do ar) influenciaram o resultado do experimento. Baseando-se na medidas que ele realizou, como ele poderia chegar a uma conclusão? Solução 9 (a) (1,0 ponto) O gráfico deve ser construído de acordo com as instruções presentes na Aula 7 do material didático (veja um exemplo na última página desse gabarito). Em particular, o gráfico deve: • possuir um título; • ter as grandezas físicas medidas e suas unidades claramente indicadas nos eixos; • ter escalas bem escolhidas para os eixos, de maneira a facilitar sua leitura e ocupar a maior parte do espaço disponível; • apresentar sobre seus eixos apenas os valores que definem as escalas, e não os valores dos pontos experimentais; • apresentar barras de erro representando as faixas de incerteza das medidas experimentais; (b) (0,5 ponto) Observamos, conforme esperado, que o movimento é uniformemente acelerado fazendo com que a velocidade do carrinho aumente linearmente com o tempo. Ajustando uma reta aos pontos podemos obter a velocidade do carrinho em t = 0 lendo diretamente o valor da velocidade para o qual o tempo é zero. No gráfico encontramos que esse ponto é v(0) = (55± 3) cm/s, (35) onde foi adotada uma incerteza de 5% conforme pedido no enunciado e são apresentados os valores com um ou dois significativos. A aceleração é o coeficiente angular da reta ajustada: a = ∆v ∆t = 88, 0− 66, 0 0, 375− 0, 125 = 88, 0 cm/s 2. (36) a = (88± 4) cm/s2 (37) (c) (0,5 pontos) Sabemos que um corpo que desliza sem atrito sobre um plano inclinado que faz um ângulo θ com a direção horizontal tem uma aceleração dada por g sen θ. Para saber se as forças dissipativas são desprezíveis nesse experimento, basta o aluno comparar a aceleração obtida a partir do gráfico com o valor g sen θ. Se o valor medido for compatível (dentro da incerteza experimental) com esse valor esperado, o aluno pode concluir que as forças dissipativas são - nesse experimento - desprezíveis. Obviamente, se o valor não for compatível então as forças dissipativas não podem ser desprezadas. 10 0 0,1 0,2 0,3 0,4 52 60 70 80 90 t (s) v(cm/s) 611
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