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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ADmINISTrAÇÃO fINANCEIrA E OrÇAmENTárIA I Marlúcio cândido ranylson de sá Barreto neto Fead Belo Horizonte 2010 todos os direitos reservados ao sistema integrado de ensino de Minas Gerais – sieMG rua cláudio Manoel, 1.162 – savassi – Belo Horizonte – MG nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, seja ele eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização do sieMG atenção: pode acontecer de algum desses sites indicados não estar mais disponível devido ao dinamismo que caracteriza essa fonte de informação. c217a cândido, Marlúcio administração financeira e orçamentária i / Marlúcio cândido; ranylson de sá Barreto neto. Belo Horizonte: Fead, 2010. 160p. isBn: 978-85-99419-86-1 i título 1- administração 2– Finanças 3- orçamento cdU: 658.15 Publicado por fEAD copyright©2010 Fead Diretoria Geral José roberto Franco tavares Paes Capa Fra Angelico - São Lourenço distribuindo esmolas a Faculdade Fead apresenta novo projeto, fundamentado em aspectos metodológicos da auto-aprendizagem, e inaugu- ra os cursos de graduação na modalidade a distância. estudar na modalidade a distância é adquirir, além de co- nhecimento do conteúdo apresentado, competências hoje exi- gidas no campo profissional e pessoal: autonomia, interação, determinação, gerenciamento da própria formação e atualiza- ção continuada. a instituição que se propõe formar empreendedores apre- senta atitude inovadora e ensina pelo próprio exemplo. o pro- jeto Fead de educação a distância vem sendo desenvolvido desde 2004 e, agora, torna-se realidade. Buscar atingir a meta da qualidade em todos os projetos educacionais é o que move a comunidade Fead. Projeto de muitas mãos e mentes, trabalho conjunto de professores, co- ordenadores, funcionários, empresas parceiras e direção, na busca de produzir o que há de consubstancial em aprendiza- gem na modalidade a distância. sinta-se, em definitivo, participante e construtor deste novo tempo. Faça parte do seu mundo. Bem-vindo ao século XXi! Professor José roberto franco Tavares Paes direção-Geral Marlúcio candido Minha estória de vida resume-se num trabalho de muita dedicação, persistência, disciplina, administração de tempo e muito sucesso. entrecortada por inúmeras atividades profissionais e acadêmicas, iniciei minha carreira no mercado profissional contábil em 1979 como um simples office-boy em um escritório de parentes maternos. Posteriormente, assumi o cargo e as funções de auxiliar de contabilidade, tendo em vista as habilidades conquistadas durante o curso técnico em contabilidade que eu cursava. o mercado sempre foi muito exigente, obrigando-nos, ininterruptamente, a conquistar diferenciais e, portanto, deparei-me com um novo curso e minha segunda habilitação que foi o técnico em estatística, diga-se de passagem, primeira e única turma formada no Brasil. Para colocar em prática todo o arcabouço técnico-teórico adquirido, ingressei-me num instituto opinião Pública e estatística, onde fiquei por um ano, aproximadamente. Voltando às origens, tive a oportunidade de trabalhar durante oito anos num Grupo de Mineração e siderurgia, onde subi degrau por degrau, até atingir o topo, ou seja, exercendo o cargo e as funções de auxiliar de contabilidade, depois de analista contábil e por fim de contador de uma Holding company. durante essa performance profissional, criei boas oportunidade e cursei o bacharelado em ciências contábeis. dei uma guinada estratégica e assumi a contabilidade geral de uma empresa de consórcio de Veículos, onde fiquei por mais dois anos, aproximadamente. as portas se abriam a cada dia, primordialmente, em função do curso superior e quando assustei, eu já estava “entrando de cabeça” no segmento de shopping centers, onde me especializei e desenvolvi atividades durante nove anos, in loco, inicialmente como analista contábil, passando para chefe da controladoria, até chegar a Gerente controller. constitui um escritório de auditoria e perícia contábil, consultoria organizacional e financeira e administração em shopping centers, feira shop, centros empresariais, condomínios comerciais e residenciais, onde exerço minhas atividades profissionais até a presente data. cursei uma pós-graduação em administração Financeira e em ato contínuo, uma outra de Metodologia do ensino superior (docência). Há onze anos na academia, ministrei e/ou ministro aulas nos cursos de ciências contábeis, administração de empresas, comércio exterior, turismo, secretariado executivo Bilíngüe, e em Gestão de negócios, sendo as disciplinas de contabilidade Gerencial, contabilidade Geral, contabilidade comercial, controladoria, análise das demonstrações Financeiras, administração Financeira e orçamentária, Gestão orçamentária aplicada ao turismo, Gestão administrativa, financeira e contábil de shopping centers, análise Financeira avançada, auditoria contábil, Metodologia de trabalhos de conclusão de curso, Metodologia de estudos e Pesquisa, e também realizo a orientação temática de trabalhos de conclusão de curso – monografia. também exerci, durante quatro anos a coordenação do curso de ciências contábeis de uma ies. implacavelmente, o mercado profissional e a sociedade acadêmica nos exigiu uma pós-graduação stricto sensu em administração com toda ênfase para Finanças, culminando em um tema de ponta - “o modelo Balanced scorecard na gestão da controladoria de shopping centers da modalidade comunitário”. sem perder um segundo de tempo, ingressei-me no segundo bacharelado, agora em ciências Jurídicas – direito, o qual integralizo em 2007/1º. curso disciplinas de doutorado na área de concentração sociologia educacional e como hobbie, escrevo, juntamente com outros colegas autores, livros na área das ciências contábeis. ainda atuo e/ou atuei como Presidente de colegiado de curso de ciências contábeis, Membro de conselho superior de Fo to : Fe ad Minha trajetória profissional se confunde com minha história acadêmica e de vida. aos 16 anos já trabalhava e percebia que, somente pela educação, teria chance de ter uma vida digna. Foi assim que edifiquei uma vida de muito esforço e dedicação que culminaram em muitas alegrias. espero que possa ajudá-lo na construção do seu conhecimento. a seguir, detalho um pouco do meu currículo para que sirva como um incentivo para você, pois é um relato de alguém que lutou muito. considero- me um vencedor! não pelos títulos que acumulei, mas pelas lições que a vida me trouxe. sou Mestre em administração com ênfase em Gestão do conhecimento; Pós-graduado MBa em Gestão da tecnologia da informação; Bacharel em ciências contábeis; licenciando em Pedagogia; Mestrando em contabilidade; Professor do centro Universitário newton Paiva no curso de graduação em ciências contábeis e nos cursos de pós-graduação MBa em Finanças e controladoria e Gestão corporativa de tributos; Professor convidado do centro Universitário de sete lagoas (UniFeMM) no MBa em Gestão de custos, Finanças e controladoria; Professor autor de guias de disciplinas do curso de graduação em ciências contábeis da Faculdade Pitágoras/Betim em co-autoria com o professor Marlúcio cândido; Membro do colegiado do curso de ciências contábeis do centro Universitário newton Paiva; autor do livro contabilidade em foco: contabilidade geral – vol. 1, pela editora Juruá/ Pr em co-autoria com os professores cléber Batista, daniel Gerhard, Marlúcio cândido e nilton de aquino; Professor autor dos livros contabilidade Geral e contabilidade comercial (adotados) para o curso de ciências contábeis na modalidade ead da Fead/Minas em co-autoria com o professor Marlúcio cândido; Membro do iBracon – instituto dos auditores independentes do Brasil; Membro do iBeF-MG – institutoBrasileiro dos executivos de Finanças; Perito; auditor; consultor; 20 anos de experiência no mercado de trabalho, tendo feito parte de minha carreira na área de tecnologia da informação e na área contábil, financeira e em gestão de riscos corporativos. Pois bem, muitos dizem que tive sorte... Para mim, sorte é quando a oportunidade e a preparação ocorrem ao mesmo tempo. o que procuro fazer é me manter preparado para quando as oportunidades chegarem. Forte abraço! ranylson Fo to : a ut or ensino, Pesquisa e extensão, Membro do conselho Fiscal de Fundação educacional, Membro do conselho editorial de revista técnica de curso de ciências contábeis. na Fead, há cinco anos, me orgulho de poder participar dessa proposta inovadora que é o ensino Virtual. ouvi falar, pela primeira vez, sobre essa modalidade de ensino, em 1995 e, particularmente, naquela ocasião, não dei “muitos ouvidos”, entendendo que seria apenas mais uma espécie de ficção. acordei a tempo e hoje verifico que é um processo sem volta, que permitirá a inúmeros acadêmicos, realizarem o grande sonho de conquistar um curso superior. escrevi duas disciplinas até o momento, a contabilidade Geral do 1º período e a contabilidade comercial do 3 º período. continuo “de cabeça” nessa modalidade de ensino e têm sido momentos de grande alegria e devaneios. espero que aproveitem, minuto a minuto, desse diferencial que a Fead está lhes proporcionando. encontramos em breve no mercado profissional. Grande abraço e até já !!! Sumário Unidade 01 AULA 1 CONCEITO DE fINANÇAS........................................................................................................9 AULA 2 EXErCÍCIOS ...........................................................................................................................15 AULA 3 AmBIÊNCIA ECONÔmICA.......................................................................................................19 AULA 4 EXErCÍCIOS SOBrE AmBIÊNCIA ECONÔmICA ..................................................................25 AULA 5 SISTEmA fINANCEIrO NACIONAL (1ª PArTE) ....................................................................29 AULA 6 SISTEmA fINANCEIrO NACIONAL (2ª PArTE) ....................................................................35 AULA 7 EXErCÍCIOS ...........................................................................................................................41 Unidade 02 AULA 8 ADmINISTrAÇÃO DO CAPITAL DE GIrO - CICLO OPErACIONAL ....................................47 AULA 9 EXErCÍCIOS ...........................................................................................................................51 AULA 10 EXErCÍCIOS ...........................................................................................................................55 AULA 11 ADmINISTrAÇÃO DO CAPITAL DE GIrO - CICLO fINANCEIrO ........................................61 AULA 12 EXErCÍCIOS ...........................................................................................................................65 AULA 13 ADmINISTrAÇÃO DO CAPITAL DE GIrO - GIrO DE CAIXA E CAIXA OPErACIONAL .....69 AULA 14 rELAÇÕES ENTrE fINANÇAS E CONTABILIDADE ............................................................73 AULA 15 EXErCÍCIOS ...........................................................................................................................77 AULA 16 DEmONSTrATIVOS CONTáBEIS ..........................................................................................83 AULA 17 EXErCÍCIOS ...........................................................................................................................89 AULA 18 TÓPICOS ESPECIAIS DE CAPITAL DE GIrO ........................................................................93 AULA 19 EXErCÍCIOS ...........................................................................................................................99 AULA 20 EXErCÍCIOS .........................................................................................................................105 AULA 21 EXErCÍCIOS .........................................................................................................................109 Unidade 03 AULA 22 ADmINISTrAÇÃO DE CONTAS A rECEBEr – PArTE I..................................................... 113 AULA 23 EXErCÍCIOS ......................................................................................................................... 117 AULA 24 ADmINISTrAÇÃO DE CONTAS A rECEBEr – PArTE II....................................................123 AULA 25 ADmINISTrAÇÃO DE CONTAS A rECEBEr – rISCOS fINANCEIrOS (PArTE III) ........131 AULA 26 EXErCÍCIOS .........................................................................................................................135 AULA 27 ADmINISTrAÇÃO DE CONTAS A rECEBEr – rISCO DE CrÉDITO (PArTE IV) .............139 Unidade 04 AULA 28 ADmINISTrAÇÃO DO CAIXA ...............................................................................................145 AULA 29 fLUXO DE CAIXA .................................................................................................................149 AULA 30 ADmINISTrAÇÃO DE ESTOQUES .......................................................................................155 Objetivos • Compreender o conceito de finanças no contexto da administração financeira. • Conhecer o ambiente no qual as empresas estão inseridas e como as finanças são influenciadas • Entender os objetivos da administração financeira e a importância do administrador financeiro. • Compreender o alcance da função financeira dentro das organizações e suas relações com as outras áreas do conhecimento, notadamente a economia e a contabilidade. AULA 1 ConCeito de Finanças Unidade 01 ADmINISTrAÇÃO fINANCEIrA E OrÇAmENTárIA introdUÇÃo À adMinistraÇÃo Financeira 10 adMinistraÇÃo Financeira e orÇaMentária “Estado da Arte”: caríssimo aluno, antes de aden- trarmos na administração Financeira propriamente dita, torna-se necessário a compreensão e consolidação de conceitos importantes que irão nos dar segurança para seguirmos na nossa jornada. estes conceitos serão apresentados já! fINANÇAS talvez este seja o conceito mais im- portante da disciplina, pois, como disse- mos anteriormente, entender o compor- tamento da função financeira de uma empresa é a base para o seu sucesso. Finanças é uma palavra usada para definir um ramo do conhecimento dedicado à gestão de fundos, do seu comportamen- to perante o mercado e como as empresas, pessoas e o governo se relacionam nesse processo. “Eu pergunto, você responde”: Mas o que são fundos? Ficou claro para você? deixe-me explicar melhor... Por “Fundos”, dentro do contexto desta disciplina, entende-se a reunião de recursos financeiros com vistas a atingir um propósito específico. tanto os indivíduos quanto as organizações obtêm recursos e esperam que esses recursos gerem rendas. assim, é comum a constituição de fundos de investimento, por exemplo, para que esse obje- tivo seja alcançado. Pode-se ainda definir finanças como sendo um campo de estudo destinado à compreensão das insti- tuições financeiras, dos mercados financeiros e do fun- cionamento do sistema financeiro nacional e aborda os seguintes aspectos: a) o estudo do dinheiro e dos demais ativos financei- ros; b) a gestão e o controle desses ativos; c) o entendimento dos riscos aos quais esses ativos estão sujeitos; CAmPOS DE ATUAÇÃO Muitas são as áreas de atuação da administração financeira. o QUadro 1, a seguir, apresenta, de forma simplificada, algumas destas áreas. QUadro 1 áreas de atuação do administrador financeiro área Oportunidades de carreira Bancos e instituições correlatas os analistas de crédito avaliam efazem recomendações relativas à concessão de empréstimos a empresas, para aquisição de imóveis e/ou para consumo. os gerentes de bancos de varejo administram agências e supervisionam os programas oferecidos pelo banco a seus clientes. O fiduciário administra os fundos fiduciários para estados, fundações e empresas. outros oferecem serviços financeiros, como planejamento das finanças pessoais, investimentos, bens imóveis e seguros. Planejamento das finanças pessoais Os consultores financeiros, trabalhando independentemente ou como empregados, prestam aconselhamento a indivíduos com respeito a todos os aspectos da administração de suas finanças pessoais - orçamento, impostos, investimentos, bens imóveis, seguros, aposentadoria e planejamento de espólio - além de auxiliarem a desenvolver planos financeiros abrangentes que satisfaçam os objetivos do cliente. investimentos os corretores de títulos, ou executivos de conta, assistem seus clientes na escolha, compra e venda de títulos. os analistas de títulos geralmente estudam as ações e obrigações de indústrias específicas e assessoram as empresas corretoras e seus clientes, administradores de fundos de investimento e companhias seguradoras. os administradores de carteiras estruturam e administram carteiras de títulos para empresas e indivíduos. os banqueiros de investimento prestam assessoria aos emitentes e atuam como intermediários entre estes e os compradores das novas ações e obrigações lançadas. AULA 1 • COnCEitO dE FinAnçAs 11 Bens imóveis os agentes e corretores relacionam propriedades comerciais e residenciais para venda ou aluguel, buscam compradores e locatários para as propriedades oferecidas, mostram e negociam a venda ou locação dessas propriedades. os avaliadores estimam o valor de mercado de todo tipo de propriedade. Os financiadores de bens imóveis analisam e fazem recomendações/tomam decisões com relação às solicitações de empréstimos. os banqueiros de crédito hipotecário procuram e preparam o financiamento para projetos de bens imóveis. os administradores de imóveis lidam com as operações do dia a dia, para que seus proprietários obtenham o máximo retorno. seguros os prepostos e corretores de seguros entrevistam clientes potenciais, desenvolvem programas de seguros que atendam às suas necessidades, vendem-lhes apólices, cobram prêmios e prestam completa assistência nos processos de liquidação de sinistros. os subscritores selecionam e avaliam os riscos que sua empresa irá segurar, fixando os prêmios correspondentes. Fonte: GitMan, 2002, p.5. ora, como estamos falando da administração de recursos, pres- supõe-se que esses recursos se- rão administrados por alguém, certo? É verdade... e este pro- fissional chamado de adminis- trador financeiro carrega con- sigo grande responsabilidade na gestão desses recursos. surge desse entendimento outro conceito impor- tante: a “adMinistraÇÃo Financeira”. ADmINISTrAÇÃO fINANCEIrA a administração financeira é a disciplina ou espe- cialização da administração que irá tratar das finan- ças corporativas, relacionando-se como outras áreas do conhecimento, em particular com a contabilidade e com a economia. É exercida pelo administrador financeiro, que as- sume suas responsabilidades dentro de uma organiza- ção. cabe a esses profissionais a gestão das finanças dos diversos tipos de organizações, financeiras ou não, privadas ou públicas, de pequeno ou de grande porte, com ou sem fins lucrativos. os administradores financeiros são responsáveis por algumas tarefas fundamentais para as empresas: a) orçamentos; b) previsões financeiras; c) administração do caixa e do crédito; d) análise e captação de fundos. dada a sua relevância, é bas- tante amplo o mercado de trabalho para esse tipo de profissional, conforme pode ser visto no QUadro 2, a seguir. Cargo Descrição analista financeiro responsável principalmente pela pre- paração e análise dos planos financei- ros e orçamentários da empresa. outras responsabilidades incluem previsão fi- nanceira, análise financeira de desem- penho baseada em índices e trabalho em conjunto com a contabilidade. analista gerente de orçamentos de capital responsável pela avaliação e recomen- dação de propostas de investimentos em ativos. Pode envolver-se em aspec- tos financeiros quando da implementa- ção dos investimentos aprovados Gerente de projetos Em grandes empresas, obtém financia- mentos para investimentos em ativos financeiros. Coordena consultores, ban- queiros de investimento e assessores jurídicos. Gerente de caixa responsável por manter e controlar os saldos diários de caixa da empresa. Frequentemente gerencia os procedi- mentos de cobrança, os investimentos de curto prazo, as transferências e de- sembolsos e coordena os empréstimos de curto prazo, assim como o relaciona- mento da empresa com bancos. 12 adMinistraÇÃo Financeira e orÇaMentária analista/ gerente de crédito administra a política de crédito da empresa por meio da análise e avaliação das solicitações de crédito. concede crédito e monitora a cobrança das contas a receber. administrador de fundos de pensão em grandes empresas, é responsável pela coordenação dos ativos e passivos do fundo de pensão dos empregados. desempenha tanto as atividades de administração de investimentos, quanto contrata ou supervisiona o desempenho dessas atividades, no caso de serem realizadas por terceiros. Fonte: GitMan, 2002, p. 6. a tarefa mais importante do administrador é criar valor para a empresa por meio de suas atividades frente à gestão dos recursos financeiros. CASO PráTICO Para uma melhor compreensão da complexidade da administração financeira e da importância do admi- nistrador financeiro, vamos analisar o seguinte caso: imagine-se como adMinistrador Financei- ro de uma empresa nas seguintes condições: a) a empresa está no mercado há aproximadamente 200 anos. b) registrou recorde de Us$650 mi em vendas. c) o produto é vendido por cerca de Us$1.500 a Us$ 2.200, custo marginal de Us$250+Us$500 de co- missão s/ vendas. d) sua equipe de vendas é muito bem treinada e mo- tivada. Há razão aparente para mudar radicalmen- te a organização e o seu portifólio de pro- dutos? Vejamos mais alguns dados: a mesma empresa registra algumas mudanças ambientais: surge um novo concorrente com um produto de- senvolvido com material de baixa qualidade e obsoleto com componentes antigos e de péssima qualidade. o produto foi desenvolvido para ser dado de brin- de para promover a venda de outros produtos. Esse novo concorrente é capaz de promo- ver um estrago no ambiente de negócios? aparentemente a resposta para as duas perguntas é NÃO! Vejamos... acompanhe atenta- mente: este concorrente é a Micro- soFt™; o lançamento pela Microsoft da Enciclopédia Encarta (antiga Funk & Wagnalls), em CD-rOm, arrasou o mercado de en- ciclopédias impressas; a partir de 1990, a Bri- tânica e todas as outras enciclopédias impressas dos estados Unidos apresen- taram uma queda de 80% em suas vendas. Percebeu a amplitude do papel do administrador financeiro nas organizações e como o cenário ex- terno à organização requer desse profissional uma postura pró-ativa? este assunto será amplamente discutido na nossa próxima aula. não perca! “Atenção! Está na hora da revisão”! Para que os conceitos que foram trabalhados nesta aula sejam efeti- vamente sedimentados, precisamos fazer alguns exer- cícios... calma, não se desespere! sempre que estiver em dúvida recorra às referências bibliografia da aula e conte sempre com o apoio do seu tutor. Vamos lá! EXErCÍCIOS PrOPOSTOS 1) explique,com suas palavras, o que significa a pa- lavra “FinanÇas”. 2) Quais são as áreas de atuação da gestão financeira? 3) com base na resposta da questão 2, escolha uma das áreas relacionadas por você e explique sua im- portância no cenário atual. 4) Quais são as oportunidades de trabalho para o ad- ministrador financeiro? AULA 1 • COnCEitO dE FinAnçAs 13 5) escolha uma das oportunidades de trabalho arrola- das na questão 4 e escreva uma justificativa para a sua escolha com base no atual cenário do mercado de trabalho. rEfErÊNCIAS GitMan, lawrence J. Princípios da Administra- ção financeira. 7. ed. são Paulo: Harbra, 2002. MataraZZo, dante c. Análise financeira de Ba- lanços. são Paulo: atlas, 1997. ross, stephen a.; WesterField, randolph W.; JaFFe, Jeffrey F. Administração financeira. tradu- ção de antonio Z. sanvicente. são Paulo: atlas, 2002. santos, edno oliveira dos. Administração finan- ceira da pequena e média empresa. são Paulo: atlas, 2009. Weston, J. Fred; BriGHaM, dugene F. funda- mentos da Administração financeira. são Paulo: Makron, 2000. Objetivo • Consolidar os conhecimentos relativos à aula anterior mediante a resolução de exercícios. AULA 2 EXERCÍCIOS Unidade 01 ADmINISTrAÇÃO fINANCEIrA E OrÇAmENTárIA introdUÇÃo À adMinistraÇÃo Financeira 16 adMinistraÇÃo Financeira e orÇaMentária “Estado da Arte”: conforme visto na aula anterior, quando tratamos de diversos conceitos, observamos que eles necessitam ser bem compreendidos para se- guirmos adiante. Portanto, vamos praticar. EXErCÍCIOS com base nos artigos que serão apre- sentados, respondas às questões propos- tas. TEXTO 01 Hipótese dos mercados Adaptáveis Fonte: http://cesartiburcio.wordpress.com/ category/financas/ este é um dos temas sobre o qual provavelmente ainda vamos ler muito no futuro. desde que foi criada a teoria de carteiras (caPM, em particular), esta teoria vem recebendo inúmeras críticas. na década de 1970 apareceram as Finanças comportamentais como uma tentativa de explicar certas anomalias no comportamento humano. Uma vertente desse estudo tem sido realizada pela neuroeconomia, que estuda como o ser humano toma suas decisões. recentemente apareceu uma nova linha de estudos, promovida por andrew lo, da “Hipótese dos Mercados adaptáveis”. a reportagem a seguir, publicada no jornal Valor Econômico, de 19/9/2008, faz um breve resumo do que seria isso. Viver e aprender Por Danilo Fariello Quando dois aviões atingiram o World Trade Center, em um dos maiores atentados terroristas da história, os mercados mundiais desabaram. Seus efeitos duraram vários dias e alguns analistas acharam que nada voltaria ao que era antes pelo receio de novos ataques. Cinco anos e vários atentados depois – incluindo um em Madri e outro em Londres -, os agentes do mercado já não reagem com a mesma apreensão aos riscos do terrorismo. Esse comportamento ratifica uma nova teoria que estuda a ação dos investidores no ambiente econômico e que pode ajudar na montagem de estratégias de investimento, tendo em vista mudanças globais, permitindo até tirar proveito delas. As teorias que pregam que decisões econômicas não são pautadas apenas por motivos racionais já são bastante respeitadas entre agentes do mercado financeiro. Prova disso é seu desenvolvimento e seu questionamento, que resultaram na criação da nova Hipótese dos Mercados Adaptáveis (HMA), consolidada em artigo recente de Andrew Lo, economista do MIT Sloan School of Management. Sua tese é um meio do caminho entre aqueles que acham que o mercado é puramente racional – adeptos da Hipótese dos Mercados Eficientes (HME) – e os que acham que ele seria totalmente irracional, dadas as características psicológicas inatas de cada agente. A nova tese, segundo Lo, permitiria entender melhor fenômenos cíclicos da economia, como bolhas, e melhorar a administração de investimentos. A HMA prevê, em resumo, que o mercado financeiro tende à racionalidade até que surjam alterações de conceitos básicos que tornem as previsões irracionais. Os agentes econômicos passariam por processos de adaptação a novas realidades. Exemplos recentes são a bolha da internet e reviravoltas do mercado com os atentados. A tese clássica prevê que os agentes do mercado sempre agem racionalmente ao aplicar recursos, buscando a melhor relação entre retorno e risco. Já a psicologia comportamental diz o contrário, ou seja, que os agentes sempre agem movidos por emoções pessoais, como egoísmo, competição, medo e euforia. A HMA prevê ciclos, que, quando alterados, elevam a motivação irracional dos agentes do mercado, explica Ilan Ryfer, sócio responsável por estratégias de investimento da corretora Hedging-Griffo. Conforme a situação se acomoda ou torna-se mais corriqueira, os agentes 17 AULA 2 • EXERCÍCiOs vão retomando a racionalidade. Até que ocorra uma nova ruptura, como nos atentados. Avanços tecnológicos, como a bolha das empresas pontocom no início da década, seriam o motivo mais comum de mudanças de ciclos econômicos que aumentam a irracionalidade do mercado. “No começo da onda de internet, as empresas do setor eram avaliadas muito acima de seu valor patrimonial e, atualmente, muitas não valem tanto ou desapareceram”, diz o economista Ryfer. No entanto, ele avalia que a identificação de um novo período irracional, como o da atual bolha dos imóveis americanos, é difícil de ser comprovada ao longo do processo. Segundo a tese dos mercados adaptáveis, pequenos ciclos em mercados e setores específicos ocorrem sistematicamente, oferecendo brechas para a busca de lucros mais altos, com possíveis distorções irracionais o tempo todo. Mas a tese pura da psicologia comportamental prevê que não necessariamente um mercado com valores distorcidos por questões irracionais migrará para a racionalidade, lembra Vera Rita Ferreira, psicóloga econômica e representante nacional da Associação para Pesquisa em Psicologia Econômica (Iarep, na sigla em inglês). Exemplos são a bolha da internet, que demorou anos para estourar, ou a bolha imobiliária nos EUA atualmente, já sinalizada há anos. A HMA tem raiz na psicologia evolucionista, que prevê o aprendizado das pessoas, num paralelo com a teoria de Charles Darwin, explica Roberta Muramatsu, pesquisadora de finanças comportamentais e professora de economia do Ibmec-SP e do Mackenzie. Por essa teoria, certas pessoas teriam traços que os auxiliariam a identificar melhor os movimentos do mercado. “Esse é um dos motivos porque alguns gestores e investidores prosperam e outros não.” Copiar estratégias desses vencedores ajuda, mas é preciso compreender também que o ambiente econômico está em constante mutação, e a mesma estratégia poderia não funcionar numa segunda vez, diz a economista. “Não dá para termos a pretensão de nos adaptarmos na mesma velocidade do ambiente”, afirma Roberta, acrescentando, porém, que “também não somos fadados à irracionalidade”. A tese dos mercados adaptáveis traz aos estudos das finanças comportamentais o entendimento de que não são apenas as pessoas que interferem na economia, mas que o próprio ambiente é fator que influencia o comportamento financeiro, diz Roberta. “Hoje, temos de responder muito rápido a decisões econômicas, portanto podemos agir mais irracionalmente frente a uma novidade” explica. “Mas acredito na otimização e maximização das decisões com o tempo.” A tese evolucionista já é antiga nos debates sobre psicologia, embora controversa, mas sua incorporação reforça a aceitação de temas relativos à mente no universo dos economistas, diz Vera Rita. A tendência é que a discussão se amplie para além da psicologia econômica tradicional. Na semana passada,o psicólogo Waldemar Magaldi Filho lançou o livro “Dinheiro, saúde e sagrado”, sobre o valor cultural, consciente e inconsciente, do dinheiro na vida das pessoas, tendo base nas teorias de Carl Gustav Jung, dissidente das teses de Sigmund Freud. com base no texto acima e nas te- orias apresentadas em nossa aula, res- ponda à seguinte pergunta: Qual a rela- ção da teoria dos mercados adaptáveis e das finanças comportamentais apresen- tada no texto com a função financeira das empresas? rEfErÊNCIAS assaF neto, alexandre. finanças corporativas e valor. são Paulo: atlas, 2003. assaF neto, alexandre; liMa, Fabiano Guasti. Curso de administração financeira. são Paulo: atlas, 2009. casarotto FilHo, nelson; KoPittKe, Bruno Hartmut. Análise de investimentos. são Paulo: atlas, 2008. costa Jr., newton carneiro affonso; leal, ricar- do Pereira câmara; leMGrUBer, eduardo Facó. mercado de capitais: análise empírica no Brasil. são Paulo: atlas, 2006. 18 adMinistraÇÃo Financeira e orÇaMentária derMine, Jean; Bissada, yoUsseF F. Gerencia- mento de ativos e passivos: um guia para a criação de valor e controle de riscos. são Paulo: atlas, 2005. Galesne, alain; FensterseiFer, Jaime e.; laMB, roberto. Decisões de investimentos da empresa. são Paulo: atlas, 1999. GitMan, lawrence J. Princípios da Administra- ção financeira. 7. ed. são Paulo: Harbra, 2002. liMa, iran siqueira; Galardi, ney; neUBaUer, ingrid. Fundamentos de investimentos financei- ros. são Paulo: atlas, 2006. MataraZZo, dante, c. Análise financeira de Ba- lanços. são Paulo: atlas, 1997. Matias, alberto Borges. finanças corporativas de curto prazo: a gestão do valor do capital de giro. são Paulo: atlas, 2007. ross, stephen a.; WesterField, randolph W.; JaFFe, Jeffrey F. Administração financeira. tradu- ção de antonio Z. sanvicente. são Paulo: atlas, 2002. santos, edno oliveira dos. Administração finan- ceira da pequena e média empresa. são Paulo: atlas, 2009. saUnders, anthony. Administração de institui- ções financeiras. são Paulo: atlas, 2000. silVa neto, lauro de araújo. Derivativos: defini- ções, emprego e risco. são Paulo: atlas, 2006. silVa, José Pereira da. Gestão e análise de risco de crédito. 6. ed. são Paulo: atlas, 2008. soBreira, rogério. Regulação financeira e ban- cária. são Paulo: atlas, 2005. soUZa, acilon Batista. Projetos de Investimentos de capital: elaboração, análise e tomada de deci- são. são Paulo: atlas, 2003. Weston, J. Fred, BriGHaM, dugene F. funda- mentos da Administração financeira. são Paulo: Makron, 2000. Objetivo • Compreender como os fatores exógenos à empresa influenciam sua gestão financeira, bem como o comportamento das finanças corporativas é afetado pelos aspectos macroecômicos. AULA 3 AMBIÊNCIA ECONÔMICA Unidade 01 ADmINISTrAÇÃO fINANCEIrA E OrÇAmENTárIA introdUÇÃo À adMinistraÇÃo Financeira 20 adMinistraÇÃo Financeira e orÇaMentária CASO PráTICO Vejamos um caso que nos ajudará a responder a esta pergunta: a Brastemp® possui uma linha de produtos chamada “YOU”, que consiste em ser um produto customizado pelo cliente via Internet, com um pequeno detalhe: a customização ocorre na linha de produção e não na revenda, ou seja, não estamos falando de acessórios, mas da intervenção do consumidor na linha de produção. Fonte: www.brastemp.com.br “Estado da Arte”: o mundo assistiu a diversas crises econômicas e é partindo de cenários desfavorá- veis às finanças das empresas que iremos iniciar nossa aula. animado? então vamos em frente... CENárIO ECONÔmICO os profissionais, de um modo geral, foram formados e condicio- nados a usar o modelo mental do tangível com base em um pensa- mento Fordista e taylorista, com foco na otimização da produção em massa com pouca ou nenhu- ma especialização e customiza- ção de produtos. É muito confortável para qualquer empresa trabalhar em um ambiente de negócios controlado e com poucos e previsíveis concorrentes. Mas cuidado! Vimos na aula anterior que as mudanças nos cenários econômicos se modificam com uma velocidade muito grande. “Ponto relevante”: Vivemos em uma época em que não existem mais barreiras geográficas para os negócios, que são permeados por um ambiente impre- visível e de concorrência global. “Eu pergunto, você responde”: O desa- fio das organizações passa a ser pro- duzir em massa, produtos com elevado nível de customização. Como? não são simples “acessórios” ou opção de cores... são aproxi- madamente 19.000 combinações possíveis para uma mesma linha de produção... AmBIENTE EXÓGENO E AmBIENTE ENDÓGENO como vimos anteriormente, o ambiente no qual as empresas estão inseridas é de alta complexidade e, portanto, elas exigem da administração das finanças uma percepção ampla tanto do ambiente interno quan- to do ambiente externos a elas. Vejamos alguns conceitos importantes sobre o as- sunto, que nos ajudarão nesta verdadeira jornada rumo à administração financeira. É de fundamental importância que a administração financeira de uma empresa leve me consideração todos os aspectos possíveis que possam, de forma direta ou indireta, influenciar as decisões do administrador finan- ceiro. È o que se costuma chamar de visão sistêmica. 21 AULA 3 • AMBiÊnCiA ECOnÔMiCA Visão sistêmica? como assim? Veja- mos um exemplo simples que nos auxiliará a compreender esta abordagem. Vamos falar de algo que é comum para todos nós, água. na química, a água é definida por H2o. são dois átomos de hidrogênio e 1 átomo de oxigê- nio. Veja a figura que se segue: o curioso é que o Hidrogênio e o oxigênio são gases e ambos inflamáveis, certo? simples! oxigênio e hidrogênio, quando analisados separadamente são gases inflamáveis, todavia, quando analisados conjuntamente, se transformam pela combinação e assumem novas proprieda- des. o mesmo raciocínio podemos levar para a gestão financeira, qual seja, se analisadas sepa- radamente, as variáveis que determinam as ações sobre os ativos financeiros de uma empresa podem conduzir a decisões que não teriam os mesmos efeitos daquelas tomadas considerando- se o todo. desta forma percebemos que muitos são os fatores que podem influenciar as decisões finan- ceiras de uma empresa. analisemos a Fig. 1, que se segue: se o e H são gases e ambos inflamáveis, como pode a água apagar o fogo? 22 adMinistraÇÃo Financeira e orÇaMentária analisando a Fig. 1, percebemos que a empresa está sujeita a uma série de influências, desde políticas tributá- rias, ação de concorrentes, quantidade e qualidade dos clientes, etc. logo a eficiência da administração financeira será determinada pela capacidade do administrador fi- nanceiro em perceber as variáveis mais relevantes no processo de administrar as finanças corporativas. mAS O QUE É mESmO EfICIÊNCIA? Vamos fazer uma rápida revisão nestes conceitos para podermos avançar com segu- rança. Eficiência: é um dos componentes de sua missão que consiste na relação exis- tente entre o resultado obtido e os recursos empreendidos para obtenção deste resul- tado. logo: Eficácia: o lucro é a melhor medida de eficácia empresarial que irá determinar se o objetivo (ou objetivos) da empresa foi (foram) atingido(s). Para ser eficaz, a empresa deve ser eficiente na aplicação de seus recursos, no caso específico desta disciplina estamos falando de recur- sos financeiros. esses conceitos são fundamentais para uma boa compreensão de como se processam as ações da ad- ministração, portanto, fixe-os bem. Veja a FiG. 2 que se segue: FiGUra 2 – objetivos do sistema empresa Fonte: Padovese (2002) – adaptado. ADmINISTrAÇÃO fINANCEIrA frENTE AOS CENárIOS ECONÔmICOS “Ponto relevante:” o mundo assistiu a várias cri- ses financeiras ao longo da história recente daecono- mia, o que afetou fortemente a forma de as empresas pensarem sobre suas práticas de administração finan- ceira. Vamos ver algumas de forma mais detalhada, considerando a história recente: 1929 – O grande CrASH: em outubro de 1929, as ações de Wall street começaram a acumular sucessi- vas e violentas quedas. até 1932, as ações no merca- do americano perderam 90% de seu valor e um terço FiGUra 1 – empresa como sistema aberto Fonte: Padovese (2002) – adaptado. 23 AULA 3 • AMBiÊnCiA ECOnÔMiCA da população estava desempregada. Foi a maior crise financeira da história dos eUa e até hoje economistas teorizam a respeito das reais causas da quebra da Bol- sa. o maior efeito sobre o Brasil foi a queda do preço do café, então o principal produto de exportação do país. 1973 – Crise do Petróleo: com a Guerra do yom Kippur, a organização dos Países árabes exportado- res de Petróleo decide cancelar a exportação de petró- leo para países que apoiaram israel no conflito com o egito e a síria. como resultado, os preços do produto dispararam e atingiram a casa dos Us$12 o barril em 1974, valor quatro vezes maior do que no ano anterior. Para o Brasil, o efeito mais notável foi a desaceleração do crescimento iniciado com o chamado “milagre eco- nômico”: de 9% para 4,6% em 1978. 1979 – revolução Iraniana: em meio à revolução iraniana, o ayatollah Khomeini assume o poder do país e passa a controlar a produção de petróleo, causando uma segunda disparada nos preços do produto - po- tencializada pelos temores de racionamento energético nos eUa. o valor do barril chegou perto dos Us$40, o pico daquela década. no Brasil, houve aumento no custo dos combustíveis e racionamento. a dívida do País inchou com os crescentes custos da importação do petróleo. além disso, o aumento dos juros nos eUa contribuiu para elevar ainda mais a dívida. 1982 – moratória mexicana: o México atola-se em uma crise que culmina com a surpreendente moratória do governo mexicano em agosto de 1982. Mais de 40 países recorreram ao FMi, incluindo o Brasil, que viu a retração de seu PiB em 5% e a inflação ultrapassar os 200%. 1987 – Queda Histórica: em 19 de outubro de 1987, o índice down Jones sofre a maior queda de sua história em um único dia: 22,6%. a combinação de te- mores com os empréstimos bancários, a desaceleração da economia e a desvalorização da moeda americana injetou pânico nos mercados americanos, e o temor se alastrou pela europa e pelo Japão. o Brasil quebrou novamente, suspendendo o pagamento da dívida. na ocasião, como na atual crise, o Fed e outros Bcs do mundo rapidamente intervieram, baixando taxas de ju- ros. na prática, foi a primeira crise que demonstrou o potencial de rápido contágio do pânico num mercado financeiro globalizado. 1997 - Crise da ásia: em 1997, um rápido proces- so de fuga de capitais e desvalorização cambial entre os chamados tigres asiáticos - tailândia, Malásia, co- réia do sul, Hong Kong, indonésia e Filipinas - espalha medo nos mercados internacionais, em grande parte pela surpresa de ver mercados supostamente sólidos e confiáveis sucumbirem a uma crise financeira. o mercado dos emergentes foi afetado pela primeira vez, mas o Brasil conseguiu passar. 1998 – Crise da rússia: com a crise asiática, o preço dos commodities caiu em todo mundo, e a rús- sia, cuja economia depende largamente da exportação de commodities como gás natural e petróleo, declarou calote de sua dívida externa privada de curto prazo. a manobra acendeu a luz de alerta entre os investidores, que passaram a evitar mercados emergentes. após ter passado quase sem sentir os efeitos da crise da ásia, o Brasil foi afetado, enfrentando forte fuga de dólares. o governo reagiu elevando a taxa de juros, que chegou ao pico de 45% no início de 1999, e desvalorizando o real, que até então mantinha a paridade com o dólar. 2001 – Atentados do 11/09: a semana mais violen- ta na história das bolsas dos eUa, por qualquer indica- dor financeiro. a queda de 1370 pontos no índice dow Jones foi uma das piores do século, com os investidores perdendo mais de 8 trilhões de dólares, ou 10% do va- lor total do mercado de ações. Uma recessão moderada atingiu os estados Unidos, e surgiram as primeiras ad- vertências sobre os riscos no mercado imobiliário. 2008 – Crise Imobiliária: a crise que afeta o mer- cado financeiro nos eUa e arrasta os negócios no mundo teve origem nas hipotecas americanas. com o baixo juro e as boas condições de financiamento, mui- tas pessoas compraram imóveis e se endividaram. o juro subiu, a economia desaqueceu e a inadimplência aumentou. os bancos que emprestaram dinheiro co- meçam a mostrar o rombo. além disso, o preço dos imóveis caiu. Pagando uma prestação mais alta e com o valor do bem menor, os norte-americanos reduziram o consumo. Às portas da recessão, os eUa anuncia- ram a maior reforma no sistema de regulamentação fi- nanceira desde 1929. o plano vai mudar a forma como o governo regulamenta milhares de negócios. Fonte: http://www.estadao.com.br/especiais/as-grandes-crises- economicas,15167.htm analise atentamente cada uma das crises e veja como o ambiente econômico afeta financeiramente as empresas e como o conceito de visão sistêmica, eficácia e eficiência são úteis para o entendimen- to dessas questões. 24 adMinistraÇÃo Financeira e orÇaMentária “atenção! está na hora da revisão:”: antes de pas- sarmos à próxima aula, quando trataremos de questões mais específicas em relação à administração financei- ra, vamos fazer alguns exercícios para não deixar a máquina enferrujar, certo! 1) Qual a importância para o administrador financei- ro de uma percepção global e sistêmica da em- presa? 2) no seu entendimento, como as crises financeiras tratadas nesta aula, afetam a gestão financeira de uma empresa? rEfErÊNCIAS GitMan, lawrence J. Princípios da Administra- ção financeira. 7. ed. são Paulo: Harbra, 2002. PadoVeZe, cláudio luiz – Sistemas de Informações Contábeis – 3. ed. são Paulo: editora atlas, 2002. ross, stephen a.; WesterField, randolph W.; JaFFe, Jeffrey F. Administração financeira. tradu- ção antonio Z. sanvicente. são Paulo: atlas, 2002. santos, edno oliveira dos. Administração finan- ceira da pequena e média empresa. são Paulo: atlas, 2009. Objetivo • Consolidar os conhecimentos relativos à ambiência econômica mediante a resolução de exercícios. AULA 4 ExErcícios sobrE ambiência Econômica Unidade 01 ADmINISTrAÇÃO fINANCEIrA E OrÇAmENTárIA introdUÇÃo À adMinistraÇÃo Financeira 26 adMinistraÇÃo Financeira e orÇaMentária “Estado da Arte”: conforme visto nas aulas ante- riores, quando tratamos de diversos assuntos, observa- mos que os conceitos necessitam ser bem compreen- didos para seguirmos adiante. Portanto vamos praticar! EXErCÍCIOS com base nos artigos que serão apresentados, respondas às questões propostas. TEXTO 01 Para meirelles, “spreads” bancários precisam cair mais cirilo JUnior, da Folha online, no rio de Janeiro Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u552310.shtml o presidente do Bc (Banco central), Henrique Meirelles, criticou nesta sexta-feira os altos spreads cobrados pelos bancos e disse que a recente queda observada é “insuficiente”. ele não descartou novas medidas para fazer com que os spreads baixem ainda mais. o spread é a diferença entre o que os bancos pagam para captar dinheiro e o que cobram ao emprestar. “os spreads estão ainda muito altos. caíram um pouco, isso é insuficiente, têm que continuar caindo. isso é muito importante. estamos monitorando, e se for necessário alguma outra medida, tomaremos”, afirmou, depois de participar da cerimônia de posse do novo presidente da amcham-rio (câmara americana de comércio), róbson Barreto. Artefolha Para Meirelles, a oferta de crédito no Brasil está se normalizando, mas ainda não é a desejada. “o crédito no Brasil está num processo de normalização, ainda não chegamos lá. Medidas recentes começam a fazer efeito. Bancos públicos adotam papel cada vez mais ativo, a conjugação disso deve colaborar para que o processo continue a se normalizar”, observou. 27 AULA 4 • EXERCÍCiOs sOBRE AMBiÊnCiA ECOnÔMiCA traçando um quadro positivo do Brasil num cenário pós-crise, Meirelles comentou as projeções negativas traçadas para o crescimento da economia este ano. “o mercado costuma revisar a projeção do PiB [Produto interno Bruto], mas a estimativa de inflação não muda, está sempre próxima da meta”, completou. Poupança Mais cedo, em Brasília, Meirelles disse que ainda não há previsão de quando será adotada medida para mudar a remuneração da caderneta de poupança. “Vamos aguardar o que pode ser visualizado como melhor solução para a estrutura da economia do Brasil e para defender o interesse dos poupadores e, por outro lado, manter o equilíbrio do sistema.” Questionado se uma mudança na remuneração da poupança afetaria a definição do copom (comitê de Política Monetária) sobre a selic, ele afirmou que o colegiado “sempre tomará sua decisão baseada nos dados disponíveis da época”. a próxima reunião do copom está marcada para os dias 28 e 29 deste mês. com a queda da taxa básica de juros, a selic, os juros da caderneta de poupança acabam sendo mais atrativos do que outros investimentos. a preocupação do governo é que os grandes investidores tirem dinheiro da renda fixa, por exemplo, e passem para a poupança, reduzindo o volume de financiamento no país. Pede-se: Em relação à questão dos spreads bancários no Brasil, redija um texto, usando elementos discutidos em nossas aulas, em que você deixe claro o impacto financeiro para as em- presas que necessitam obter crédito junto às instituições financeiras. TEXTO 02 Governo muda BB e endurece cruzada contra spreads isaBel Versiani e natUZa nery - reUters Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,governo- muda-bb-e-endurece-cruzada-contra-spreads,352102,0.htm BRAsÍLiA - O governo do presidente Luiz inácio lula da silva mudou o comando do Banco do Brasil nesta quarta-feira, deixando claro que sua cruzada por spreads bancários mais baixos é para valer e que está disposto a adotar medidas duras para alcançar o objetivo. sem admitir que a substituição de antonio Francisco lima neto por aldemir Bendine esteja relacionada a uma insatisfação com os juros cobrados pelo BB, o próprio presidente lula e ministros reforçaram a determinação em reduzir as taxas. “a redução do spread bancário neste momento é uma obsessão minha”, disse o presidente a jornalistas, em meio a perguntas sobre a saída de lima neto. “nós precisamos fazer o spread bancário voltar à normalidade no país... o (ministro da Fazenda) Guido (Mantega) sabe disso, o Banco do Brasil sabe disso, a caixa econômica sabe disso, o Banco central sabe disso”, acrescentou lula, no que pode ser visto como uma ameaça aos gestores econômicos. “não há nenhuma necessidade de o spread bancário ter subido tanto no Brasil de julho para cá.” Um pouco depois, ao confirmar o nome de Bendine como novo presidente do BB, Mantega disse a jornalistas que ele assumirá o banco “com uma missão específica, com um contrato de gestão em que vai se comprometer a agilizar a liberação de crédito, incorporar novos clientes”. e a ministra-chefe da casa civil, dilma rousseff, teria sido ainda mais explícita. segundo relato do deputado Paulo Pereira da silva (Pdt-sP), presidente da Força sindical, dilma afirmou, em encontro com sindicalistas e lula, que “o governo não aguenta mais negociar o spread bancário” e que “os presidentes dos bancos públicos pensam que o banco é deles.” a ministra ainda comentou, de acordo com o sindicalista, que “banco público não pode cobrar um spread desses, (banco público) é para puxar desenvolvimento”. 28 adMinistraÇÃo Financeira e orÇaMentária INGErÊNCIA POLÍTICA? apesar de todas as declarações, Mantega procurou negar qualquer tipo de interferência política sobre as decisões do BB, embora tenha lembrado que o governo é o maior acionista do banco. “Falar em ingerência política e partidária é uma bobagem”, disse o ministro. “os acionistas podem ficar tranquilos, o profissionalismo será mantido.” ele destacou que Bendine, como lima neto, é profissional de carreira do BB e que sua escolha obedeceu critérios de competência. Bendine, que vinha atuando como vice-presidente de cartões e novos negócios de Varejo, negou ser filiado a partido político. “eu não sou filiado ao Pt e a nenhum partido político e não tenho nenhuma vinculação partidária”, disse. Mas a reação do mercado mostrou que os investidores estão céticos quanto às garantias apresentadas pelo governo. “a ingerência política não me permite recomendar compra para os papéis do banco, apesar do potencial de valorização das ações”, disse João augusto Frota salles, economista da consultoria lopes Filho. as ações do BB desabaram 8,15%, para 17,35 reais, enquanto o índice das principais ações da Bovespa subiu 0,8%. (reportagem adicional de Fernando exman, em Brasiía, e aluísio alves, em são Paulo) Pede-se: Em sua opinião, qual o papel do go- verno e das políticas públicas em relação à questão dos spreads bancários no Brasil? redija um texto, usando elementos discutidos em nossas aulas, em que você deixe clara sua posição sobre o assunto. rEfErÊNCIAS assaF neto, alexandre. finanças corporativas e valor. são Paulo: atlas, 2003. assaF neto, alexandre; liMa, Fabiano Guasti. Curso de administração financeira. são Paulo: atlas, 2009. casarotto FilHo, nelson; KoPittKe, Bruno Hartmut. Análise de investimentos. são Paulo: atlas, 2008. costa Jr., newton carneiro affonso; leal, ricar- do Pereira câmara; leMGrUBer, eduardo Facó. mercado de capitais: análise empírica no Brasil. são Paulo: atlas, 2006. derMine, Jean; Bissada, yoUsseF F. Geren- ciamento de ativos e passivos: um guia para a criação de valor e controle de riscos. são Paulo: atlas, 2005. Galesne, alain; FensterseiFer, Jaime e.; laMB, roberto. Decisões de investimentos da empresa. são Paulo: atlas, 1999. GitMan, lawrence J. Princípios da Administra- ção financeira. 7.ed. são Paulo: Harbra, 2002. liMa, iran siqueira; Galardi, ney; neUBaUer, ingrid. Fundamentos de investimentos financei- ros. são Paulo: atlas, 2006. MataraZZo, dante, c. Análise financeira de Ba- lanços. são Paulo: atlas, 1997. Matias, alberto Borges. finanças corporativas de curto prazo: a gestão do valor do capital de giro. são Paulo: atlas, 2007. ross, stephen a., WesterField, randolph W., JaFFe, Jeffrey F. Administração financeira. tradu- ção antonio Z. sanvicente. são Paulo: atlas, 2002. 775 p. santos, edno oliveira dos. Administração finan- ceira da pequena e média empresa. são Paulo: atlas, 2009. saUnders, anthony. Administração de institui- ções financeiras. são Paulo: atlas, 2000. silVa neto, lauro de araújo. Derivativos: defini- ções, emprego e risco. são Paulo: atlas, 2006. silVa, José Pereira da. Gestão e análise de risco de crédito. 6. ed. são Paulo: atlas, 2008. soBreira, rogério. Regulação financeira e ban- cária. são Paulo: atlas, 2005. soUZa, acilon Batista. Projetos de Investimentos de capital: elaboração, análise e tomada de deci- são. são Paulo: atlas, 2003. Weston, J. Fred, BriGHaM, dugene F. funda- mentos da Administração financeira. são Paulo: Makron, 2000. Objetivo • Compreender o funcionamento do sistema financeiro nacional e seus impactos e influências sobre as políticas de administração financeira das empresas.AULA 5 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (1ª PARTE) Unidade 01 ADmINISTrAÇÃO fINANCEIrA E OrÇAmENTárIA introdUÇÃo À adMinistraÇÃo Financeira 30 adMinistraÇÃo Financeira e orÇaMentária “Estado da Arte”: considerando que a administra- ção financeira de uma empresa consiste basicamente em captar e aplicar recursos, torna-se necessária uma compreensão sobre como se processam as relações entre os diversos agentes que atuam no mercado fi- nanceiro brasileiro e como essas relações estão disci- plinadas. Vamos aos nossos estudos? CONCEITO DE “POUPANÇA” “Ponto relevante”: Quando usamos o termo “poupança” não nos referimos à mo- dalidade de investimento denominada, no Brasil, de “caderneta de poupança”; referi- mo-nos aos recursos excedentes e como estes são aplicados. o Mundo moderno exige a formação de uma poupança voltada para o financiamento dos se- tores produtivos da economia. Poupança é a parcela da renda que não foi con- sumida. É diante desse processo de intermediação e dis- tribuição de recursos no mercado que se destaca a importância social e econômica do sistema Financeiro nacional - sFn. as principais decisões financeiras empresariais não podem ser dissociadas do desempenho futuro es- perado da economia... alguns indicadores: • Comportamento de taxas de juros • Curto Prazo • Longo prazo • Medidas de mercados futuros • Índices de ações, dentre outros... esses se constituem em excelentes referências para se prever a direção futura da economia, pois sina- lizam as melhores decisões financeiras. o conceito é bem simples! o inter- mediador financeiro é “alguém” que irá promover o “encontro” entre quem tem recursos financeiros além do neces- sário e quem precisa desses mesmos recursos. entendeu? o processo de intermediação pode ocorrer de for- ma direta ou de forma indireta. Intermediação Direta: a instituição capta recursos dos agentes superavitários e paga uma remuneração – juros. com os recursos levantados, efetua operações INTErmEDIAÇÃO fINANCEIrA a intermediação no mercado financeiro visa conciliar os interesses dos agentes econômicos superavitários em ampliar suas poupanças, e os deficitários em tomar recursos emprestados. Preste atenção na Fig. 1 que se segue: FiGUra 1 – Fluxo da intermediação Financeira Fonte: Gitman (2002) - adaptado 31 AULA 5 • sistEMA FinAnCEiRO nACiOnAL (1ª PARtE) Pela FiG. 2, observamos que o banco, que faz o papel do intermediador financeiro, remunera o agente superavitário a uma taxa de 8% e empresta este mesmo recurso a um agente deficitário a uma taxa de 20%. a diferença entre a taxa de captação e a taxa de empréstimo é o que se chama de SPREAD bancário. neste caso o spread é de 12%. entendeu? não é nada difícil! Intermediação Indireta: nesse modelo a instituição aproxima os agentes, e recebe uma comissão pelos serviços prestados. Veja a FiG. 3: Parece confuso? calma... vamos trabalhar cada um destes conceitos de forma bem tranqüila. de empréstimos (aos agentes deficitários), cobrando juros. a diferença entre a taxa de juros cobrada e a taxa paga é denominada spread. observe atentamente a FiG. 2: FiGUra 2 – dinâmica do spread bancário Fonte: Gitman (2002) - adaptado FiGUra 3 – relação entre agente tomador e agente poupador Fonte: Gitman (2002) - adaptado 32 adMinistraÇÃo Financeira e orÇaMentária taBela 1 diferenças entre PGBl e VGBl CONTEXTO JUrÍDICO mercado financeiro: regido pela lei 4.595/64, corresponde ao conjunto de instituições, práticas e normas que viabilizam as relações financeiras entre credores e devedores. Principal característica: INTEr- mEDIAÇÃO fINANCEIrA. mercado de Capitais: regido pelas leis 4.728/65 e 6.385/76, corresponde ao mercado onde a transferên- cia de recursos ocorre sem a necessária intermediação do sistema bancário. aqui encontramos os tVM’s emiti- dos pelas empresas, tais como ações, debêntures, etc. Principal característica: BOLSA DE VALOrES. mercado de Seguros Privados e Capitalização: disciplinado pelo decreto lei 70/66, é aquele onde são negociados os contratos de seguros oferecidos pelas sociedades autorizadas a operar com seguros e títulos de capitalização. mercado de Previdência Complementar: regido pela lei complementar 109/2001, compreende a nego- ciação de planos privados de previdência divididos em: Previdência complementar aberta: operado por entidades que oferecem planos de benefícios a qualquer pessoa (PGBl – Plano Gerador de Benefício li- vre e VGBl – Vida Gerador de Benefício livre) Previdência complementar Fechada: são os cha- mados fundos de pensão – entidades que adminis- tram planos de benefícios para um grupo de em- pregados. “Ponto relevante:” Veja as principais diferenças entre as modalidades PGBl e VGBl, na taB. 1, a se- guir: Fonte: http://invertia.terra.com.br/previdencia/interna/0,,oi195631-ei1806,00.html 33 AULA 5 • sistEMA FinAnCEiRO nACiOnAL (1ª PARtE) texto para refletir: se você está pensando em investir em um plano de previdência privada para garantir uma aposentadoria tranquila, provavelmente já ouviu falar de duas siglas bastante comuns: PGBl e VGBl. PGBl significa Plano Gerador de Benefício livre, e VGBl quer dizer Vida Gerador de Benefício livre. são planos previdenciários que permitem que você acumule recursos por um prazo contratado. durante esse período, o dinheiro depositado vai sendo investido e rentabilizado pela seguradora escolhida por você. tanto no PGBl como no VGBl, o contratante passa por duas fases: o período de investimento e o período de benefício. o primeiro normalmente ocorre quando estamos trabalhando e/ou gerando renda. esta é a fase de formação de patrimônio. Já o período de benefício começa a partir da idade que você escolhe para começar a desfrutar do dinheiro acumulado durante anos de trabalho. a maneira de recebimento dos recursos é você quem escolhe. É possível resgatar o patrimônio acumulado e/ou contratar um tipo de benefício (renda) para passar a receber, mensalmente, da empresa seguradora. É importante lembrar que tanto o período de investimento quanto o período de benefício não precisam ser contratados com a mesma seguradora. dessa forma, uma vez encerrado o período de investimento, o participante fica livre para contratar uma renda na instituição que escolher. diferença entre PGBl e VGBl a principal distinção entre eles está na tributação. no PGBl, você pode deduzir o valor das contribuições da sua base de cálculo do imposto de renda, com limite de 12% da sua renda bruta anual. assim, poderá reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar sua restituição de ir. Vamos supor que um contribuinte tenha um rendimento bruto anual de r$ 100 mil. com o PGBl, ele poderá declarar ao leão r$ 88 mil. o ir sobre os r$ 12 mil restantes, aplicados em PGBl, só será pago no resgate desse dinheiro. Mas atenção: esse benefício fiscal só é vantajoso para aqueles que fazem a declaração do imposto de renda pelo formulário completo e são tributados na fonte. Para quem faz declaração simplicada ou não é tributado na fonte, como autônomos o VGBl é ideal. ele é indicado também para quem deseja diversificar seus investimentos ou para quem deseja aplicar mais de 12% de sua renda bruta em previdência. isso porque, em um VGBl, a tributação acontece apenas sobre o ganho de capital. Fonte: http://invertia.terra.com.br/previdencia/ interna/0,,oi195631-ei1806,00.html o texto acima esclarece aspectos importantes sobre as modalidades de previdência complementar PGBl e VGBl. o objetivo é fazê-lo refletir so- bre a importância da administração financeira não só das empresas, mas também das pessoas físicas. Portanto os conhecimentos que iremos adquirir ao longo des- ta disciplina poderão ser aplicados porvocê, de forma prática, em sua vida pessoal, certo? “Atenção! Está na hora da revisão”: Praticar nunca é demais, portanto vamos fazer alguns exercí- cios sobre esta aula para fixar bem os conhecimentos. EXErCÍCIOS 1) Uma instituição financeira recebe aplicações de vá- rios clientes, conforme a taB. 4, seguinte: taBela 4 taxas de aplicações financeiras Valor Taxa (ao ano) r$ 10.000.000,00 12,5% r$ 15.000.000,00 13,0% r$ 11.000.000,00 11,0% r$ 18.000.000,00 13,0% Fonte: elaborada pelo autor. com base nestes recursos captados consegue em- prestar r$ 35.000.000,00 a uma taxa de 18% ao ano. Pede-se: a) Qual o spread da operação? b) Qual o custo médio de captação do dinheiro? 34 adMinistraÇÃo Financeira e orÇaMentária 2) conceitue SPREAD bancário. 3) Uma pessoa física que elabora uma declaração de imposto de renda no modelo completo deve usar, para fins de planejamento tributário dessa pessoa, um PGBl ou um VGBl? explique os motivos. 4) Uma pessoa física que elabora uma declaração de imposto de renda no modelo simplificado deve usar, para fins de planejamento tributário dessa pessoa, um PGBl ou um VGBl? explique os moti- vos. 5) explique, com suas palavras, o que é uma interme- diação financeira do tipo direta. 6) explique, com suas palavras, o que é uma interme- diação financeira do tipo indireta. 7) o que se deve entender por Poupança? 8) no contexto jurídico, qual a principal característica do mercado financeiro? 9) no contexto jurídico, qual a principal característica do mercado de capitais? rEfErÊNCIAS assaF neto, alexandre. finanças corporativas e valor. são Paulo: atlas, 2003. assaF neto, alexandre; liMa, Fabiano Guasti. Curso de administração financeira. são Paulo: atlas, 2009. casarotto FilHo, nelson; KoPittKe, Bruno Hartmut. Análise de investimentos. são Paulo: atlas, 2008. costa Jr., newton carneiro affonso; leal, ricar- do Pereira câmara; leMGrUBer, eduardo Facó. mercado de capitais: análise empírica no Brasil. são Paulo: atlas, 2006. derMine, Jean; Bissada, yoUsseF F. Geren- ciamento de ativos e passivos: um guia para a criação de valor e controle de riscos. são Paulo: atlas, 2005. Galesne, alain; FensterseiFer, Jaime e.; laMB, roberto. Decisões de investimentos da empresa. são Paulo: atlas, 1999. GitMan, lawrence J. Princípios da Administra- ção financeira. 7. ed. são Paulo: Harbra, 2002. MataraZZo, dante c. Análise financeira de Ba- lanços. são Paulo: atlas, 1997. ross, stephen a., WesterField, randolph W., JaFFe, Jeffrey F. Administração financeira. tradu- ção antonio Z. sanvicente. são Paulo: atlas, 2002. santos, edno oliveira dos. Administração finan- ceira da pequena e média empresa. são Paulo: atlas, 2009. Weston, J. Fred, BriGHaM, dugene F. funda- mentos da Administração financeira. são Paulo: Makron, 2000. Objetivo • Entender o funcionamento do sistema financeiro nacional e seus impactos e influências sobre as políticas de administração financeira das empresas. AULA 6 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (2ª PARTE) Unidade 01 ADmINISTrAÇÃO fINANCEIrA E OrÇAmENTárIA introdUÇÃo À adMinistraÇÃo Financeira 36 adMinistraÇÃo Financeira e orÇaMentária “Estado da Arte”: o sistema financeiro nacional é um conjunto de vários atores que colaboram para que as finanças do país sejam adequadamente reguladas de forma que seus administradores não cometam ilíci- tos ou ações equivocadas que possam comprometer o funcionamento da economia, notadamente dos funda- mentos macroeconômicos. Vamos aos nossos estudos de hoje? espero que você faça bom uso deles. SISTEmA fINANCEIrO NACIONAL “Ponto relevante”: o sistema Finan- ceiro nacional – sFn - é a composição de instituições dedicadas a criar as condições satisfatórias para que ocor- ra a manutenção de um fluxo de recur- sos entre poupadores e investidores no Brasil. o principal objetivo do sFn é valorizar a intermedia- ção entre poupança e investimento, possibilitando ao setor produtivo maior eficiência. lembre-se sem- pre disto, que é um princípio básico: intermediar di- nheiro de quem tem “sobrando” para os que tem “faltando”, é uma analogia simplista, mas é a es- sência de todo o processo (fonte: www.bcb.gov.br) segundo definição do Banco central do Brasil (www.bcb.gov.br), o sistema financeiro nacional é com- posto dos seguintes agentes: Conselho monetário Nacional – CmN: o conse- lho Monetário nacional (cMn), que foi instituído pela lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do sFn. integram o cMn o Ministro da Fazenda (Presidente), o Ministro do Planejamento, or- çamento e Gestão e o Presidente do Banco central do Brasil. dentre suas funções estão: adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia; regular o valor interno e externo da moe- da e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos ins- trumentos financeiros; zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; coordenar as políticas mo- netária, creditícia, orçamentária e da dívida pública in- terna e externa. Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP): Órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados; é composto pelo Ministro da Fazenda (Presidente), representan- te do Ministério da Justiça, representante do Ministé- rio da Previdência social, superintendente da supe- rintendência de seguros Privados, representante do Banco central do Brasil e representante da comissão de Valores Mobiliários. dentre as funções do cnsP estão: regular a constituição, organização, funcio- namento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao snsP, bem como a aplicação das penalidades previstas; fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro; estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; prescrever os critérios de constituição das sociedades segura- doras, de capitalização, entidades de Previdência Privada aberta e resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações, e disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor. Conselho de Gestão de Previdência Comple- mentar (CGPC): é um órgão colegiado que integra a estrutura do Ministério da Previdência social e cuja competência é regular, normatizar e coordenar as atividades das entidades Fechadas de Previdência complementar (fundos de pensão). também cabe ao cGPc julgar, em última instância, os recursos interpos- tos contra as decisões da secretaria de Previdência complementar. Banco Central do Brasil (Bacen): é uma autar- quia vinculada ao Ministério da Fazenda, que tam- bém foi criada pela lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964. É o principal executor das orientações do conselho Monetário nacional e responsável por ga- rantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por objetivos: zelar pela adequada liquidez da eco- nomia; manter as reservas internacionais em nível 37 AULA 6 • sistEMA FinAnCEiRO nACiOnAL (2ª PARtE) adequado; estimular a formação de poupança; zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfei- çoamento do sistema financeiro. dentre suas atribui- ções estão: emitir papel-moeda e moeda metálica; executar os serviços do meio circulante; receber re- colhimentos compulsórios e voluntários das institui- ções financeiras e bancárias; realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras; regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; exercer o controle de crédito; exercer afiscalização das ins- tituições financeiras; autorizar o funcionamento das instituições financeiras; estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras; vigiar a interferência de ou- tras empresas nos mercados financeiros e de capi- tais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. sua sede fica em Brasília, capital do País, e tem representações nas capitais dos estados do rio Grande do sul, Paraná, são Paulo, rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, ceará e Pará. A Comissão de Valores mobiliários (CVm): é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, ins- tituída pela lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976. É responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país. Para este fim, exerce as funções de: assegurar o fun- cionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; proteger os titulares de valores mobiliá- rios; evitar ou coibir modalidades de fraude ou mani- pulação no mercado; assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as companhias que os tenham emitido; assegu- rar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; promover a expansão e o funcionamento eficiente e re- gular do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das compa- nhias abertas. Superintendência de Seguros Privados (SU- SEP): autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, é responsável pelo controle e fiscalização do mer- cado de seguro, previdência privada aberta e capi- talização. dentre suas atribuições estão: fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e opera- ção das sociedades seguradoras, de capitalização, entidades de Previdência Privada aberta e resse- guradores, na qualidade de executora da política traçada pelo cnsP; atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua atra- vés das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro; zelar pela de- fesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados; promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados; promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição; zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas; cumprir e fazer cumprir as delibe- rações do cnsP e exercer as atividades que por este forem delegadas; prover os serviços de secretaria executiva do cnsP. Instituições financeiras captadoras de depósi- tos à vista: compostas pelos Bancos Múltiplos, Bancos comerciais, caixa econômica Federal e cooperativas de crédito. As bolsas de mercadorias e futuros: são asso- ciações privadas civis, com objetivo de efetuar o regis- tro, a compensação e a liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão ou em sistema eletrônico. Para tanto, devem desenvolver, organizar e operacionalizar um mercado de derivativos livre e transparente, que proporcione aos agentes econômi- cos a oportunidade de efetuarem operações de hed- ging (proteção) ante as flutuações de preço de com- modities agropecuárias, índices, taxas de juro, moedas e metais, bem como de todo e qualquer instrumento ou variável macroeconômica cuja incerteza de preço no futuro possa influenciar negativamente suas ativi- dades. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa e são fiscalizadas pela comissão de Va- lores Mobiliários. 38 adMinistraÇÃo Financeira e orÇaMentária Instituto de resseguros do Brasil (IrB): empre- sa resseguradora, constituída como sociedade de eco- nomia mista com controle acionário da União, vincula- da ao Ministério da Fazenda. Demais Instituições financeiras: agências de Fomento associações de Poupança e empréstimo Bancos de câmbio Bancos de desenvolvimento Bancos de investimento Banco nacional de desenvolvimento econômico e social (Bndes) companhias Hipotecárias cooperativas centrais de crédito sociedades crédito, Financiamento e investimento sociedades de crédito imobiliário sociedades de crédito ao Microempreendedor Bancos de Câmbio: são instituições financeiras autorizadas a realizar, sem restrições, operações de câmbio e operações de crédito vinculadas às de câm- bio, como financiamentos à exportação e importação e adiantamentos sobre contratos de câmbio, e ainda a receber depósitos em contas sem remuneração, não movimentáveis por cheque ou por meio eletrônico pelo titular, cujos recursos sejam destinados à realização das operações acima citadas. na denominação dessas instituições deve constar a expressão “Banco de câm- bio” (res. cMn 3.426, de 2006). Bolsas de Valores: são sociedades anônimas ou associações civis, com o objetivo de manter local ou sistema adequado ao encontro de seus membros e à realização entre eles de transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários, em mer- cado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado por seus membros e pela comissão de Valores Mobiliários. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa (resolução cMn 2.690, de 2000). Outros intermediários financeiros administradoras de consórcio sociedades de arrendamento mercantil sociedades corretoras de câmbio sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários sociedades distribuidoras de títulos e valores mo- biliários Sociedades de capitalização: são entidades constituídas sob a forma de sociedades anônimas, que negociam contratos (títulos de capitalização) que têm por objeto o depósito periódico de prestações pecuni- árias pelo contratante, o qual terá, depois de cumpri- do o prazo contratado, o direito de resgatar parte dos valores depositados corrigidos por uma taxa de juros estabelecida contratualmente; ao contratante confere ainda, quando previsto, o direito de concorrer a sorteios de prêmios em dinheiro. Entidades abertas de previdência complemen- tar: são entidades constituídas unicamente sob a forma de sociedades anônimas e têm por objetivo instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário, concedidos em forma de renda continuada ou paga- mento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas. são regidas pelo decreto-lei 73, de 21 de novembro de 1966, e pela lei complementar 109, de 29 de maio de 2001. as funções do órgão regulador e do órgão fiscalizador são exercidas pelo Ministério da Fazenda, por intermédio do conselho nacional de seguros Pri- vados (cnsP) e da superintendência de seguros Pri- vados (sUseP). Entidades fechadas de previdência comple- mentar (fundos de pensão): são organizadas sob a forma de fundação ou sociedade civil, sem fins lucra- tivos e são acessíveis, exclusivamente, aos emprega- dos de uma empresa ou grupo de empresas ou aos servidores da União, dos estados, do distrito Federal e dos Municípios, entes denominados patrocinadores, ou aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, denomina- das instituidores. as entidades de previdência fechada devem seguir as diretrizes estabelecidas pelo conse- lho Monetário nacional, por meio da resolução 3.121, de 25 de setembro de 2003, no que tange à aplicação dos recursos dos planos de benefícios. também são regidas pela lei complementar 109, de 29 de maio de 2001. observe a FiG.1, que se segue, e entenda como é a estrutura do sistema financeiro nacional: 39 AULA 6 • sistEMA FinAnCEiRO nACiOnAL (2ª PARtE) UFa! terminamos mais uma aula. Hoje vamos dar um refresco e deixar os exercícios para
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