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JURISPRUDENCIASTJPARTE2 (1)

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JURISPRUDÊNCIA STJ 
PARTE 2 
Prof. Frederico Amado 
• 1- JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA 
• Na fixação da indenização por dano ao 
ambiente extrapatrimonial, a correção 
monetária e os juros de mora dar-se-ão 
desde a data da ocorrência do dano 
ambiental. 
 
• PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. 
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. INDENIZAÇÃO POR DANO 
AMBIENTAL. TERMO INICIAL DA CORREÇÃO MONETÁRIA. SÚMULA 43 DO 
STJ. 1. A indenização por dano material oriunda de responsabilidade 
civil objetiva extracontratual, tem, como termo inicial da correção 
monetária, a data do evento danoso, nos termos da Súmula 43 do STJ. 
Precedentes” (AgInt nos EDcl nos EREsp 1312355, de 5/10/2016). 
• 
 
• “Termo inicial de incidência dos juros moratórios na 
data do evento danoso. Nos termos da Súmula 54/STJ, 
os juros moratórios incidem a partir da data do fato, no 
tocante aos valores devidos a título de dano material e 
moral” (REsp 1114398, de 8/2/2012, 2ª Seção, 
repetitivo). 
• 
 
• 2- DANO AMBIENTAL EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO E SUA 
RELAÇÃO COM A COMPENSAÇÃO AMBIENTAL 
• “Processo civil e ambiental. Violação do art. 535, II, do CPC. 
Omissão não configurada. Compensação ambiental. Art. 36 da Lei 
9.985/2000. 
• 1. Não há violação do art. 535 do CPC quando o Tribunal de origem 
resolve a controvérsia de maneira sólida e fundamentada. 
 
2. O artigo 36 da Lei 9.985/2000 prevê o instituto de compensação 
ambiental com base em conclusão de EIA/RIMA, de que o empreendimento 
teria significativo impacto ambiental e mensuração do dano previsível e 
indispensável a sua realização. 
3. A compensação tem conteúdo reparatório, em que o empreendedor 
destina parte considerável de seus esforços em ações que sirvam para 
contrabalançar o uso de recursos naturais indispensáveis à realização do 
empreendimento previsto no estudo de impacto ambiental e devidamente 
autorizados pelo órgão competente. 
 
• 4. O montante da compensação deve ater-se 
àqueles danos inevitáveis e imprescindíveis 
ao empreendimento previsto no EIA/RIMA, 
não se incluindo aqueles que possam ser 
objeto de medidas mitigadoras ou 
preventivas. 
 
• 5. A indenização por dano ambiental, por seu turno, tem assento no 
artigo 225, § 3.º, da Carta da República, que cuida de hipótese de dano já 
ocorrido em que o autor terá obrigação de repará-lo ou indenizar a 
coletividade. Não há como se incluir nesse contexto aquele que foi 
previsto e autorizado pelos órgãos ambientais já devidamente 
compensado. 
• 6. Os dois institutos têm natureza distinta, não havendo bis in idem na 
cobrança de indenização, desde que nela não se inclua a compensação 
anteriormente realizada ainda na fase de implantação do projeto. 
 
• 7. O pleito de compensação por meio do oferecimento de gleba 
feito previamente pelo Governo do Distrito Federal como meio de 
reparar a construção da estrada em área de conservação não pode 
ser acolhido, seja pela inexistência de EIA/RIMA – requisito para 
aplicação do artigo 36 da Lei 9.985/2000-, seja pela existência de 
danos que não foram identificados nos relatórios técnicos que 
justificaram a dispensa do estudo. 
 
• 8. A indenização fixada em R$ 116.532,00 (cento e dezesseis mil, 
quinhentos e trinta e dois reais) já se justificaria pela existência dos 
danos ambientais gerados pela obra que não foram contemplados por 
medidas que os minorassem ou evitassem. O simples fato de o Governo 
do Distrito Federal gravar determinado espaço como área de 
conservação ambiental não lhe permite degradar como melhor lhe 
aprouver outra extensão da mesma unidade sem observar os princípios 
estabelecidos na Carta da República. 
• 9. Recursos especiais não providos” (REsp 896.863, j. 19.05.2011). 
 
• 3- Para evitar a multiplicação do ajuizamento 
de demandas individuais, o STJ passou a 
entender que o ajuizamento da ação coletiva 
vai gerar a suspensão das ações individuais 
com o mesmo objeto: 
Informativo 643 
PROCESSO 
REsp 1.525.327-PR, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, Segunda Seção, 
por unanimidade, julgado em 
12/12/2018, DJe 01/03/2019 
(Tema 923) 
https://intrasec.stj.jus.br/informativo/NotaElaboracao
https://intrasec.stj.jus.br/informativo/NotaElaboracao
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https://intrasec.stj.jus.br/informativo/NotaElaboracao
https://intrasec.stj.jus.br/informativo/NotaElaboracao
https://intrasec.stj.jus.br/informativo/NotaElaboracao
https://intrasec.stj.jus.br/informativo/NotaElaboracao
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http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&cod_tema_inicial=923&cod_tema_final=923
http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&cod_tema_inicial=923&cod_tema_final=923
http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&cod_tema_inicial=923&cod_tema_final=923
• Dano ambiental. Ações civis públicas. Tutela 
dos direitos individuais homogêneos. 
Inexistência de prejuízo à reparação dos 
danos individuais e ao ajuizamento de ações 
individuais. Conveniência da suspensão dos 
feitos individuais. Tema 923 
http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&cod_tema_inicial=923&cod_tema_final=923
http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&cod_tema_inicial=923&cod_tema_final=923
http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&cod_tema_inicial=923&cod_tema_final=923
• Até o trânsito em julgado das Ações Civis Públicas n. 
5004891-93.2011.4004.7000 e n. 2001.70.00.019188-2, em 
tramitação na Vara Federal Ambiental, Agrária e Residual 
de Curitiba, atinentes à macrolide geradora de processos 
multitudinários em razão de suposta exposição à 
contaminação ambiental decorrente da exploração de 
jazida de chumbo no Município de Adrianópolis-PR, 
deverão ficar suspensas as ações individuais. 
A questão controvertida consiste em definir a necessidade ou não de suspensão das ações 
individuais em que se pleiteia indenização por dano moral em razão de suposta exposição 
à contaminação ambiental decorrente da exploração de jazida de chumbo no Município 
de Adrianópolis-PR até o julgamento das Ações Civis Públicas em trâmite na Vara Federal 
Ambiental, Agrária e Residual de Curitiba. Registre-se, de início, que "não é possível haver 
litispendência entre ações coletivas e ações individuais, por não ser viável uma perfeita 
identidade entre seus três elementos". Contudo, previu o Código de Defesa do 
Consumidor - CDC, em seu art. 94, de forma excepcional, a possibilidade de integração do 
lesado ao feito na qualidade de litisconsorte, verificando-se assim, a possibilidade de 
intervenção dos interessados, a título de litisconsortes do autor legitimado (na ação 
coletiva), e que serão alcançados, por conseguinte, por essa atuação. 
Apesar disso, o referido litisconsórcio deverá ser examinado com temperamento, uma vez 
que existem peculiaridades processuais que deverão ser adequadas à respectiva tutela 
coletiva, pois, apesar de assumir a condição de litisconsorte (facultativo e unitário — em 
que a decisão deverá ser uniforme com relação a todos), "não poderá apresentar novas 
demandas, ampliando o objeto litigioso da ação coletiva à consideração de seus direitos 
pessoais, o que contrariaria todo o espírito de 'molecularização' da causa". É que o art. 
103, § 1º, do CDC ressalva que os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não 
prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, da 
categoria ou da classe; e o § 3º do mesmo dispositivo esclarece que os efeitos da coisa 
julgada, de que cuida o art. 16, c/c o art. 13 da Lei n. 7.347/1985, não prejudicarão as 
ações de indenização por danos pessoalmentesofridos, propostas individualmente ou na 
forma prevista nesse Código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus 
sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99. 
• No recurso repetitivo REsp n. 1.110.549/RS, relator Ministro Sidnei 
Beneti, restou consolidado o entendimento de que, ajuizada ação 
coletiva atinente à macrolide geradora de processos multitudinários, 
suspendem-se as ações individuais, no aguardo do julgamento da ação 
coletiva. No mesmo diapasão, a Primeira Seção, por ocasião também de 
julgamento de recurso repetitivo, REsp n. 1.353.801/RS, relator Ministro 
Mauro Campbell Marques, invocando o repetitivo da Segunda Seção, 
sufragou o entendimento de que, ajuizada ação coletiva atinente à 
macrolide geradora de processos multitudinários, suspendem-se as 
ações individuais, 
• no aguardo do julgamento da ação coletiva, ponderando que a 
coletivização da demanda, seja no polo ativo, seja no polo passivo, 
é um dos meios mais eficazes para a realização do acesso à justiça, 
porquanto, além de reduzir os custos, consubstancia-se em 
instrumento para a concentração de litigantes em um polo, 
evitando-se, assim, os problemas decorrentes dos inúmeros 
procedimentos semelhantes. Assim, o mais prudente é o 
sobrestamento dos feitos individuais até a solução definitiva do 
litígio coletivo. 
• SELEÇÃO DE CASOS 
• 4- Dano ambiental. Mortandade. Pássaros. 
• O MP estadual, recorrido, ajuizou, na origem, ação civil pública em 
desfavor da empresa agrícola, recorrente, sob a alegação de que essa 
seria responsável por dano ambiental por uso de agrotóxico ilegal, o que 
teria causado grande mortandade de pássaros. A recorrente, em 
contestação, entre outras alegações, sustentou a descaracterização do 
mencionado dano, arguindo que pouco mais de trezentas aves teriam 
morrido, sem que tenha havido efetivo comprometimento do meio 
ambiente. 
A sentença julgou procedente a ação, condenando a recorrente a pagar a 
importância de R$ 150 mil em indenização a ser revertida para o meio 
ambiente local, em recomposição do dano ambiental causado com a morte 
de 1.300 pássaros da fauna silvestre, o que se manteve em grau de 
apelação. Nesta instância especial, ao apreciar a controvérsia, consignou o 
Min. Relator que a existência de um dano ambiental não só encerra a 
necessidade de reconstituição do meio ambiente no que for possível, com a 
necessária punição do poluidor (princípio do poluidor-pagador), mas 
também traz em seu bojo a necessidade de evitar que o fato venha a 
repetir-se, o que justifica medidas coercitivas e punições que terão, 
inclusive, natureza educativa. 
•Observou não haver como fracionar o meio ambiente e, dessa forma, deve ser 
responsabilizado o agente pela morte dos pássaros em decorrência de sua ação 
poluidora. Quanto ao valor estabelecido na condenação, entendeu que o pleito da 
recorrente para que se tome como base de cálculo o valor unitário de cada pássaro 
não pode prosperar, já que a mensuração do dano ecológico não se exaure na 
simples recomposição numérica dos animais mortos, devendo-se também considerar 
os nefastos efeitos decorrentes do desequilíbrio ecológico em face da ação praticada 
pela recorrente. Diante desses fundamentos, entre outros, a Turma negou 
provimento ao recurso. Precedentes citados: REsp 1.120.117-AC, DJe 19.11.2009, e 
REsp 1.114.893-MG. REsp 1.164.630-MG, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 
18.11.2010” (g.n.). 
 
5- INFORMATIVO 544 – DIREITO AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE 
CIVIL OBJETIVA POR DANO AMBIENTAL PRIVADO. O particular que 
deposite resíduos tóxicos em seu terreno, expondo-os a céu aberto, 
em local onde, apesar da existência de cerca e de placas de 
sinalização informando a presença de material orgânico, o acesso de 
outros particulares seja fácil, consentido e costumeiro, responde 
objetivamente pelos danos sofridos por pessoa que, por conduta 
não dolosa, tenha sofrido, ao entrar na propriedade, graves 
queimaduras decorrentes de contato com os resíduos. 
A responsabilidade civil por danos ambientais, seja por lesão ao meio 
ambiente propriamente dito (dano ambiental público), seja por ofensa a 
direitos individuais (dano ambiental privado), é objetiva, fundada na teoria 
do risco integral, em face do disposto no art. 14, § 1.º, da Lei 6.938/1981, 
que consagra o princípio do poluidor-pagador. A responsabilidade objetiva 
fundamenta-se na noção de risco social, que está implícito em determinadas 
atividades, como a indústria, os meios de transporte de massa, as fontes de 
energia. Assim, a responsabilidade objetiva, calcada na teoria do risco, é 
uma imputação atribuída por lei a determinadas pessoas para ressarcirem 
os danos provocados por atividades exercidas no seu interesse e sob seu 
• controle, sem que se proceda a qualquer 
indagação sobre o elemento subjetivo da 
conduta do agente ou de seus prepostos, 
bastando a relação de causalidade entre o 
dano sofrido pela vítima e a situação de risco 
criada pelo agente. 
Imputa-se objetivamente a obrigação de indenizar a quem conhece e 
domina a fonte de origem do risco, devendo, em face do interesse social, 
responder pelas consequências lesivas da sua atividade independente de 
culpa. Nesse sentido, a teoria do risco como cláusula geral de 
responsabilidade civil restou consagrada no enunciado normativo do 
parágrafo único do art. 927 do CC, que assim dispôs: “Haverá obrigação de 
reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em 
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano 
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”. 
• A teoria do risco integral constitui uma modalidade 
extremada da teoria do risco em que o nexo causal é 
fortalecido de modo a não ser rompido pelo implemento 
das causas que normalmente o abalariam (v.g. culpa da 
vítima; fato de terceiro, força maior). Essa modalidade é 
excepcional, sendo fundamento para hipóteses legais em 
que o risco ensejado pela atividade econômica também é 
extremado, como ocorre com o dano nuclear (art. 21, XXIII, 
“c”, da CF e Lei 6.453/1977). 
O mesmo ocorre com o dano ambiental (art. 225, caput e § 3.º, da 
CF e art. 14, § 1.º, da Lei 6.938/1981), em face da crescente 
preocupação com o meio ambiente. Nesse mesmo sentido, extrai-se 
da doutrina que, na responsabilidade civil pelo dano ambiental, não 
são aceitas as excludentes de fato de terceiro, de culpa da vítima, de 
caso fortuito ou de força maior. Nesse contexto, a colocação de 
placas no local indicando a presença de material orgânico não é 
suficiente para excluir a responsabilidade civil. REsp 1.373.788-SP, 
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 06.05.2014.

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