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Educação Financeira Senac

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Educação Financeira
Créditos
Centro Universitário Senac São Paulo – Educação Superior a Distância
Diretor Regional Kamila Harumi Sakurai Simões 
Luiz Francisco de Assis Salgado Karen Helena Bueno Lanfranchi 
Katya Martinez Almeida 
Superintendente Universitário Lilian Brito Santos 
e de Desenvolvimento Luciana Marcheze Miguel 
Luiz Carlos Dourado Mariana Valeria Gulin Melcon 
Mayra Bezerra de Sousa Volpato 
Reitor Mônica Maria Penalber de Menezes 
Sidney Zaganin Latorre Mônica Rodrigues dos Santos 
Nathalia Barros de Souza Santos 
Diretor de Graduação Renata Jessica Galdino 
Eduardo Mazzaferro Ehlers Sueli Brianezi Carvalho 
Thiago Martins NavarroGerentes de Desenvolvimento 
Luciana Bon Duarte Coordenador Multimídia e Audiovisual 
Roland Anton Zottele Adriano Tanganeli
Coordenadora de Desenvolvimento Equipe de Design Visual 
Tecnologias Aplicadas à Educação Adriana Matsuda 
Regina Helena Ribeiro Camila Lazaresko Madrid 
Danilo Dos Santos Netto Coordenador de Operação Estenio Azevedo Educação a Distância Hugo Naoto Alcir Vilela Junior Inácio de Assis Bento Nehme 
Karina de Morais Vaz Bonna Professor Autor
Lucas Monachesi Rodrigues Carlos Alberto de Souza Cabello 
Marcela Corrente 
Marcio Rodrigo dos Reis Revisor Técnico 
Renan Ferreira Alves Regina Galhardi de Camargo 
Renata Mendes Ribeiro 
Técnico de Desenvolvimento Thalita de Cassia Mendasoli Gavetti 
Priscila dos Santos Thamires Lopes de Castro 
Vandré Luiz dos Santos 
Coordenadoras Pedagógicas Victor Giriotas Marçon 
Ariádiny Carolina Brasileiro Silva William Mordoch
Izabella Saadi Cerutti Leal Reis 
Nivia Pereira Maseri de Moraes Equipe de Design Multimídia 
Alexandre Lemes da Silva
Equipe de Design Educacional Cláudia Antônia Guimarães Rett 
Adriana Mitiko do Nascimento Takeuti Cristiane Marinho de Souza 
Alexsandra Cristiane Santos da Silva Eliane Katsumi Gushiken 
Angélica Lúcia Kanô Elina Naomi Sakurabu 
Cristina Yurie Takahashi Emília Correa Abreu 
Diogo Maxwell Santos Felizardo Fernando Eduardo Castro da Silva 
Elisangela Almeida de Souza Michel Iuiti Navarro Moreno
Flaviana Neri Mayra Aniya 
Francisco Shoiti Tanaka Renan Carlos Nunes De Souza 
João Francisco Correia de Souza Rodrigo Benites Gonçalves da Silva 
Juliana Quitério Lopez Salvaia Wagner Ferri 
Temas
Introdução
1	Educação	financeira
Considerações	Finais
Referências
Professor
Carlos Alberto de Souza Cabello
Educação Financeira
Aula 01
Introdução à educação financeira: definições e objetivos
Objetivos Específicos
•	 Entender	 a	 visão	 geral	 da	 importância	 dos	 conhecimentos	 de	 educação	
financeira	em	transações	comerciais.
Educação Financeira
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Introdução
Bem-vindo	à	disciplina	de	educação	financeira.
Esta	disciplina	é	muito	importante	e	interessante,	e	o	objetivo	é	que	todos	compreendam	
o	que	é	educação	financeira	de	fato	e	os	impactos	de	sua	ausência	na	nossa	vida.
1 Educação financeira
De	acordo	com	a	Organização	para	a	Cooperação	e	Desenvolvimento	Econômico	(OCDE)	
a	educação	financeira	pode	ser	definida	como:
O	processo	pelo	qual	os	 consumidores	e	 investidores	melhoram	sua	 compreensão	
sobre	 produtos,	 conceitos	 e	 riscos	 financeiros,	 e	 obtêm	 informação	 e	 instrução,	
desenvolvem	 habilidades	 e	 confiança,	 de	 modo	 a	 ficarem	 mais	 cientes	 sobre	 os	
riscos	e	oportunidades	financeiras,	para	fazerem	escolhas	mais	conscientes	e,	assim,	
adotarem	ações	para	melhorar	seu	bem	estar.	(BCB,	2009,	p.	1)
A	educação	financeira	possibilita	às	pessoas,	antes	de	tudo,	o	exercício	pleno	de	cidadania.	
Saber	administrar	seu	próprio	dinheiro	torna	o	cidadão	digno	de	obter	bens	não	apenas	para	
o	momento,	mas	também	para	o	futuro.	A	educação	financeira	pode	capacitar	os	cidadãos	a	
tomarem	decisões	com	relação	a	suas	rendas,	poupanças,	investimentos,	riscos	financeiros	
com	o	objetivo	de	facilitar	a	vida	e	melhorar	o	bem-estar.
É	importante	salientar	a	necessidade	da	educação	financeira	independente	do	grau	de	
escolaridade,	nível	social	e	até	mesmo	sorte	ou	inteligência.	Um	dos	aspectos	que	deve	ser	
enfatizado	é	a	educação	financeira	recebida	e	a	capacidade	de	assumir	um	comportamento	
decidido,	disciplinado,	para	que	as	pessoas	sejam	estimuladas	a	correr	atrás	de	seus	objetivos	
e	sonhos.	
Antes	de	mais	nada,	a	educação	financeira	exige	ações	disciplinares	contínuas,	alterando	
o	comportamento	em	todos	os	componentes	envolvidos,	seja	na	empresa	ou	na	família.	
Dados	de	uma	pesquisa	feita	pelo	Serviço	de	Proteção	ao	Crédito	(SPC)	mostram	que:
85%	 dos	 brasileiros	 compram	 sem	 planejamento	 e	 que	 57%	 dos	 entrevistados	
também	admitem	que	compram	por	impulso	em	momentos	de	ansiedade,	tristeza	
e	angústia.	A	maioria	acha	que	sabe	cuidar	do	próprio	dinheiro,	mas	admite	que	se	
perdesse	o	emprego	não	conseguiria	manter	o	padrão	de	vida	por	mais	de	um	ano.	
(SPC-Brasil,	02/2013)
Analisando	a	citação,	percebe-se	que	uma	parcela	significativa	da	população	brasileira	
(85%)	desconhece	o	planejamento	financeiro,	o	que	nos	 induz	a	afirmar	a	 importância	de	
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ressaltar	a	necessidade	da	educação	financeira	em	todos	os	níveis,	independentemente	de	
níveis	sociais,	escolaridade	e	outros.
Os	 domínios	 da	 educação	 financeira	 devem	 despertar	 nas	 pessoas	 alguns	 fatos	
conhecidos,	porém	não	praticados:
•	 deve-se	preparar	um	orçamento	e	procurar	cumpri-lo;
•	 provocar	uma	inequação	em	sua	vida	financeira	atentando	que	o	lado	recebimentos	
deve	ser	maior	ou	igual	ao	lado	Pagamentos	ou	gastos/despesas;
•	 propiciar	condições	de	gerar	novas	fontes	de	receitas,	pois	em	alguns	casos	reduzir	
gastos	é	extremamente	difícil;
•	 deve-se		criar	condições	de	controlar	os	gastos1.	
1.1 Referências e atitudes segundo a OCDE 
A	Organização	 para	 Cooperação	 do	Desenvolvimento	 Econômico	 (OCDE)	 disponibiliza	
algumas	recomendações,	das	quais	elencamos	uma	a	seguir	que	foca	a	educação	financeira	
com	a	realidade	brasileira,	articulando	com	o	momento	atual	da	economia	do	país.	
I.	 A	educação	financeira	deve	ser	promovida	de	uma	 forma	 justa	e	sem	vieses,	
ou	 seja,	 o	 desenvolvimento	 das	 competências	 financeiras	 dos	 indivíduos	 precisa	
ser	 embasado	 em	 informações	 e	 instruções	 apropriadas,	 livres	 de	 interesses	
particulares.	(OCDE,	2004)
A	 interpretação	desse	princípio,	associada	à	educação,	 indica	a	necessidade	de	 inserir	
na	 educação	 básica,	 tanto	 no	 ensino	 privado	 como	no	 ensino	 público	 partindo	do	 ensino	
fundamental	até	o	ensino	superior,	conhecimentos	financeiros	articulados	à	faixa	etária	dos	
alunos	e	contexto	socioeconômico.	
Entre	 as	 sugestões	 encontramos:	 a	 exploração	 dos	 conteúdos	 associados	 aos	
diferentes	temas,	à	identificação	da	articulação	de	diferentes	formas	do	pensamento	
matemático,	a	 contextualização	do	conhecimento	matemático	e	a	possibilidade	de	
considerar	as	razões	históricas	que	deram	origem	e	importância	a	esses	conhecimentos,	
porém	se	observa	a	necessidade	de	escolhas	organizadas	e	coerentes	para	evitar	um	
trabalho	 centrado	 apenas	 na	 quantidade	 de	 informações.	 Segundo	 os	 PCN+2	 ,	 os	
temas	escolhidos	devem	apresentar	relevância	científica	e	cultural,	ou	seja,	quando	
se	consideram	a	origem	e	a	importância	histórica	devemos	levar	em	conta	o	potencial	
explicativo	do	material	escolhido	de	modo	que	os	estudantes	possam	compreender	
1	Desembolso	à	vista	ou	a	prazo	para	a	obtenção	de	bens	ou	serviços,	independentemente	da	destinação	que	esses	bens	ou	serviços	possam	
ter	na	empresa.
2	PCN	–	Parâmetros	Curriculares	Nacionais	do	Ensino	Médio.
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os	princípios	estéticos	e	éticos	associados	aos	 fatos	mundiais	que	deram	origem	e	
relevância	ao	fato	matemático	estudado.	Essa	forma	de	tratamento	da	história	pode	
auxiliar	os	professores	no	desenvolvimento	das	tecnologias	associadas	às	técnicas	por	
eles	utilizadas	para	o	desenvolvimento	das	tarefas	possíveisde	serem	trabalhadas	no	
Ensino	Médio,	tanto	quando	se	reputam	as	aplicações	na	própria	Matemática	como	
nas	outras	ciências.	(CABELLO,	2010,	p.	12)
A	 necessidade	 de	 associar	 conceitos	 aprendidos	 de	 uma	 série	 a	 outra	 pode	 ser	
complementada	com	recursos	pelos	quais	os	alunos	consigam	entender	aplicações	em	seu	
mundo	prático,	contidas	no	seu	contexto	socioeconômico,	iniciando	uma	conscientização	da	
importância	da	educação	financeira.	Dessa	forma,	há	possibilidade	de	haver	um	aprendizado	
sem	viés	de	instituição	financeira,	ou	seja,	longe	de	interesses	particulares.
II.	 Os	programas	de	educação	financeira	devem	focar	as	prioridades	de	cada	país,	
isto	 é,	 estar	 adequados	 à	 realidade	 nacional,	 podendo	 incluir,	 em	 seu	 conteúdo,	
aspectos	 básicos	 de	 um	 planejamento	 financeiro,	 como	 as	 decisões	 de	 poupança,	
de	endividamento,	de	contratação	de	seguros,	bem	como	conceitos	elementares	de	
matemática	e	de	economia.	Os	indivíduos	que	estão	para	se	aposentar	devem	estar	
cientes	da	necessidade	de	avaliar	a	situação	de	seus	planos	de	pensão,	necessitando	
agir	apropriadamente	para	defender	seus	interesses.	(OCDE,	2004)
Nesse	princípio	referenciado	pela	OCDE	são	destacadas	algumas	prioridades,	ou	seja,	a	
realidade	nacional	que	contempla	explicitamente	a	importância	do	planejamento	financeiro	
destacando	a	cultura	da	poupança,	do	endividamento	e	contratação	de	seguros,	assuntos	a	
serem	detalhados	nos	próximos	módulos.	
III.	 As	 Instituições	 Financeiras	 devem	 ser	 incentivadas	 a	 certificar	 que	 os	 clientes	
leiam	e	compreendam	todas	as	informações	disponibilizadas,	em	específico,	quando	
for	relacionado	aos	compromissos	de	longo	prazo,	ou	aos	serviços	financeiros	cujas	
consequências	financeiras	são	de	grande	magnitude.	(OCDE,	2004)
Nesse	princípio	da	OCDE	percebemos	 a	origem	de	outra	necessidade	no	 contexto	
de	 nossa	 sociedade,	 a	 capacidade	 de	 interpretação	 dos	 contratos	 assumidos	 com	 as	
instituições	financeiras,	pois	outras	pessoas	conseguem	interpretar	adequadamente	os	
itens	desses	contratos.	
A	educação	financeira	visa	oferecer	às	pessoas	condições	de	desmistificar	a	linguagem	
e	os	termos	financeiros,	de	 forma	a	oferecer	uma	visão	clara	do	compromisso	assinado	e,	
principalmente,	suas	consequências	a	longo	prazo.
Ao	 assumir	 um	 compromisso	 com	 as	 instituições	 financeiras,	 grande	 quantidade	 de	
pessoas	não	percebe	que	estará	refém	da	instituição,	independentemente	do	bem	durar	ou	
não,	até	o	término	do	compromisso	financeiro,	impossibilitando-as	de	fazer	uso	do	capital	em	
outras	ocasiões.
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Atente	 para	 um	 exemplo:	 um	 automóvel	 financiado	 a	 longo	 prazo,	 sem	 entrada	 em	
dinheiro,	irá	provocar	um	aumento	significativo	no	montante	de	preços	desse	bem.	
A	OCDE	demonstra	também	a	necessidade	do	domínio	de	conceitos	de	matemática	e	de	
economia.	Nesse	item	é	essencial	destacarmos	alguns	dados	recentes	sobre	o	conhecimento	
matemático	dessa	área	do	saber.
O	 programa	 é	 desenvolvido	 e	 coordenado	 pela	 Organização	 para	 Cooperação	 e	
Desenvolvimento	 Econômico	 (OCDE).	 Em	 cada	 país	 participante	 há	 uma	 coordenação	
nacional.	No	 Brasil,	 o	 Pisa3	 	 é	 coordenado	 pelo	 Instituto	Nacional	 de	 Estudos	 e	 Pesquisas	
Educacionais	Anísio	Teixeira.	(Dados	INEP-2013)
O	objetivo	do	Pisa	é	produzir	indicadores	que	contribuam	para	a	discussão	da	qualidade	
da	educação	nos	países	participantes,	de	modo	a	subsidiar	políticas	de	melhoria	do	ensino	
básico.	A	avaliação	procura	verificar	até	que	ponto	as	escolas	de	cada	país	participante	estão	
preparando	seus	jovens	para	exercer	o	papel	de	cidadãos	na	sociedade	contemporânea.
As	 avaliações	 do	 Pisa	 acontecem	 a	 cada	 três	 anos	 e	 abrangem	 três	 áreas	 do	
conhecimento	–	leitura,	matemática	e	ciências	–,	havendo,	a	cada	edição	do	programa,	
maior	 ênfase	 em	 cada	 uma	 dessas	 áreas.	 Em	 2000,	 o	 foco	 foi	 em	 leitura;	 em	 2003,	
matemática;	e	em	2006,	ciências.	O	Pisa	2009	iniciou	um	novo	ciclo	do	programa,	com	o	
foco	novamente	recaindo	sobre	o	domínio	de	leitura;	em	2012,	é	novamente	matemática;	
e	em	2015,	ciências	(Dados	INEP-2013).
As	 pesquisas	 evidenciam	 a	 urgente	 necessidade	 de	 investir	 na	 educação	 básica	 de	
forma	a	reverter	o	quadro	apresentado.	Os	profissionais	da	educação	têm	plena	consciência	
dessa	necessidade.	A	própria	mídia	possibilita	perceber	o	quanto	as	instituições	financeiras	
manipulam	parte	dos	consumidores	em	suas	compras	no	varejo	e	até	mesmo	no	atacado,	
acredito	 que	 esse	 quadro	 poderá	 sofrer	 redução	 quando	 os	 conceitos	 e	 aplicações	 da	
educação	financeira	estiverem	explicitados	nos	currículos	escolares	de	forma	efetiva	fazendo	
com	que,	desde	cedo,	as	pessoas	apropriem	saberes	legítimos	para	a	conquista	de	uma	vida	
com	acesso	a	bens	e	serviços.	
A	ausência	de	determinados	conhecimentos	para	manipular	taxas,	prazos	entre	outros	é	
mostrada	pela	mídia,	na	qual	uma	parcela	da	população	infelizmente	é	enganada.
Compreender	 e	 emitir	 juízos	 próprios	 sobre	 informações	 relativas	 à	 ciência	 e	
tecnologia,	de	 forma	analítica	e	crítica,	posicionando-se	com	argumentação	clara	e	
consistente	sempre	que	necessário,	identificar	corretamente	o	âmbito	da	questão	e	
buscar	fontes	onde	possa	obter	novas	 informações	e	conhecimentos.	Por	exemplo,	
ser	capaz	de	analisar	e	julgar	cálculos	efetuados	sobre	dados	econômicos	ou	sociais,	
propagandas	de	vendas	a	prazo,	[...].	(BRASIL,	2002,	p.	115)
3	Pisa	–	Programme	for	International	Student	Assessment	(Programa	Internacional	de	Avaliação	de	Estudantes).
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Analisando	 trabalhos	 de	 pesquisadores	 da	 educação	 matemática,	 que	 apontam	
algumas	práticas	em	toda	a	escolaridade,	é	possível	perceber	que	há	necessidade	de	inserir	
algumas	 novas	 práticas	 e	 disseminar	 atividades	 comuns	 a	 todas	 as	 pessoas	 em	nível	 de	
transações	comerciais	nas	quais	a	 lacuna	da	educação	financeira	provoca	dependência	e	
exclusão	a	uma	vida	digna.	
A	inserção	de	conhecimentos	da	área	financeira	já	na	formação	básica	escolar	poderá,	
mesmo	que	seja	a	médio	ou	longo	prazo,	possibilitar	aos	egressos,	seja	do	Ensino	Médio	
ou	 do	 Ensino	 Superior,	 condições	 para	 tomada	 de	 decisão	 sobre	 onde	 comprar,	 como	
comprar	e	investir.
Dentre	 as	 aplicações	 da	Matemática,	 tem-se	 o	 interessante	 tópico	 de	Matemática	
Financeira	como	um	assunto	a	ser	tratado	quando	do	estudo	da	função	exponencial	
juros	 e	 correção	 monetária	 fazem	 uso	 desse	 modelo.	 [...]	 O	 trabalho	 de	 resolver	
equações	exponenciais	é	pertinente	quando	associado	a	algum	problema	de	aplicação	
em	outras	áreas	de	conhecimento,	como	Química,	Biologia,	Matemática	Financeira,	
etc.	(BRASIL,	2006,	p.	75)
Outro	aspecto	nesse	princípio	refere-se	a	planos	de	pensão	e	ações	para	aposentadoria,	
cujos	conceitos	e	princípios	serão	destacados	em	módulos	posteriores,	ao	tratarmos	das	fases	
da	vida	das	pessoas	diante	da	educação	financeira.	O	planejamento	financeiro	contribuirá	
em	atitudes	diante	das	fases	da	vida	dos	indivíduos,	de	forma	a	possibilitar	uma	verdadeira	
condição	financeira	para	os	melhores	anos.	 Sabemos	que	um	dos	maiores	dilemas	para	a	
educação	financeira	 corresponde	 à	 necessidade	de	 sensibilização	da	 pessoa.	 É	 necessário	
que	o	indivíduo	internalize	e	desenvolva	novos	comportamentos	de	consumidor	consciente,	
não	deixando	de	comprar	ou	até	mesmo	financiar	algum	“bem”	ou	“serviço”,	mas,	sim,	de	
realizar	tais	ações	de	forma	sustentável.
Realizar	 tais	 ações	 de	 forma	 sustentável	 significa	 identificar	 que	determinados	 gastos	
excessivos	 irão	 comprometer	 uma	 escassez	 futura.	 A	 capacidade	 de	 adiar	 a	 aquisição	 de	
um	bem	ou	 serviço	 estará	 articulada	na	maioria	 das	 vezes	 à	 capacidade	de	 substituir	 por	
outro.	É	comprovado	por	pesquisas	que	 inúmeros	consumidores,	após	realizar	a	aquisição	
de	um	determinado	“bem	ou	serviço”,ao	chegar	em	casa	refletem	a	não	necessidade	dele.	
A	ansiedade,	o	 impulso	pelas	compras,	aliada	à	 facilidade	de	crédito,	explica	as	 razões	do	
endividamento	de	alguns	consumidores.	
A	importância	da	educação	financeira	está	justamente	em	alertar	as	pessoas	sobre	como	
comprar,	quando	comprar	e,	principalmente,	analisar	a	necessidade	de	comprar	associada	à	
forma	de	comprar.
Aspectos	sociais	também	são	amenizados	em	decorrência	de	uma	equilibrada	situação	
financeira.	O	equilíbrio	financeiro	propicia	resultados	positivos	em	nossas	relações.	Atente	
para	a	citação	a	seguir.
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Ser	rico	não	é	garantia	para	a	felicidade.	Existem	muitas	pessoas	pobres,	mas	felizes.	
Porém,	 as	 dificuldades	 financeiras	 são	 fontes	 frequentes	 de	 desentendimentos	 e	
discórdias	entre	os	casais.	Não	há	garantias	de	que	um	casal	rico	seja	feliz,	mas	um	
casal	com	situação	confortável	pode	evitar	muitos	dissabores	que	ocorrem	no	dia-a-
dia	ou	realizar	sonhos.	(HOJI,	2007,	p.	35)
•		Para	saber	mais	sobre	o	assunto,	leia	o	livro	A aventura do dinheiro – Uma 
crônica da história milenar do dinheiro,	de	Oscar	Pilagallo,	publicado	pela	
Publifolha.
•		Indicação	de	filme:	Os Delírios de Consumo de Becky Bloom	(Islã	Fischer;	
Hugh	Dancy;	Krsten	Ritter).	 Filme	 interessante	que	descreve	a	 temática	do	
consumo	de	uma	compradora	compulsiva,	com	uma	considerável	quantidade	
de	cartões	de	crédito	estourados,	evidencia	que	suas	necessidades	são	muito	
ilimitadas	diante	de	seu	salário	limitado.	Vale	a	pena!
Considerações finais
O	objetivo	desta	aula	foi	mostrar	a	importância	e	abrangência	da	educação	financeira,	
que	afeta	todas	as	pessoas	independentemente	de	idade	ou	até	mesmo	classe	social.	
Destacamos	também	a	posição	de	nosso	país	diante	da	necessidade	da	disseminar	esse	
conhecimento	 entre	 as	 pessoas.	 Inserimos	 também	 algumas	 contribuições	 da	 educação	
matemática	no	contexto	da	formação	de	nossos	estudantes,	que	também	são	vítimas,	já	que	
não	sabem	manipular	conceitos	básicos	que	compõem	a	educação	financeira.
Referências
BCB.	 Banco	 Central	 do	 Brasil.	 Boletim Responsabilidade Social e Ambiental do Sistema 
Financeiro. Disponível	 em:	 <http://www.bcb.gov.br/pre/boletimrsa/BOLRSA200902.pdf>.	
Acesso	em:	set.	2013.
BRASIL.	 Secretaria	 de	 Educação	 Média	 e	 Tecnológica.	 Parâmetros Curriculares Nacionais: 
Ensino Médio.	Ministério	da	Educação,	Secretaria	de	Educação	Média	e	Tecnológica.	Brasília:	
MEC,	SEMTEC,	2002,	p.	360.
CABELLO,	C.	A.	de	S.	Relações Institucionais para o Ensino da Noção de Juros na Transição 
Ensino Médio e Ensino Superior.	2010.	Dissertação	(Mestrado).	UNIBAN,	São	Paulo.
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HOJI,	 M.	 Finanças da Família:	 o	 caminho	 para	 a	 independência	 financeira.	 São	 Paulo:	
Profitbooks,	2007.
INEP,	Instituto	Nacional	de	Estudos	e	Pesquisas	Educacionais	Anísio	Teixeira.	Pisa.	Disponível	
em:	 http://portal.inep.gov.br/pisa-programa-internacional-de-avaliação-de-alunos.	 Acesso	
em:	set.	2013.
OCDE.	 Assessoria	 de	Comunicação	 Social.	OECD´s	 Financial	 Education	Project..	OCDE,	 2004.	
Disponivel	em:	<http://www.oecd.org/>.	Acesso	em:	jul.	2013.
PILAGALLO,	Oscar.	A aventura do dinheiro	–	Uma	crônica	da	história	milenar	do	dinheiro.	São	
Paulo:	Publifolha,	2001.
SDPC	 BRASIL	 Serviço	 de	 Proteção	 ao	 Crédito.	 Pesquisas – Compras por impulso estão 
relacionadas à baixa autoestima e à insatisfação com a aparência.	Disponível	em:	<http://
www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisa/109.	Acesso	em:	set.	2013.
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Aula 02
Orçamento Familiar: Tipos de Despesas
Objetivos Específicos
•	 Entender	a	importância	da	criação	de	um	orçamento	familiar,	compreendendo	
seus	processos	para	articular	despesas	fixas,	variáveis	e	eventuais.
Temas
Introdução
1	Orçamento	familiar:	importância,	componentes	e	tipos	de	despesas	
Considerações	Finais
Referências
Professor
Carlos Alberto de Souza Cabello
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Introdução
Nesta	aula	iremos	abordar	o	orçamento	familiar	e	os	obstáculos	que	surgem	no	controle	
das	despesas	de	uma	família.	Logo	você	irá	entender	como	as	suas	atitudes	e	comportamentos	
podem	equilibrar	o	dinheiro	ao	final	de	todo	mês.	
Tenho	certeza	de	que	alguns	dos	fatos	mencionados	no	decorrer	da	aula	já	aconteceram	
ou	 até	 mesmo	 estão	 acontecendo	 no	 momento,	 mas	 desejo	 que	 novas	 atitudes	 e	
comportamentos	 ao	 preparar	 o	 orçamento	 do	 próximo	 mês	 sejam	 tomados.	 Menciono	
algumas	dicas,	já	conhecidas,	mas	pouco	aplicadas.	Pense	nelas.
1 Orçamento familiar: importância, componentes e tipos de 
despesas 
Identificar	a	importância	de	um	orçamento	familiar	é	tão	vital	para	o	sucesso	das	pessoas	
quanto	um	plano	econômico	traçado	pelo	governo.	Similar	à	necessidade	de	articular	todos	os	
setores	da	sociedade	para	obter	êxito	para	o	triunfo	de	um	orçamento	familiar,	é	fundamental	
o	comprometimento	de	todos	independentemente	do	sexo	ou	idade.	
Estabelecer	metas	para	o	orçamento	familiar	exige	que	todos	os	componentes	da	família	
estejam	envolvidos.	É	necessário	mostrar	a	todos	que	controlar	o	orçamento	não	se	traduz	
em	 deixar	 de	 consumir,	mas	 evitar	 desperdícios	 de	 dinheiro.	 Na	 conquista	 de	 patrimônio	
e	na	manutenção	mensal	 das	despesas	o	 endividamento	 surge	 como	um	grande	monstro	
defronte	aos	membros	da	família,	e	nesse	momento	a	habilidade	de	controlar	pode	significar	
a	felicidade	financeira	de	todos;	do	contrário,	longos	sacrifícios.
Dica 1 - Vilões que contribuem para o endividamento
•	 Fazer	uso	do	limite	do	cheque	especial	como	parte	do	salário.
•	 Acreditar	que	pagar	o	mínimo	do	cartão	de	crédito	é	a	melhor	saída	naquele	
mês	e	que	não	irá	repetir	tal	ação	no	próximo	mês.
•	 Desprezar	pequenas	despesas.
•	 Comprar	por	impulso	ou	angústia.
•	 Optar	por	pagamentos	a	prazo.
Saber	 administrar	 o	 dinheiro	 é	 uma	 arte	 e	 pode	 ser	 aprendida,	 basta	 disciplina	 e	
autodeterminação.	 Há	 inúmeras	 razões	 que	 tentam	 justificar	 o	 descontrole	 nas	 finanças	
pessoais.	Muitas	pessoas	não	possuem	o	hábito	de	fazer	planejamento	por	entender	que	sua	
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receita	é	muito	baixa	e	que	de	nada	adiantará.	É	importante	destacar	que	diminuir	despesas	
não	 é	muito	 fácil	 e	 que	 existem	despesas	 em	uma	 casa	 que	 aparentemente	 é	 impossível	
reduzir,	dentre	elas:	alimentação,	educação,	lazer.	Mas	não	planejar	é	semelhante	a	estar	em	
uma	rodovia	sem	saber	para	que	lado	ir.	
Dica 2 - Preparação de um orçamento
•	 Estabelecer	prioridades	sempre	tendo	a	renda	familiar	como	referencia.
•	 Relacionar	 todos	 os	 gastos;	 (cafezinho,	 lanches,	 estacionamentos,	 jornais.	
revistas;	xerox;	 lavagem	do	carro,	etc..),	afinal	todos	saem	do	mesmo	lugar,	
seu	bolso	ou	sua	conta	bancaria.
•	 Toda	a	família	deve	estar	comprometida	e	não	apenas	envolvida.
•	 Classificar	 as	 despesas	 por	 ordem	 de	 prioridade,	 tais	 como:	 alimentação,	
plano	médico,	moradia,	educação	etc.
•	 Procurar	 inserir	no	orçamento,	mesmo	que	pequena	quantia,	uma	 reserva	
para	imprevistos.
Um	 orçamento	 familiar	 deve	 articular	 as	 necessidades	 com	 a	 renda	 disponível.	
Independentemente	do	valor	da	receita,	preparar	um	orçamento	irá	direcionar	principalmente	
as	despesas.	
Ao	que	parece	aumentar	a	receita	seria,	na	maioria	das	vezes,	a	solução,	mas	nem	sempre	
esse	aumento	irá	resolver	o	problema	por	muito	tempo,	se	não	forem	alterados	atitudes	e	
comportamentos	de	compras.	
É	comum	a	mídia	divulgar	inúmeras	pessoas	que	tiveram	a	vida	transformada	por	terem	
ganhado	muito	 dinheiro	 e,	 que	 tristemente,	 acabam	 em	 uma	miséria	 pior	 do	 que	 antes.	
Há	 inúmeras	 notícias	 de	 jogadores	 de	 futebol	 que	 saíram	 de	 situação	 pouco	 privilegiada	
financeiramente,	mas	ao	conquistarem	 fama	e	dinheiro	caíram	em	desgraças,	e	acabaram	
ficando	pior	do	que	no	inicioda	vida.
1.1 Tipos de Despesas
Despesas1	 	 decorrem	 do	 consumo	 de	 bens	 e	 da	 utilização	 de	 serviços.	 Por	 exemplo:	
a	 energia	 elétrica	 consumida,	 os	 materiais	 de	 limpeza	 (sabões,	 desinfetantes,	 vassouras,	
detergentes),	o	café	entre	outros	(RIBEIRO,	2010,	p.	49).	Dentre	os	tipos	de	despesas,	temos:	
despesas	fixas,	despesas	variáveis	e	despesas	eventuais.
1	Despesa:	compreende	os	gastos	decorrentes	do	consumo	de	bens	e	da	utilização	de	serviços	das	áreas	administrativas,	comercial	e	financeira,	
que	direta	ou	indiretamente	visam	à	obtenção	de	receitas.
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1.1.1 Despesas Fixas
Despesas	fixas	são	as	despesas	realizadas	pela	empresa,	independentemente	do	volume	
produzido,	tais	como	aluguel,	salários	e	encargos,	água,	luz,	telefone,	manutenção	(MARTINS,	
2003,	p.	22).	
Isso	significa	que,	independente	do	número	de	pessoas	que	mora	em	uma	residência,	o	
valor	do	aluguel	será	o	mesmo	pactuado	no	contrato	da	locação.	Existem	despesas	que	não	
tem	como	reduzir.	Em	função	disso,	uma	das	estratégias	diante	de	despesas	dessa	categoria	é	
a	substituição,	tais	como	substituir	telefone	fixo	por	telefone	celular.	No	caso	do	aluguel,	uma	
das	estratégias	seria	locar	o	imóvel	em	outra	localidade	mais	na	periferia.	Enfim,	a	redução	
desse	tipo	de	despesa	exige	alterar	padrões	de	conforto,	alterar	comportamentos.
Procuramos	enfatizar	que	um	dos	principais	quesitos	para	o	sucesso	da	saúde	financeira	
está	 em	alterar	 comportamentos,	 substituir	 produtos	 ou	 serviços,	 adiar	 por	 algum	 tempo	
facilidades	de	locomoção	de	transportes	etc.
Tabela 1 - Despesas fixas
Aluguel/Prestação Educação – Escola/Faculdade
 Convênio Médico Impostos (IPTU/IPVA/IR)
 Seguros (Carro, Residencial, Pessoal)/ Empregada
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Com	 relação	 ao	 aluguel	 é	 importante	 analisar	 também	 as	 distâncias	 que	 todos	 os	
componentes	da	família	enfrentam	para	 ir	ao	trabalho,	escola	ou	faculdade,	pois	o	que	se	
acredita	 ganhar	 com	um	valor	mais	baixo	do	 aluguel	pode	 ser	disseminado	no	 gasto	 com	
transportes	decorrentes	da	distância,	sem	contar	com	o	tempo	e	o	estresse.	
Porém,	pode	ser	um	sacrifício	gerar	uma	poupança	e	sair	do	aluguel	no	futuro.	Logo	nessa	
despesa	uma	visão	de	futuro	e	comprometimento	de	todos	pode	resultar	em	benefício	geral.
Um	 fator	 pouco	 abordado	 e	 de	 suma	 importância	 é	 a	 capacidade	 de	 substituição.	
Existem	produtos	que	se	tornaram	ícones	e	que	até	mesmo	a	dona	de	casa	nem	procura	por	
outro,	tanto	é	a	confiança	naquela	marca.	Tentar	substituir	por	outro	produto	pode	significar	
arriscar,	porém	pode	ser	uma	saída	mais	viável	não	somente	na	questão	preço.	
Lembre-se	que	o	marketing	tem	a	função	básica	de	provocar	necessidade	no	consumidor.	
Outro	 fato	 importante	gerador	de	despesa	é	 ir	 ao	 supermercado	e	 levar	as	 crianças,	pelo	
menos	até	certa	idade,	pois	dificilmente	iremos	negar	alguma	“besteirinha”,	mesmo	sabendo	
do	 valor	 calórico	 que	 apresenta	 aquele	 desejo	 de	 nosso	 filho	 ou	 filha.	 Outra	 dica	 é	 ir	 ao	
supermercado	 após	 o	 almoço,	 pois	 o	 “estômago”	 age	mais	 rápido	 que	 seu	 controle.	 Um	
cuidado	 que	 também	 é	 interessante	 é	 com	 as	 quantidades	 de	 determinados	 produtos,	
principalmente	 frutas,	 verduras	 e	 legumes,	 que	 podem	 estragar	 já	 que	 nas	 famílias	 nem	
sempre	todos	aceitam	com	facilidades	determinados	legumes	ou	verduras.
Outra	despesa	que	pode	gerar	conflitos	na	família	é	a	conta	do	telefone,	mesmo	sabendo	
que	parte	da	população	brasileira	está	migrando	para	o	uso	de	celulares	ao	invés	do	telefone	
fixo,	é	importante	alguns	detalhes:	lembrar	que	o	telefone	é	para	conversas	breves,	palestra	é	
ao	vivo;	o	horário	das	chamadas	também	pode	contribuir	para	a	diminuição	dessas	despesas,	
pois	em	determinados	horários	há	diferenciação	de	preços.	
1.1.2 Despesas variáveis
As	despesas	variáveis	estão	articuladas	ao	volume,	a	quantidade	do	referido	bem	ou	serviço.
Despesas	 decorrem	do	 consumo	de	 Bens	 e	 da	 utilização	 de	 serviço.	 Por	 exemplo:	
a	 energia	 elétrica	 consumida,	 os	 materiais	 de	 limpeza	 consumidos	 (sabões,	
desinfetantes,	vassouras,	detergentes),	o	café	consumido,	os	materiais	de	expediente	
consumidos	(canetas,	papéis,	impressos	etc.),	a	utilização	de	serviços	telefônicos	etc.	
(RIBEIRO,	1999,	p.	55)
Entre	as	despesas	variáveis	em	uma	residência	a	conta	de	água	é	um	bom	exemplo	e	
está	articulada	ao	número	de	pessoas	e	ao	tempo	de	consumo:	é	comum	fazer	a	barba	com	
a	torneira	 ligada,	não	controlar	o	consumo	de	água	até	mesmo	na	descarga	sanitária,	sem	
contar	possíveis	vazamentos.	
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Uma	vez	por	ano	faça	ou	mande	fazer	uma	verificação	nos	encanamentos	de	sua	casa	ou	
apartamento,	e	repita	para	a	parte	elétrica.	
Pode	 se	 inferir	 que	 transportes	 e	 lazer	 é	o	tipo	de	despesa	mais	 fácil	 de	 controlar	 e,	
infelizmente,	essa	redução	ocorre	com	as	classes	sociais	menos	privilegiadas	e	assim	mesmo	
por	força	das	circunstâncias.	Nessa	situação	trabalhar	ou	estudar	mais	próximo	de	casa	pode	
contribuir	em	muito	na	redução	das	despesas	em	transportes,	que,	diga-se	de	passagem,	não	
é	nada	barato.	
Alta	 com	 despesas	 com	 Transportes	 aumentam	 em	 todo	 o	 país.	 Para	 a	
parcela	das	famílias	que	corresponde	aos	10%	mais	pobres	do	País,	os	gastos	
com	 transporte	 público	 correspondem	 a	 13,5%	 da	 renda	 domiciliar.	 Para	 as	
famílias	 brasileiras	 de	 todos	 os	 níveis	 de	 renda,	 o	mesmo	 item	 impacta,	 em	
média,	 3,4%	 em	 sua	 renda.	 Os	 dados	 são	 de	 uma	 pesquisa	 divulgada	 nesta	
quinta-feira	(4)	pelo	IPEA	(Instituto	de	Pesquisa	Econômica	Aplicada).	De	acordo	
com	o	estudo,	em	2003,	as	famílias	mais	pobres	tinham	um	comprometimento	
maior	na	renda	com	os	transportes	públicos.	Cerca	de	15%	de	sua	renda	era	
destinada	ao	transportes.	Já	em	2009,	houve	uma	pequena	redução,	passando	
para	13,5%.	(IPEA,	agosto,	2013)
1.1.3 Despesas eventuais 
Dentre	 as	 despesas	 eventuais	 estão	 aquelas	 que	 ocorrem	 ocasionalmente	 em	
determinadas	 épocas	 do	 ano,	 como	 pagamentos	 de	 impostos	 (tributos),	 compra	 de	
mercadorias,	 pagamento	 de	 13º	 salário,	 substituição	 ou	 manutenção	 de	 equipamentos.	
Apesar	de	não	ser	mensal,	você	já	sabe	com	alguma	antecedência	que	a	despesa	vai	aparecer	
(MAHER,	2001,	p.	85).	
Destacamos	que,	mesmo	sabendo	que	esse	tipo	de	despesa	não	é	constante,	devemos	
prever	tais	valores.	
Fazendo	uma	análise	geral	das	despesas	percebemos	que	há	despesas	que	não	dependem	
unicamente	 de	 nós,	 como	 as	 de	 condomínio,	 que,	 para	 serem	 reduzidas,	 é	 necessária	 a	
conscientização	de	inúmeras	pessoas	residentes	no	condomínio.	
As	 despesas	 realmente	 necessárias	 são	 aquelas	 que	 não	 podem	 ser	 reduzidas	 ou	
completamente	 eliminadas	 imediatamente,	 tais	 como	 aluguel,	 despesas	 de	 condomínio,	
condução,	alimentação,	escola	dos	filhos	etc.	(HOJI,	2007,	p.	2).	
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1.2 Analisando os desperdícios
Existe	alguns	hábitos	que	devem	ser	alterados,	entre	eles	gastar	e	depois	ver	como	irá	
pagar,	pois	como	consequência	dessa	atitude	há	o	endividamento.	
Dentre	as	despesas	fixas,	uma	análise	acurada	permite	identificar	desperdícios	cometidos	
pelos	 componentes	 da	 família	 e	 podemos	 perceber	 que,	 dependendo	 da	 faixa	 etária,	 a	
probabilidade	do	desperdício	é	maior.	
O	consumo	de	telefone,	água,	gás	está	associado	ao	número	de	pessoas	da	residência	e	
ao	tempo	de	uso.	Essas	despesas	podem	ser	controladas	desde	que	haja	o	comprometimento	
de	todos	os	moradores	da	residência.	Atente	para	a	citação	a	seguir.
Com	o	eminente	déficit	na	geração	de	energia	elétrica,	o	governo	federal	admitiu	a	
existência	da	crise	de	abastecimento	de	energia	elétrica	em	março	de	2001,	sendo	que	
em	maio	do	mesmo	ano,	o	Ministério	das	Minas	e	Energia	(MME)	chegou	aadmitir	
que	 seria	 necessário	 haver	 interrupções	 temporárias	 e	 regionais	 no	 fornecimento	
de	 energia	 elétrica.	 A	 ANEEL	 em	 conjunto	 com	 a	 secretaria	 nacional	 de	 energia	
apresentou	um	projeto	que	previa	multa	de	ultrapassagem	de	meta	de	economia,	
com	o	valor	de	15	vezes	superior	ao	da	tarifa,	ficando	três	vezes	maior	em	caso	de	
reincidência.	(JABUR,	2001,	p.	34)
Para	justificar	que	é	possível	economizar,	principalmente	para	os	mais	jovens,	o	Brasil,	
em	 2001	 e	 2002,	 reduziu	 o	 consumo	 de	 energia	 elétrica	 e	 foi	 instituído	 bônus	 para	 os	
consumidores	que	conseguiam	ficar	abaixo	da	meta	estabelecida.	Isso	significa	que	é	possível	
reduzir	despesas	como	a	energia	elétrica,	reduzindo	o	tempo	de	banhos,	acumulando	roupas	
para	passar	 em	uma	única	ocasião,	 trocando	 lâmpadas	por	mais	 econômicas,	 procurando	
eletrodomésticos	com	consumo	menor.	Atualmente	o	horário	de	verão	já	faz	parte	de	nossos	
hábitos.	
Além	da	 redução	do	 consumo	da	 eletricidade,	 outros	 benefícios	 são	proporcionados,	
como	 a	 redução	 de	 acidentes	 no	 horário	 de	 pico	 do	 trânsito,	 pois	 nesse	 horário	 há	mais	
iluminação	solar,	além	de	reduzir	também	assaltos	e	crimes.
1.3 Como pagar as despesas
O	pagamento	à	vista	sempre	foi	o	mais	indicado	e	sempre	será	a	melhor	opção.	Pagar	
à	vista	é	uma	excelente	forma	de	fugir	do	endividamento,	além	de	possibilitar	descontos	e	
principalmente	não	forçar	a	dependência	financeira.
•	 Atentar	 que	 mesmo	 no	 parcelamento	 de	 um	 valor,	 em	 que	 é	 informado	 “sem	
acréscimo”,	na	maioria	das	vezes	estão	embutidos	juros	no	preço	total	do	bem	ou	do	
serviço.
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•	 Exigir,	mesmo	sendo	pagamento	à	vista,	 informações	sobre	as	parcelas,	a	entrada,	
taxas	de	juros,	impostos	e	outros,	antes	de	efetuar	a	compra.
•	 Lembrar	que	atrasos	no	pagamento	das	prestações	 irão	 implicar	multa	de	até	2%	
adicionados	aos	encargos.
Outro	cuidado	que	devemos	ter	ao	pagar	é	com	o	uso	do	cheque	especial.	Evite	entrar	
no	limite	do	cheque	especial,	pois	na	maioria	das	vezes	as	taxas	de	juros	cobrados	são	muito	
altas.	Muitas	pessoas	consideram	na	prática	o	cheque	especial	como	um	complemento	do	
salário.
Considerações Finais
	 Nesta	 aula	 aprendemos	 que	 um	 orçamento	 familiar	 contribui	 muito	 para	 articular	
receitas	 e	 despesas	 nas	 famílias.	 Sintetizamos	 também	 os	 principais	 tipos	 de	 despesas	
ilustrando	atitudes	cometidas	até	mesmo	despercebidas	ou	por	não	possuir	informações.	
Demonstramos	 que	 não	 faz	muito	 tempo	 fomos	 induzidos	 a	 racionar	 o	 consumo	 de	
energia	 elétrica	 e	 que	 com	 conscientização	 das	 pessoas	 tal	 atitude	 deve	 ser	 espontânea,	
sendo	que	os	benefícios	ultrapassaram	o	âmbito	monetário.	
Enfim,	espero	ter	esboçado	alguns	fatos	para,	antes	de	qualquer	atitude,	repensarmos	
que	somos	capazes	de	conquistar	um	equilíbrio	financeiro.
Referências
BARDELIN,	C.	E.	A.	Os efeitos do racionamento de energia elétrica ocorrido no Brasil em 2001 
e 2002 com ênfase no Consumo de Energia Elétrica.	 2004.	Dissertação	 (Mestrado),	 Escola	
Politécnica	Universidade	de	São	Paulo.
HOJI,	 M. Finanças da Família:	 o	 caminho	 para	 a	 independência	 financeira.	 São	 Paulo:	
Profitbooks,	2007.
IPEA.	Instituto	de	Pesquisa	Econômicas.	Disponível	em:	<	http://www.pea.gov.br/portal/index.
php?Optioon=com_content>.	Acesso	em:	25	ago.	2013.
JABUR,	M.	A.	Racionamento:	do	susto	à	consciência.	São	Paulo:	Terra	das	Artes,	2001.
MAHER.	M.	Contabilidade de Custos.	Criando	valor	para	a	Administração.	São	Paulo:	Atlas,	2001.
MARTINS,	J.P.	A	Educação Financeira ao alcance de todos.	São	Paulo:	Fundamento	Educacional,	
2004.
RIBEIRO,	M.	O.	Contabilidade Básica Fácil.	22.	ed.	São	Paulo:	Saraiva,	1999.
RIBEIRO,	M.	O.	Contabilidade Básica Fácil.	27.	ed.	São	Paulo:	Saraiva,	2010.	
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Aula 03
A necessidade de saber usar o crédito
Objetivos Específicos
•	 Compreender	os	conceitos	de	crédito	e	as	possibilidades	para	o	uso	adequado.
Temas
Introdução
1	Por	que	precisamos	de	crédito?
2	A	demanda	por	crédito
3	Conhecendo	o	cartão	de	crédito	e	sua	importância	aos	consumidores	
Considerações	finais
Referências
Professor
Carlos Alberto de Souza Cabello
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Introdução
Este	momento	da	nossa	disciplina	é	para	dedicarmos	atenção	às	 formas	de	 trabalhar	
com	o	crédito,	ou	seja,	as	vantagens	de	saber	usar	e	quando	perdemos	o	controle	como	agir.	
Veremos	 também	 como	 está	 o	 crédito	 do	 brasileiro	 atualmente	 e	 suas	 consequências	 na	
economia	do	país.
Ao	 término	desta	aula,	espero	que	compreenda	como	obter	crédito	e	principalmente	
como	mantê-lo.	
1 Por que precisamos de crédito?
Para	 compreender	 as	 razões	 pelas	 quais	 necessitamos	 de	 crédito	 devemos	 entender	
o	 seu	 significado,	 tanto	 financeira	 como	 juridicamente.	 Financeiramente,	 definir	 crédito	
está	articulado	à	ação	para	troca	de	bens	e	serviços,	os	quais	temos	no	momento	em	que	
necessitamos,	 e	que	em	contrapartida	assumimos	o	 compromisso	de	 restituí-los	 após	um	
período	compactuado	podendo	ocorrer	em	uma	única	vez	ou	em	parcelas.
Crédito	diz	 respeito	à	 troca	de	bens	presentes	por	bens	 futuros.	De	um	 lado,	uma	
empresa	 que	 concede	 crédito	 troca	 produtos	 por	 uma	 promessa	 de	 pagamento	
futuro.	Já	uma	empresa	que	obtém	crédito	recebe	produtos	e	assume	o	compromisso	
de	efetuar	o	pagamento	futuro.	(ASSAF,	1999,	p.	99)
Há	uma	relação	temporal	pela	aquisição	de	um	bem	ou	serviço	que	necessita	de	uma	
garantia	de	retorno	e	de	segurança.	A	necessidade	do	crédito	acontece	todas	as	vezes	que	
necessitamos	comprar	e	não	temos	liquidez,	ou	seja,	dinheiro	vivo.	Nesses	momentos	o	crédito	
aparece	e	 soluciona	o	problema.	A	 compra	é	 realizada	naquele	momento	e	o	pagamento	
acontece	depois.	Para	isso	é	necessário,	antes	de	mais	nada,	uma	relação	de	confiança,	um	
acordo.	Podemos	concluir	que	para	que	essa	estratégia	seja	possível	é	necessário	que	cada	
um	cumpra	a	sua	parte.
Na	relação	entre	quem	recebe	o	crédito	
(consumidor)	e	quem	cede	o	crédito	
(instituição)	deve	existir	um	comprometimento	
pois	a	instituição	deve	saber	a	capacidade	
de	pagamento	do	consumidor	de	forma	que	
consiga	honrar	sua	dívida	sem	alterar	sua	vida	
financeira.	Em	contrapartida	o	consumidor	
deve	utilizar	o	crédito	com	responsabilidade,	
não	assumindo	compromisso	que	não	
consiga	saldar,	trata-se	do	tão	falado	crédito	
consciente.
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Para	saber	mais	sobre	o	assunto	leia:	ASSAF	NETO,	A	Mercado Financeiro.	
São	Paulo:	Atlas,	2011.	p.	68.
A	 economia	 é	 uma	 das	 ciências	mais	 estudadas	 em	 todo	 o	mundo,	 ela	 demonstra	 e	
dissemina	que	as	necessidades	das	pessoas	são	ilimitadas	e	os	recursos	são	limitados.	Diante	
desse	fato,	conseguir	ampliar	a	possibilidade	de	saciar	nossas	ilimitadas	necessidades	torna	
nosso	ideal	constante.	Nesse	contexto,	a	confiança	entre	as	pessoas,	entre	pessoas	e	empresas	
e	de	empresas	para	empresas	possibilita	minimizar	a	diferença	entre	necessidades	e	recursos,	
ou	 seja,	 conseguir	 usufruir	 de	 bens	 e	 serviços	 para	 suprir	 necessidades	 e	 postergando	
a	 limitação	de	nossos	 recursos.	 “Juridicamente,	 o	 crédito	 se	 traduz	 como	o	direito	 a	uma	
prestação	futura,	fundado,	essencialmente,	na	confiança	e	no	prazo.	Dilação	temporal	e	boa	
fé	são	seus	referenciais”	(FAZZIO,	2010,	p.	317).
Em	determinados	momentos,	o	crédito	em	nossa	sociedade	passa	a	atuar	como	agente	
de	riqueza.	A	necessidade	de	crédito	para	uma	família	que	por	diversas	razões	não	consegue	
acumular	capital	transformou-se	na	“saída	para	a	aquisição	dos	bens	e	serviços	necessários”.	
Esse	assunto	será	abordado	em	outras	aulas.
Um	 dos	 fatores	 que	 motivam	 os	 consumidores	 a	 necessitarem	 de	 crédito	 são	 as	
possibilidades	 oferecidas	 pelo	 desenvolvimento	 da	 TIC,	 Tecnologia	 da	 Informação	 e	
Comunicação,	 pois	 sem	 limitesde	distâncias	 ou	horários	 o	 que	não	 falta	 é	 onde	 comprar	
produtos	ou	serviços.	As	administradoras	de	crédito,	cientes	desse	fato,	articulam	parcerias	
com	 todos	 os	 tipos	 de	 comércio,	 tanto	 varejistas	 como	 atacadistas,	 incentivando	 os	
consumidores,	independentemente	de	classe	social,	sexo	ou	até	mesmo	idade,	a	comprar.	
Estamos	 nos	 tornando	 ávidos	 consumistas,	 fato	 que	 aquece	 a	 economia	 e	 amplia	 a	
demanda.	 Em	consequência	 estimula-se	 a	produção	e	 torna-se	notável	 o	 crescimento	em	
determinados	setores,	aquecendo	o	mercado	de	crédito.
Para	 saber	 mais	 sobre	 tecnologias	 que	 nos	 influenciam	 diariamente	 a	
tornarmos	consumidores	de	novos	produtos	e	serviços	leia	o	Capítulo	2	do	livro	
Sistema de Informações Gerenciais,	de	Kenneth	C.	Laudon	e	Jane	P.	Laudon	(São	
Paulo:	Pearson	Prentice	Hall,	2009).
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Uma	nova	estratégia	na	concessão	de	crédito,	possibilitando	redução	de	riscos	e	menores	
taxas	de	juros,	foi	articular	a	liberação	do	crédito	à	fonte	de	recebimento	do	beneficiário.
Crédito	 consignado	 representa	 custo	 menor	 para	 o	 tomador.	 Ele	
possibilitou	maior	acesso	da	população	menos	favorecida	ao	crédito,	articulando	
ao	 recebimento	 de	 pensões	 e	 aposentadorias	 pagas	 pelo	 INSS.	 Para	 as	
instituições	 financeiras	 essa	 estratégia	 de	 crédito	 possibilita	 a	 certeza	 do	
recebimento	e,	por	consequência,	menores	riscos	e	oferecimento	de	menores	
taxas	e	burocracia	na	concessão	do	dinheiro.	É	bom	destacar	que	o	próprio	INSS	
está	atento	a	essas	transações,	disponíveis	na	instrução	normativa	número	28	
que	concentra	todas	as	normas	referentes	aos	empréstimos	consignados	para	
aposentados	e	pensionistas.
Mesmo	sendo	oferecido	crédito	facilitado,	não	significa	que	não	incidirá	taxas,	apenas	as	
taxas	serão	menores	em	função	do	prazo	ser	menor.	O	crédito	facilita	o	acesso	aos	produtos	
ou	serviços,	mas	encarece	no	custo	final	desses	produtos	ou	serviços,	 fazendo	com	que	o	
emprestador	 durante	 determinado	 período	 terá	 em	 sua	 renda	 uma	 redução	 que	 poderá	
interferir	 no	 orçamento	 familiar.	 Diante	 desses	 fatos,	 pesquisar	 menores	 taxas	 de	 juros	
proporcionará	uma	maior	tranquilidade	durante	o	pagamento	do	compromisso,	pois	o	valor	
das	parcelas	será	menor.	
2 A demanda por crédito
A	necessidade	de	crédito	pode	ser	desencadeada	por	diversos	motivos:
•	valor	do	produto	ou	serviço	alto;
•	acreditar	que	é	a	melhor	forma	de	pagamento;
•	por	não	possuir	o	dinheiro	no	momento;
•	em	caso	de	necessidades	inesperadas;
•	aproveitar	uma	oferta	ou	oportunidade	
inesperada.	
As	razões	que	levam	as	pessoas	a	optar	entre		crédito,	financiamento	ou	parcelamento	são	
as	mais	diversas	possíveis.	Os	meios	de	comunicação	têm	mostrado	que	consumidores	com	
boa	formação	escolar	acabam	por	tropeçar	com	o	cartão	de	crédito.	É	claro	que	o	consumidor	
estar	em	uma	situação	desfavorável	financeiramente	é	resultado	de	um	descontrole	anterior	
por	falta	de	educação	financeira	ou	até	mesmo	por	situações	não	esperadas,	como	doença	
na	família.	Assim,	os	itens	a	seguir	podem	contribuir	para	entender	a	razão	do	momento	que	
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o	fez	se	endividar	e	principalmente	a	não	repetir:
•	 não	saber	dosar	o	crédito	concedido	por	instituições	financeiras;
•	 possuir	diversos	cartões	de	crédito,	principalmente	de	lojas	onde	algumas	ofertas	nos	
impulsionam	a	adentrar	ao	cartão	de	fidelidade	e	perder	o	controle	sobre	os	mesmos.
Um	dos	critério	essenciais	para	conceder	o	crédito	é	possuir	um	bom	histórico	frente	
ao	mercado,	 tanto	 no	 atacado	 como	 no	 varejo,	 e	 uma	 renda	 propicia	 o	 acesso	 ao	 cartão	
de	 crédito.	O	 equilíbrio	 do	 uso	 desse	 “dinheiro	 de	 plástico”	 está	 em	possuir	 um	 controle	
detalhado	 de	 tudo	 que	 comprou	 e	 deve	 atentar	 para	 a	 forma	 de	 comprar	 e	 pagar,	 se	 no	
rotativo	ou	em	parcelas.
No	crédito	rotativo,	você	pode	pagar	uma	parte	da	fatura	e	deixar	o	saldo	
restante	para	o	mês	seguinte.	Atenção:	ao	utilizar	o	crédito	rotativo,	você	pagará	
juros	e	encargos	financeiros	sobre	o	saldo	devedor	que	não	foi	pago.
Dica 1. Para um bom relacionamento com seu cartão de crédito:
•	 Pagar	o	mínimo	da	fatura:	evite,	a	não	ser	em	casos	de	emergência,	tente	identificar
alternativas	com	juros	mais	baixos.
•	 Parcelamento:	cuidado	para	não	comprometer	o	orçamento	dos	próximos	meses.
•	 Planejar	o	uso	do	cartão:	não	torne	seu	cartão	complemento	de	seu	salário.
•	 Controlar	os	gastos:	sempre	guarde	os	comprovantes	de	suas	compras,	tal	atitude
evita	sustos	ao	abrir	a	fatura	do	mês.
•	 Ao	pagar	a	fatura,	procure	pagar	o	total,	evite	juros	na	próxima	fatura.	
•	 Ao	utilizar	seu	cartão	de	crédito,	o	valor	total	da	compra	não	deve	ultrapassar	o
limite	de	crédito	oferecido	pela	administradora.
	
	
	
Outro	fator	que	contribui	para	o	crescimento	do	uso	do	cartão	de	crédito	é	o	aumento	
da	renda	dos	brasileiros	que	facilita	a	ampliação	da	possibilidade	de	comprar.
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3 Conhecendo o cartão de crédito e sua importância aos 
consumidores 
O	crescimento	pelo	 uso	do	 cartão	de	 crédito	 está	 articulado	 ao	 aumento	da	 renda	 e	
de	 avanços	 tecnológicos	 em	nossa	 sociedade.	 Com	o	 objetivo	de	 impor	 algumas	 regras	 o	
CMN,	Conselho	Monetário	Nacional,	através	da	Resolução	3.919	de	25/11/2010,	estabeleceu	
alguns	itens	que	impulsionaram	o	crescimento	desse	mercado.	Os	benefícios	oferecidos	pelos	
cartões	atingem	quase	todas	as	classes	sociais,	sendo	assim	é	interessante	destacar	algumas	
interpretações	decorrentes	dessa	resolução	do	CMN.	
Para	 apoiar	 os	 consumidores,	 o	 BCB,	 Banco	 Central	 do	 Brasil,	 através	 da	 resolução	
número	 3.919,	 tornou	 público	 o	 que,	 na	 posição	 de	 órgão	 normativo,	 o	 CMN	 (Conselho	
Monetário	Nacional)	estabeleceu	através	de	algumas	regras	para	ajustar	melhor	as	relações	
entre	 as	 instituições	 e	 os	 consumidores,	 disciplinando	 o	 crédito	 em	 suas	 modalidades	 e	
formas	creditícias.	
Todas	 as	 regras	 contidas	 na	 resolução	 citada	 são	 muito	 importantes	 na	 relação	
administradora-consumidor,	mas	existem	algumas	que	iremos	enfatizar.	Segundo	a	CMN,	o	
valor	mínimo	exigido	para	pagamento	da	 fatura	não	pode	 ser	 inferior	 a	 20%.	O	que	mais	
pretendemos	destacar	é	que	no	momento	em	que	assinamos	o	contrato	com	a	administradora	
devemos	 nos	 ater	 a	 esses	 itens,	 lembrando	 que,	 como	 nas	 demais	 operações	 de	 crédito,	
estará	sujeito	a	cobrança	de	juros.	Ao	assinar	o	contrato	observe:	limite	de	crédito	tanto	para	
compras	nacionais	como	internacionais;	limite	para	saques	e	empréstimos	pessoais;	relação	
das	compras	efetuadas,	inclusive	as	parceladas;	valor	total	das	compras;	taxa	de	juros;	tarifas;	
encargos	financeiros	cobrados;	CET	Custo	Efetivo	Cobrado.	
Dentre	as	tarifas	que	podem	ser	cobradas	estão:
•	 Anuidade:	 é	 interessante	 sempre	 atentar	 para	 o	 contrato	 e	 verificar	 os	 valores	 a	
serem	cobrados	como	anuidade.
•	 A	emissão	de	segunda	via	do	cartão.	
•	 	Serviços	como	uso	do	cartão	para	pagamento	de	contas	ou	retirada	em	espécie	de	
saques,	o	consumidor	deve	articular	com	o	contrato.
Em	 um	mundo	 competitivo	 as	 administradoras	 de	 cartões	 de	 crédito	 também	 estão	
antenadas	 nas	 necessidades	 e	 nos	 benefícios	 oferecidos	 aos	 consumidores,	 vale	 a	 pena	
pesquisar	 e	 até	 negociar	 tais	 condições,	mesmo	 sabendo	que	haverá	 cobrança,	 permitida	
pelo	Banco	Central	do	Brasil	através	da	CMN.	
Enfatizamos	 que	 as	 administradoras	 de	 cartões	 por	 não	 serem	 empresas	 financeiras	
em	 sua	 gênese	 enquadram-se	 na	 condição	 de	 prestadoras	 de	 serviços,	 logo	 fazendo	 a	
intermediação	entre	os	estabelecimentos	afiliados	e	os	portadores	de	cartão	de	crédito.	É	
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interessante	destacar	que,	diante	das	dificuldades	legais	de	proteçãodo	consumidor	frente	à	
cobrança	das	taxas	de	juros	e	no	parcelamento	das	vendas	a	longo	prazo,	as	administradoras	
estão	se	tornando	instituições	financeiras	e	por	consequência	ficando	fora	da	lei	da	usura1	
.	Assim,	podem	praticar	as	 taxas	de	 juros	que	considerarem	viáveis.	Dessa	 forma,	cabe	ao	
consumidor	ficar	atento	a	taxas	e	outras	despesas	cobradas	quando	usam	o	cartão.	Os	órgãos	
do	governo	através	de	normas	fazem	a	parte	deles,	o	que	significa	que	o	consumidor	deve,	
antes	de	usar	os	cartões,	se	conscientizar	das	consequências	do	mau	uso.	O	consumidor	é	
dono	de	seu	próprio	futuro,	possuir	cartão	de	crédito	requer	habilidades	para	saber	usá-lo.	
Atente	à	citação	abaixo.
O	futuro	está	ligado	ao	presente	por	meio	da	linha	do	tempo.	A	escolha	que	fazermos	
no	presente	determina	o	futuro.	Se	você	tomar	sol	ao	meio-dia	sem	utilizar	o	protetor	
solar	 (escolha	no	presente),	no	final	do	dia	seu	corpo	estará	 igual	a	um	“pimentão	
vermelho”	(resultado	no	futuro).	(HOJI,	2007,	p.	32)
Destacamos	também	que	o	cartão	de	crédito	não	oferece	apenas	benefícios,	mas	também	
complicações	profundas,	pois	alguns	consumidores	descuidam	de	seus	controles	com	a	fatura	
do	cartão	e	acabam	pagando	apenas	o	mínimo.	Os	encargos	financeiros	 incidentes	nessas	
operações	de	crédito	acarretarão	a	cobrança	de	juros	pactuada	entre	os	clientes	e	a	emissora	
do	cartão.	O	Banco	Central	é	responsável	por	regular	e	fiscalizar	as	operações	de	cartão	de	
crédito	estabelecendo	as	regras	tanto	das	administradoras	para	com	os	clientes	e	vice-versa.	
Outro	 ponto	 importante	 sobre	 cartão	de	 crédito	 é	 a	 tentativa	de	 fraudes.	 Segundo	 a	
Serasa2	,	o	indicador	registrou	1,22	milhão	de	tentativas	de	golpes	no	período	entre	janeiro	e	
julho	de	2013,	número	recorde	que	representa	uma	tentativa	a	cada	15	segundos,	em	média.	
Criminosos	usam	dados	falsos	ou	informações	de	vítimas	para	aplicar	golpes	na	emissão	de	
cartões	 de	 crédito,	 compra	 de	 automóveis,	 abertura	 de	 conta-corrente,	 financiamento	 de	
eletrônicos,	compra	de	celulares,	etc.	Interpretação	e	procedimentos	de	algumas	tentativas	
de	golpe	apontadas	pelo	indicador	da	Serasa	Experian:
•	 Emissão	de	cartões	de	crédito:	o	golpista	solicita	um	cartão	de	crédito	usando	uma	
identificação	falsa	ou	roubada,	deixando	a	“conta”	parta	a	vítima	e	o	prejuízo	para	o	
emissor	do	cartão.	Esses	casos	são	muito	frequentes,	devemos	estar	atentos	quando	
perdemos	documentos	ou	mesmo	quando	somos	 furtados	ou	roubados,	devemos	
imediatamente	dirigir-se	a	um	Distrito	policial	e	abrir	um	BO,	Boletim	de	Ocorrência.
•	 Financiamento	 de	 eletrônicos	 (Varejo):	 o	 golpista	 compra	 um	bem	eletrônico	 (TV,	
aparelho	de	som,	celular,	etc.)	usando	uma	identificação	falsa	ou	roubada,	deixando	
a	conta	para	a	vítima.	Mesmo	procedimento	anterior.
1	Lei	da	Usura	estabelece	que	é	proibido	incidir	juros	dos	juros;	essa	proibição	não	compreende	a	acumulação	de	juros	vencidos	aos	saldos	
líquidos	em	conta-corrente	de	ano	a	ano.
2	 Serasa	 significa	Centralização	de	 Serviços	dos	Bancos,	 e	não	é	uma	 sigla.	A	 Serasa	é	uma	empresa	privada	brasileira	que	 faz	 análises	e	
pesquisas	de	informações	econômico-financeiras	das	pessoas,	para	apoiar	decisões	de	crédito,	como	empréstimos.
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Para	saber	mais	sobre	a	evolução	do	mercado	de	cartões	de	crédito,	acesse	
na	midiateca	e	leia	a	cartilha	disponibilizada	pelo	Banco	Central	do	Brasil	chamada	
Cartilha Cartão de Crédito.	
Apesar	 de	 a	 Abecs3	 	 apresentar	 que	 o	 número	 de	 transações	 com	 cartão	 de	 débito	
poderá	superar	as	operações	com	cartão	de	crédito,	é	interessante	analisar	o	gráfico	a	seguir,	
lembrando	que	um	dos	fatores	que	contribui	para	o	aumento	do	uso	do	cartão	de	crédito	são	
as	compras	com	na	internet.	
		Outro	aspecto	a	destacar	com	referência	ao	gráfico	é	que	a	elevação	da	taxa	Selic4	,	que	
até	1º	de	julho	de	1996	era	a	base	do	custo	do	dinheiro,	passou	a	ser	determinada	pela	lei	da	
oferta	e	demanda	e	provoca	mudanças	tanto	no	varejo	como	no	atacado.	Isso	significa	que	
uma	alteração	nessa	taxa	provoca	alterações	no	comportamento	dos	consumidores	diante	do	
aumento	dos	juros	frente	ao	crédito	e	reduz	o	volume	de	compras.
Gráfico 1 - Posição do cartão de crédito
Fonte: Associação Brasileira de Cartões e Crédito e Serviços
3	Associação	Brasileira	de	Cartões	de	Crédito	e	Serviços.
4	É	a	taxa	de	referência	do	mercado	e	regula	as	operações	diárias	com	títulos	públicos	federais	no	sistema	especial	de	liquidação	e	custódia	do	
banco	central.
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Para	saber	mais	sobre	o	assunto	leia	o	capítulo	11	do	livro	Macroeconomia 
em Contexto,	de	Peter	E.	Kennedy	(São	Paulo:	Saraiva,	2011).	Nesse	capítulo	da	
obra	 são	 articulados	 os	 impactos	 de	 variações	 das	 taxas	 e	 as	 consequências	
diretas	no	crédito	oferecido	ao	consumidor.	
Considerações finais
Nesta	aula	vimos	que	valorizar	o	crédito	junto	ao	mercado	pode	ser	uma	das	alternativas	
de	amenizar	momentos	desfavoráveis	financeiramente.	Foi	explicitado	o	quanto	a	Tecnologia	
da	 Informação	 e	 Comunicação	 tem	 contribuído	 diretamente	 para	 o	 crescimento	 desse	
segmento	de	crédito.	
Posicionamos	também	algumas	dicas	para	manipular	o	cartão	em	transações	comerciais.	
Sintetizamos	alguns	órgãos	governamentais	(BACEN,	CMN,	SERASA,	ABCES)	nas	relações	entre	
comerciantes,	 instituições	 financeiras	 e	 consumidores.	 Algumas	 reflexões	 sobre	 possíveis	
fraudes	em	cartões	e	a	posição	atual	nas	finanças	dos	consumidores.	
Nas	próximas	aulas,	refletiremos	sobre	os	serviços	bancários	e	as	estratégias	para	usar	
esses	serviços.
Referências
ABECS.	Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços.	Disponível	em:	<http://www.
abecs.org.br/site2012>.	Acesso	em:	14	set.	2013.
ASSAF	NETO,	A.;	TIBURCIO	SILVA,	C.	A.	Administração de capital de giro.	2.	ed.	São	Paulo:	Atlas,	
1999.
___________________.	Mercado Financeiro.	10.	ed.	São	Paulo:	Atlas,	2011.
BACEN.	Banco Central do Brasil.	Disponível	em:	<http://www.bcb.gov.br/pt-br/paginas/default.
aspx>	.	Acesso	em:	14	set.	2013.
CMN.	Conselho Monetário Nacional.	Disponível	em:	<http://www.bcb.gov.br/?CMN>.	Acesso	
em:	14.	set.	2013.	
HOJI,	M.	Finanças da Família: o	caminho	para	a	independência	financeira.	São	Paulo:	Profitbooks,	
2007.	
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FAZZIO,	Jr.	W.	Manual de direito comercial.	11.	ed.	São	Paulo:	Atlas.2010.	
KENNEDY,	 P.	 Macroeconomia em contexto: uma abordagem rela e aplicada do mundo 
econômico.	São	Paulo:	Saraiva.	2011.
LAUDON,	C.	K.;LAUDON,	 J.	P.	Sistema de Informações Gerenciais. 5	ed.	 São	Paulo:	Pearson	
Prentice	Hall,	2009.
SERASA.	 Serasa	 Experian.	 Centralização de Serviços dos Bancos.	 Disponível	 em:	 <www.
serasaexperian.com.br	>.	Acesso	em:	14	set.	2013.
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Aula 04
As funções do Banco Central e o impacto de suas decisões na 
economia como um todo.
Objetivos Específicos
•	 Conhecer	as	funções	do	Banco	Central	e	os	impactos	de	suas	decisões	como	
um	todo.
Temas
Introdução
1	Banco	Central	do	Brasil	e	suas	funções
2	As	competências	do	Banco	Central	do	Brasil
3	 Os	impactos	das	ações	do	Banco	Central	nas	transações	cotidianas	das	pessoas	
e	empresas
Considerações	finais
Referências
Professor
Carlos Alberto de Souza Cabello
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Introdução
Este	momento	da	nossa	disciplina	dedicamos	 a	 estudar	o	 papel	 do	Banco	Central	 do	
Brasil	e	o	impacto	de	suas	decisões	na	economia	como	um	todo.
Ao	término	desta	aula	você	compreenderá	como	as	ações	do	Banco	Central	repercutem	
na	vida	dos	consumidores	em	transações	comerciais	e	por	consequência	no	setor	produtivo.	
Com	certeza	você	ficará	surpreso	ao	identificar	que	alterações	financeiras	macroeconômicas	
interferem	profundamente	na	vida	das	pessoas.
1 Banco Central do Brasil e suas funções
Pretendemos	apresentar	a	instituiçãoBanco	Central	do	Brasil	e	suas	funções	para	que	
seja	possível	articular	suas	responsabilidades	diante	dos	impactos	na	economia	brasileira.	
Banco	 Central	 é	 a	 entidade	 criada	 para	 atuar	 como	 órgão	 executivo	 central	 do	
sistema	 financeiro,	 cabendo-lhe	 a	 responsabilidade	 de	 cumprir	 e	 fazer	 cumprir	 as	
disposições	que	 regulam	o	 funcionamento	do	sistema	e	as	normas	expedidas	pelo	
CMM.	(FORTUNA,	2011,	p.	20)
Não	é	nosso	objetivo	descrever	 todas	as	 funções	do	BC,	doravante	neste	 texto	Banco	
Central	do	Brasil,	e	sim	articular	algumas	dessas	atribuições	vinculadas	à	economia	brasileira,	
especificamente	a	economia	 familiar.	 Todas	as	 incumbências	desse	órgão	 são	 importantes	
para	apoiar	a	política	econômica	de	nosso	país.	Nem	todas	as	repercussões	na	economia	são	
imediatas,	algumas	podem	provocar	impactos	imediatos	enquanto	outras	medidas	demoram	
alguns	anos	para	serem	sentidas.	
Uma	das	 funções	do	BC,	 através	do	Copom1	 ,	 é	 estabelecer	e	manipular	 a	 taxa	 Selic2
entre	outras	 atribuições	destacando	que	entre	 suas	 ações	um	dos	objetivos	 é	 controlar	 a	
inflação3	.	Ao	aumentar	a	taxa	Selic	o	governo	promove	efeitos	sobre	a	oferta	e	demanda	e	
por	consequência	no	setor	produtivo.	
Alexandre	 Tombini,	 presidente	 do	 BC	 e	 sua	 equipe	 de	 economistas	 do	 Comitê	 de	
Política	Monetária	(Copom),	decidiram,	por	unanimidade,	apertar	um	pouco	o	nó	do	
laço	que	 tenta	conter	a	 inflação.	Na	quarta	 feira	 (04/09/2013)	o	Copom	elevou	os	
juros	em	0,25	pontos	percentuais,	levando	a	taxa	Selic	para	o	patamar	de	12,25%	ao	
ano.	(BCB,	2013)
1	Copom	–	Comitê	de	Política	Monetária.
2	Selic	–	é	a	taxa	de	referência	do	mercado	que	regula	as	operações	diárias	com	títulos	públicos	federais	que	reajusta	diariamente	os	preços	
unitários.
3	Inflação	–	aumento	generalizado	de	preços	de	produtos	e	serviços.
		
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Entendemos	que	a	política	econômica	do	atual	governo	dinamiza-se	no	tripé,	controle	
da	inflação,	pagamento	da	dívida	externa	e	inclusão	social.	Nas	intervenções	desse	órgão	
os	 resultados	 são	 de	médio	 e	 longo	 prazos,	 mas	 afetam	 a	 economia	 como	 um	 todo,	 e	
estar	 atento	 a	 esse	 tipo	 de	 notícia	 significa	 agir	 com	 cautela	 em	 transações	 comerciais	
articuladas	ao	prazo.	
Medidas	 desse	 tipo,	 aumento	 da	 taxa	 básica	 de	 juros,	 Selic,	 podem	 ser	 notadas	 em	
operações	de	créditos	de	 lojas	ou	 rotativo.	Podemos	 tentar	prever	as	consequências,	pois	
com	inflações	altas	agora,	poucas	opções	restaram	ao	governo	para	estimular	a	demanda	nos	
meses	seguintes	esperados	pelos	lojistas	e	produtores.
Figura 1 - Casal almoçando em um restaurante
Uma	das	explicações	visíveis	ao	consumidor	
de	forma	imediata	está	na	taxa	do	IPCA4		
que	avançou	de	0,03%	em	julho	para	0,24%	
em	agosto,	sendo	que	os	alimentos	em	
restaurantes	fora	de	casa	tiveram	alta	de	
preços	de	0,76%	e	o	preço	do	leite	subiu	3,75%	
em	agosto,	segundo	o	IBGE.	Essas	são	apenas	
algumas	informações	oficiais	que	justificam	a	
intervenção	do	BC	na	taxa	Selic	(BCB,	2013).
Percebemos	 que	medidas	 do	 BC	 interferem	 na	 vida	 dos	 consumidores,	 e	 em	 alguns	
setores	seus	reflexos	são	imediatos.	Muitas	vezes	uma	parcela	da	população	critica	algumas	
ações	do	governo	sem	compreender	as	razões	para	essa	ação.
Outra	medida	realizada	pelo	BC,	através	do	ministro	da	Fazenda	foi	a	redução	do	IPI5
incidente	 nos	 automóveis	 e	 caminhões	 em	2012,	 o	 que	 visava	 evitar	 a	 queda	das	 vendas	
de	 veículos	 e	 por	 consequência	 anular	 a	 possibilidade	 do	 aumento	 do	 desemprego.	 O	
desemprego	é	um	dos	fatores	mais	agressivos	na	aceleração	da	inflação.
2 As competências do Banco Central do Brasil
O	BC	 através	 do	 CMN	 tem	 a	 responsabilidade	 de	 zelar	 pela	 liquidez	 e	 pela	 solvência	
das	 instituições	 financeiras.	 Nesse	 tópico	 devemos	 atentar	 que,	 quando	 uma	 instituição	
financeira	entra	em	falência	ou	pede	concordata6 ,		diversas	consequências	são	repassadas	
à	sociedade,	como	o	desemprego	das	pessoas	que	ali	trabalhavam.	Depois,	há	redução	do	
poder	de	compra	até	que	essas	pessoas	consigam	recolocação	no	mercado	de	trabalho.	As	
ações	do	BC	refletem	em	toda	a	sociedade	e	a	recuperação	nem	sempre	é	a	curto	e	médio	
4	IPCA	–	Índice	de	Preços	ao	Consumidor	Amplo.
5	IPI	–	Impostos	sobre	Produtos	Industrializados.
6	Concordata	–	Direito	entre	o	falido	e	os	seus	credores.	
		
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prazo.	Segundo	fonte	do	próprio	BC,	em	2005	o	Banco	Santos	teve	sua	falência	decretada	
repercutindo	aos	devedores,	credores	e	à	sociedade	como	um	todo.
As	competências	do	Banco	Central	do	Brasil	são:
•	 emitir	papel-moeda	metálica	nas	condições	e	limites	autorizados	pelo	CMN;
•	 exercer	o	controle	de	crédito	sob	todas	as	suas	formas;
•	 exercer	fiscalização	das	instituições	financeiras,	punindo-as	quando	necessário;
•	 determinar	via	Copom	a	taxa	de	juros	de	referência	para	as	operações	de	um	dia	–	a	
taxa	Selic;
•	 emitir	títulos	de	responsabilidade	própria,	de	acordo	com	as	condições	estabelecidas	
pela	CMN;
•	 autorizar	 o	 funcionamento,	 estabelecendo	 a	 dinâmica	 operacional,	 de	 todas	 as	
instituições	financeiras.
Entendemos	 que	 o	 BC	 interfere	 nas	 instituições	 financeiras	 e	 no	 sistema	 financeiro	
alterando	relações	de	crédito	e,	por	consequência,	no	setor	produtivo.	Podemos	refletir	que	
ele	influencia	a	economia,	mesmo	que	indiretamente.
3 Os impactos das ações do Banco Central nas transações 
cotidianas das pessoas e empresas
Figura 2 - Banco
Em	suas	ações	diárias	articuladas	com	os	
critérios	da	política	econômica,	o	BC	depende	
de	flutuações	não	apenas	do	mercado	interno.	
Muitos	acontecimentos	internacionais	
repercutem	em	nossa	política	cambial,	
monetária	e	fiscal.
	 O	 Banco	 Central	 executa	 a	 política	 cambial	 definida	 pelo	 Conselho	 Monetário	
Nacional.	Parta	tanto,	regulamenta	o	mercado	de	câmbio7 		e	autoriza	as	instituições	
que	nele	operam.	Também	compete	ao	Banco	Central	fiscalizar	o	referido	mercado,	
podendo	 punir	 dirigentes	 e	 instituições	 mediante	 multas,	 suspensões	 e	 outras	
sanções	previstas	em	lei.	Além	disso,	o	Banco	Central	pode	atuar	diretamente	no	
mercado,	comprando	e	vendendo	moeda	estrangeira	de	forma	ocasional	e	limitada,	
com	 o	 objetivo	 de	 conter	 movimentos	 desordenados	 da	 taxa	 de	 câmbio.	 (BCB,	
Mercado	de	Câmbio,	2013).
7	Câmbio	–	é	a	operação	de	troca	de	moeda	de	um	país	pela	moeda	de	outro	país.	
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Essa	ação	do	BC	manipula	as	variações	cambiais,	o	que	provoca	altas	e	baixas	de	preços	
em	determinados	produtos	ou	serviços,	especificamente	aqueles	que	dependem	de	matéria-
prima	proveniente	de	outros	países.	Além	dessa	interferência,	é	necessário	lembrar	o	papel	
do	mercado	focado	nas	relações	de	oferta	e	demanda.	Atente	para	a	citação	a	seguir,	na	qual	
é	detalhado	que	todos	os	tipos	de	produtos	ou	serviços	também	estão	presos	à	lei	da	oferta	
e	demanda.	“O	preço	de	um	bem	ou	serviço	é	determinado	de	acordo	com	a	lei	da	oferta	e	
procura,	e	o	valor	a	ele	atribuído	depende	do	que	os	comprados	estão	dispostos	a	pagar	pela	
utilidade	que	lhes	proporcionam”.	(HOJI,	2007,	p.	57)
Determinados	 setores	 que	 dependem	 diretamente	 de	 matéria-prima	 e	 tecnologia	
externa	sofrem	imediatamente,	e	graças	à	interferência	do	BC	conseguem	sobreviver.	
Para	saber	mais	sobre	o	assunto	leia	o	livro:	KENNEDY,	P. Macroeconomia 
em Contexto:	uma	abordagem	real	e	aplicada	do	mundo	econômico.	São	Paulo:	
Saraiva,	2011.	p.	330-33.	Ele	destaca	as	influências	do	governo	na	taxa	de	câmbio	
explicando	suas	variações	e	as	consequências	nos	preços	dos	produtos	e	serviços.
Figura 3 – Microcomputador
	O	setor	de	informática	e	de	novas	tecnologias	
é	o	setor	que	mais	sente	a	influência	das	
medidas	do	BC	junto	à	política	de	câmbio.	De	
uns	tempos	até	hoje	esse	setor	apresentou	
diversas	inovações	e	desenvolvimentode	
tecnologia	própria	reduzindo	a	dependência	de	
outras	nações	e	assim	das	variações	cambiais.	
Isso	reflete	na	economia,	especificamente	na	
aquisição	de	computadores	e	na	geração	de	
empregos	no	comércio.
Figura 4 - Carro importado
Outro	setor	que	também	reflete	a	política	
cambial	refere-se	ao	setor	comercial	de	carros	
importados.	Cada	vez	que	ocorre	uma	alta	na	
moeda	americana,	há	reflexos	no	mercado	
de	automóveis	importados	e	em	serviços	
prestados,	repercutindo	diretamente	sobre	os	
subprodutos	e	mão	de	obra	para	esse	setor.	A	
presença	do	BC	em	ações	de	compra	e	venda	
da	moeda	americana	estabiliza	esse	mercado.
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Outro	setor	que	 também	está	articulado	às	ações	do	BC	é	o	estímulo	ao	depósito	de	
poupança,	considerando	que	as	capacitações	dos	depósitos	estão	atreladas	às	operações	do	
SFH8 		e	com	efeito	cascata	sobre	produtores	de	material	para	construção	civil	e	mão	de	obra	
diretamente.
Nos	últimos	doze	meses,	junho	de	2012	a	maio	de	2013,	a	soma	dos	financiamentos	para	
a	aquisição	e	para	a	construção	de	imóveis	habitacionais	no	âmbito	do	SFH,	chegou	se	a	cifra	
de	R$	70,28	bilhões	para	um	total	de	407.821	unidades.	Para	o	período	de	junho	de	2011	a	
maio	de	2012,	tivemos	R$	61,54	bilhões	para	406.326	unidades	financiadas.	Em	percentuais,	
os	novos	números	representam	acréscimo	de	14,21%	no	volume	de	recursos	e	acréscimos	de	
0,37%	na	quantidade	de	imóveis	financiados.	(BCB,	2013)
Destacamos	 na	 citação	 do	 BC	 que	 está	 havendo	 um	 desenvolvimento	 nesse	 setor	 e	
enfatizamos	que	a	participação	do	BC	na	regulação	de	taxas	contribui	para	esse	cenário,	que	
sabemos	ainda	não	é	o	ideal.
Enfatizamos	também	que	não	apenas	os	bancos	e	órgãos	públicos	estão	na	empreitada	
de	financiamentos	de	moradia.	Esse	nicho	também	foi	passado	aos	bancos	privados,	mas	é	
monitorado	 pelo	 Banco	 Central	 do	 Brasil	 em	 suas	 operações	 de	 crédito	 imobiliário,	 não	
apenas.
Para	saber	mais	sobre	o	Assunto	leia	o	Capitulo	3	do	livro:	FORGHIER,	L.	C.	
SFH Sistema Financeiro	 de	Habitação.	 São	 Paulo:	Quartier	 Latin,	 2012.	Nesse	
capítulo	 são	 abordadas	 as	 características	 básicas	 do	 SFH,	 apresentando	 as	
principais	diretrizes	dirigidas	aos	mutuários.
Considerações finais
Como	vimos	nesta	aula	existem	diversas	ações	do	Banco	Central	do	Brasil	que	influenciam	
a	vida	financeira	das	pessoas	e	empresas.	Tratamos	das	competências	do	Banco	Central	diante	
do	mercado	financeiro	posicionando	suas	responsabilidades	e	atuações.	
Destacamos	 também	os	 reflexos	 da	 atuação	 do	 BC	 no	 controle	 da	 Política	 Cambial	 e	
suas	 consequências	 para	 as	 indústrias	 eletroeletrônicas,	 informática	 e	 automobilísticas.	
Finalizamos	 com	 a	 participação	 através	 de	 normas	 sobre	 o	 SFH,	 Sistema	 Financeiro	 de	
8		SFH	–	Sistema	Financeiro	de	Habitação.	 	
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Habitação,	que	proporciona	reflexos	no	mercado	de	trabalho	e	imobiliário.
Na	 próxima	 aula	 abordaremos	 os	 serviços	 bancários	 e	 suas	 ações	 perante	 a	 vida	 de	
pessoas	físicas	e	jurídicas.	
Referências
ABCS.	Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços.	Disponível	em:	<www.abecs.org.
br/>.	Acesso	em:	set.	2013.
BCB.	Banco	Central	do	Brasil.	Sistema Financeiro de Habitação.	Disponível	em:	<http://www.
bcb.gov.br/sfh>.	Acesso	em:	set.	2013.
CMM.	Conselho Monetário Nacional.	 Disponível	 em:	 <www.bcb.gov.br/?CMN‎>	 Acesso	 em:	
set.	2013.
FORTUNA,	E.	Mercado Financeiro Produtos e Serviços.	18.	ed.	São	Paulo:	Qualtymark,	2011.
HOJI,	 M.	 Finanças da Família:	 O	 caminho	 para	 a	 independência	 financeira.	 São	 Paulo:	
Profitbooks,	2007.
KENNEDY,	 P.	 Macroeconomia em Contexto:	 Uma	 abordagem	 real	 e	 aplicada	 do	 mundo	
econômico.	São	Paulo:	Saraiva,	2011.
SERASA.	 Centralização de Serviços dos Bancos.	 Disponível	 em:	 <http://	 http://www.
serasaexperian.com.br/>	-	Serasa	Experian>	Acesso	em:	set.	2013.
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Aula 05
Serviços bancários: Quando e como usar?
Objetivos Específicos
•	 Entender	o	uso	dos	produtos	e	serviços	bancários.
Temas
Introdução
1	Produtos	e	serviços	oferecidos	pelos	bancos
2	A	investida	dos	bancos	nos	setores	de	varejo	apoiados	nas	TICs	e	benefícios	e	
malefícios	oferecidos	aos	clientes
3	Critérios	básicos	da	educação	financeira	e	harmonia	com	os	bancos	frente	ao	
orçamento	familiar	e	conquista	da	moradia
Considerações	finais
Referências
Professor
Carlos Alberto de Souza Cabello
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Introdução
Na	sociedade	capitalista	em	que	vivemos	a	necessidade	de	produtos	e	serviços	bancários	
tornou-se	marcante	em	todos	os	níveis	sociais.	O	banco	conquistou	destaque	nas	diversas	
esferas	 públicas	 e	 privadas	 tendo	 nesse	 contexto	 uma	 influência	 sem	 precedentes	 tanto	
para	pessoas	físicas	como	pessoas	jurídicas.	Todos	são	envolvidos	pelas	atividades	bancárias.	
Para	as	pessoas	físicas	do	pagamento	de	uma	conta	de	luz	ao	recebimento	do	contracheque,	
financiamento	de	imóveis,	empréstimos	e	outros.	Para	as	pessoas	jurídicas	desde	a	abertura	
da	 empresa	 passando	 a	 ser	 parceiras	 nos	 relacionamentos	 com	 clientes	 e	 fornecedores	
tendo	uma	participação	relevante	no	aspecto	financeiro	e	econômico	de	microempresas	a	
multinacionais,	do	operariado	ao	empresário.	
Ao	 final	 desta	 aula	 esperamos	 que	 você	 aproprie	 conhecimentos	 sobre	 os	 diversos	
produtos	e	serviços	bancários	e	principalmente	conquiste	competências	e	habilidades	para	
manipular	os	benefícios	oferecidos	pelas	instituições	financeiras.
1 Produtos e serviços oferecidos pelos bancos
Iniciaremos	 esta	 aula	 apresentando	 os	 bancos	 e	 justificando	 as	 necessidades	 dos	
serviços	bancários	lembrando	que	eles	estão	presentes	em	diversas	atividades	em	nosso	dia	
a	dia.	Possuir	conta-corrente	em	um	banco	passa	a	ser	uma	das	prerrogativas	para	essa	nova	
sociedade	consumista.	
Os	 bancos	 são	 instituições	 especializadas	 em	 manipular	 o	 dinheiro,	 para	 tal	 obtêm	
autorização	do	governo	e,	dessa	forma,	integram	a	sociedade	e	atuam	na	vida	das	pessoas	
direta	ou	indiretamente.	
 Quadro 1 - Instituições financeiras bancária
Instituições financeiras bancárias Instituições financeiras não bancárias
Bancos	Comerciais
Bancos	Múltiplos
Caixas	Econômicas
Banco	de	Investimentos
Banco	de	Desenvolvimento
Sociedades	de	Crédito	e	Financiamentos	e	
Investimento
Sociedade	de	Arrendamento	Mercantil
Cooperativas	de	Crédito
Sociedade	de	Crédito	Imobiliário	e	Associações	
de	Poupança	e	Empréstimos
Fonte: Adaptação de Subsistema de Intermediação – Estrutura do Sistema Financeiro Nacional.
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Para	 saber	 mais	 sobre	 o	 assunto	 leia	 o	 Capítulo	 3,	 do	 livro	 Mercado 
Financeiro,	 de	 Alexandre	 Assaf	Neto	 (Atlas,	 2011).	 Nesse	 capítulo	 é	 oferecida	
uma	visão	completa	do	Sistema	Financeiro	Nacional	(SFN),	posicionando	o	papel	
de	cada	tipo	de	banco	e	instituições	de	crédito	articulando	com	suas	funções	na	
sociedade.
Dentre	os	serviços	e	produtos	oferecidos	pelos	bancos,	a	maior	demanda	está	articulada	
aos	bancos	comerciais.	As	atividades	oferecidas	pelos	bancos	comerciais	fogem	um	pouco	às	
necessidades	da	população.	Atente	à	citação	abaixo:
De	acordo	com	o	MMI1	,	seu	objetivo	precípuo	é	proporcionar	o	suprimento	oportuno	
e	 adequado	 dos	 recursos	 necessários	 para	 financiar,	 a	 curtos	 e	 médios	 prazos,	 o	
comércio,	 a	 indústria,	 as	 empresas	 prestadoras	 de	 serviços	 e	 as	 pessoas	 físicas.	
(FORTUNA,	2011,	p.	28)
É	interessante	posicionar	que	os	bancos	manipulam	com	grande	habilidade	informações	
originárias	 de	 depósitos,	 saques,	 empréstimos	 e	 investimentos,	 que	 caracterizam	 seus	
serviços.	Destacando	que	um	banco	comercial	são	instituições	que	possuem	depósitos	à	vista	
e	são	capazes	de	manipular	e	multiplicar	moeda.
Sintetizando,	 podemos	 elencar	 a	 importância	 dosbancos	 comerciais,	 lembrando	 que	
eles	são	as	principais	instituições	do	sistema	financeiro	diante	das	seguintes	razões:
Quadro 2 - Principais funções dos bancos comerciais
•	 Estão	envolvidos	no	processo	de	criação	de	moedas	e	de	controle	monetário.
•	 Principais	 intermediários	 financeiros,	 tanto	 na	 captação	 quanto	 na	 aplicação	 de	
recursos.
•	 Encabeçam	um	conglomerado	financeiro	que	envolve	um	conjunto	de	instituições	
auxiliares.
Fonte: Leite (2000, p. 35).
1	MNI	–	Manual	de	Normas	e	Instruções,	do	Banco	Central	do	Brasil.
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Devemos	destacar	que	os	bancos	brasileiros	com	grandes	investimentos	em	tecnologia	estão	
em	uma	posição	de	destaque	mundial	propiciando	uma	grande	variedade	de	produtos	e	serviços.	
Além	disso,	possibilitam	também	às	 famílias	e	empresas	segurança	e	praticidade	para	
manipulação	de	valores	em	qualquer	momento	e	horário.
Quadro 3 - Serviços oferecidos pelos bancos comerciais
•	 Descontar	títulos.
•	 Realizar	operações	de	abertura	de	crédito	simples	ou	em	conta-corrente	(contas	
garantidas).
•	 Realizar	operações	especiais,	inclusive	de	crédito	rural,	de	câmbio	e	comércio	
internacional.
•	 Captar	depósitos	à	vista	e	a	prazo	fixo;	obter	recurso	junto	às	instituições	oficiais	
para	repasse	aos	clientes.
•	 Obter	recursos	externos	para	repasse.	
•	 Efetuar	 a	 prestação	 de	 serviços,	 inclusive	 mediante	 convênio	 com	 outras	
instituições.
Fonte: Fortuna (2011, p. 28).
Em	nosso	cotidiano	 imediato,	que	está	articulado	ao	nosso	nível	de	 renda,	os	bancos	
são	instituições	que	recebem	os	depósitos	e	utilizam	esse	dinheiro	para	emprestar	a	outras	
pessoas,	o	que	estimula	o	desenvolvimento	da	economia.
2 A investida dos bancos nos setores de varejo apoiados nas 
TICs e benefícios e malefícios oferecidos aos clientes
Produtos	e	serviços	oferecidos	pelos	bancos,	segundo	a	Febraban	(2013):
•	 melhoria	do	atendimento	das	agências	via	call	center;
•	 telefones	para	deficientes	auditivos;
•	 ampliação	dos	serviços	aos	clientes	internautas;
•	 melhoria	das	comunicações	com	clientes	(CRM);
•	 segurança	em	transações	eletrônicas;	
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•	 oferecimento	 de	 cartilhas	 para	 uso	 consciente	 do	 crédito,	 além	 dos	 tradicionais	
cartões	de	débito/crédito	.	
Em	grande	parte	de	nossas	transações	comerciais	existe	a	interferência	de	um	banco.	
O	desenvolvimento	de	novas	soluções	tecnológicas	comerciais	ancoradas	no	computador	
revolucionou	o	mercado	de	varejo.	A	automação	comercial	e	a	adoção	de	TICs,	Tecnologia	
da	Informação	e	Comunicação,	proporcionaram	retornos	imediatos.	Os	clientes	ampliaram	
a	 capacidade	 de	 consumidores	 a	 diversos	 novos	 produtos	 e	 serviços	 e	 tais	 estratégias	
aquecem	a	economia	do	país.	Por	 trás	de	 todo	esse	processo	existe	a	presença	de	uma	
instituição	financeira.
Dentre	os	benefícios	oferecidos	aos	clientes/consumidores	podemos	elencar	diversos,	
que	concederam	o	acesso	imediato	a	bens	e	serviços	dantes	nunca	imaginados:
•	 Carros,	 viagens	 aéreas,	 telefones	 celulares,	 inovações	 tecnológicas	 tais	 como	
televisores	LCD,	tablets	e	uma	infinidade	de	novos	produtos.
Apesar	 dos	 benefícios	 oferecidos	 aos	 clientes/consumidores	 serem	 ampliados	 a	 cada	
mês,	é	importante	destacar	o	custo	dessas	facilidades.	Esse	custo	está	associado	por	parte	dos	
clientes/consumidores	à	fidelidade	irrestrita	gerada	pelos	cartões	de	lojas	que	propulsionam	
a	compras	nem	sempre	necessárias.
Para	os	bancos	e	as	redes	de	 lojas	os	benefícios	são	enormes,	tais	como	oferecer	aos	
clientes/consumidores	das	lojas	até	mesmo	empréstimos	e	venda	casada2	.	Aos	bancos	e	redes	
de	lojas	os	malefícios	estão	articulados	à	inadimplência	que,	através	das	taxas	cobradas,	são	
amenizadas	de	forma	a	não	deter	o	crescimento	financeiro.	Um	malefício	compartilhado	tanto	
por	lojas/bancos	e	consumidores	é	a	eterna	dependência	tecnológica	das	telecomunicações.	
Para	os	consumidores,	há	praticidade	e	facilidades	para	a	aquisição	de	produtos	e	serviços.	
A	fusão	ou	a	parceria	entre	lojas	e	bancos	estenderam-se	a	diversos	setores,	do	comércio	de	
roupas	à	construção	civil,	sem	comentar	os	bancos	das	indústrias	automobilísticas.	As	adoções	
de	cartões	articulados	aos	bancos	geraram	um	novo	de	tipo	de	serviço	que,	ancorados	nas	
tecnologias,	propiciaram	aos	bancos	a	presença	em	quase	todos	os	tipos	de	transações	fora	
do	espaço	físico	das	agências,	estimulando	os	clientes	a	irem	às	compras.	
2	Vendas	Casadas		-	induzir	o	cliente	a	compra	um	bem	ou	serviço	diante	da	compra	de	outro.
Educação Financeira
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3 Critérios básicos da educação financeira e harmonia com 
os bancos frente ao orçamento familiar e conquista da 
moradia
Conforme	vimos	no	tópico	anterior,	a	abrangência	dos	serviços	e	produtos	bancários	se	
dá	nos	mais	diversos	setores	da	economia.	Sendo	assim,	nós	clientes/consumidores	devemos	
desenvolver	controles	para	gerar	uma	parceria	com	os	bancos.	A	educação	financeira	vista	
em	nossa	 primeira	 aula	 do	 curso	 aponta	 os	 bancos	 como	um	dos	 integrantes	 do	 Sistema	
Financeiro	Nacional	(SFN),	que	exige	uma	boa	dose	de	cuidado.	
A	 necessidade	 de	 saber	 dosar	 o	 uso	 dos	 serviços	 e	 produtos	 oferecidos	 por	 essas	
instituições	é	um	dos	grandes	segredos	para	a	vida	financeira.	Entre	eles	o	crédito	é	um	dos	
sintomas	positivos	disseminados	pela	educação	financeira.	O	uso	consciente	do	dinheiro	e	do	
crédito	são	fatores	determinantes	nas	diversas	fases	da	vida.
A	situação	financeira	atual	(boa	ou	má)	de	uma	família	é	consequência	de	planejamento	
(ou	 falta	 dele)	 e	 decisões	 tomadas	 ao	 longo	 da	 vida.	 Algumas	 famílias	 acham	que	
tiveram	muito	 “azar”	 e	 acabaram	 endividadas,	 em	 vez	 de	 acumular	 riqueza.	 Será	
que	a	culpa	foi	exclusiva	do	azar?	Não	teria	sido	falta	de	planejamento	e	disciplina	
financeira?	(HOJI,	2004,	p.	30).
Dentre	 as	 opções	 de	 serviços	 e	 produtos	 bancários,	 o	 crédito	 imobiliário	 é	 um	 dos	
produtos	mais	viáveis	aos	bancos,	pois	a	taxa	de	inadimplência	é	baixa	e	possibilita	a	redução	
do	déficit	habitacional.	Esse	produto	oferecido	pelos	bancos	é	aquecido	em	função	do	nível	
de	emprego	e	da	renda	da	população	e	contribui	sensivelmente	na	composição	do	Produto	
Interno	Bruto	(PIB).	
Diante	da	importância	desse	produto,	as	exigências	para	o	cliente	obter	junto	aos	bancos	
são	enormes	e	estão	articuladas	à	vida	financeira	do	cliente.	É	uma	das	formas	mais	viáveis	
para	a	conquista	da	moradia,	porém	exige	alguns	cuidados.	É	um	investimento	de	médio	e	
longo	prazo,	portanto	exige	um	planejamento	financeiro	eficiente.
A	carteira	de	crédito	imobiliário	dos	bancos	vai	superar	a	de	crédito	pessoal	até	outubro,	
estima	 Felipe	 Pontual,	 diretor	 executivo	 da	 Associação	 Brasileira	 das	 Entidades	 de	
Crédito	Imobiliário	e	Poupança.	Segundo	Pontual,	a	demanda	por	crédito	imobiliário	
está	aquecida	devido	às	boas	condições	de	emprego	e	renda	da	população,	além	do	
apetite	 dos	 bancos	 por	 esse	 tipo	de	 carteira,	 cuja	 inadimplência	 é	 inferior	 a	 2%	e	
apresenta	fidelização	dos	clientes.	“Os	bancos	estão	otimistas,	e	os	mutuários	estão	
demandando	financiamento.”	Pontual	citou	que,	em	2006,	470	mil	unidades	foram	
financiadas,	enquanto	em	2013,	devem	ultrapassar	1	milhão.	(BONATELLI,	2013)
Analisando	a	citação	acima	podemos	concluir	que	dentre	os	produtos	oferecidos	pelos	
bancos	o	crédito	 imobiliário	articula	positivamente	a	economia	de	um	país	focando	o	 lado	
social	e	motivacional	das	pessoas	na	conquista	da	moradia.
Educação Financeira
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Considerações finais
Como	vimos	neste	tema,	existem	diversos	serviços	e	produtos	oferecidos	pelos	bancos.	
Atentamos	a	que	esses	serviços/produtos	ultrapassam	as	contribuições	em	nível	pessoal.	
Destacamos	também	os	tipos	de	bancos	e	enfatizamos	as	funções	dos	bancos	comerciais	
não	apenas	para	clientes,

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