Apostila - Lavagem de dinheiro

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SUMÁRIO 
 
1 LAVAGEM DE DINHEIRO .......................................................................... 3 
2 CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E 
VALORES 4 
2.1 PESSOAS SUJEITAS À LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO ................ 5 
3 IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES E MANUTENÇÃO DE REGISTROS .... 7 
4 COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS .................................. 7 
5 CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS - COAF ... 9 
 
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1 LAVAGEM DE DINHEIRO 
A lavagem de dinheiro caracteriza-se em um crime. 
A lavagem de dinheiro é um processo no qual tenta-se disfarçar os produtos de 
um crime; faz com que esses produtos pareçam ter sido adquiridos legalmente. 
Os criminosos conseguem dinheiro por meio de atividades ilegais consideradas 
crimes, como tráfico de drogas, prostituição, corrupção, extorsão, fraude, dentre 
outros. 
Para que o produto desse crime, isso é, o dinheiro “sujo” não seja descoberto, 
tais criminosos precisam disfarçá-lo, desvinculá-lo do crime de origem, dando-lhe 
aparência de dinheiro ganho de forma lícita. 
Para sua melhor compreensão, lavagem de dinheiro significa um processo 
onde há fundos gerados decorrente de atividades ilegais como trafico de drogas, 
corrupção, comércio de armas, prostituição, crimes de colarinho branco, terrorismo, 
extorsão, fraude fiscal entre outros, que é encoberto. 
Assim... estão “lavando” o dinheiro. 
Além da finalidade de ocultar a origem do dinheiro “sujo”, precisam utilizá-lo na 
economia legal, afinal, os criminosos querem usufruí-lo. E nesse momento é que 
aparece uma grande preocupação por parte dos bandidos. 
Por que os criminosos se preocupam? 
Eles se preocupam com a grande quantia de dinheiro em sua posse. Veja os 
motivos: 
 DIFICULDADE PARA MANUSEAR E GUARDAR O DINHEIRO 
 ALVO FÁCIL DE ASSALTANTES 
 DESCONFIANÇA DO FISCO E DA POLÍCIA 
Existem três fases que formam o processo de lavagem de dinheiro. Clique em 
cada uma delas e conheça. 
1ª Fase: Colocação 
Nessa primeira fase, o dinheiro ilícito deve ser inserido no sistema financeiro 
com o objetivo de dificultar a identificação da procedência dos valores. Normalmente é 
inserido em pequenas quantias em casas de câmbio, instituições financeiras, por meio 
de pessoas cujos nomes são utilizados para titularizarem o dinheiro “sujo” ou até 
mesmo em estabelecimentos como hotéis, restaurantes, etc. 
2ª Fase: Ocultação, Dissimulação ou Transformação 
 
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Já na ocultação, ocorre a camuflagem das evidências com a utilização de uma 
série de movimentações financeiras, a fim de que sejam dificultados o rastreamento ou 
a investigação sobre a origem do dinheiro. 
ALERTA!! Essa é uma fase na qual o sistema financeiro nacional fica 
bastante vulnerável. 
3ª Fase: Integração 
É a fase final que representa a incorporação completa ao sistema econômico 
do dinheiro que, inicialmente, era “sujo” e agora, tornou-se, aparentemente, “limpo”, 
lícito. 
Geralmente isso ocorre com investimentos no mercado imobiliário, mobiliário 
(obras de arte, pedras preciosas), dentre outros. 
O crime de lavagem de dinheiro movimenta, em escala mundial, entre 500 
bilhões e 1,5 trilhão de dólares. O que é bastante preocupante. 
Em 1998 houve um avanço no nosso país e uma lei foi criada: a Lei nº 9613 
que trata exatamente do crime de lavagem de dinheiro. 
2 CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE BENS, 
DIREITOS E VALORES 
Recapitulando... Já sabemos que ocultar ou dissimular a natureza, origem, 
localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores 
provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal é crime. 
É a lavagem de dinheiro! 
As pessoas que cometerem esse crime terão uma pena de reclusão (prisão), 
de 3 a 10 anos, e multa. 
Serão também punidos com a mesma pena quem: 
 para ocultar ou dissimular os bens ilícitos, importá-los ou exportá-los, convertê-los 
em ativos lícitos ou adquiri-los, recebê-los, trocá-los, negociá-los, dá -los ou 
recebê-los e em garantia, guardá-los, tê-los em depósito, movimentá-los ou 
transferi-los; 
 utilizar, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores 
provenientes de infração penal; 
 participar de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua 
atividade principal ou secundária é dirigida à prática desse crime. 
Sobre a pena, é importante você saber que: 
 a tentativa é punida; 
 
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 será aumentada de um a dois terços, se a lavagem de dinheiro for cometida de 
forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa; 
 poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou 
semiaberto, ficando a critério do juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer 
tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar 
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam 
à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e 
partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. 
2.1 PESSOAS SUJEITAS À LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO 
Devem sujeitar-se à lei de lavagem de dinheiro, as pessoas físicas e jurídicas 
que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou 
acessória, cumulativamente ou não: 
 a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de 
terceiros, em moeda nacional ou estrangeira; 
 a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro 
ou instrumento cambial; 
 a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação 
ou administração de títulos ou valores mobiliários. 
Há outras pessoas que devem observar a lei nº 9613/98 (Lei de Lavagem de 
Dinheiro) e que você precisa conhecer. 
- as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas de 
negociação do mercado de balcão organizado; 
- as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência 
complementar ou de capitalização; 
- as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, bem 
como as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços; 
- as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qualquer outro 
meio eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a transferência de fundos; 
- as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento comercial 
(factoring); 
- as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens 
móveis, imóveis, mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam descontos na sua 
aquisição, mediante sorteio ou método assemelhado; 
- as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil 
qualquer dessas atividades que estão sendo listadas; 
 
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- as entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão regulador 
dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros; 
- as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no 
Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qualquer forma 
representem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades que 
estão sendo mencionadas; 
- as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção 
imobiliária ou compra e venda de imóveis; 
- as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, pedras e metais 
preciosos, objetos de arte e antiguidades; 
- as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto 
valor, intermedeiem a sua comercialização ou exerçam atividades que envolvam 
grande volume de recursos em espécie; 
- as juntas comerciais e os registros públicos; 
- as pessoas físicas ou jurídicas que prestem serviços de assessoria, 
consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer 
natureza, em operações: 
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou industriais 
ou participações societárias de qualquer natureza; 
b) de gestão defundos, valores mobiliários ou outros ativos; 
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento ou de 
valores mobiliários; 
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza, 
fundações, fundos fiduciários ou estruturas semelhantes; 
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; 
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a 
atividades desportivas ou artísticas profissionais; 
- as pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação, 
comercialização, agenciamento ou negociação de direitos de transferência de atletas, 
artistas ou feiras, exposições ou eventos similares; 
- as empresas de transporte e guarda de valores; 
- as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de 
origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização e, 
- as dependências no exterior das entidades mencionadas, por meio de sua 
matriz no Brasil, relativamente a residentes no País. 
 
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3 IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES E MANUTENÇÃO DE 
REGISTROS 
Todas as pessoas sujeitas à lei de lavagem de dinheiro devem identificar seus 
clientes e manter cadastros atualizados. 
Além disso, devem também registrar: 
 as transações em moeda nacional ou estrangeira; 
 os títulos e valores mobiliários; 
 os títulos de crédito (cheque, duplicata, nota promissória, dentre outros); 
 metais ou qualquer ativo (bens e direitos) que podem ser convertidos 
em dinheiro. 
Todos esses itens serão registrados se ultrapassarem o limite fixado pela 
autoridade competente e nos termos de instruções expedidas por ela. E também, em 
casos de operações feitas com a mesma pessoa ou grupo no período de um mês que 
ultrapassem o limite fixado. 
ATENÇÃO! 
Os cadastros e registros deverão ser conservados durante o período mínimo 
de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da transação. Prazo 
que poderá ser ampliado pela autoridade competente. 
Além disso, deverão adotar políticas, procedimentos e controles internos, 
compatíveis com seu porte e volume de operações. 
Deverão, também, se cadastrar e manter seu cadastro atualizado no órgão 
regulador ou fiscalizador e, na falta desse, no Conselho de Controle de Atividades 
Financeiras (Coaf), na forma e condições por eles estabelecidas. 
O Coaf formulará algumas requisições que deverão ser atendidas e as 
informações prestadas a ele serão mantidas em sigilo. 
Aí que entra a atuação dos colaboradores no intuito de impedir a concretização 
da lavagem de dinheiro. 
4 COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS 
Preste atenção em todas as instruções: 
- dispensar especial atenção às operações que, nos termos de instruções 
emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos 
crimes previstos na Lei de Lavagem de Dinheiro, ou com eles relacionar-se; 
IMPORTANTE! 
 
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As autoridades competentes elaborarão relação de operações que, por suas 
características, no que se refere às partes envolvidas, valores, forma de realização, 
instrumentos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam 
configurar crime. 
- comunicar ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) as 
operações que possam constituir-se crime de lavagem de dinheiro, a proposta ou 
realização, com a identificação do cliente, de: 
- transações em moeda nacional ou estrangeira; 
- títulos e valores mobiliários; 
- títulos de crédito (cheque, duplicata, nota promissória, dentre outros); 
- conversão em dinheiro de metais ou qualquer outro ativo (bens e direitos). 
- não dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira 
a informação, no prazo de 24 horas,; 
- comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua atividade ou, na sua 
falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e condições por eles estabelecidas, a não 
ocorrência de propostas, transações ou operações passíveis de serem comunicadas. 
O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas aos respectivos órgãos 
responsáveis pela regulação ou fiscalização das pessoas sujeitas à lei nº 9613/98 (Lei 
de Lavagem de Dinheiro). 
ATENÇÃO! 
As transferências internacionais e os saques em espécie deverão ser 
previamente comunicados à instituição financeira, nos termos, limites, prazos e 
condições fixados pelo Banco Central do Brasil. 
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA 
Às pessoas físicas e aos administradores das pessoas jurídicas que deixarem 
de cumprir as obrigações previstas, serão aplicadas, cumulativamente ou não, as 
seguintes sanções: 
 I - advertência - caso haja irregularidade no cumprimento das instruções; 
II - multa pecuniária variável não superior: 
a) ao dobro do valor da operação; 
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela 
realização da operação; ou 
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); 
 III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do 
cargo de administrador das pessoas jurídicas citadas até aqui; 
A inabilitação temporária será aplicada quando forem verificadas infrações 
graves quanto ao cumprimento das obrigações constantes da lei de Lavagem de 
 
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Dinheiro ou quando ocorrer reincidência específica, devidamente caracterizada em 
transgressões anteriormente punidas com multa. 
 IV - cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade, 
operação ou funcionamento. 
A cassação da autorização será aplicada nos casos de reincidência específica 
de infrações anteriormente punidas com a pena de inabilitação temporária. 
A multa será aplicada sempre que as pessoas, por culpa ou dolo: 
 deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência; 
 deixarem de atender as requisições do Coaf no prazo estabelecido por ele; 
 descumprirem vedação ou deixarem de fazer as devidas comunicações ao 
Coaf; 
 não identificar os clientes e não manter os cadastros atualizados nos 
termos de instruções emanadas das autoridades competentes. 
5 CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS 
- COAF 
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF - foi criado no 
âmbito do Ministério da Fazenda com a finalidade de disciplinar, aplicar penas 
administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades 
ilícitas previstas na Lei nº 9613/98 (Lei de Lavagem de Dinheiro), sem prejuízo da 
competência de outros órgãos e entidades. 
São as responsabilidades do Coaf 
 coordenar e propor mecanismos de cooperação e de troca de informações 
que viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou 
dissimulação de bens, direitos e valores; 
 poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as informações 
cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades 
suspeitas; 
 comunicar as autoridades competentes para a instauração dos 
procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes 
previstos na lei de Prevenção de Lavagem, de fundados indícios de sua 
prática ou de qualquer outro ilícito. 
ATENÇÃO! 
Das decisões do COAF relativas às aplicações de penas administrativas 
caberá recurso ao Ministro de Estado da Fazenda. 
E como ele é composto? 
 
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O Coaf é composto por servidores públicos de reputação ilibada (pura) e 
reconhecida competência, designados em ato do Ministro de Estado da Fazenda, 
atendendo à indicação dos respectivos Ministros de Estado, dentre os integrantes do 
quadro de pessoal efetivo do(a): 
 Banco Central do Brasil 
 Comissão de Valores Mobiliários 
 Superintendência de Seguros Privados 
 Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional 
 Secretaria da Receita Federal do Brasil 
 Agência Brasileira de Inteligência 
 Ministério das Relações Exteriores 
 Ministério da Justiça 
 Departamento de Polícia Federal 
 Ministério da Previdência Social 
 Controladoria-Geral da União