Prévia do material em texto
Aula Nutrição Parenteral Definição e Características Portaria 272/1998 ANVISA “Solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídeos, vitaminas e minerais, estéril e acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada a administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou a manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.” Portaria n°272 # Essa mistura deve ser homogênea, estável e não deve apresentar partículas e nem corpos estranhos; # Os componentes mais suscetíveis a instabilidade são as emulsões lipídicas, as reações entre cálcio e fósforo e as reações entre as vitaminas (vit A e C) e elementos-traços (ferro, cobre e selênio); # O armazenamento da solução deve ser feito a 4 C, baixo pH (5,5), por até 3 meses (período de administração limitado a 24horas) # É classificada em 2 em 1 (proteínas e carboidratos) ou 3 em 1 (proteínas, carboidratos e lipídeos como principais constituintes) Quando a alimentação via TGI não é possível; Quando a absorção de nutrientes é incompleta; Quando a alimentação via TGI é indesejável; Quando essas condições estiverem associadas ao estado de desnutrição As indicações em situações específicas são: o Intolerância a nutrição enteral; o Longo período de terapia nutricional (mínimo 7 dias); o Grave disfunção intestinal, Crohn, SII e colite ulcerativa; o Terapia nutricional pré operatória (7 a 10 dias antes da cirurgia) em pacientes com desnutrição grave; o Disfunção renal ou hepática; o Grandes traumas ou queimaduras (5 a 7 dias sem uso intestinal); o Pancreatites, diarréias graves e vômitos persistentes; o Prematuros de baixo peso ou má formação congênita do TGI ou diarréia crônica intensa; o Terapia nutricional pós-operatória (5 a 7 dias após cirurgia) em pacientes com desnutrição grave; o Hiperemesis gravidarum. #A tolerância dependerá da sua osmolaridade, pH, velocidade de infusão e material do cateter #Soluções hipertônicas causam dor, flebite e trombose. #Emulsões lipídicas são protetoras de endotélio vascular e reduzem a osmolaridade #Necessidade de soluções com baixa osmolaridade (< 1200mOsm) NPP - Indicações e Contra-indicação (Sobotka) # NP de curta duração (não necessita de punção venosa) # Pacientes com veia periférica acessível # Quando a punção de uma veia central é contra-indicada # SEPSE bacteriana relacionada ao cateter # Contra-indica-se a NPP nos pacientes: ◦ com dificuldade de acesso venoso periférico, que requerem grande ingestão energética e/ou protéica ou eletrolítica (especialmente potássio) ou naqueles com risco de sobrecarga hídrica e/ou terapia nutricional por tempo prolongado. NPP # Devem ser administradas soluções de baixa osmolaridade, com baixa concentração de nutrientes, em grandes volumes, nas veias de menores calibres (mão ou antebraço); # Via de administração de escolha para períodos curtos de terapia e em pacientes com ausência de desnutrição grave; # Pacientes com sensibilidades a grandes volumes (insuficiência cardiopulmonar, renal ou hepática) não são bons candidatos a NPP # É também utilizada na fase de transição da parenteral para enteral. # A tolerância máxima que uma veia periférica pode tolerar é de 900mOsm/L; VANTAGENS: # Mais simples, mais barata (em relação a central), menor risco de complicações infecciosas. DESVANTAGENS: # Não permite a infusão de soluções hiperosmolares # É o acesso mais utilizado na NP # Deve ser administrada por meio de uma veia central para se infundir nutrientes em altas concentrações e em menor volume. # Freqüentemente utiliza-se a veia cava superior por meio da subclávia ou jugular interna # A inserção na veia subclávia possibilita maior risco de pneumotórax # Na veia jugular interna, o cateter no pescoço dificulta a fixação e o curativo, aumentando o risco de infecção. ACESSO VENOS0 – Chemim # A determinação do acesso venoso deve considerar: O tempo de utilização da terapia nutricional A osmolaridade da NPT. # Para evitar a irritação das veias periféricas, soluções com osmolaridade maior que 900mOsm/L devem ser sempre administradas por via central. NPC # É a via de escolha para terapias de período longo; # Podem ser administradas altas concentrações de nutrientes. # Se utilizam as veias de maior calibre (subclávia, jugular...) VANTAGENS # Permite a administração de soluções hiperosmolares e pode ser utilizada em períodos longos de terapia DESVANTAGENS # Apresenta maior risco de infecções e complicações Infusão Contínua #Administração da mistura de forma contínua por gravidade. Infusão por Bomba #Técnica mais empregada nos hospitais e mais simples e segura; #Duração de 24horas. Infusão Cíclica e Intermitente #É feita de forma que a mistura de parenteral flua por ação da gravidade em intervalos de 2 a 6h (Krause,2010: administração por períodos de 8 a 12h, geralmente a noite). #É a infusão de escolha em práticas domiciliares e em pacientes hospitalizados de deambula. #Não deve ser adotada na intolerância a glicose e a líquidos. SISTEMA “2 em 1” # Glicose + AA encontram-se misturados no mesmo recipiente; SISTEMA “3 em 1” #Todos os nutrientes encontram-se misturados em um mesmo recipiente; #A substituição de parte da glicose por gordura reduz o risco de efeitos adversos associados à oferta excessiva de glicose; #A adição de emulsão lipídica reduz a irritação venosa por meio da redução da osmolaridade, permitindo sua administração periférica; #A taxa de SEPSE é reduzida (menor manipulação) Vantagens 3 em 1 # Redução de custo durante o preparo, manejo e transporte; # Melhor utilização e assimilação dos nutrientes; # Facilidade de administração; # Redução na taxa de complicações metabólicas (ex: hiperglicemia e desordens eletrolíticas); Desvantagem 3 em 1 # Impossibilidade de remoção de substâncias da bolsa Exemplo: impossibilidade de retirar o potássio da bolsa já preparada se o paciente estiver cursando com hipercalemia. o Pacientes depletados: deficiência de tiamina o Pacientes com estresse moderado a grave: >proteína e eletrólitos; o Pacientes sob estresse grave; suplementação de glutamina, zinco e selênio. o Para pacientes renais: controlar a oferta de água, eletrólitos, elementos traços e vitaminas. Para os dialisados, a oferta protéica pode não ser reduzida. o Pacientes com encefalopatia hepática: limitar os AA (soluções especiais de aa); o Pacientes com falência cardíaca: restrição de água e sódio; o Pacientes com falência respiratória: limitar carboidratos e aumentar lipídeos; o Pacientes diabéticos: necessidade aumentada de potássio e fosfato; o Dislipidemia grave: quantidade limitada de gordura o NP de longo período (SIC): > a oferta de cálcio o Pacientes com fístulas pós-op: > proteína, água e eletrólito Energia #Calorimetria (ideal) ou #Harris Benedict (GEB) x fator atividade/trauma Aminoácidos #Calculada de acordo com o peso e condição clínica (0,8 a 1,0g/Kg/dia) #Disponível soluções de aminoácidos com diferentes concentrações (5 a 15%) e composição de aminoácidos (13 a 20 aminoácidos, incluindo todos os essenciais); #Deve ser fornecida uma quantidade de energia não protéica para que a proteína seja efetivamente utilizada (150Kcal:1g N); Fluidos, eletrólitos, vitaminas e minerais #O ferro não é normalmente parte integrante da parenteral por não ser compatível com os lipídeos e pode intensificar o crescimento bacteriano Proteína (3 a 15%) #Valor calórico 4,3Kcal/g; #Limitação em utilizar a L-glutamina sob a forma livre #A forma de dipeptídeos (L-alanil L-glutamina e glicil glutamina) possui boa solubilidade em água, apresenta estabilidade térmica, pode ser armazenada por longos períodos, além de ser rapidamente hidrolisada no plasma. #Na rotina clínica: L-glutamina é substituída pelos seus dipeptídeos. Carboidrato (5 a 70%) #Utilizada para poupar o catabolismo protéico sem agravar a hiperglicemia; #Quantidade na formulação determinada em funçãoda necessidade calórica, taxa de oxidação da glicose e equilíbrio na taxa de calorias não protéicas/g nitrogênio. # A glicose é a mais utilizado por ser mais segura, acessível e econômica. # A sua densidade calórica é de 3,4Kcal/g para glicose monoidratada ou 3,85Kcal/g para glicose anidrida; Taxa de infusão da glicose #Inicialmente de 5 a 8mg/Kg/min. Podendo ser aumentada até 12,5mg/Kg/min. Na vigência de hiperglicemia a taxa de infusão da glicose ≤ 4 a 5mg/Kg/dia #Este é o limite da capacidade do organismo de oxidá-la. #Velocidades superiores a essa podem causar: hiperglicemia, aumento da lipogênese, esteatose hepática e aumento do esforço respiratório. Emulsão lipídica #A energia proveniente da gordura deve fornecer de 25 a 40% do VET #Para pacientes com falência respiratória o boa tolerância lipídica o fornecimento pode chegar a 50% do VET sob a forma de emulsão lipídica; #Em pacientes com hipertrigliceridemia a taxa de infusão dos lipídeos deve ser ≤ 1,5g/Kg/dia Lipídeos #São incorporados na NPT na forma de emulsão lipídica. #Importância = fonte de ácidos graxos essenciais, baixa osmolaridade e alta concentração calórica Densidade calórica #Emulsão lipídica a 10% = 1,1Kcal/ml ou 11Kcal/g #Emulsão lipídica a 20% = 2Kcal/ml ou 10Kcal/g 0,42 a 0,84ml/Kg/h para emulsão lipídica a 10% 0,21 a 0,42ml/Kg/h para emulsão lipídica a 20% #Pacientes adultos e pediátricos críticos: recomendações reduzidas para evitar a imunossupressão #O fornecimento superior a 1g de lipídeo/Kg de peso/dia pode ser imunossupressor. MONITORIZAÇÃO DANUTRIÇÃO PARENTERAL (Chemin) COMPLICAÇÕES (Sobotka) Técnicas: Falhas na inserção; hematoma ou abscesso local, sangramento no local da punção, mau posicionamento e migração, punção arterial, embolismo gasoso, arritmias, hemotórax, pneumotórax, lesão do ducto toráxico. •Trombóticas - Trombose da veia central Lesão endotelial causada pela ponta do cateter •Sépticas (Staphylococcus) •Infecção da corrente sanguínea associada ao cateter Complicação mais grave da NPT. Sinais clínicos: hiperemia, dor, edema e drenagem de líquido seroso ou purulento do local de saída Paula Paraguassú prof.paula.brandao@celsolisboa.edu.br Obrigada