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AÇÕES DE ENFERMAGEM NO ESTADO DE CHOQUE Prof. Dr. Jailson Freitas DEFINIÇÃO “Desarranjo grosseiro da máquina da vida” (SAMUEL GROSS, 1872) O choque continua tendo um papel central como uma grande causa de morbidade e mortalidade no paciente traumatizado. FISIOLOGIA DO CHOQUE ✓ As células mantêm suas funções metabólicas normais ao produzir e usar energia na forma de ATP. ✓ O método mais eficiente de gerar essa energia necessária é por meio do metabolismo aeróbico. ✓ O metabolismo anaeróbico em contraste ao aeróbico ocorre sem uso de O2. Usando gordura como fonte de energia. ✓ Produzindo assim quantidades significativamente menor de energia. Metabolismo Aeróbico : Produz 32 ATP a partir de O2 e Glicose + > CO2 e H2O Metabolismo Anaeróbico: Produz 2 ATP a partir gordura corporal => Acido láctico FONTE: PHTLS, 2017. FISIOPATOLOGIA DO CHOQUE HIPOPERFUSÃO SISTEMA CARDIOVASCULAR NEURO ENDÓCRINO SISTEMA RENINA, ANGIOTENSINA, ALDOSTERONA SOCORRISTA METABÓLICO E CELULARES INFLAMATÓRIO MONÓCITOS, MACRÓFAGOS NEUTRÓFILO, LINFÓCITOS LESÃO ENDOTELIALRESPOSTA COAGULANTE ESTASE MICRO/ MACROVASCULAR, TROMBOSE, MAIS LESÃO MORTE catecol Rec (a-b) Ino/ Cron Vasoconstrição periférica SNS ADRENAL CORTIZOL H/HIPOT ADH CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE TRAUMÁTICO CARDIOGÊNICO HIPOVOLÊMICO DISTRIBUTIVO Falta de sangue (hemorragia, desidratação) ausência de líquido dentro do vaso Arritmia, FA, Trauma no coração, tensão torácica, derrame, afogamento, engasgo, hipoglicemia, falta de nutrientes e etc. Anafilático Séptico Neurogênico Existe uma perda da resposta simpática. Tônus vascular cai. Temos uma resposta infecciosa favorecendo ao endotélio vascular perder a permeabilidade. Temos uma resposta inflamatória do endotélio permitindo o extravasamento gerando edema. Muito embora de longe, a causa de choque mais comum ao doente traumatizado é a hemorragia, e a abordagem mais segura no controle do doente traumatizado em choque é considerar se a causa do choque é hemorrágico até que se prove o contrário. (PHTLS, 2017). (PHTLS, 2017). Adaptado por American College of Surgeons Committee on Trauma. Em geral, pacientes I devemos MONITORIZAR e II POSSIVELMENTE necessitam de reposição de hemoderivados. Já classe III TRANSFUNDIR e IV transfusão MASSIVA. DIURESE >30 ml/h 20 - 30 5 - 15 Desprezível A hemorragia pode ser externa (visível) ou interna. As causas mais comuns de hemorragia são: ✓Trauma; ✓Obstetrícia / parto; ✓Gastrointestinal; ✓Pós-operatório; ✓Ruptura de aneurisma de aorta. (PHTLS, 2017). (PHTLS, 2017). Estas medidas devem começar o mais cedo possível, de preferência ainda no pré-hospitalar *O REBOA é um dispositivo ainda experimental que é colocado de modo endovascular na aorta e interrompe o fluxo acima do ponto de ruptura ou sangramento, mantendo perfusão sistêmica e reduzindo perdas, até que se proceda com a cirurgia reparadora. .....A hemorragia leva à hipovolemia e vasoconstrição, com má perfusão sistêmica. Há liberação de mediadores inflamatórios e de lactato, além de dano endotelial. A cascata da coagulação é ativada, e pode haver disfunção, tanto para mais (hipercoagulabilidade) como para menos (coagulopatia). Além disso, a hipotermia pode agravar a hipotensão, a acidose e a coagulopatia. A ressuscitação é um conjunto de medidas que visa restaurar a perfusão através da reposição volêmica e medidas adjuvantes para reverter acidose lática e coagulopatia, bem como a manutenção da temperatura corporal. Obtenha rapidamente dois acessos venosos periféricos calibrosos (14 ou 16G). TRECHO DO ARTIGO “Abordagem prática ao choque hemorrágico: o que precisamos saber” Gismond, 2018. (PHTLS, 2017). SINAIS ASSOCIADOS AOS TIPOS DE CHOQUES (PHTLS, 2017). ESTRATÉGIAS GERAIS DE TRATAMENTOS DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO No atendimento pré-hospitalar são mantidas as prioridades ABCDE do trauma com foco na garantia de oxigenação. Embora quando em situação de SANGRAMENTO VISÍVEL o XABCDE será prioritário para controle de hemorragias. Dessa forma, deverá seguir os seguintes passos: pressão manual direta no local da lesão - curativos compressivos - torniquetes (extremidades) - agente hemostático (tronco). ESTRATÉGIAS GERAIS DE TRATAMENTOS DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO Geralmente, o tratamento definitivo das lesões é realizado no centro cirúrgico, por isso o transporte não deve ser retardado. Um dos principais diagnósticos de enfermagem encontrado em pacientes com choque hipovolêmico é o Volume de líquidos deficiente e as principais intervenções de enfermagem são: ✓ Monitoramento dos parâmetros hemodinâmicos, nível de consciência e perdas volêmicas; ✓ Estabelecimento de acessos venosos periféricos calibrosos e infusão rápida de cristaloides; ✓ Cateterismo vesical de demora; ✓ Assistência na administração de sangue e hemoderivados; ✓ Promoção do conforto. (SALLUM; PARANHOS, 2010; SMELTZER et al., 2011). ESTRATÉGIAS GERAIS DE TRATAMENTOS DO CHOQUE CARDIOGÊNICO É caracterizado pela “falha da bomba cardíaca”, isto é, pela incapacidade de o miocárdio realizar o débito cardíaco eficaz para proporcionar a demanda metabólica do organismo, gerando hipoperfusão tecidual generalizada: SMELTZER et al., 2018. ESTRATÉGIAS GERAIS DE TRATAMENTOS DO CHOQUE CARDIOGÊNICO SMELTZER et al., 2018. ✓ Etiologias: distúrbio do ritmo ou da condução (arritmias), desordem estrutural (infarto agudo do miocárdio - IAM, lesões valvares, miocardiopatias, miocardites) e ação de determinadas toxinas (sepse); ✓ Fatores de risco: IAM pregresso, insuficiência cardíaca congestivas, miocardiopatias, arritmias, distúrbios eletrolíticos. ESTRATÉGIAS GERAIS DE TRATAMENTOS DO CHOQUE CARDIOGÊNICO PHTLS, 2017; SMELTZER et al., 2018. ✓As principais ações de enfermagem são destacadas a seguir: ❖ Afastar a causa base; ❖Monitorização hemodinâmica; ❖ Realizar ausculta cardíaca e pulmonar: hipofonese de bulhas e crepitação (sinais de edema agudo de pulmão); ESTRATÉGIAS GERAIS DE TRATAMENTOS DO CHOQUE CARDIOGÊNICO PHTLS, 2017; SMELTZER et al., 2018. ❖ Avaliação e manejo da dor; ❖ Estabelecimento de acessos venosos calibrosos; ❖ Administração parcimoniosa de líquidos (devido ao risco de sobrecarga de líquidos); ❖ Providenciar exames, p. ex. eletrocardiograma, gasometria arterial; ❖ Administração de drogas vasoativas: dopamina, dobutamina, nitroglicerina; ❖Monitorar nível de consciência; ❖Monitorização do funcionamento do BIA: balão intra-aórtico. ESTRATÉGIAS GERAIS DE TRATAMENTOS DO CHOQUE ANAFILÁCTICO PHTLS, 2017; SMELTZER et al., 2018. É causado por uma reação alérgica grave quando os pacientes que já produziram anticorpos (IgE) para uma substância estranha (antígeno) desenvolvem uma reação antígeno anticorpo sistêmica (de hipersensibilidade do tipo I). Esse processo requer que o paciente tenha sido previamente exposto à substância. ESTRATÉGIAS GERAIS DE TRATAMENTOS DO CHOQUE ANAFILÁCTICO PHTLS, 2017; SMELTZER et al., 2018. Desenvolve-se em minutos até 1h e em 12h os sintomas podem retornar mais ou menos severos. As principais células envolvidas são mastócitos, eosinófilos e basófilos e os mediadores oriundos de sua degranulação (histamina, prostaglandinas, bradicinina, leucotrienos, proteína catiônica principal, etc.). ESTRATÉGIAS GERAIS DE TRATAMENTOS DO CHOQUE ANAFILÁCTICO PHTLS, 2017; SMELTZER et al., 2018. Principais sinais e sintomas associados: ❖ Edema de glote; ❖ Tosse e dispneia; ❖ Rouquidão; ❖ Estridor, sibilos, roncos e crepitações; ❖ Prurido; ❖ Urticária e angioedema; ❖ Sensação de calor. ESTRATÉGIAS GERAIS DE TRATAMENTOS DO CHOQUE NEUROGÊNICO E OBSTRUTIVO PHTLS, 2017; SMELTZER et al., 2018. O choque neurogênico é um tipo de choque distributivo, no qual a vasodilatação ocorre como consequência de uma perda do equilíbrio entre as estimulações parassimpática e simpática. Comum no cenário do trauma em lesões toracolombares. Não háestreitamento da pressão de pulso e possui como características que o diferenciam dos outros tipos de choque a bradicardia, pele rósea e quente ESTRATÉGIAS GERAIS DE TRATAMENTOS DO CHOQUE NEUROGÊNICO E OBSTRUTIVO PHTLS, 2017; SMELTZER et al., 2018. O choque obstrutivo ocorre quando existe uma oclusão ao fluxo de sangue nos grandes vasos. Citaremos a seguir as principais causas e os respectivos tratamentos: ❖ Tamponamento cardíaco: pericardiocentese; ❖ Embolia pulmonar: anticoagulação sistêmica e trombólise; ❖ Pneumotórax hipertensivo: toracostomia ou descompressão torácica. (PHTLS, 2017). PERDA APROXIMADAMENTE DE SANGUE INTERNO ASSOCIADA A FRATURAS TIPO DE FRATURA PERDA SANGUÍNEA INTERNA (mL) Costela 125 Rádio ou Ulna 250 a 500 Úmero 500 a 750 Tíbia ou Fíbula 500 a 1.000 Fêmur 1.000 a 2.000 Pelve 1.000 a Massiva ATIVIDADE PRÁTICA ✓ MENSURAÇÃO DE PVC e PIA
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