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RESPOSTA A ACUSAÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE 
NITERÓI/RJ 
 
 
Processo Crime nº: xxxxxxxxxx 
 
 
HELENA, nacionalidade, estado civil, profissão, RG..., CPF..., residente na Rua..., vem respeitosamente perante Vossa 
Excelência, com base no artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal e com base no artigo 396 e 396 A do Código 
de Processo Penal apresentar 
RESPOSTA A ACUSAÇÃO 
pelas razões de fato e fundamentos a seguir. 
 
DOS FATOS 
 
Helena, foi denunciado pela suposta prática dos delitos de difamação e injúria previstos nos art. 139 e 140 do Código 
Penal em concurso formal imperfeito de crimes, nos termos do art. 70, segunda parte, do Código Penal. 
Segundo consta da Denúncia, Helena teria publicou no perfil pessoal de Enrico o seguinte comentário: “não sei o 
motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha!”, e, “ele 
trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava 
tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para 
socorrê-lo!”. 
 
A querelada exerceu o direito de permanecer em silêncio em seu depoimento prestado na fase inquisitorial. 
 
Apesar de se pautar exclusivamente nas alegações do querelante, a denúncia foi recebida na data de XX de xxxxx de 
XXXX, e o réu foi citado para oferecer resposta à acusação. 
 
A querelada estava, à época dos fatos pelos quais é acusada, em situação psicológica prejudicada, uma vez que fazia 
apenas alguns dias que havia descoberto a traição de seu então companheiro, o querelante desta ação, ocasião em 
que a querelada flagrou-o extremamente embriagado em um bar aos beijos com outra mulher. 
 
É importante frisar que a querelada é pessoa simples, e dotada de bons conceitos, frente à sociedade e que é 
relevante o fato de que a relação entre o querelante e a querelada, já estava abalada e que não há demonstração 
cabal da existência do dolo especifico exigido no tipo penal imputado que deve ser revisto pelos fundamentos que 
passa a expor. 
 
DAS PRELIMINARES 
 
INÉPCIA DA QUEIXA 
 
A queixa crime apresentada, encontra-se em desrespeito aos preceitos do sistema processual penal, devendo pois, 
ser rejeitada conforme artigo 395, inciso I do CPP por ser inepta. 
 
Trata-se de atipicidade da conduta pela falta de requisito subjetivo para o tipo penal ora imputado, que é o dolo 
especifico. Tendo em vista que somente a certeza da autoria e materialidade não autoriza a condenação, não 
havendo provas suficientes, a absolvição é medida de justiça. 
 
DO DIREITO 
 
Ainda que recebida a queixa-crime, não pode prosperar as alegações feitas pelo querelante, uma vez que a 
querelada agiu de forma exaltada, em contraposição a situação causada pelo querelado e sem intenção de causar 
dano a sua honra. 
 
Como exposto em preliminar a conduta da querelada se deu de forma atípica, pois não há existência de dolo, sendo 
imprescindível a absolvição sumária de acordo com o artigo 397, inciso III, do CPP. 
 
O tipo penal apresentado na queixa não se enquadra com a conduta da querelada, uma vez que o crime de injuria, 
trata-se ofender a honra subjetiva de alguém, atingindo atributos morais, físicos, intelectuais, sociais. Quando se diz 
honra subjetiva, trata-se do que a própria pessoa estima de si mesmo, ou seja, o que ela própria pensa a seu 
respeito. O que não ocorreu, pois, uma vez que a embriaguez constante do querelado é de conhecimento geral. 
Além do mais o parágrafo 1º do artigo que configura o crime afirma que - O juiz pode deixar de aplicar a pena: I – 
quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria. 
 
No que se refere ao crime de difamação, trata-se de atribuir a alguém um fato desonroso, mas que não seja crime, 
sendo indispensável o animus diffamandi para configuração do crime, o que não ocorreu por parte da querelada que 
agiu no calor da emoção devido a traição sofrida, sem intenção de prejudicar a vida profissional nem a honra do 
querelante. 
 
DOS PEDIDOS 
 
Isto posto, requer que seja ABSOLVIDA a querelante diante da existência de circunstâncias que excluam o crime ou 
isentem da pena. 
 
Sucessivamente pede-se: 
 
a) O recebimento da resposta à acusação; 
b) Que seja arquivada a queixa-crime por ser manifestadamente inepta; 
c) Absolvição sumária da querelada, em face da atipicidade da conduta, com base no artigo 397, inciso III c/c 386, 
incisos II e VII do CPP; 
d) Na remota hipótese de não aceitação do pleito, seja considerada a primariedade da querelada, aplicando pena em 
seu mínimo legal e ainda substituída, por ser de direito e inteira justiça. 
 
Protesta-se provar o alegado por todas as provas em direito processual penal admitidas, valendo-se sobretudo, do 
depoimento das testemunhas arroladas. 
 
Rol de testemunhas: 
Testemunha 1 
Testemunha 2 
Testemunha 3 
 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
 
Local, data 
Advogado/ OAB

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