Buscar

CULTURA DA SEGURANÇA DO TRABALHO EM COOPERATIVAS UM ESTUDO DE CASO NA COOPATAN

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E 
BIOLÓGICAS 
CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS 
 
 
 
 
 
JOSEANE DE SOUZA PEREIRA DA PAZ 
 
 
 
 
CULTURA DA SEGURANÇA DO TRABALHO EM 
COOPERATIVAS: 
UM ESTUDO DE CASO NA COOPATAN 
 
 
 
Cruz das Almas 
2017 
 
 
JOSEANE DE SOUZA PEREIRA DA PAZ 
 
CULTURA DA SEGURANÇA DO TRABALHO EM 
COOPERATIVAS:UM ESTUDO DE CASO NA COOPATAN 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao 
curso de graduação em Tecnologia em Gestão 
de Cooperativas, da Universidade Federal do 
Recôncavo da Bahia, como requisito para 
obtenção do título de Tecnólogo em Gestão de 
Cooperativas. 
Orientadora: Profa. Drª Alessandra B. Azevedo 
 
 
 
 
 
 
 
Cruz das Almas 
2017 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1- Fatores de análise da maturidade da segurança do trabalho .............14 
Quadro 2- Estágios de maturidade da cultura da segurança de trabalho ............14 
Quadro 3- Fator Informação ................................................................................17 
Quadro 4- Fator Aprendizagem ...........................................................................19 
Quadro 5- Fator Comunicação .............................................................................21 
Quadro 6- Fator Comprometimento .....................................................................23 
Quadro 7- Fator Envolvimento .............................................................................24 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
ACI- Aliança Cooperativista Internacional 
AEPS- Anuário Estatístico do Ministério da Previdência Social 
CAT- Comunicação de Acidentes do Trabalho 
CFR- Casa Familiar Rural 
CIPA- Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
CLT- Consolidação das Leis do Trabalho 
EES- Empreendimentos Econômicos Solidários 
EPC- Equipamento de Proteção Coletiva 
EPI- Equipamento de Proteção Individual 
INSS- Instituto Nacional do Seguro Social 
OCB- Organização das Cooperativas Brasileiras 
OCES- Organização das Cooperativas Estaduais 
OIT- Organização Internacional do Trabalho 
OSCIP- Organização da Sociedade Civil de Interesse Público 
PCMSO- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
PPRA- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
SAT- Seguro de Acidentes do Trabalho 
SST- Saúde e Segurança do Trabalho 
UFBA- Universidade Federal da Bahia 
UFRB- Universidade do Recôncavo da Bahia 
 
 
 
SUMÁRIO 
Introdução..............................................................................................1 
Capitulo I ...............................................................................................3 
Segurança do Trabalho no Mundo e no Brasil ........................................3 
Capitulo II ..............................................................................................6 
O Cooperativismo no Brasil e no Mundo ................................................6 
Capitulo IV ............................................................................................10 
Cultura da Segurança do Trabalho ..........................................................10 
A COOPATAN .......................................................................................15 
Histórico ...................................................................................................15 
Resultados da pesquisa ..........................................................................16 
Informação ................................................................................................17 
Aprendizagem ...........................................................................................19 
Comunicação .............................................................................................21 
Comprometimento ....................................................................................23 
Envolvimento ............................................................................................24 
Considerações finais ................................................................................25 
Referências ...............................................................................................27 
Apêndice....................................................................................................30
 
 
CULTURA DA SEGURANÇA DO TRABALHO EM COOPERATIVAS: 
UM ESTUDO DE CASO NA COOPATAN 
Joseane de Souza Pereira da Paz1 
Drª. Alessandra B. Azevedo2 
 
RESUMO 
Este artigo discorre sobre a relevância da temática da segurança do trabalhador em 
empreendimento cooperativos, visto que essa é uma questão de grande relevância no 
mundo do trabalho, porém ainda pouco discutida, principalmente no que diz respeito ao 
cooperativismo. Para tanto foi realizada uma pesquisa na COOPATAN (Cooperativa de 
Produtores Rurais de Tancredo Neves) para investigar de que maneira a cooperativa vem 
tratando a temática da segurança do trabalhador, buscando avaliar o enraizamento da 
cultura da segurança no trabalho. Para o desenvolvimento da pesquisa foi realizado 
levantamento bibliográfico, aplicação de questionários e realização de entrevistas com os 
trabalhadores e direção da cooperativa. Foram entrevistados 11 trabalhadores no período 
de janeiro a abril de 2016, buscou-se compreender questões importantes como a 
prevenção e tratamento de doenças e acidentes, para analisar a importância de um 
ambiente saudável e seguro para o trabalhador, objetivando verificar o grau de maturidade 
da cultura da segurança do trabalhador, e como ocorre o gerenciamento de risco para 
segurança do trabalhador. Após analisar os aspectos concomitantes da cultura, levou a 
constatação de que a cultura da saúde e segurança nessa cooperativa é fraca, portanto 
encontra-se num estágio de maturidade patológico, em que ainda carecem adotar medidas 
mais eficientes para melhorar e/ou garantir um ambiente mais seguro para os 
trabalhadores. 
 
 
Palavras Chaves: Cultura da Segurança do Trabalho; Cooperativismo, Coopatan, 
Acidentes de Trabalho 
 
 
1 Graduanda do curso Tecnologia em Gestão de Cooperativas, pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz 
das Almas, 2016. 
2 Orientadora Drª Alessandra B. Azevedo, doutora em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de 
Campinas (2007). 
 
 
1 
 
Introdução 
Os acidentes de trabalho causam um grande impacto tanto para o trabalhador e 
empreendimento como também para o país, que perdeu em média R$ 23.787,87 milhões 
só no ano de 2014(Revista CIPA, 2016) com os acidentes de trabalho e auxílio-doença, 
entre trabalhadores da zona urbana e rural do país, com carteira assinada que são 
notificados e identificados nas estatísticas oficiais de trabalho, ainda no ano de 2014 foi 
registrado no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) cerca de 704,1 mil acidentes de 
trabalho em todo o Brasil3. 
Esses dados se referem ao mundo das empresas tradicionais. Não existem estatísticas que 
abarquem a realidade das cooperativas e associações. A preocupação com a saúde do 
trabalhador deveria ser uma pauta sempre presente nas cooperativas e associações, visto 
que a ideologia é fundamentada no bem estar das pessoas e não apenas o capital, visando 
às necessidades do grupo, buscando prosperidade conjunta e não individual, em que a 
maior preocupação é com o bem estar do homem e não apenas o lucro. 
Um fato que desperta curiosidade é que, em empreendimento autogestionário, as decisões 
nos são tomadas de forma coletiva, privilegiando as contribuições do grupo ao invés de 
ficarem concentradas em um indivíduo, por isso é que o tema precisa ser investigado, e o 
fato de não existir estatísticas oficiais sobre índices de acidentes de trabalho nesse tipo de 
empreendimento nos remete a algumas indagações: Será que os coletivos não vêem a 
temática como importante?será que nas cooperativas ninguém se acidenta ou desenvolve 
doenças ocupacionais? Porque a saúde e segurança do trabalhador fica para segundo 
plano nas cooperativas porque as instituições de apoio, sindicatos e ministério do trabalho 
não estão atentos ao tema nas cooperativas? 
Nesse sentido essa pesquisa busca investigar se estão sendo adotadas medidas 
concernentes com a filosofia do cooperativismo, qual a forma que a cooperativa lida com 
questões importantes como as doenças laborais e prevenção de acidentes de trabalho, 
buscando mensurar a maturidade da segurança do trabalho. 
 
3 Dados do Anuário Estatístico da Previdência Social, 2014 
 
2 
 
A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas. Na primeira etapa foi realizada uma visita 
técnica no dia 26/01/2016, para conhecer o processo industrial e aplicação de um roteiro 
de entrevistas com a presidente da cooperativa, buscando averiguar o interesse da 
cooperativa em participar da pesquisa. A partir da entrevista com a presidente optou-se 
por fazer um recorte na pesquisa na área de produção, visto que foi identificado como o 
local de maior risco para os trabalhadores. Na segunda etapa que aconteceu dia 
09/04/2016, foram realizadas 02 visitas e entrevistados 11 trabalhadores da fábrica, o que 
representa 35% do total de todos os trabalhadores da cooperativa. 
Vale ressaltar que essa pesquisa faz parte de um projeto maior sobre Cultura da Segurança 
que busca desenvolver e testar ferramentas que mensurem a maturidade da Cultura da 
Segurança do trabalho. A pesquisa é coordenada através de uma parceria da UFBA e 
UFRB. Desta forma o questionário aplicado é o mesmo que vem sendo aplicado em outras 
cooperativas. 
O questionário aplicado possui questões fechadas de múltipla escolha, dividido em cinco 
fatores essenciais para mensurar a maturidade da cultura da saúde e segurança do 
trabalho, são elas: Informação; Aprendizagem; Comunicação; Comprometimento e 
Envolvimento. Esses fatores são considerados na literatura como imprescindíveis para se 
considerar que um empreendimento tenha uma cultura de segurança estabelecida. A partir 
da análise se realizou a classificação que é dividido em quatro estágios, Patológico, 
Reativo, Burocrático, Proativo e Sustentável. 
O resultado obtido com a pesquisa, aqui apresentado leva em consideração as informações 
obtidas por meio de entrevista e questionário, observação não participante e bases 
secundarias, com a finalidade de contrapor o conhecimento teórico sobre a temática com 
a experiência vivida pela cooperativa. 
O artigo está dividido em duas partes, a primeira discorre sobre elementos teóricos 
considerados relevantes sobre a temática e em um segundo momento são apresentados os 
resultados da pesquisa, juntamente ao histórico do empreendimento. 
 
 
 
 
3 
 
Breve Histórico da Segurança do Trabalho no Mundo e no Brasil 
A Saúde e Segurança do Trabalho pode ser definida como uma série de medidas técnicas, 
administrativas, médicas e sobretudo educacionais e comportamentais, empregadas a fim 
de prevenir acidentes e eliminar condições e procedimentos inseguros no ambiente de 
trabalho. A segurança do trabalho destaca também a importância dos meios de prevenção 
estabelecidos para proteger a integridade e a capacidade de trabalho do colaborador. 
(TRINDADE, 2001) 
O trabalho sempre fez parte da vida do homem, que historicamente, esteve em constante 
exposição a riscos, mas a partir da revolução industrial, com a invenção das máquinas a 
vapor, esses riscos aumentaram de maneira expressiva, pois devido ao surgimento dessas 
máquinas como forma substituição ao trabalho artesanal, a produtividade no trabalho foi 
multiplicada, dando início à produção em larga escala, por meio do uso das novas 
tecnologias, como resultado desses avanços houve um grande número de acidentes de 
trabalho, doenças laborais, além de muitos trabalhadores mortos ou mutilados. 
(FERREIRA, PEIXOTO, 2012) 
Ferreira e Peixoto (2012) afirmam que tais fatos ocorreram devido as más condições de 
trabalho, levando em consideração, que essas fábricas eram instaladas em locais 
improvisados, com péssimas condições de trabalho e exploração dos trabalhadores, 
incluindo mulheres e crianças em jornadas, que chegavam até 16 horas diárias. Só a partir 
dessa situação lastimável, é que se originaram as primeiras leis relacionadas à preservação 
e proteção à saúde e integridade física dos trabalhadores. 
Durante a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra em meados do século 
XVIII, houve um aumento notável do número de agravos relacionados ao 
trabalho. Isso decorreu do uso crescente de máquinas, do acúmulo de operários 
em locais confinados, das longas jornadas laborais, da utilização de crianças 
nas atividades industriais, das péssimas condições de salubridade nos 
ambientes fabris, entre outras razões. Embora o assalariamento tenha existido 
desde o mundo antigo, sua transformação em principal forma de inserção no 
processo produtivo somente ocorreu com a industrialização. (CHAGAS, 
SALIM, SERVO 2011, p. 22). 
A partir da percepção sobre a necessidade de mudanças dessa situação, foram firmadas 
mobilizações no âmbito político, objetivando a criação de medidas legais que pudessem 
garantir melhores condições de trabalho, dessa forma foi criada na Inglaterra, no ano de 
1802 a primeira Lei de proteção ao trabalhador, Lei de Saúde e Moral de Aprendizes, que 
Jo
Realce
Jo
Realce
Jo
Realce
 
4 
 
estabelecia uma jornada de trabalho reduzida para doze horas diárias, proibição do 
trabalho noturno e estabelecimento obrigatório de medidas de melhoramento no ambiente 
de trabalho, essa foi considerada a primeira grande conquista da classe trabalhadora em 
termos de segurança do trabalho. (TRINDADE, 2001) 
 
EUGÊNIO 2013, apud SANTOS (2013), enfatiza que a partir da década de 80 começaram 
algumas discussões nos ambientes acadêmicos e instituições de saúde, sindicatos que 
lutavam pela classe até chegar às empresas, e diversas ferramentas foram desenvolvidas 
buscando diminuir os acidentes e promover melhores condições de trabalho para o 
trabalhador. 
Um grande avanço, com relação às mudanças no tratamento da saúde e segurança do 
trabalhador foi a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1919, 
instituído pelo tratado de Versalhes após o fim da Primeira Grande Guerra. A OIT 
(Organização Internacional do Trabalho) atualmente é uma grande referência 
internacional sobre o assunto, sendo responsável pela formulação e aplicação das normas 
internacionais do trabalho. (SANTOS; AZEVEDO, 2013) 
O Brasil adere à OIT em 1960, com o intuito de estudar as causas das doenças e acidentes 
do trabalho, a fim de identificar soluções que pudessem alterar os altos índices, em estado 
de emergência. Algumas leis e decretos que tentaram atender às necessidades dos 
trabalhadores e outras demandas dos empregadores foram criadas, mas o fato é que o país 
só veio a ter realmente uma lei que amparou o trabalhador no governo de Getúlio Vargas 
em 1944, com o decreto 7.036, que discorria sobre a relação empregado/empregador, 
formas de remuneração do empregado (salário), caracterização de acidentes e doenças 
laborais, benefícios e indenizações, e que entre suas determinações instituiu no artigo 82 
as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – CIPAs. (SOUZA, AZEVEDO, 2013) 
A criação da CLT pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e sancionada pelo 
presidente Getúlio Vargas, durante o período do Estado Novo, foi de fundamental 
importância nesse cenário, pois esta foi responsável pela unificação de toda legislação 
trabalhista já existente no Brasil, além de inserir, definitivamente todos os direitos 
trabalhistas na legislação brasileira, com objetivo de regulamentar as relações individuais 
e coletivas do trabalho, nela previstas. (CHAGAS; SALIM e SERVO 2011).Jo
Realce
 
5 
 
Boa parte da legislação original foi modificada posteriormente, inclusive pela 
Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), de 10 de outubro de 1988. 
Porém, muitos dos seus princípios e instituições continuam em vigor, tais como os 
conceitos de empregador e empregado, as características do vínculo empregatício e do 
contrato de trabalho, a Justiça do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho, a unicidade 
e a contribuição sindical obrigatória, entre outros. A fiscalização do trabalho, então 
formalmente instituída, só passou a ter ação realmente efetiva vários anos depois 
(CHAGAS; SALIM e SERVO 2011). 
No discorrer do histórico sobre SST no Brasil e no mundo, percebem-se grandes avanços 
para o trabalhador, mas ainda há muito que ser feito, pois os índices de acidentes ainda 
são preocupantes, além de se reconhecer, em dias atuais a existência de pessoas 
submetidas a condições precárias de trabalho. 
A Organização Internacional do Trabalho - OIT estima que 2,34 milhões de pessoas 
morrem a cada ano em acidentes de trabalho e doenças causadas em decorrência da 
atividade exercida, o que causa um grande impacto tanto para o trabalhador e 
empreendimento como também para o país, que perde em média R$ 70 bilhões só com 
encargos previdenciários decorrente dos acidentes entre trabalhadores com carteira 
assinada que são notificados e identificados nas estatísticas oficiais de trabalho. 
(FUNDACENTRO, 2013) 
De acordo com o Anuário Estatístico do Ministério da Previdência e Assistência Social 
(AEPS), durante o ano de 2014, foram registrados cerca de 704,1 mil acidentes do 
trabalho. Comparado ao ano anterior, o número de acidentes de trabalho teve uma queda 
de 2,97%. O total de acidentes registrados com Comunicação de Acidentes do Trabalho 
(CAT)4 diminuiu em 0,82% de 2013 para 2014. Do total de acidentes registrados com 
CAT, os acidentes típicos5 representaram 76,55%; os de trajeto6 20,67% e as doenças do 
trabalho7 2,79%. Ressaltando que esses dados levam em conta apenas os trabalhadores 
 
4 CAT: Comunicação de Acidentes do Trabalho é um documento emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho 
ou de trajeto bem como uma doença ocupacional. 
5 Acidentes típicos (NR-35); são os acidentes decorrentes da característica da atividade profissional desempenhada 
pelo acidentado. Dados do Anuário Estatístico da Previdência Social, 2014. 
6 Acidente de Trajeto: é o acidente ocorrido no deslocamento residência / trabalho / residência, e que provoque lesão 
corporal ou perturbação funcional que cause a perda ou redução (permanente ou temporária) da capacidade para o 
trabalho ou, em último caso, a morte 
7 Doença Ocupacional: é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade 
e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. 
Jo
Realce
 
6 
 
com vínculo empregatício formal, regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) 
e segurados do Seguro de Acidentes do Trabalho8 (SAT), sem contar com os trabalhadores 
autônomos e cooperados, que não constam nas estatísticas oficiais. (AEPS, 2014) 
O Cooperativismo no Brasil e no Mundo 
Segundo Veiga e Fonseca (2001) cooperativismo é um movimento econômico e social 
entre pessoas, de forma voluntaria, em que a cooperação baseia-se na participação dos 
associados com objetivo de atingir o bem comum. É o sistema que propicia o 
desenvolvimento integral do indivíduo por meio do coletivo. 
Já para Sales (2010) o cooperativismo é uma forma de somar capacidade dentro de um 
mundo de concorrência. É uma forma de preservar a força econômica e de vida dos 
indivíduos de um mesmo padrão e tipo, com objetivos comuns e com as mesmas 
dificuldades. A cooperativa quase sempre surge em momentos de dificuldades e da 
consciência de fragilidade do homem dentro do mundo em que atua. 
As cooperativas tiveram origem na revolução industrial, ocorrida na Inglaterra no século 
XVIII, período em que a mão-de-obra perdeu o poder de troca, o que gerou grandes 
dificuldades socioeconômicas para a população. Esse fato provocou reações defensivas 
por parte dos trabalhadores em resposta a longa jornada de trabalho, e baixos salários e 
os altos preços dos bens necessários, bem como as condições desumanas as quais eram 
submetidos. (BAHIA COOPERATIVO, 2011) 
O surgimento da Revolução Industrial, na Inglaterra, trouxe muitas 
transformações para a sociedade, principalmente para a classe trabalhadora, 
transformações estas que repercutiram de forma negativa no que diz respeito 
ao bem-estar físico e psicológico do trabalhador, sendo o mesmo obrigado a 
executar longas jornadas de trabalho em ambientes sem segurança, tendo que 
manusear máquinas tecnologicamente avançadas, com as quais não estavam 
habituados, gerando assim graves acidentes de trabalho como: mutilação, 
intoxicação, desgaste físico, etc., o que ocorria principalmente com as 
mulheres que ocupavam o mercado de trabalho em grande número por serem 
consideradas mão-de-obra barata (TRINDADE, 2001). 
Diante da crise emergida no século XVIII, na Inglaterra, surgiram, entre a classe operária, 
lideranças que criaram associações de caráter assistencial. No entanto, a experiência não 
teve resultado positivo. (BAHIA COOPERATIVO, 2011) 
 
8 SAT: Seguro de Acidente de Trabalho é uma contribuição paga pelas empresas, para ajudar a cobrir as despesas da 
previdência social com benefícios decorrentes de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, esse valor é de 1%, 2% 
ou 3%, que varia de acordo as atividades preponderantes e correspondentes ao grau de risco 
 
7 
 
(...) iniciada em 1760 por trabalhadores empregados nos Estaleiros de 
Woolwich e Chatham, na Inglaterra, eles fundaram moinhos de cereais 
em base cooperativa para não ter de pagar os altos preços cobrados 
pelos moleiros que dispunham de um monopólio local. No mesmo ano, 
o moinho de Woolwich foi incendiado e os padeiros foram acusados de 
sinistro. Essa cooperativa só foi registrada para a história devido ao 
acidente (VEIGA e FONSECA, 2001, p. 19). 
Mesmo diante deste cenário de precarização da época, havia por parte de alguns 
empresários a preocupação com a Saúde e Segurança do Trabalho - SST, a exemplo de 
Robert Owen (um dos precursores do cooperativismo), que decidiu reduzir a carga laboral 
dos trabalhadores, bem como coibir a exploração, do trabalho infantil em suas empresas 
(SINGER, 2010 apud CRUZ, 2014). 
No Brasil, embora, a cultura da cooperação pudesse ser observada desde a época da 
colonização portuguesa, o movimento só teve início, de fato no ano de 1889, com a 
criação da primeira cooperativa de consumo de que se tem registro, em Ouro Preto (MG), 
denominada Sociedade Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro 
Preto. Depois, se expandiu para Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do 
Sul, além de se espalhar em Minas Gerais. (OCB, 2015) 
Apesar da expansão do cooperativismo no Brasil, ainda havia pouco conhecimento sobre 
a doutrina, o que se configurou como um obstáculo para o desenvolvimento do 
movimento cooperativo em todas as regiões do país. Gonçalves, Meyer, Vieira (2015) 
reforçam que em decorrência disso, foi criada em 2 de dezembro de 1969 a Organização 
das Cooperativas Brasileiras (OCB) com a tarefa de representar e defender os interesses 
do cooperativismo no Brasil, esta entidade é considerada uma das representantes e 
defensora dos interesses do cooperativismo nacional. 
Outro marco importante foi a Lei 5.764/71, que regulamentou e disciplinou a criação de 
cooperativas, porém restringiu a autonomia dos associados, isso afetou a criação, 
funcionamento e fiscalização do empreendimento cooperativo, circunstancia que foi 
superada pela Constituição de 1988, a qual proibiua interferência do Estado nas 
associações, dando assim, início à autogestão do cooperativismo. (OCB, 2015) 
Após a criação da OCB, o cooperativismo brasileiro ganhou o reconhecimento 
internacional em 1995, com a eleição de Roberto Rodrigues, ex-presidente da 
Organização das Cooperativas Brasileiras, o primeiro não europeu a presidir a (ACI) 
 
8 
 
Aliança Cooperativista Internacional (GONÇALVES, MEYER, VIEIRA, 2015). Esse 
fato teve grande relevância, pois contribuiu de maneira significativa para o 
desenvolvimento das cooperativas brasileiras. 
Segundo a OCB (2013) no Brasil existem cooperativas em 13 ramos da economia9, 
totalizando 6.827 cooperativas, 11.563.427 associados e 337.793 empregados, todas 
representadas pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) nacionalmente e 
pelas Organizações Estaduais (Oces) nas unidades da federação. 
Entre os anos 2009 e 2013, a secretaria nacional da economia solidária, vinculada ao 
Ministério do Trabalho realizou dois mapeamentos. No mapeamento de 2013, foram 
identificados 19.708 empreendimentos (cooperativas e associações e grupos informais) 
organizados e distribuídos entre 2.713 municípios brasileiros, a maior parte deles se 
 
9 Os 13 principais ramos do cooperativismo são: 
1-AGROPECUÁRIO: composto pelas cooperativas de produtores rurais ou agropastoris e de pesca, cujos meios de 
produção pertençam ao cooperado. É um dos ramos com maior número de cooperativas e cooperados no Brasil. 
2-CONSUMO: composto pelas cooperativas dedicadas à compra em comum de artigos de consumo para seus 
cooperados. 
3-CRÉDITO: composto pelas cooperativas destinadas a promover a poupança e financiar necessidades ou 
empreendimentos dos seus cooperados. 
4-EDUCACIONAL: composto por cooperativas de professores, que se organizam como profissionais autônomos para 
prestarem serviços educacionais, por cooperativas de alunos de escola agrícola que, além de contribuírem para o 
sustento da própria escola, às vezes produzem excedentes para o mercado, mas tem como objetivo principal a formação 
cooperativista dos seus membros, por cooperativas de pais de alunos, que têm por objetivo propiciar melhor educação 
aos filhos, administrando uma escola e contratando professores, e por cooperativas de atividades afins. 
5-ESPECIAL: composto pelas constituídas por pessoas que precisam ser tuteladas ou que se encontra em situação de 
desvantagem nos termos da Lei 9.867, de 10 de novembro de 1999. 
6-HABITACIONAL: composto pelas cooperativas destinadas à construção, manutenção e administração de conjuntos 
habitacionais para seu quadro social. 
7-INFRA-ESTRUTURA: antes denominado "Energia/Telecomunicação e Serviços", composto pelas cooperativas cuja 
finalidade é atender direta e prioritariamente o próprio quadro social com serviços de infra-estrutura. 
8-MINERAL: composto pelas cooperativas com a finalidade de pesquisar, extrair, lavrar, industrializar, comercializar, 
importar e exportar produtos minerais. 
9-PRODUÇÃO: composto pelas cooperativas dedicadas à produção de um ou mais tipos de bens e produtos, quando 
detenham os meios de produção. Para os empregados, cuja empresa entra em falência, a cooperativa de produção 
geralmente é a única alternativa para manter os postos de trabalho. 
10-SAÚDE: composto pelas cooperativas que se dedicam à preservação e promoção da saúde humana. É um dos ramos 
que mais rapidamente cresceram nos últimos anos, incluindo médicos, dentistas, psicólogos e profissionais de outras 
atividades afins. 
11-TRABALHO: composto pelas cooperativas que se dedicam à organização e administração dos interesses inerentes 
à atividade profissional dos trabalhadores associados para prestação de serviços não identificados com outros ramos já 
reconhecidos. 
12-TRANSPORTE: criado pela AGO da OCB no dia 30 de abril de 2002, é composto pelas cooperativas que atuam no 
transporte de cargas e passageiros. 
13-TURISMO E LAZER: criado pela AGO da OCB no dia 28 de abril/2000 é composto pelas cooperativas que prestam 
serviços turísticos, artísticos, de entretenimento, de esportes e de hotelaria, ou que atendem direta e prioritariamente o 
seu quadro social nessas áreas. 
Fonte: OCEPAR, 2011. 
 
 
9 
 
encontra na região Nordeste, responsável por 40,8% do total. O somatório total de todos 
esses Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) compreende 1.423.631 pessoas 
associadas e 361.478 trabalhadores formais. (OCB, 2013). 
As duas estatísticas não podem ser somadas para chegarmos a um universo, visto que 
muitas das cooperativas vinculadas a OCB não se consideram da economia solidária, 
principalmente as de grande porte e algumas cooperativas da economia solidária também 
são associadas a OCB. 
Apesar de existir essa separação ideológica, os princípios do cooperativismo estão 
presentes nos empreendimentos. Em ambos os movimentos o modo de organização do 
trabalho do cooperativismo é a autogestão, modelo que prima pela participação ativa dos 
trabalhadores em todas as etapas da gestão além de dar o real poder de decisão aos 
trabalhadores, que também são os donos do capital. Assim sendo, teoricamente o interesse 
por condições saudáveis de trabalho e o cuidado a prevenção a acidentes, e doenças 
ocupacionais deveria estar presente na agenda diária das cooperativas. Contudo, o que as 
pesquisas apontam é que nem sempre o cooperativismo e a autogestão, são garantia de 
bem-estar dos trabalhadores. Lima (2007) e Georges (2009) trazem análises de que o 
trabalho de empreendimentos entendidos como autogestionários são usados, algumas 
vezes, pelo capital como estratégia para diminuição de custos da força de trabalho, uma 
vez que os trabalhadores autogeridos não contam com as mesmas garantias trabalhistas 
dos trabalhadores contratados. (DIMOV e NOBREGA, 2014). 
Outro aspecto percebido, é que devido às diversas dificuldades financeiras e de gestão na 
maioria das cooperativas a saúde e segurança do trabalhador é deixada para segundo 
plano, isso pode afetar de maneira negativa o empreendimento. Chiavenato (2002) 
acentua que o comportamento organizacional depende do ambiente geral ou macro 
ambiente constituído de todos os fatores econômicos, tecnológicos, sociais, políticos, 
culturais, demográficos, etc., como por variáveis do ambiente de tarefa ou microambiente 
que diz respeito ao ambiente imediato e especifico a cada organização, o tipo de negócio 
da organização e a principal componente que faz a organização - as pessoas. 
(CHIAVENATO, 2002 apud ROCHA, 2013). 
Rocha (2013) enfatiza que o homem enquanto ser permanentemente insatisfeito alia-se 
às organizações como meio de verem saciadas as suas necessidades e para darem um 
 
10 
 
sentido útil a sua existência, ou seja, a satisfação das suas necessidades e a contribuição 
para o alcance dos objetivos das organizações. Dessa forma torna-se indispensável que 
os empreendimentos estejam sempre atentos a aspectos tão relevantes que influenciam no 
comportamento de todos os componentes da organização, o que pode gerar conflitos 
frente aos objetivos do empreendimento, quando estas necessidades não estão satisfeitas. 
Não basta fazer parte de um empreendimento que tem os princípios de democracia, 
valorização do ser humano e a cooperação. É preciso que seus trabalhadores interiorizem 
a necessidade e a importância de cuidar do seu bem estar e da coletividade, ou seja, é 
preciso desenvolver uma cultura da Saúde e segurança do trabalho. 
Cultura da Segurança do Trabalho 
Um empreendimento com um número acima de 20 empregados trabalhando em regime 
celetista é obrigado por lei instalar uma CIPA. A Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes - CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do 
trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da 
vida e a promoção da saúde do trabalhador. (CIPA ONLINE,2016) 
É na CIPA, onde são desenvolvidas todas as estratégias para a implantação das 
ferramentas10 de prevenção, controle de acidentes e formação do trabalhador sobre a 
temática da segurança do trabalho. Contudo, estudos demonstram que não basta que haja 
uma CIPA instalada para que a Saúde e segurança do trabalhador esteja preservada, é 
 
10 MRA- Mapa de Riscos Ambientais (NR-05): é uma representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos 
locais de trabalho. É feito sobre a planta baixa da empresa, podendo ser completo ou setorial. Ele é composto de círculos 
com cores diferentes, de acordo com o tipo de riscos existentes em cada setor de trabalho. 
PPRA- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (NR-09): usa o mapa de risco como base para sua elaboração, e 
tem como objetivo garantir a preservação da saúde e integridade física dos cooperados e trabalhadores, visando a 
preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, por meio de antecipação, reconhecimento, avaliação e 
consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham existir no ambiente de trabalho, 
tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. 
PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (NR-07): é feito anualmente e é realizado pelo médico 
do trabalho. Tem como objetivo a promoção, prevenção e preservação da saúde do conjunto dos cooperados e 
trabalhadores, estabelecendo parâmetros mínimos e diretrizes gerais, os quais serão necessariamente observados na sua 
execução. Neste programa de prevenção são tratados assuntos como exames de acompanhamento de saúde dos 
trabalhadores, que são informados através do Atestado de Saúde Ocupacional “ASO”, o qual é fornecido pelo 
empregador anualmente aos trabalhadores. Está previsto na NR-7 da Portaria n.º 3.214/78 – M T E (Ministério Trabalho 
e Emprego), servindo-lhe de base legal para a sua elaboração e/ou atualização. 
EPI- Equipamento de Proteção Individual (NR-06): é todo equipamento usado de maneira individual, cujo objetivo é 
proteger a saúde e integridade física do trabalhador, de possíveis riscos, biológicos, químicos, físicos ou mecânicos que 
possa existir no ambiente de trabalho. 
EPC- Equipamento de Proteção Coletiva (NR-06): são equipamentos destinados à proteção coletiva dos trabalhadores. 
Fonte: Santos; Azevedo, 2013. 
 
 
11 
 
preciso à criação de normas e costumes que culminem no enraizamento da cultura de 
SST, numa organização. 
Conforme Gonçalves Filho (2011) o conceito de cultura de segurança surgiu em 1988, no 
primeiro relatório técnico realizado pelo International Nuclear Safety Advisory Group - 
INSAG, com uma abordagem de fatores organizacionais na análise do acidente, onde se 
apresenta o resultado da análise das origens do acidente da usina nuclear de Chernobyl, 
na Ucrânia, (Agência Internacional de Energia Atômica - AIEA, 1991). Nos anos 
seguintes o tema foi alvo de muitos estudos sobre o tema. 
Turner e outros (1989 apud PIDGEON, 1991), após o relatório do INSAG sobre o 
acidente de Chernobyl, apresentaram uma primeira definição de cultura de segurança a 
salientar aspectos verdadeiramente culturais. Para estes autores, a cultura de segurança, à 
semelhança da cultura organizacional, corresponde a um sistema de significados 
partilhados por um determinado grupo sobre segurança e que pode ser definido como "o 
conjunto específico de normas, crenças, funções, atitudes e práticas dentro de uma 
organização, com o objetivo de minimizar a exposição dos empregados, clientes, 
fornecedores e do público em geral das condições consideradas perigosas ou que causem 
doenças." (TURNER et al., 1989 apud PIDGEON, 1991, p. 7 apud GONÇALVES 
FILHO, 2011, p. 70) 
GONÇALVES FILHO (2011), destaca que embora esta definição, bem como a do 
INSAG, sejam as mais referidas e utilizadas, outros conceitos foram propostos, mas não 
houve consenso sobre o tema entre os pesquisadores. Instituições que atuam na área de 
segurança também apresentaram seu conceito e considerações sobre cultura de segurança. 
A definição de cultura de segurança dada pela Health and Safety Commission (HSC) da 
Advisory Committee on the Safety of Nuclear Installations (ACSNI) é uma das mais 
citadas na literatura e consideradas por muitos pesquisadores (REASON, 1997; WEICK; 
SUTCLIFFE, 2001 apud GONÇALVES FILHO, 2011) como a mais competente. 
Cultura de Segurança, de acordo com a definição da HSC (Health and Safety 
Commission): 
A cultura de segurança de uma organização é o produto dos valores, atitudes, 
percepção, competências e padrão de comportamento de indivíduos e grupos 
que determinam o comprometimento, o estilo e a proficiência do 
gerenciamento da segurança do trabalho da organização. Organizações com 
culturas de segurança positivas são caracterizadas pela comunicação fundada 
na confiança mútua, pela percepção compartilhada da importância da 
 
12 
 
segurança e pela confiança na eficácia das medidas preventivas. (REASON, 
1997, p.194 apud GONÇALVES FILHO, 2011, p. 73). 
Destaca-se dessa definição a importância da comunicação para uma cultura de segurança 
positiva, além da confiança dos empregados nas medidas preventivas adotadas. É 
importante salientar da definição acima, que o sucesso do gerenciamento da segurança do 
trabalho é determinado pelas percepções, valores, competência e padrão de 
comportamento dos indivíduos e grupos da organização.(GONÇALVES FILHO, 2011) 
Os acidentes de trabalho, quando acontecem sugerem atenção aos métodos adotados na 
gestão de riscos do processo, ou até mesmo mudanças práticas. Essas mudanças 
interferem de maneira positiva para um bom desempenho econômico e social no 
empreendimento, visto que a partir do momento que se estabelece um conjunto de 
atitudes, normas e práticas em uma organização, os resultados tendem a ser muito 
satisfatórios, pois contribuem para uma reflexão e mudanças no comportamento entre 
trabalhadores e todos que constituem as relações trabalhistas. Esse conjunto fomenta a 
cultura da SST, que traz segurança e conforto tanto para o empreendimento como também 
para todo o público em geral, que possa ter algum contato com esse ambiente; 
A necessidade de implantação de uma cultura da segurança implica na garantia da 
integridade física e moral dos trabalhadores, as ações que constituem uma cultura de SST, 
devem ser enraizadas e sempre, com práticas contínuas, priorizando o desenvolvimento 
de um ambiente de trabalho seguro e saudável. 
As empresas que submetem seus empregados a condições de trabalho inadequadas 
perdem em termos de qualidade, produtividade, competitividade e imagem perante a 
sociedade. Empregados em más condições de trabalho não contribuem para a melhoria 
de processos e produtos, reduzem sua disposição para o trabalho e não mostram 
comprometimento com a empresa por não se sentirem parte do processo. (SELL, 2002 
apud HONÓRIO E PONTES, 2008). 
Para Spector (2005), a satisfação no trabalho é uma variável de atitude que representa 
como uma pessoa se sente em relação ao seu trabalho de forma geral e em seus vários 
aspectos, isto é, a satisfação no trabalho é o quanto as pessoas gostam do que fazem e tem 
sido um fator causador de importantes realizações por parte dos funcionários como um 
melhor desempenho no trabalho e do melhoramento da saúde e melhor expectativa de 
vida. (SPECTOR, 2005, apud ROCHA, 2013). 
 
13 
 
Uma cultura bem estabelecida é de fundamental importância em um empreendimento, 
pois é num contexto em que existe cultura de segurança que as atitudes e o 
comportamento dos indivíduos relativos à segurança se desenvolvem e persistem 
(MEARNS; WHITAKER; FLIN, 2003 apud GONÇALVES FILHO, 2011). Somente 
através da maturidade da cultura da segurança haverá uma maior segurança para o 
trabalhador, visto que os procedimentos, posturas e cumprimento das normasnão serão 
mais uma obrigação, mas fará parte do seu dia a dia, já estarão interiorizadas. 
O desenvolvimento de uma cultura de segurança depende do comportamento e da 
participação dos indivíduos, de seu nível de escolaridade e capacitação profissional, dos 
investimentos em segurança, equipamentos e manutenção destes. Mais do que 
simplesmente processos técnicos e repetitivos, a criação da cultura de segurança depende 
da continuidade e da periodicidade de ações educativas nas escolas, no ensino técnico e 
também no ensino superior a fim de garantir o aprendizado. (CEMBRANEL, 2011) 
Considerando esses aspectos, é muito importante se estabelecer um conjunto de ações, 
valores e padrões comportamentais, que culminem em um ambiente saudável e seguro 
para o trabalhador, configurado como cultura de segurança, pois, quanto mais 
estabelecida e eficiente o gerenciamento de riscos para o trabalhador, maior o grau de 
maturidade da cultura em uma organização, o que resulta na confiança mútua, pela 
percepção compartilhada da importância da segurança e pela confiança na eficácia das 
medidas preventivas. 
A partir da compilação e análise das propostas existentes, Gonçalves Filho (2011) 
adaptou os modelos desenvolvidos por Hudson(2001) e Westrum (1993). O modelo 
proposto por Anastácio (2010, p 213) “descreve na sua estrutura como cada um dos cinco 
fatores é tratado em cada um dos cinco estágios de maturidade (Patológico, Reativo, 
Burocrático, Proativo e Sustentável)”. 
Foram analisados por ele 25 estudos sobre indicativos da maturidade da cultura de 
segurança e os mais citados compuseram a metodologia proposta pelo Anastácio. Os 
fatores são descritos conforme apresenta o quadro 01: 
Quadro01 – Fatores para análise da maturidade da cultura da Segurança do trabalho. 
Fator Definição 
 
14 
 
Informação 
REASON, 1997 enfatiza que a informação é a confiança dos indivíduos na organização para 
relatar os erros, os acidentes e os incidentes ocorridos. Aspecto essencial para construir uma 
cultura informada. REASSON,1997 apud GONÇALVES(2010) 
Aprendizagem 
Organizacional 
É a forma como a organização trata as informações, como é feita a análise dos acidentes e 
dos incidentes, se são propostas ações de melhoria e se são implementadas e se os 
empregados são informados sobre estas ações, e se há busca contínua de melhorar os 
processos visando à segurança do trabalho (AIEA, 2002b; REASON, 1997). 
Envolvimento 
É a participação dos empregados nas questões de segurança, como na análise dos acidentes 
e incidentes que lhe diz respeito, na identificação e análise dos riscos do ambiente de 
trabalho, nas propostas de ações para melhoria da segurança do trabalho e sua 
implementação, na elaboração e revisão dos procedimentos relacionados com sua atividade, 
no planejamento das suas atividades, e a participação em comitês de segurança, encontros 
de segurança, etc. (CHOUDHRY; FANG; MOHAMED, 2007; GORDON; KIRWAN; 
PERRIN, 2007). 
Comunicação 
É a forma, a conveniência e a oportunidade que é feita à comunicação sobre os temas 
relativos à segurança do trabalho, e se há um canal aberto de comunicação entre os 
empregados e superiores hierárquicos. Inclui também se comunicação chega aos 
empregados, se é compreendida por eles e se a organização monitora a efetividade da 
comunicação (COOPER, 1998; GLENDON; STANTON, 2000; OLIVE; O’CONNOR; 
MANNAN, 2006; MEARNS; WHITAKER; FLIN, 2003; WESTRUM, 2004). 
Comprometimento 
O verdadeiro comprometimento significa mais que políticas escritas e mencionar a 
importância da segurança do trabalho nos discursos, precisa haver coerência entre as 
palavras e a realidade (DEJOY et al., 2004; FLIN et al., 2000; AIEA, 2002b; OLIVE, 
O’CONNOR; MANNAN, 2006). 
Fonte: Gonçalves Filho 2011, p.89 
 
A partir da análise dos fatores acima elencados, é feita uma classificação do estágio de 
maturidade da organização baseado em quatro estágios: Patológico, Reativo, Burocrático, 
Proativo. Desta maneira, Gonçalves Filho (2011), identifica qual o grau de maturidade da 
cultura de Segurança, conforme quadro 02. 
Quadro 02: Estágio de Maturidade da Cultura da Segurança do Trabalho 
 Estágio Patológico: neste estágio não há ações na área de segurança do trabalho 
na organização. O máximo que procura fazer é atender à legislação. 
 Estágio Reativo: neste estágio as ações da organização da área de saúde e 
segurança no trabalho são realizadas somente depois de acidentes no trabalho 
terem acontecido. Ações não são sistemáticas, busca dar respostas aos acidentes 
do trabalho, procurando remediar a situação. 
 Estágio Burocrático: neste estágio a organização tem sistema para gerenciar 
riscos nos locais de trabalho, mas ainda não tem a visão sistêmica da saúde, 
segurança e meio ambiente. Ações estão mais voltadas para quantificar os riscos. 
 Estágio Proativo: é o desenvolvimento do estágio de transição para o estágio da 
cultura construtiva. O líder da organização, com base nos valores da organização, 
conduz as melhorias contínuas para a saúde, segurança e meio ambiente. Procura 
se antecipar aos problemas antes que eles aconteçam. 
 Estagio Sustentável: Existe um sistema integrado de saúde, segurança e meio 
ambiente, no qual a organização se baseia e se orienta para realizar seus negócios. 
 
15 
 
A organização tem as informações necessárias para gerir o sistema de segurança 
do trabalho, está constantemente tentando melhorar e encontrar as melhores 
formas de controlar os riscos. 
Fonte: Gonçalves Filho 2011, p.84 
Embora o estudo sugira cinco estágios de maturidade, para análise da pesquisa realizada 
na COOPATAN, serão utilizados apenas quatro (Proativo, Burocrático, Reativo e 
Patológico), para mensurar a maturidade da cultura, visto que o estágio Sustentável é o 
último a ser alcançado. Nesse estágio a organização tem as informações necessárias para 
gerir o sistema de segurança do trabalho, está constantemente tentando melhorar e 
encontrar as melhores formas de controlar os riscos. (Gonçalves Filho, 2011). Portanto 
não se aplica a realidade da cooperativa. 
A COOPATAN 
Histórico 
A COOPATAN (Cooperativa dos Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves) está 
localizada no KM 315, distrito de Moenda em Presidente Tancredo Neves - BA, às 
margens da BR 101. Atualmente a cooperativa possui 324 cooperados e 39 trabalhadores 
celetistas, sendo responsável pela segunda maior fonte de emprego e renda do município, 
com um faturamento anual estimado em aproximadamente 12 milhões. 
O primeiro ensaio da COOPATAN, ainda como uma pequena associação, aconteceu no 
ano de 1997, posteriormente esta transformou-se em uma cooperativa, no ano de 2000, 
através de uma parceria com a Fundação Odebrecht, que financiou a construção e 
maquinário da fábrica de farinha, com a finalidade de garantir a valorização no mercado 
da cultura local. (COOPATAN, 2016) 
As principais atividades desenvolvidas inicialmente pela Cooperativa eram o 
beneficiamento das raízes de aipim in natura (massa de aipim, tapioca granulada e massa 
de puba carimã), e mandioca, (fabricação da farinha). Algum tempo depois a cooperativa 
expandiu-se e passou a cultivar e comercializar bananas e abacaxi. Atualmente esses 
produtos são comercializados principalmente para a rede Walmart (Bompreço), 
representando o faturamento de aproximadamente 70% da cooperativa, os outros 30% é 
comercializado para Agrovip (Comércio de hortifruti de Feira de Santana) e para clientes 
aleatórios. 
 
16 
 
A fábrica de farinha da COOPATAN conta com 11 trabalhadores não cooperados, 
contratados sob o regime celetista. A produção mensal tem sofrido grandes variações, 
devido à disponibilidade de matéria prima e funcionamento da fábrica. No mês de 
março/2016, a produção foi de 63.980 Kg, já no mês de abril, a produção caiu para 29.220 
Kg de farinha. Contudo o principal produto da fábrica ainda é a farinha que representa a 
maior escalade produção. Os demais produtos derivados da mandioca, oferecidos pela 
cooperativa, variam muito conforme a demanda, pois trata-se de produtos com menor 
resistência. As instalações de produção passaram recentemente por uma modernização 
passando de um processo manual para 70% mecanizado. 
Além da casa de farinha, existe na COOPATAN uma Unidade de Pré Beneficiamento de 
Frutas, oriunda de uma parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento- BNDES. 
Esta unidade permite aos cooperados armazenarem os produtos de maneira adequada, 
evitando assim, problemas no momento da comercialização. 
A cooperativa também possui uma escola agrícola, a Casa Familiar Rural de Presidente 
Tancredo Neves (CFR), que fica situada no mesmo local onde em que está localizada a 
fábrica de farinha, a CFR é qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse 
Público (OSCIP), é formada por uma Associação de Pais e Produtores Rurais, regida por 
Estatuto Social e Regimento Escolar. 
Resultados da Pesquisa 
A metodologia da pesquisa na COOPATAN seguiu o modelo desenvolvido por 
Gonçalves Filho (2011) e buscou identificar aspectos dentro dos fatores elencados 
(Informação, Aprendizagem Organizacional, Envolvimento, Comunicação E 
Comprometimento) para auxiliar na análise de qual estágio (Patológico, Reativo, 
Burocrático, Proativo e Sustentável) de maturidade da cultura de segurança a 
cooperativa se encontra. Vale ressaltar, que em um fator a cooperativa pode estar no 
estágio patológico, mas em outro fator se encontrar no estágio Proativo. Segundo 
Gonçalves Filho (2011), esse aspecto ocorre porque a cultura da Segurança não se 
desenvolve de maneira homogênea em toda organização 
A partir das respostas dos questionários, observação do local e entrevistas, feita com os 
trabalhadores, além do questionário e com a direção da COOPATAN para avaliar o nível 
de maturidade será utilizado os seguintes indicadores: 
 
17 
 
Predominância dos valores D e E (patológico) 
Predominância dos valores C (Reativo) 
Predominância dos valores B (Burocrático) 
Predominância dos valores A (Proativo) 
A compreensão dos aspectos analisados na pesquisa para mensurar a maturidade da 
cultura estão descritas abaixo: 
1. Informação 
Essa categoria indica a propensão dos empregados em informar os incidentes e as 
anormalidades observadas no trabalho, considerando que os trabalhadores conhecem 
muito bem o ambiente de trabalho e podem avaliar com melhor precisão riscos eminentes 
ou futuros para a saúde e segurança dos mesmos. 
Nesse aspecto as perguntas buscavam analisar as seguintes questões relacionadas aos 
meios de se comunicar entre trabalhadores e direção, como: 
Quadro 3. Fator Informação desagregado 
 
Aspecto 01: Informação 
 A B C D E 
Os trabalhadores possuem algum meio para relatarem possíveis 
problemas em suas atividades? 
06 01 02 01 01 
Os trabalhadores se sentem à vontade para relatar dificuldades no 
trabalho e risco de acidentes aos dirigentes do empreendimento? 
09 01 00 00 00 
Os trabalhadores são informados sobre a quantidade de pessoas que se 
acidentam ou adoecem por causa do trabalho que desenvolvem? 
05 00 02 00 02 
A Organização possui mecanismos de contabilização de acidentes e 
doenças provenientes da atividade laboral? 
01 02 02 02 02 
A Organização possui outros índices de desempenho da segurança no 
ambiente de trabalho, além dos índices de acidentes ocorridos? 
06 01 03 00 01 
As ferramentas da SST são desenvolvidas de maneira participativas? 00 01 05 04 01 
RESPOSTAS DOS COOPERADOS 27 06 14 07 07 
Fonte: Elaboração própria a partir da tabulação dos dados. 
Os dados mostram que no aspecto informação a cooperativa apresenta características 
proativas e reativas. Essas respostas refletem o estágio atual, onde os trabalhadores tem a 
liberdade de relatar possíveis problemas para a diretoria devido ao tamanho da 
cooperativa, mas não possui um meio formal para registrarem as ocorrências. A diretora 
de RH da COOPATAN relata que: 
Os trabalhadores têm liberdade, pois estamos sempre abertos a ouvi-los, 
inclusive sempre falamos nas reuniões para que sempre falem das necessidades 
para contribuir no bom andamento do trabalho, na segurança deles, estamos 
sempre abertos a sugestões, acatamos e verificamos a procedência das 
informações para analisarmos junto à qualidade e o líder do setor que está 
 
18 
 
sendo reclamado para buscar sempre melhorar. (DIREÇÃO, COOPATAN, 
2016) 
Em comunhão com a resposta dada pela diretoria, um dos trabalhadores, o líder deles diz; 
Todos têm liberdade em chegar até a diretoria, sim, mas na maioria das vezes 
eu sou uma ponte entre eles, pois como o líder eles relatam possíveis problemas 
para mim e eu passo para a diretoria, porem em minha ausência todos tem 
liberdade de passar todos os problemas à direção. (TRABALHADOR 1, 
COOPATAN, 2016). 
A cooperativa não conta com um mecanismo para contabilização de acidentes, nem 
qualquer meio que meça índices de desempenho na segurança do local de trabalho, 
quantos aos acidentes que ocorrem, ou qualquer motivo que cause afastamento dos 
funcionários, não há um meio formal para que essa informação chegue a todos, porém as 
informações são transmitidas de maneira informal entre todos, pois o baixo número de 
trabalhadores facilita a troca de informação entre todos, como ressalta um dos 
trabalhadores; 
Todos nós ficamos sabendo quando acontece alguma coisa, não costuma 
acontecer acidentes com frequência, mas quando alguém tem algum problema 
de saúde, ou algum motivo que precisa ser afastado, todos sabem. 
(TRABALHADOR 2, COOPATAN, 2016). 
A diretoria diz: 
Sempre comunicamos aos trabalhadores, sobre o afastamento de alguém, até 
para evitar que aconteça com os demais, por exemplo, recentemente tivemos 
dois trabalhadores afastados, porque pegaram ZIKA, e todos foram 
informados, o motivo do afastamento. (DIREÇÃO, COOPATAN, 2016). 
O estágio mostra-se proativo devido a confiança que os funcionário demonstraram em se 
comunicarem com a diretoria, porém de maneira geral nesse fator a COOPATAN está 
inserida no estágio patológico e reativo, pois ainda carece da implantação de meios de 
informação mais eficientes para facilitar que a informação chegue sempre no momento 
correto, para pessoa certa e da maneira correta. Também não existe na cooperativa um 
índice de desempenho da segurança do trabalho, e reativo porque os únicos índices de 
acidente na cooperativa são os de acidentes graves ocorridos, muito embora os relatos 
não apontem ocorrências ou acidentes frequentes na cooperativa, pelo contrário, a 
firmação por parte dos funcionários é de que nunca ocorreu um acidente grave. 
2. Aprendizagem 
Para Gonçalves Filho (2011), aprendizagem significa coletar, monitorar e analisar 
informações importantes para aumentar o conhecimento sobre como o trabalho e a 
 
19 
 
segurança estão funcionando, através desse fator é possível ter uma percepção real sobre 
o local de trabalho. 
Na categoria aprendizagem, a pesquisa buscou investigar os seguintes aspectos no 
empreendimento: 
Quadro 4. Fator Aprendizagem desagregado 
 
Aspecto 02: Aprendizagem 
 A B C D E 
O Empreendimento está atento a possíveis problemas na execução das 
atividades e riscos para a saúde dos associados /colaboradores? 
11 00 00 00 00 
O Empreendimento faz investimentos (cursos, palestras) para promover 
a saúde e segurança dos associados /colaboradores? 
00 02 00 01 08 
São realizados treinamentos e ou auditorias com intuito de prevenir as 
doenças ocupacionais? 
00 01 03 00 06 
Causas de acidentes são informadas a todos os associados? 05 00 03 00 02 
Você é capaz de identificar um local ou maquinário que oferece risco de 
acidentes ou doenças no seu ambiente de trabalho? 
06 04 00 01 00 
As ferramentas da SST são desenvolvidas de maneira participativas? 00 01 05 04 01 
RESPOSTAS DOS COOPERADOS 22 08 11 06 17 
Fonte: Elaboraçãoprópria a partir da tabulação dos dados. 
A pesquisa indica que a apesar de o empreendimento estar atento a possíveis problemas 
na execução das atividades e riscos para a saúde dos colaboradores, há questões 
importantes que merecem maior atenção, como ressalta os trabalhadores sobre a falta de 
investimentos em cursos e palestras para promover a saúde e segurança dos trabalhadores 
bem como a realização de treinamentos e/ou auditorias com intuito de prevenir as doenças 
ocupacionais. 
Os dados apontam para uma maturidade patológica no aspecto aprendizagem, esse fato é 
claramente perceptível, pela divergência de informações entre diretoria e trabalhadores, 
como enfatiza as respostas dadas; 
Aqui não faz investimento em palestras e cursos, só aconteceu uma vez que 
veio um bombeiro e deu uma palestra sobre acidentes de trabalho e primeiros 
socorros, mas não acontece com frequência e já tem tempo que aconteceu. 
(TRABALHADOR 3, COOPATAN, 2016). 
Em contraposição ao que é dito pelo trabalhador, a diretoria enfatiza sobre realização de 
palestras e auditorias na cooperativa; 
A cooperativa tem implantado PPRA e o PCMSO, que é atualizado 
anualmente, e feito acompanhamento médico dos trabalhadores por uma 
clínica da cidade de Santo Antônio de Jesus, temos também o 
acompanhamento de um técnico de segurança do trabalho, que também é 
bombeiro civil, ele vem até a cooperativa para fazer acompanhamento, 
verificando áreas de risco, iluminação, postura e todos os aspectos possíveis 
 
20 
 
de ocasionar possíveis acidentes agora ou futuramente. (DIREÇÃO, 
COOPATAN, 2016). 
E completa dizendo; 
A cooperativa realiza palestras, cursos e treinamentos frequentes, para 
informar aos trabalhadores aspectos importantes, como o uso correto dos 
EPI’S, higienização das mãos, manipulação correta dos equipamentos. 
(DIREÇÃO, COOPATAN, 2016). 
Outro fato que também chama atenção é a divergência de informação entre direção e 
trabalhadores, quanto a elaboração participativa das ferramentas de SST, enquanto a 
diretoria afirma que todos participam da elaboração e atualização das ferramentas, os 
trabalhadores não têm conhecimento da existência dessas ferramentas. Apesar da 
Cooperativa ter implantado o PPRA e o PCMSO, os trabalhadores não têm conhecimento 
sobre a existência das ferramentas e nem o que significa cada uma delas, declarando não 
terem participado da elaboração nem da atualização dos mesmos. 
Após a análise desse fator é possível identificar uma forte predominância do valor A na 
questão que trata sobre a importância dada a possíveis problemas na execução das 
atividades e riscos para a saúde dos associados /colaboradores, o que indica um estágio 
proativo. Contudo, quando questionado sobre os investimentos, treinamentos e auditorias 
os valor das opções D e E, indicam que a cooperativa está no estágio patológico porque 
a cooperativa não faz nenhum investimento em treinamentos e não tem auditorias. 
Vale ressaltar, que o tipo de auditoria que acontece na COOPATAN, citada pela diretora 
é uma visita diária para verificar alguma anormalidade e sanar possíveis riscos. Caso 
ocorra algum, é feita uma análise e correção do problema. Porém a Cooperativa não 
dispõe de uma equipe específica para cuidar dos assuntos relacionados a saúde e 
segurança dos trabalhadores, portanto essa auditoria é realizada por uma funcionária. 
Nesse fator, as informações mostram que o estágio Patológico é adequado para realidade 
da cooperativa, porque ainda deixa muito a desejar em questões importantes que implicam 
na prevenção de riscos para o trabalhador. Embora não haja relatos de acidentes, fica 
evidente que a cooperativa não faz melhorias em segurança no trabalho, 08 dos 11 
entrevistados afirmam não ser feito nenhum investimento por parte da cooperativa nesse 
sentido, não são realizadas oficinas, palestras, cursos ou qualquer ação para informar e 
formar os trabalhadores sobre possíveis riscos de acidentes, limitando-se apenas ao uso 
de EPI’s, por ser uma obrigatoriedade, maioria dos trabalhadores, 06 deles, afirmam 
também que as auditorias, apenas observam o uso do EPI, pelos trabalhadores. 
 
21 
 
3. Comunicação 
Nessa categoria de análise, levaram em consideração as questões seguintes: 
Quadro 5. Fator Comunicação desagregado 
Aspecto 03: Comunicação 
 A B C D E 
O Empreendimento divulga notícias e informações sobre saúde e segurança 
no trabalho? 07 00 04 00 00 
Há no empreendimento algum veículo de comunicação (digital ou impressa) 
que sejam divulgadas informações sobre o tema? 
09 00 01 00 00 
As informações sobre SST divulgadas limitam-se apenas as determinações 
legais (uso do EPI, CIPA)? 
11 00 00 00 00 
Notícias sobre SST, são divulgadas apenas quando ocorrem acidentes graves? 
09 02 00 00 00 
A comunicação sobre SST chega com facilidade a todos os trabalhadores? 
11 00 00 00 00 
RESPOSTAS DOS COOPERADOS 
47 02 05 00 00 
Fonte: Elaboração própria a partir da tabulação dos dados. 
A análise feita a partir da pesquisa de campo nos remete a uma maturidade em estágio 
proativo, quanto à comunicação na COOPATAN, esse alto grau se deve a facilidade de 
comunicar entre todos os trabalhadores, embora não tenha um veículo de comunicação 
digital, mas sempre há informativos impresso no mural da cooperativa para que todos 
acessem. Este espaço é utilizado para divulgar informações sobre acidentes, 
principalmente de grandes proporções, com a finalidade de impactar os trabalhadores e 
dessa forma causar maior conscientização sobre a importância de prevenção dos 
acidentes. 
Enfatizando essa informação, a direção ressalta; 
Sempre divulgamos as informações, principalmente sobre acidentes para todos 
os trabalhadores, como forma de incentivá-los a usar os EPI’S de maneira 
correta e frequente, e também sempre estar atentos aos cuidados essenciais 
para evitar possíveis problemas no seu local de trabalho. (DIREÇÃO, 
COOPATAN, 2016) 
Um trabalhador diz; 
Nunca tivemos casos de acidentes grave aqui, os maquinários são considerados 
seguro, pois são encapsulados, e todos recebem treinamentos para manusear 
corretamente, inclusive quando está em funcionamento, outras pessoas são 
proibidas de ficar na fábrica de farinha, só os funcionários podem permanecer 
no local. (TRABALHADOR 4, COOPATAN, 2016). 
O fator comunicação apresenta uma predominância do valor A, indicando um estágio 
Proativo, no qual mostra resultados satisfatórios quanto ao tratamento dado a saúde dos 
 
22 
 
trabalhadores por parte da Cooperativa, pois a ausência de acidentes é um ponto forte e 
positivo que mostra uma preocupação da cooperativa com os trabalhadores. 
4. Comprometimento 
Uma boa cultura de segurança não se desenvolverá sem o comprometimento da gerência, 
por isso, é particularmente importante que o corpo gerencial demonstre 
comprometimento. 
Gonçalves Filho (2011) ressalta que o comprometimento é evidenciado pela proporção 
de recursos (tempo, dinheiro, pessoas) e suportes alocados para a gestão da segurança do 
trabalho, pelos status da segurança do trabalho em relação à produção, pela existência de 
um Sistema de Gestão da Segurança do Trabalho, em que constam a visão e objetivos da 
organização, definição de responsabilidades, a política de treinamento e qualificação, 
procedimentos, recompensas, sanções e auditorias. O verdadeiro comprometimento 
significa mais que políticas escritas e mencionar a importância da segurança do trabalho 
nos discursos, precisa haver coerência entre as palavras e a realidade (DEJOY et al., 2004; 
FLIN et al., 2000; AIEA, 2002b; OLIVE, O’CONNOR; MANNAN, 2006, apud 
GONÇALVES FILHO, 2011). 
Para obtenção de resultados nessa categoria, o questionário explorou questões relativas 
às ações e investimentos feitos, a fim de investigar o quão o empreendimento está 
comprometido com relação à saúde e segurança dos trabalhadores; 
Quadro 6. Fator Comprometimento desagregado 
 
Aspecto04: Comprometimento 
 A B C D E 
O Empreendimento realiza ações para promover a saúde e segurança dos 
associados /colaboradores? 02 00 02 00 07 
Existe um comprometimento dos membros da gestão no que diz respeito 
à prevenção de doenças e acidentes? 02 01 00 00 08 
Você se preocupa com aspectos de segurança no desenvolvimento da 
sua atividade laboral? 11 00 00 00 00 
Existe entre seus colegas uma preocupação no cumprimento das regras 
para a prevenção de acidentes? 08 02 00 00 00 
As atividades sobre SST são previamente planejadas, independente de 
riscos ou ocorrência de acidentes? 08 02 00 00 00 
RESPOSTAS DOS COOPERADOS 31 05 02 00 15 
Fonte: Elaboração própria a partir da tabulação dos dados. 
Nesse fator, a Cooperativa apresenta um elevado número de respostas A, indicando um 
estágio proativo. O indicativo de proatividade nesse fator se dá por três vertentes: a 
preocupação do trabalhador com aspectos de segurança no desenvolvimento da atividade 
 
23 
 
laboral, a preocupação no cumprimento das regras para a prevenção de acidentes, bem 
como o planejamento prévio das atividades sobre SST, independente dos riscos ou 
ocorrência de acidentes por parte da maioria dos trabalhadores. Contudo, nos outros 
aspectos abordados há um envolvimento menor, tanto por parte dos trabalhadores como 
dos gestores, isso fica perceptível nas respostas dadas pelos trabalhadores, 07 dos 11 
entrevistados responderam que o empreendimento não realiza nenhuma ação com a 
finalidade de promover a saúde dos trabalhadores. 
Os trabalhadores também não identificam comprometimento dos membros da gestão no 
que diz respeito à prevenção de doenças e acidentes, 08 dos 11 trabalhadores que 
responderam ao questionário, disseram que falta mais comprometimento dos gestores. 
Os gestores daqui tem a preocupação com nossa segurança, mas falta mais 
comprometimento, com investimentos em cursos e treinamentos, que a 
Cooperativa não faz. (TRABALHADOR 5, COOPATAN, 2016). 
 
Embora haja uma predominância de valores que indicam um estágio Proativo, a 
cooperativa está no estágio Patológico, também nesse aspecto, isso porque a 
COOPATAN não faz investimentos em ações para melhoria das questões de SST, não 
realiza treinamentos frequentes e não tem uma equipe para cuidar das questões 
relacionadas à saúde e segurança dos trabalhadores. 
Aqui é bom, em comparação a outros lugares que alguns de nós já trabalhou, 
nunca nos acidentamos, mas queríamos ter maior conhecimento e aprender 
mais sobre como nos prevenir sobre possíveis riscos de acidentes. 
(TRABALHADOR 6, COOPATAN, 2016). 
5. Envolvimento (dos trabalhadores) 
Esse fator se refere à envoltura dos trabalhadores em todos os aspectos relacionados ao 
seu ambiente de trabalho, como acidentes, ou qualquer premissa que lhe diz respeito. 
Nesse sentido envolve todas as questões relativas ao seu trabalho, de maneira 
participativa, como a investigação, análise e identificação de possíveis riscos no 
ambiente, bem como elaboração de ferramentas e mecanismos para prevenção e resolução 
de possíveis problemas advindos da atividade executada. 
As questões que compõe esse fator buscou investigar o quanto os trabalhadores da 
cooperativa se envolvem em questões relacionadas a SST, e a importância dada pelos 
trabalhadores; 
Quadro 7. Fator Envolvimento desagregado 
 
24 
 
 
Aspecto 05: Envolvimento dos trabalhadores (associados) 
 A B C D E 
Os trabalhadores participam das atividades que envolvem questões 
sobre saúde e segurança no ambiente de trabalho? 07 03 00 00 00 
Em sua opinião a questão da saúde e segurança no ambiente do trabalho 
é importante para o Empreendimento? 07 00 03 00 00 
Em sua opinião os seus colegas veem a questão da saúde segurança no 
trabalho, como importante? 01 03 06 00 00 
Os seus colegas acham a temática da SST importante e adotam medidas 
de segurança? 03 02 03 00 01 
Em sua opinião os trabalhadores (associados e colaboradores), adotam 
medidas de segurança por obrigatoriedade? 06 03 00 00 00 
Você acredita que investir em medidas de segurança no ambiente de 
trabalho é importante para a qualidade de vida do trabalhador? 09 00 00 00 00 
RESPOSTAS DOS COOPERADOS 33 11 12 00 01 
Fonte: Elaboração própria a partir da tabulação dos dados. 
A maturidade da cultura explicitada nos dados, verte sobre questões importantes, como a 
participação assídua dos trabalhadores nas atividades que envolvem questões sobre saúde 
e segurança no ambiente de trabalho, o olhar dos trabalhadores frente à importância dada 
à questão da saúde e segurança no ambiente do trabalho para o empreendimento. 
A direção afirma que: 
A auditoria para segurança no trabalho e PPRA, acontece anualmente. Paralelo 
a isso todos os dias na cooperativa é feita auditorias em todos os setores, por 
uma funcionária, verificando o uso correto do EPI, caso algum trabalhador não 
esteja usando, este é notificado, com advertência, quando a cobrança deixa de 
ser feita, alguns trabalhadores deixam de usar o EPI. (DIREÇÃO, 
COOPATAN, 2016). 
Apesar dos dados mostrarem uma maturidade em estágio Proativo nesse aspecto, a 
afirmação da direção acima, mostra de maneira contraditória, um baixo grau de 
maturidade na importância do uso de EPI, o que é fundamental para a prevenção de 
doenças e de acidentes. Quando existe uma maturidade elevada a prevenção torna-se um 
hábito para os trabalhadores, e não uma obrigatoriedade. 
Essa proatividade inicial nos resultados se deve ao fato da grande maioria dos 
trabalhadores demonstrarem interesse em questões sobre SST, bem como têm interesse 
em participar de todas as ações a respeito da saúde e segurança em seu local de trabalho. 
Contudo o fato dos trabalhadores verem os aspectos da SST como pouco relevantes e 
adotarem medidas preventivas por obrigatoriedade nos faz inferir um nível de maturidade 
reativo. 
 
 
 
25 
 
Considerações Finais 
Os relatos históricos da literatura a cerca da SST, mostram-se benéficos para o 
trabalhador, que muitas vezes foi submetido a condições precárias de trabalho. A criação 
de leis e medidas protetivas que asseguram os direitos trabalhistas é sem dúvidas um 
grande marco na vida e bem estar do trabalhador. Embora avanços importantes tenham 
ocorrido, há muito que ser feito, pois ainda em dias atuais os índices de acidentes 
provenientes da atividade trabalhista são muito altos, o que gera prejuízos tanto para o 
trabalhador como para o empreendimento. 
O movimento cooperativista emergido em meados do século XVIII, na Inglaterra, em 
resposta as condições precárias de trabalho advindas da revolução industrial, trouxe um 
grande alento para os trabalhadores da época, buscando uma forma mais justa e saudável 
para o trabalhador. Contudo, ainda hoje percebe-se que muitas vezes a preocupação com 
a segurança no trabalhado está muito aquém quanto aos princípios da doutrina 
cooperativista. 
As cooperativas em sua maioria enfrentam muitas dificuldades financeiras, o que muitas 
vezes se justifica o fato da saúde e segurança do trabalhador ser deixada de lado. Essas 
considerações se tornam preocupantes à medida que os cuidados com a vida e segurança 
dos trabalhadores/sócios ficam estagnados, dando espaço aos interesses econômicos, uma 
vez que medidas preventivas só são tomadas para competirem com empreendimentos de 
tradicionais. 
As cooperativas enquanto sociedade de natureza autônoma, ou seja, o cooperado é dono 
e usuário, não é fiscalizada por um sindicato de trabalhadores. Além disso, também se 
resguarda da obrigatoriedade prevista em lei de ter uma CIPA estabelecida no 
empreendimento caso o número de funcionários seja inferior ao exigido por lei, essa é 
uma brecha que põe a COOPATAN em uma posição de conforto, quanto aos cuidados 
com a saúde e segurança do trabalhador. 
A pesquisa na COOPATAN traz uma breve noção de como é tratada a temática nosempreendimentos solidários, pois as análises feitas através da aplicação de questionário, 
observação do ambiente e entrevista com a direção e os trabalhadores demonstram 
diferentes estágios dentro dos fatores analisados. 
 
26 
 
O relato da direção quanto a dificuldade em manter os trabalhadores sempre ativos nos 
cuidados mais simples, como o uso de EPI, nos remete para uma fraca maturidade da 
cultura da saúde e segurança do trabalho. Muito embora a maioria das categorias de 
análise ilustrem por meio dos dados uma forte maturidade, de modo que foi levado em 
consideração a visão da pesquisadora, a partir da observação do local analisado. 
Portanto, conclui-se que a COOPATAN ainda está em um estágio Patológico, em que não 
há ações eficientes que culminem em melhorias para a saúde e segurança do trabalhador, 
independente da ocorrência e gravidade de acidentes. O fato de não ter ocorrência de 
acidentes põe a cooperativa em um estado de conforto, deixando de lado medidas 
importantes que devem ser implantadas para garantir maior segurança e bem estar no 
ambiente de trabalho. 
Apesar de impasses na implantação de um conjunto de ações por parte da Cooperativa 
para garantir um ambiente saudável para os trabalhadores, existe um diálogo que 
demonstra interesse em inserir ferramentas e medidas que contribuam para preservação 
da saúde e bem estar dos trabalhadores e também ampliar e aperfeiçoar as medidas 
existentes, para que os trabalhadores passem a interiorizar um comportamento 
prevencionista em seu dia a dia, para que hábitos como o uso dos EPI’s e EPC’s, se tornem 
algo comum na rotina de trabalho e não uma obrigação, que exija punições para o 
cumprimento efetivo. 
 
 
27 
 
REFERÊNCIAS 
 Acidentes de trabalho no Brasil em 2014: comparação entre dados selecionados 
da Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE (PNS) e do Anuário Estatístico da Previdência 
Social (AEPS) do Ministério da Previdência Social. Disponível em: 
http://www.fundacentro.gov.br. Acesso em: 08/07/2016. 
Anuário Estatístico da Previdência Social Brasília, AEPS 2014, v.23 p.1-890 
250 
A Criação Da CLT. Disponível em: http://www.tst.jus.br. Acesso em: 
04/07/2016. 
ALVES, André Gustavo de Miranda Pinel. As cooperativas agropecuárias e o 
BRDE: histórico, situação atual e perspectivas. Novembro de 2003. 
Avaliação do Grau de Autogestão dos Empreendimentos Econômicos 
Solidários: elaboração de um modelo de análise. Disponível em: 
http://www.bdtd.ufscar.br. Acesso em 17 de novembro de 2015. 
CHAGAS, Ana Maria de Resende, SALIM, Celso Amorim, SERVO, Luciana 
Mendes Santos. Saúde e segurança no trabalho no Brasil: aspectos institucionais, 
sistemas de informação e indicadores. Brasília; IPEA, 2011 396 p. 
CEMBRANEL, Priscila. et. al. Acidentes de trabalho e saúde do trabalhador: A 
Importância do Desenvolvimento de uma Cultura da Segurança. Produção em 
Foco, v. 1, n. 1, p. 88,105 jan./jun. 2011 
COOPERATIVISMO, CONCEITOS E PRINCÍPIOS. Disponível em: 
http://www.ocergs.coop.br. Acesso em: 25/01/2016 
CRUZ, Francisco Silva; AZEVEDO, Alessandra. TRABALHO SEGURO. 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Tecnologia em Gestão de 
Cooperativas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Cruz das Almas: Bahia. 
FERREIRA, Leandro Silveira; PEIXOTO, Neverton Hofstadler, Trabalho 
Seguro I. Santa Maria: UFSM, CTISM, Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil, 
2012.151 p. 
SILVA JR, Jeová Torres; MÂSIH, Rogério Teixeira; CANÇADO, Airton 
Cardoso; SCHOMMER, Paula Chies. GESTÃO SOCIAL PRÁTICAS EM DEBATE, 
Teorias em Construção. Juazeiro do Norte, julho de 2008, 1º edição. Disponível em: 
http://gestaosocial.paginas.ufsc.br/files/2011/07/Livro-1. Acesso em: 17 de novembro 
de 2015. 
GONÇALVES FILHO, Anastácio Pinto. Cultura e gestão de segurança no 
trabalho em Organizações industriais: uma proposta de Modelo. Tese de doutorado 
apresentado ao curso de Engenharia Industrial da Universidade Federal da Bahia, 
Faculdade Politécnica, Salvador, 2011. 
GONÇALVES, Everton Neves; MEYER Samantha Ribeiro; VIEIRA, Susana 
Camargo. Direito Econômico e Desenvolvimento. Aracaju, SE, 2015 
História do cooperativismo. Disponível em: www.bahiacooperativo.coop.br. 
Acesso em: 09/03/2017 
 Mapeamento das EES. Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br. 
Acesso em: 08/07/2016 
 NARDI, Henrique Caetano. Saúde do Trabalhador. In: CATTANI, A. 
D. (org.) (1997) Trabalho e tecnologia, dicionário crítico. Petrópolis: Editora Vozes; 
Porto Alegre: Ed. Universidade, 219-224. 
PONTES, Luiz Carlos de Souza; HONORIO, Luiz Carlos. Cultura De 
Segurança E Suas Implicações Na Prevenção De Acidentes Do Trabalho: Estudo 
De Caso Em Uma Empresa Do Setor Metalúrgico. Dissertação apresentada ao Curso de 
http://www.tst.jus.br/
http://www.ocergs.coop.br/
http://www.bahiacooperativo.coop.br/
http://repositorio.ipea.gov.br/
 
28 
 
Mestrado Acadêmico em Administração da Faculdade Novos Horizontes, Belo 
Horizonte 2008. 
Ramos do Cooperativismo Brasileiro. Disponível em: 
http://www.paranacooperativo.coop.br/ppc/index.php/sistema-ocepar/2011-12-05-11-
29-42/2011-12-05-11-43-09. Acesso em: 31 de outubro de 2016. 
Regras da CIPA: Como Funciona a NR 5. Disponível em: 
http://www.cipaonline.com.br/blog/regras-da-cipa-como-funciona-a-nr-5/. Acesso em: 
21/01/2017 
Revista Contexto & Educação. Pesquisando Saberes na e Para a Autogestão. 
Disponível em: http://revistas.unijui.edu.br. Acesso em: 17 de novembro de 2015. 
ROCHA, Silvy Helena Tavares. O Clima Organizacional e sua Influência na 
Qualidade de Vida no Trabalho: Um Estudo de Caso na Direção Geral do Ambiente. 
Cidade da Praia, Cabo Verde, Junho de 2013. 
SALES, João Eder. Cooperativismo: Origens e Evolução. Revista Brasileira de 
Gestão e Engenharia. Jan-jun. 2010. Disponível 
em:http://www.periodicos.cesg.edu.br/index.php/gestaoeengenharia. Aceso em: 
04/07/2016 
SANTOS, Álvaro Moura; AZEVEDO Alessandra B. Saúde E Segurança Do 
Trabalho: Como Ocorre O Gerenciamento Dos Riscos na COOPAMIDO. Trabalho de 
conclusão de curso apresentado ao curso de Tecnologia em Gestão de Cooperativas da 
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Cruz das Almas, Bahia. 2013. 
SOUZA, Sueline; AZEVEDO, Alessandra B. Saúde e Segurança do 
Trabalhador: uma questão a ser debatida dentro das cooperativas. Trabalho de 
conclusão de curso apresentado ao curso de Tecnologia em Gestão de Cooperativas da 
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Cruz das Almas: Bahia. 
TRINDADE, Vandilce Pereira. A Relevância Da Prevenção Do Acidente De 
Trabalho Para O Crescimento Organizacional. Trabalho de Conclusão de Curso, 
apresentado ao Curso de Serviço Social da Universidade da Amazônia, Belém – Pará, 
2001. 
VEIGA, Sandra Mairink; FONSECA, Isaque. Cooperativismo, Uma 
Revolução Pacifica Em Ação. Rio de Janeiro, 2001. 
http://www.paranacooperativo.coop.br/ppc/index.php/sistema-ocepar/2011-12-05-11-29-42/2011-12-05-11-43-09
http://www.paranacooperativo.coop.br/ppc/index.php/sistema-ocepar/2011-12-05-11-29-42/2011-12-05-11-43-09
http://www.cipaonline.com.br/blog/regras-da-cipa-como-funciona-a-nr-5/
http://www.periodicos.cesg.edu.br/index.php/gestaoeengenharia
 
29 
 
Apêndice A 
Questionário Aplicado em Visita Técnica aos Trabalhadores da COOPATAN 
 
 
Aspecto 01: Informação 
 A B C D E 
Os trabalhadores possuem algum meio para relatarem 
possíveis problemas em suas atividades? 
 
Os trabalhadores se sentem à vontade para relatar 
dificuldades no trabalho e risco de acidentes aos dirigentes 
do empreendimento? 
 
Os trabalhadores são informados sobre a quantidade de 
pessoas que se acidentam ou adoecem por causa do trabalho 
que desenvolvem? 
 
A Organização possui mecanismos de contabilização de 
acidentes e doenças provenientes da atividade laboral? 
 
A Organização possui outros índices de desempenho da 
segurança no ambiente de trabalho, além dos índices de 
acidentes ocorridos?

Continue navegando