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Comentários técnicos ibracon nbr6118

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PUBLICAÇÕES TÉCNICAS IBRACON 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comentários Técnicos e Exemplos de Aplicação da 
 
NB-1 
 
NBR 6118:2003 Projeto de estruturas de concreto – 
Procedimento 
 
 
 
 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LOGOTIPO DOS PATROCINADORES E DAS 
EMPRESAS SÓCIAS DO IBRACON 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3
IBRACON 
Instituto Brasileiro do Concreto 
Fundado em 23 de junho de 1972 
Lema: “Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento 
do Concreto e da Construção Civil” 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comentários Técnicos e Exemplos de Aplicação da NB-1 
 
NBR 6118:2003 Projeto de estruturas de concreto – Procedimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISBN: 
 
 
Autores: Fernando Rebouças Stucchi, Alio Ernesto Kimura, Antonio Bugan, Antonio Carlos Laranjeiras, Antranig 
Muradian, Arthur L. Pitta, Augusto Vasconcelos, Claudinei Pinheiro Machado, Daniel Domingues Loriggio, Eduardo 
Thomaz, Eugênio Cauduro, Fernando Fernandes Fontes, Francisco Graziano, Inês Laranjeira da Silva Battagin, 
João Bosco, João Carlos Della Bella, Joaquim Mota, José Augusto da Silva Gante, José Celso da Cunha, José Luiz 
Melges, José Martins Laginha, José Zamarion Ferreira Diniz, Lauro Modesto dos Santos, Leonardo de Araújo dos 
Santos, Libânio Miranda Pinheiro, Lídia Shehata, Luiz Aurélio Fortes da Silva, Luís Cholfe, Marcelo Waimberg, 
Marcio A. Ramalho, Marcio R. S. Correa, Mario Franco, Mauro Vasconcelos Real, Nelson Covas, Nílvea Bugno 
Zamboni, Paulo Roberto do Lago Helene, Ricardo Gaspar, Ricardo Leopoldo e Silva França, Roberto Buchaim, Ruy 
Nobhiro Oyamada, Sérgio Cifú, Sergio Hampshire, Sérgio Mangini, Sergio Stolovas, Túlio Nogueira Bittencourt, 
Waldemar dos Santos Jr., Wanda Vaz. 
 
 
 4 
 
 
 
Comentários Técnicos e Exemplos de Aplicação da NB-1 NBR 6118:2003 Projeto de estruturas de concreto – 
Procedimento – São Paulo: IBRACON, 2006 
268 páginas 21cm x 29,7cm 
 
ISBN 
 
Concreto armado; Exemplos; Normalização; 
 
Comentários Técnicos e Exemplos de Aplicação da NB-1 NBR 6118:2003 Projeto de estruturas de concreto – 
Procedimento 
Direitos autorais do IBRACON 
 
Editora: IBRACON 
 
Rua Julieta do Espírito Santo Pinheiro, 68 – Jardim Olímpia 
São Paulo – SP – Brasil. 
05542-120 
 
 
 
 
Impressão: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5
 
 
 
 
Fundado em 1972 
 
 
 
 
Missão do Ibracon 
 
 
 
 
 
Divulgar a tecnologia do concreto e desenvolver o seu mercado, articulando seus agentes, em benefício 
dos consumidores e da sociedade em geral, em harmonia com o meio ambiente. 
 
 
Diretoria 
Biênio 2005/2007 
 
 
Diretor Presidente 
Paulo Roberto do Lago Helene 
 
Assessores da Presidência 
Alexandre Baumgart 
Augusto Carlos de Vasconcelos 
Jorge Batlouni Neto 
Martin Eugênio Sola 
Ruy Ohtake 
 
Diretor 1º Vice Presidente 
Claudio Sbrighi Neto 
 
Diretor 2º Vice Presidente 
Eduardo Serrano 
 
Diretor 3º Vice Presidente 
Mário William Esper 
 
Diretor 1º Secretário 
Antônio Domingues de Figueiredo 
 
Diretor 2º Secretário 
Sonia Regina Freitas 
 
Diretor 1º Tesoureiro 
Luiz Prado Vieira Júnior 
 
Diretor 2º Tesoureiro 
Laércio Amâncio de Lima 
 
Diretor de Eventos 
Luiz Rodolfo Araújo de Moraes Rêgo 
 
Diretor de Marketing 
Wagner Roberto Lopes 
 
Diretor Técnico 
Rubens Machado Bittencourt 
 
Diretor de Relações Institucionais 
Paulo Fernando Araújo da Silva 
 
Diretor de Publicações e Divulgação Técnica 
Ana Elisabete Paganelli Guimarães de Avila Jacintho 
 
Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento 
Túlio Nogueira Bittencourt 
 
Diretor de Cursos 
Juan Fernando Matias Martín 
 
Diretor de Informática 
Julio Timerman 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conselho Diretor 
 
Conselheiros Titulares Individuais 
 
Augusto Carlos de Vasconcelos 
Denise Carpena C. Dal Molin 
Túlio Nogueira Bittencourt 
Geraldo Cechella Isaia 
Cláudio Sbrighi Neto 
Rubens Machado Bittencourt 
Antônio Carlos Reis Laranjeiras 
Vladimir Antônio Paulon 
Luiz Prado Vieira Junior 
Ênio José Pazini Figueiredo 
 
 
Conselheiros Titulares Coletivos e Mantenedores 
 
ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland 
IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado 
de São Paulo 
FURNAS Centrais Elétricas S/A 
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – 
PCC/USP 
DEGUSSA 
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – 
PEF/USP 
Companhia Siderúrgica BELGO MINEIRA S/A 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 
Escola de Engenharia de São Carlos – EESC – USP 
ABESC – Associação Brasileira de Serviços de 
Concretagem 
GERDAU S/A ? (não está no site) 
 
 
Conselheiros Permanentes 
 
Paulo Roberto do Lago Helene 
Eduardo Antonio Serrano 
Selmo Chapira Kuperman 
José Zamarion Ferreira Diniz 
Ronaldo Tartuce 
Simão Priszkulnik 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
Prefácio 
 
O Instituto Brasileiro de Concreto – IBRACON tem como uma de suas principais atividades, 
elaborar e divulgar trabalhos técnicos que induzam à melhor prática do uso do concreto. 
 
Com esse enfoque, diversos tipos de documentos são preparados pelos Comitês Técnicos do 
IBRACON, dentre os quais encontram-se as Práticas Recomendadas, que consistem em 
documentos didáticos, apresentando soluções tecnicamente corretas para o uso do concreto. 
 
Uma Prática Recomendada IBRACON pode ser abrangente ou específica, em função de seu 
objetivo e, como neste caso, pode ser elaborada no intuito de esclarecer procedimentos 
relativos à aplicação de uma Norma Técnica. 
 
Esta publicação foi elaborada pelo CT-301 – Concreto Estrutural, que tem por objetivo avaliar 
continuamente o estado de avanço tecnológico do concreto estrutural, estimulando a pesquisa 
em seus campos de aplicação, além de estudar problemas específicos e inovações ocorridas 
nesses campos e elaborar recomendações sobre projeto e execução de obras em concreto 
estrutural. 
 
 
 
 
 
 
 
 3
 
Índice Página 
Prefácio 2 
Introdução 5 
Histórico 6 
Princípios básicos da nova NB-1 (NBR6118:2003) 8 
Tópicos novos da Norma 9 
Primeira Parte - Comentários Técnicos (Segunda Edição) 10 
C 1 Objetivo 11 
C 2 Documentos complementares 11 
C 3 Definições 11 
C 4 Simbologia 12 
C 5 Requisitos gerais da qualidade da estrutura e avaliação da conformidade do projeto 12 
C 6 Diretrizes para durabilidade das estruturas de concreto 17 
C 7 Critérios de projeto visando a durabilidade 22 
C 8 Propriedades dos materiais 29 
C 9 Comportamento conjunto dos materiais 33 
C 10 Segurança e estados limites 36 
C 11 Ações 37 
C 12 Resistências 48 
C 13 Limites para dimensões, deslocamentos e abertura de fissuras 48 
C 14 Análise estrutural 49 
C 15 Instabilidade e efeitos de segunda ordem 55 
C 16 Princípios gerais dimensionamento, verificação e detalhamento 56 
C 17 Dimensionamento e verificação de elementos lineares 57 
C 18 Detalhamento de elementos lineares 62 
C 19 Dimensionamento e verificação de lajes 65 
C 20 Detalhamento de lajes 73 
C 21 Regiões especiais 77 
C 22 Elementos especiais 79 
C 23 Ações dinâmicas e fadiga 83 
C 24 Concreto simples 84 
 4 
C 25 Interfaces do projeto com a construção, utilização e manutenção 87 
Bibliografia citada nos Comentários Técnicos 88 
Segunda Parte – Exemplos de Aplicação (Primeira Edição) 90 
Análise estrutural de edifício comercial incluindo cálculo das solicitações nos pilares e 
vigas do eixo 1 (exemplo de aplicação dos conceitos das seções 5, 6 e 11) 91 
Vigas de edifícios - Análise linear com redistribuição e análise plástica (exemplos de 
aplicação dos conceitos da seção 14) 119 
Análise Elástica com redistribuição limitada de solicitações (exemplos de aplicação dos 
conceitos da seção 14) 133 
Rigidez e rotação plástica de peças fletidas (exemplos de aplicação dos conceitos da 
seção 14) 140 
Pilares (exemplos de aplicação dos conceitos da seção 15) 155 
Verificação de vigas sujeitas à força cortante (exemplos de aplicação dos conceitos da 
seção 17) 197Estados limites de serviço em vigas de concreto armado (exemplos de aplicação dos 
conceitos da seção 17) 210 
Lajes (exemplos de aplicação dos conceitos da seção 19) 218 
Punção em lajes lisas (exemplos de aplicação dos conceitos da seção 19) 235 
 
 5
Introdução 
 
Esta Prática Recomendada IBRACON foi elaborada com a finalidade de complementar e 
esclarecer alguns aspectos dos procedimentos estabelecidos de maneira muito concisa na 
NBR 6118:2003. 
 
Optou-se por esta iniciativa, tendo em vista ser esta Norma um documento de uso obrigatório 
(Norma técnica) que regulamenta de forma clara, mas muito ampla, os requisitos que devem 
necessariamente ser cumpridos no Projeto de Estruturas de Concreto e, seguindo os preceitos 
normativos, facilitar a correta compreensão desses procedimentos e detalhar a análise de 
exemplos de aplicação que facilitem a elaboração desses Projetos. 
 
O escopo da nova Norma, que é ao mesmo tempo conservador e arrojado, contempla o 
concreto estrutural de classe de resistência até C50 em seu mais amplo espectro de 
aplicações, incorporando as mais modernas tendências e conceitos mundiais relativos a 
Projeto de Estruturas aos avanços já obtidos pelo País por sua tradição em construções de 
concreto. 
 
No intuito de aliar os necessários esclarecimentos e informações sobre as questões tratadas na 
NBR 6118:2003 a uma apresentação didática, esta Prática Recomendada IBRACON aborda o 
Projeto Estrutural a partir de uma análise específica de alguns requisitos, finalizando com uma 
visão global da concepção estrutural de um edifício. Este trabalho é composto de duas partes: 
 
Ø Comentários Técnicos (primeira parte) 
Ø Exemplos de Aplicação (segunda parte) 
 
Cumpre esclarecer que os Comentários Técnicos foram publicados em primeira edição no 
documento a seguir referenciado, tendo sido atualizados nesta nova versão: 
 
INSTITUTO BRASILEIRO DO CONCRETO. Prática Recomendada IBRACON – 
Comentários Técnicos NBR 6118:2003.São Paulo, junho de 2003, 67p. 
 
Os capítulos desta publicação mantêm correspondência com as seções identificadas pelo 
mesmo número na Norma, porém, quando se trata de comentários, a numeração dos capítulos 
e itens desta publicação é precedida pela letra “C”, para facilitar a identificação de referências 
no texto a itens da Norma ou dos Comentários. Quando em um capítulo desta Prática 
Recomendada IBRACON, a numeração dos itens não for seqüencial, significa que não há 
comentários específicos a respeito dos itens faltantes. No caso dos exemplos de aplicação, faz-
se uma referência à principal seção da norma tratada no exemplo, antes de iniciar sua 
apresentação. 
 
As tabelas e figuras desta Prática Recomendada IBRACON não guardam nenhuma correlação 
direta com as tabelas e figuras da NB-1, mesmo que apresentem a mesma numeração. 
 
Apenas para facilitar a compreensão, pequenos trechos de itens da Norma foram reproduzidos 
na parte relativa aos Comentários e encontram-se destacados em itálico e recuados com 
relação ao alinhamento do texto corrente desta Prática Recomendada IBRACON. 
 
 
 
 
 6 
Histórico 
 
Uma breve retrospectiva na história do desenvolvimento brasileiro mostra a influência da 
construção de estruturas de concreto e aponta para a publicação das primeiras normas 
técnicas no Brasil. 
 
Efetivamente já nas décadas de 20 e 30, o Brasil experimentou expressivo crescimento na área 
da construção civil, com a implantação das primeiras fábricas de cimento no País, a criação da 
Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP, em 1936) e a criação da Associação 
Brasileira do Concreto (ABC, em 1930), reunindo profissionais do meio técnico nacional, que 
por influência da imigração européia dominavam técnicas de construção em concreto armado 
consideradas avançadas para a época. 
 
O interesse em conhecer e controlar a qualidade dos cimentos nacionais, de custo muito 
inferior ao importado, aliado à cultura já disseminada no meio técnico nacional na arte de 
construir, levou à realização de Reuniões dos Laboratórios Nacionais de Ensaio de Materiais, 
com o objetivo de tratar do estabelecimento de normas brasileiras para ensaios de materiais de 
construção. Todas as reuniões realizadas foram acompanhadas pela revista CONCRETO 
(publicada pela ABC), que detalhava as fases de preparativos e as conclusões de cada 
reunião. Esses eventos tiveram grande importância no fortalecimento da engenharia nacional, 
reunindo expressivo grupo de profissionais ligados à construção: construtores, projetistas, 
professores, pesquisadores, representantes de órgãos públicos. 
 
A primeira Reunião dos Laboratórios Nacionais de Ensaios de Materiais foi realizada no Rio de 
Janeiro, em 1937, organizada pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT), envolvendo diversos 
laboratórios do País e contando já com a participação ativa da Associação Brasileira de 
Cimento Portland e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Na ocasião foram aprovadas as 
especificações e os métodos de ensaio para cimento Portland, cuja proposta fora apresentada 
pelo Engo. Ary Torres. Esses documentos foram oficializados por decreto do então Presidente 
Getúlio Vargas, tornando obrigatório seu uso em obras da iniciativa pública e posteriormente 
foram publicados como normas técnicas (EB-1 e MB-1) pela ABNT. 
 
Dando seqüência a esse trabalho, duas propostas inicialmente conflitantes deram origem à 
primeira norma brasileira de cálculo e execução de obras de concreto armado. O texto proposto 
pela ABC, então dirigida pelo Engo. José Furtado Simas, e a norma elaborada pelo Engo. 
Telêmaco Van Langendonck, para a ABCP, foram amplamente discutidos e divulgados, 
recebendo sugestões de renomados engenheiros. Na terceira Reunião dos Laboratórios 
Nacionais de Ensaios de Materiais foi aprovado o texto resultante da fusão dessas duas 
iniciativas, documento que recebeu a sigla NB-1, estabelecendo o início de atividades da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas, em 1940. 
 
A revista CONCRETO publicou um número especial dedicado à norma, onde fez um enorme 
elogio ao trabalho realizado pela comissão (REVISTA CONCRETO, n. 33, edição especial, 
1940): 
 
“ Detenham-se os leitores de CONCRETO em leitura minuciosa da Norma que acaba de ser 
aprovada e concluirão que estão de parabéns os técnicos brasileiros pela elaboração de tão 
valioso trabalho. 
 
A atual Norma Brasileira pode figurar entre as mais perfeitas do mundo inteiro e acompanha 
os resultados das mais modernas experiências realizadas sobre concreto armado. 
 
(...) Não se trata, assim, de uma tradução de regulamentos de outros países e sim de uma 
norma brasileira, elaborada por brasileiros. Fazemos questão de insistir neste ponto porque 
constitui um passo na realização da principal campanha de CONCRETO, iniciada desde seu 
 7
lançamento e que é a valorização de nossos empreendimentos em relação ao concreto 
armado.” 
 
Conforme resumiu o Engo. Lobo Carneiro, a NB-1:1940, embora ainda baseada no chamado 
“estádio II”, isto é, nas teorias elásticas e nos conceitos de tensão admissível, já incluía o 
cálculo na ruptura, no “estádio III”, para peças solicitadas à compressão axial e o admitia com 
restrições como alternativa para peças fletidas. O chamado “estádio III” já era nessa época 
objeto de debate entre os especialistas brasileiros e também de pesquisas em outros países, 
embora não figurasse em nenhuma norma oficial estrangeira. Ao acompanhar a evolução das 
normas estruturais brasileiras para concreto verifica-se que estas sistematicamente se 
anteciparam, de modo pioneiro, às normas de outros países, com a inclusão dos mais recentes 
avanços da tecnologia do concreto armado. 
 
Esse aspecto pioneiro das normas estruturais brasileiras se acentuou ainda mais com a visão 
da NB-1;1960, que além de adotar definitivamente como método principal o “cálculo de 
ruptura”, introduziu antes do CEB o conceito de “ resistência característica”, resultante da 
aplicação de critérios estatísticos aos ensaios de controle dequalidade de concreto. A partir de 
1960 tornou-se mais ativa a participação brasileira nos trabalhos do CEB e da RILEM. Em 
conseqüência dessa interação, a NB-1:1978 é inteiramente coerente com as Recomendações 
Internacionais do CEB da mesma época. 
 
Nunca, no entanto, modificações tão abrangentes e significativas foram realizadas como nesta 
revisão de 2003, que tornou a Norma restrita ao Projeto de Estruturas de Concreto, permitindo 
a utilização integral de recursos de software de forma a permitir uma análise global do 
comportamento da estrutura, e referenciando outros documentos para a execução das 
estruturas. A nova versão da NB-1 exigiu mudanças expressivas em outros documentos 
normativos, de maneira a atender aos requisitos impostos, principalmente quanto aos aspectos 
relativos à durabilidade das estruturas. 
 
Tendo sido registrada em 1980 pelo INMETRO como NBR 6118, todas as referências à Norma 
passaram a respeitar essa nova denominação. Porém, por seu caráter pioneiro e sua 
importância para o meio técnico nacional, continuou a ser conhecida popularmente entre 
aqueles que a utilizam no dia-a-dia por NB-1, denominação que se decidiu utilizar nesta Prática 
Recomendada IBRACON. 
 
 
 8 
Princípios básicos da nova NB-1 (NBR6118:2003) 
 
Manteve-se a filosofia das anteriores NBR 6118:1978 Projeto e execução de obras de concreto 
armado - Procedimento e NBR 7197:1989 Projeto de estruturas de concreto protendido – 
Procedimento, de modo que, à NB-1, cabe definir os critérios gerais que regem o projeto das 
estruturas de concreto, sejam elas: edifícios, pontes, obras hidráulicas, portos ou aeroportos ou 
outros. Assim, ela deve ser complementada por outras normas que fixem critérios para 
estruturas específicas. Resolveu-se, também, separar as prescrições sobre execução, daí 
resultando a nova norma NBR 14931:2003 Execução de estruturas de concreto – 
Procedimento. 
 
Procurou-se privilegiar a visão da estrutura como um todo, dando ênfase a todas as etapas do 
projeto, da definição dos requisitos da qualidade, às ações, à análise estrutural, ao 
dimensionamento e ao detalhamento. 
 
Respeitou-se a experiência brasileira acumulada, sem no entanto desprezar as novas 
contribuições e a tendência à internacionalização das normas, da qual o Eurocode 2 é exemplo 
patente. 
 
Pelo seu escopo mais abrangente, concreto simples a protendido, esta Norma tende a ser mais 
complexa. Dentro deste panorama foi importante propor-se soluções simples e pragmáticas 
onde possível, para dar mais ênfase a pontos antes relegados a um segundo plano, como a 
durabilidade, a análise estrutural, e o detalhamento de regiões de descontinuidade. 
 
Os procedimentos mais complexos, que não poderiam ser estabelecidos em norma por serem 
específicos, encontram-se detalhados neste caderno de Práticas Recomendadas e serão 
objeto de trabalhos ainda em desenvolvimento pelo IBRACON, com exemplos práticos de 
aplicação da NB-1. 
 
Na nova Norma manteve-se quando possível as hipóteses básicas e os procedimentos atuais 
(caso das solicitações normais), de maneira a introduzir modificações só e onde realmente elas 
se fizeram necessárias, caso por exemplo do dimensionamento e verificação à punção. 
 
Para a ordenação dos capítulos adotou-se uma seqüência que procura acompanhar o 
processo de projeto, de modo que definem-se os materiais e os requisitos da qualidade, 
concebem-se as estruturas e seus métodos construtivos, definem-se as ações a considerar, 
suas combinações, para em seguida entrar na análise estrutural e no dimensionamento e 
detalhamento. 
 
Observe-se ainda que para cada tipo de elemento estrutural reuniram-se todos os critérios de 
dimensionamento (estados limites últimos e de serviço) segundo o tipo de solicitação, seguidos 
de regras de detalhamento, antes de passar para o próximo elemento estrutural típico. 
 
A NB-1 sinaliza como serão aplicados procedimentos mais complexos, pois nos próximos anos 
deverá ocorrer um desenvolvimento acelerado de software, que certamente começará a tratar 
de análises não lineares, uso corrente de elementos finitos, projeto de elementos especiais 
tais, como consolos, vigas-parede, sapatas, e outros. 
 9
Tópicos novos da Norma 
 
Dentro da filosofia adotada, e também por exigência de modernidade, constam da nova NB-1 
uma série de tópicos antes não abrangidos, entre eles podem ser citados: 
 
a) garantia da qualidade: explicitou-se quais são os requisitos de qualidade e como obtê-
los; 
 
b) durabilidade: todas as normas mais recentes tratam com grande ênfase desta questão; o 
estado atual de nossas estruturas, quanto à durabilidade atesta o quanto é necessário 
um enfoque mais incisivo desta questão; 
 
c) limites para dimensões, deslocamentos e abertura de fissuras: procurou-se concentrar 
neste tópico todos os limites necessários, quer por razões construtivas, quer por limite 
de validade das teorias, quer por compatibilidade de funcionamento com outros 
elementos; 
 
d) análise estrutural: a NBR 6118:1978 tratava esta parte de maneira restrita, chamando-a 
de “esforços solicitantes”. O estágio atual de conhecimento exige uma distinção mais 
clara entre as várias formas possíveis de análise estrutural, assim como um alerta sobre 
o campo de validade e condições especiais para aplicação de cada uma delas; 
 
e) instabilidade e efeitos de segunda ordem: a NBR 6118:1978 tratava apenas dos efeitos 
locais de segunda ordem, no presente texto procura-se classificar com maior precisão os 
fenômenos envolvidos, assim como procedimentos adequados a cada situação; 
 
f) regiões e elementos especiais: seguindo também a tendência das normas mais atuais, 
procurou-se sinalizar princípios para o dimensionamento e detalhamento das regiões de 
descontinuidade (Regiões Especiais) e também de elementos especiais como consolos, 
vigas-parede, sapatas e blocos de fundação. 
 
 10 
 
Primeira Parte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comentários Técnicos da 
 
NB-1 
 
NBR 6118:2003 Projeto de estruturas de concreto – 
Procedimento 
 
 
 
(Segunda Edição) 
 
 
 
 
 
 
 11 
C 1 Objetivo 
 
A nova NB-1 fixa as condições básicas exigíveis para o projeto de estruturas de concreto 
simples, armado e protendido, excluídas aquelas em que se empregam concreto leve, pesado 
ou outros especiais, estabelecendo os requisitos gerais a serem atendidos pelo projeto como 
um todo, bem como os requisitos específicos relativos a cada uma de suas etapas. Em 
algumas dessas etapas devem ser atendidos requisitos que não se encontram estabelecidos 
nessa Norma, devendo ser procurados nas referências normativas (seção 2 da Norma) ou em 
práticas recomendadas. Essas etapas podem ser resumidas em: 
 
a) conhecimento do problema e definição dos requisitos gerais a serem atendidos; 
b) escolha dos materiais a serem utilizados e dos correspondentes requisitos de 
durabilidade; 
c) definição das ações a considerar; 
d) concepção da solução a ser adotada; 
e) análise estrutural ; 
f) verificação ou dimensionamento da estrutura; 
g) detalhamento das peças estruturais; 
h) produção dos documentos; 
i) controle de qualidade do produto final; 
j) assistência técnica à obra. 
 
Esta Prática Recomendada IBRACON contém comentários técnicos e exemplos de aplicação 
relativos a conceitos e requisitos estabelecidos na NB-1, de forma a esclarecer e facilitar sua 
aplicação. 
 
Em alguns casos, o cumprimento de um requisito de norma pode ser verificado de diversas 
maneiras. Um dos objetivos desta Prática recomendada IBRACON é exemplificar essa 
condição. 
 
C 2 Documentos complementares 
 
Para possibilitar o entendimento e a aplicação das orientações contidas nesta Prática 
Recomendada IBRACON é necessário dispor do texto completo da nova NB-1: 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118:2003 - Projeto de 
estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro. Primeira edição de março de 2003. 
Versão corrigida com errata de 31.03.2004 incorporada, 170p. 
 
Outros documentos,relacionados no Anexo desta publicação, podem facilitar o entendimento e 
a aplicação do conteúdo desta Prática Recomendada IBRACON. Como as normas técnicas 
estão em constante atualização, deve-se atentar para o uso das edições mais recentes. 
 
C 3 Definições 
 
Para os efeitos desta Prática Recomendada IBRACON aplicam-se as definições constantes da 
NB-1 e de suas referências normativas. 
 
C 4 Simbologia 
 
Nesta seção da NB-1 encontram-se os símbolos de aplicação geral e no primeiro item de cada 
seção da Norma, quando necessário, estão definidos os símbolos específicos ao tema tratado 
na seção. 
 
Os símbolos usados nesta Prática Recomendada IBRACON são os mesmos estabelecidos na 
NB-1. 
 12 
 
C 5 Requisitos gerais da qualidade da estrutura e avaliação da conformidade do projeto 
 
A responsabilidade pela vida útil da estrutura é dividida entre todos os envolvidos no processo, 
sendo evidenciada na NB-1 a figura do contratante, que participa das decisões em conjunto 
com o profissional responsável pelo projeto estrutural como a seguir se destaca (cumpre 
ressaltar que essas condições devem constar de contrato entre as partes): 
 
a) em 5.1.1, definindo requisitos adicionais, quando existirem, que devam ser atendidos pela 
estrutura de concreto, além dos previstos na Norma: 
 
b) em 5.1.2.3, definindo, no início dos trabalhos de elaboração do projeto, quais as influências 
ambientais previstas que possam alterar a durabilidade da estrutura: 
 
c) em 5.2.1, tomando conhecimento e aceitando a qualidade da solução adotada no projeto 
estrutural de forma a considerar as condições arquitetônicas, funcionais, construtivas, 
estruturais e de integração com os demais projetos (elétrico, hidráulico, ar condicionado, 
entre outros): 
 
d) em 5.2.2, tomando conhecimento e aceitando todas as condições impostas pela Norma ao 
projeto estrutural: 
 
e) em 5.3, requerendo e contratando a avaliação da conformidade do projeto: 
 
f) em 25.4, contratando um profissional habilitado para preparar o manual de utilização, 
inspeção e manutenção da estrutura: 
 
C 5.1 Requisitos da qualidade da estrutura 
 
C 5.1.1 Condições gerais 
 
As estruturas de concreto, durante sua construção e ao longo de toda a vida útil que lhe for 
prevista, devem comportar-se adequadamente, com nível apropriado de qualidade: 
 
a) quanto a todas influências ambientais e ações que produzam efeitos significativos na 
construção; 
 
b) em circunstâncias excepcionais, não apresentar ruptura frágil, ou falso alarme, ou ainda 
danos desproporcionais às causas de origem. 
 
C 5.1.2 Classificação dos requisitos da qualidade da estrutura 
 
Na NB-1, os requisitos da qualidade de uma estrutura de concreto são classificados em três 
grupos distintos: 
 
a) capacidade resistente; 
b) desempenho em serviço; 
c) durabilidade. 
 
Simplificadamente, as exigências do grupo (a) acima citado são identificadas como 
correspondentes à segurança à ruptura, as exigências do grupo (b) referem-se a danos como: 
fissuração excessiva, deformações inconvenientes e vibrações indesejáveis, e as exigências 
do grupo (c) têm como referência a conservação da estrutura, sem necessidade de reparos de 
alto custo, ao longo de sua vida útil. 
 
 13 
Para tipos especiais de estruturas, devem ser fixadas outras condições particulares, como por 
exemplo, a exigência de resistência ao fogo, à explosão, ao impacto ou mesmo aos sismos, ou 
ainda exigências relativas à estanqueidade, ao isolamento térmico ou acústico. Exigências 
suplementares podem também ser fixadas, como por exemplo, as referentes ao impacto 
ambiental e aos aspectos estéticos e econômicos. 
 
O atendimento aos requisitos da qualidade impostos às estruturas de concreto exige: 
 
a) a adoção de hipóteses, soluções e procedimentos apropriados, que estão disciplinados 
na NB-1 e em outras normas complementares e especiais; 
 
b) a adoção de medidas para a Garantia da Qualidade. 
 
As medidas de Garantia da Qualidade, ao contrário, estão ainda pouco normalizadas em 
âmbito internacional e nacional. Os itens 5.2 e 5.3 da NB-1 e os correspondentes comentários 
desta Prática Recomendada IBRACON (C 5.2 e C 5.3), propõem medidas elementares para 
garantia e controle da qualidade dos projetos estruturais. 
 
A confiabilidade e a segurança das estruturas pressupõem a possibilidade de se manter 
elevado o nível de garantia da qualidade através de todas as fases de projeto, construção e 
uso, caracterizado como segue: 
 
a) o projeto deve ser realizado por pessoal experimentado e com apropriada qualificação, 
e ser submetido ao controle interno de qualidade. Sendo desejável uma verificação por 
pessoal independente, selecionado por sua competência e experiência; 
 
b) os materiais e componentes da construção devem ser produzidos, ensaiados e utilizados 
conforme disciplinado em suas respectivas normas, procedimentos e recomendações; 
 
c) a construção deve ser executada por pessoal experiente e com qualificação apropriada, 
e ser submetida a um controle interno da qualidade; 
 
d) a estrutura deve ser utilizada, durante a vida útil que lhe é prevista, conforme 
estabelecido no projeto e sob manutenção adequada. 
 
As ações aqui descritas fazem parte de um Sistema de Gestão da Qualidade. 
 
C 5.2 Requisitos da Qualidade do Projeto 
 
Cerca de metade dos defeitos verificados nas construções tem sua origem na fase de projeto, 
conforme demonstram algumas estatísticas publicadas. É pois justificável que se dispendam 
maiores esforços para melhoria da qualidade dos mesmos. 
 
Uma das formas encontradas para conseguir esta melhoria é através da implantação de um 
Sistema de Garantia da Qualidade dos Projetos. 
 
A Garantia da Qualidade visa, através de ações planejadas e sistemáticas, garantir um nível de 
segurança em que o projeto satisfaça, de fato, aos requisitos da qualidade que forem fixados 
por condições arquitetônicas, construtivas, estruturais, funcionais, estéticas, de integração com 
os demais projetos e outras pertinentes. A Garantia da Qualidade compreende todas as 
medidas para atender a qualidade pré-definida e, em particular, para evitar ou identificar erros. 
 
A boa qualidade de um projeto estrutural é o resultado de um trabalho integrado e associado 
de todos 
que nele estão envolvidos - pessoal de projeto e pessoal de controle de qualidade, todos 
profissionais 
 14 
competentes, honestos e de boa vontade. Portanto, a responsabilidade por se atingir esta boa 
qualidade é um compromisso e um objetivo a serem assumidos por todo o grupo e por cada 
participante, em particular. 
 
O Controle da Qualidade do projeto integra-se à Garantia da Qualidade, e refere-se, 
genericamente, às técnicas operacionais e atividades empregadas para verificar e demonstrar 
o atendimento aos requisitos da qualidade. 
 
Os requisitos da qualidade de um projeto estrutural referem-se a dois aspectos distintos da 
qualidade, a saber: a Qualidade da Solução Adotada e a Qualidade da Descrição da Solução. 
 
C 5.2.1 Qualidade da Solução Adotada 
 
Conforme estabelece a NB-1, a solução estrutural adotada em projeto deve atender aos 
requisitos de qualidade estabelecidos nas normas técnicas, relativos à capacidade resistente, 
ao desempenho em serviço e à durabilidade da estrutura. 
 
A qualidade da solução adotada deve ainda considerar as condições arquitetônicas, funcionais, 
construtivas, estruturais, de integração com os demais projetos (elétrico, hidráulico, ar 
condicionado, etc.) e econômicas. 
 
C 5.2.2 Condições impostas ao projeto 
 
As condições impostas ao projeto são de várias naturezas e referem-se às condições 
relacionadas a seguir: 
 
a) as condições arquitetônicas impostas ao projeto estrutural são obviamente as constantes 
do projeto arquitetônico. No caso de inexistir o projeto arquitetônico - como é geralmente 
o caso das pontes, por exemplo - estas condições referem-se àquelas que devam reger 
tais projetos, como condições estéticas, de implantação, de drenagem, de 
impermeabilizaçãoe outras que forem igualmente aplicáveis; 
 
b) as condições funcionais referem-se às finalidades e ao uso previsto para a estrutura, e 
implicam a compatibilização das ações a adotar; dos vãos e gabaritos; da rigidez e da 
deformabilidade das peças; da estanqueidade; do isolamento térmico e acústico; das 
juntas de movimento, etc; 
 
c) as condições construtivas implicam na compatibilização do projeto estrutural com os 
métodos, procedimentos e etapas construtivas previstas; 
 
d) as condições estruturais referem-se basicamente à adequação das soluções estruturais 
adotadas em serviço e na ruptura, caracterizada pela escolha apropriada dos materiais – 
concreto armado, concreto protendido, aço, pré-moldados, características dos próprios 
materiais; pelo sistema estrutural escolhido para resistir às ações verticais e às ações 
horizontais; pelo tipo de fundação. Adicionalmente devem ser satisfeitas outras 
exigências em função do tipo da estrutura; 
 
e) as condições de integração com os demais projetos (elétrico, hidráulico, ar condicionado, 
etc.) referem-se às necessidades de prever rebaixos, furos, shafts ou dispor as peças 
estruturais de modo a viabilizar e compatibilizar a coexistência da estrutura com os 
demais sistemas; 
 
f) as condições econômicas referem-se à necessidade de otimizar os custos de construção 
associados aos de manutenção da estrutura em uso, e de compatibilizar esses custos 
com os prazos desejados. 
 
 15 
As exigências técnicas de segurança e de durabilidade são as geralmente descritas nas 
normas específicas e atualizadas de projeto, e referem-se à necessidade da estrutura, com 
grau apropriado de confiabilidade, de: 
 
a) resistir a todas as ações e outras influências ambientais passíveis de ocorrer durante 
sua fase construtiva; 
 
b) comportar-se adequadamente sob as condições previstas de uso, durante determinado 
tempo de existência (vida útil). 
 
Esta qualidade fica caracterizada por segurança adequada contra riscos de ruptura; de 
instabilidade (perda de equilíbrio estático); de vibrações excessivas; de deformações 
inconvenientes e danosas à própria estrutura ou a outros elementos da construção; de 
fissuração excessiva com vistas à estética, estanqueidade e proteção da armadura. 
 
Esta confiabilidade deve ser complementada pelo atendimento às exigências que protejam e 
preservem a estrutura contra sua deterioração prematura, como por exemplo, as referentes a 
cobrimento das armaduras, drenagem, especificações de materiais adequados e de medidas 
adequadas à agressividade ambiente. 
 
A segurança e a durabilidade dependem ambas da qualidade dos detalhes das armaduras 
(emendas, dobramentos, ancoragens, nós de pórtico, furos, etc.), com vistas a evitar rupturas 
localizadas e a favorecer boas condições de adensamento do concreto. 
 
C 5.2.3 Documentação da solução adotada 
 
O produto final do projeto estrutural é constituído por desenhos, especificações e critérios de 
projeto. As especificações e critérios de projeto podem constar dos próprios desenhos ou 
constituir documento separado. 
 
No entanto, a documentação da solução adotada ou a qualidade da descrição da solução, para 
possibilitar a aplicação de critérios de conformidade, deve constituir-se, como mínimo, dos 
documentos de Referência da Qualidade a seguir relacionados: 
 
a) projeto arquitetônico; 
b) projetos dos outros sistemas : drenagem, elétrico, hidráulico, ar condicionado, mecânico, 
etc.; 
c) relatórios e perfis de sondagem; 
d) normas técnicas; 
e) pareceres ou diretrizes técnicas escritas especificamente para a obra e que sejam 
hierarquicamente superiores ao projeto estrutural; 
f) informações do mesmo projeto, constante de desenhos já examinados e em vigor. 
 
A solução estrutural adotada deve estar descrita nos desenhos e nas especificações, de modo 
a permitir a completa e perfeita execução da estrutura. Isto implica exigir que os desenhos e as 
especificações contenham informações completas, claras, corretas, consistentes entre si e 
consistentes com as exigências. 
 
Uma forma conveniente de obter a Qualidade do Projeto está em verificar as informações mais 
relevantes do projeto pelo menos com relação à sua ordem de grandeza, por procedimento 
independente e preferencialmente simples, orientado pela experiência e pelo bom senso, e 
tendo em mente que, na elaboração e no controle de um projeto, não se pode perder uma 
visão geral entre os resultados obtidos e os supostamente esperados. 
 
 16 
A utilização de listas auxiliares de verificações (check-lists), elaboradas pelo próprio Controle 
da Qualidade para cada projeto, favorecem o melhor desempenho nas verificações, pois 
ajudam a responder às indagações que decorrem das exigências de qualidade definidas. 
 
Chama-se entretanto a atenção de que as melhores listas têm sempre caráter e formato 
personalizados, de quem as elabora. Além disto, por não serem completas, não são rotinas 
que dispensem o esforço mental de análise consciente e competente do projeto. 
 
C 5.3 Avaliação da conformidade do projeto 
 
Com o objetivo de garantir a qualidade do projeto e reduzir as chances de encontrar erros nas 
verificações de controle da qualidade, ou na execução e operação da obra, medidas 
preventivas devem ser tomadas desde o início dos trabalhos. Essas medidas devem englobar 
a discussão e aprovação das decisões tomadas, a distribuição dessas e outras informações 
pelos elementos pertinentes da equipe e a programação coerente das atividades, respeitando 
as regras lógicas de precedência. 
 
De acordo com a NB-1, o Controle da Qualidade consiste, basicamente, em verificar se o 
projeto estrutural, conforme definido nos seus respectivos desenhos, especificações e critérios 
de projeto, atende às exigências de qualidade que lhe foram prefixadas (5.2). Para isto, as 
informações dos desenhos e das especificações devem ser analisadas, comparativamente, 
com os Documentos de Referência da Qualidade, previamente identificados e classificados. 
 
O Controle da Qualidade deve avaliar, paralelamente, se as informações dos desenhos e 
especificações são: 
 
a) completas; 
b) claras; 
c) em escalas apropriadas; 
d) consistentes (entre si); 
e) corretas. 
 
As informações serão completas, claras, em escalas apropriadas e consistentes com relação: 
 
a) à identificação do documento; 
b) às necessidades da administração e planejamento da obra; 
c) às exigências peculiares dos serviços relativos ao sistema de fôrmas (fôrmas e 
escoramento), concretagem, armação, etc. 
 
As informações serão corretas se compatíveis com as ações, esforços e materiais adotados. 
Em outras palavras, esta atividade indica a necessidade de verificar se os resultados 
consubstanciados nos desenhos e especificações são compatíveis com as hipóteses de 
projeto. O relatório do Controle da Qualidade identificará as informações e aspectos do projeto 
considerados em não-conformidade com as exigências de qualidades prefixadas e os 
Documentos de Referência da Qualidade, respectivos. 
 
Para atender Ao que estabelece a NB-1, os serviços de Controle da Qualidade de Projeto 
devem ser executados antes da fase de construção, e, de preferência, simultaneamente com a 
fase de projeto, como condição essencial para que seus resultados se tornem efetivos e 
conseqüentes. 
 17 
C 6 Diretrizes para durabilidade das estruturas de concreto 
 
C 6.1 Exigências de durabilidade 
 
Projetar para durabilidade implica em desacelerar o processo de deterioração das partes 
críticas da estrutura. Isto implica, normalmente, em uma estratégia de múltiplos estágios, os 
quais podem basear-se freqüentemente, em barreiras sucessivas que se opõem à 
deterioração. 
 
O conceito de vida útil conduz a um tratamento integralizado das seguintes fases: 
- planejamento; 
- projeto; 
- construção; 
- utilização ou operação; e 
- manutenção. 
 
Em conseqüência dessa integração, estão envolvidos na questão da durabilidade todos 
aqueles que participam de alguma das fases anteriormentemencionadas, assim, cada um 
deles têm uma parcela de responsabilidade, conforme já explicitado em C 5. 
 
Não é intenção da Norma, entretanto, impor obrigações legais a terceiros, mas, apenas, 
esclarecer o contexto geral de trabalho em que está inserido o projetista. 
 
C 6.2 Vida útil de projeto 
 
A vida útil de projeto pode também ser entendida como o período de tempo durante o qual a 
estrutura é capaz de desempenhar bem as funções para as quais foi projetada. Pode-se 
distinguir pelo menos três situações e suas correspondentes vidas úteis, apresentadas na 
figura C 6.1, que contempla o fenômeno da corrosão de armaduras por ser o mais freqüente, o 
mais importante e mais conhecido cientificamente, mas que como modelo conceitual aplica-se 
a todos os mecanismos de deterioração. 
 
 
Figura C 6.1 - Conceituação de vida útil das estruturas de concreto tomando-se por 
referência o fenômeno de corrosão das armaduras 
 
A partir da figura C 6.1 podem ser definidas as seguintes vidas úteis1), 2) : 
a) período de tempo que vai até a despassivação da armadura, normalmente denominado de 
período de iniciação. A esse período de tempo pode-se associar a chamada vida útil de 
projeto, que normalmente corresponde ao período de tempo necessário para que a frente 
 18 
de carbonatação ou a frente de cloretos atinja a armadura. O fato da região carbonatada ou 
de um certo nível de cloretos atingir a armadura e teoricamente despassivá-la, não significa 
que necessariamente a partir desse momento haverá corrosão importante, embora 
usualmente isso ocorra. Esse período de tempo, no entanto, é o período que se recomenda 
seja ser adotado no projeto da estrutura, a favor da segurança; 
 
b) período de tempo que vai até o momento em que aparecem manchas na superfície do 
concreto, ou ocorrem fissuras no concreto de cobrimento, ou ainda quando há o 
destacamento do concreto de cobrimento. A esse período de tempo associa-se a chamada 
vida útil de serviço ou de utilização. É muito variável de caso a caso, pois em certos locais é 
inadmissível que uma estrutura de concreto apresente manchas de corrosão ou fissuras. 
Em outros casos somente o inicio da queda de pedaços de concreto, colocando em risco a 
integridade de pessoas e bens, pode definir o momento a partir do qual deve-se considerar 
terminada a vida útil de serviço. 
 
c) período de tempo que vai até a ruptura ou colapso parcial ou total da estrutura. A esse 
período de tempo associa-se a chamada vida útil última ou total. Corresponde ao período 
de tempo no qual há uma redução significativa da seção resistente da armadura ou uma 
perda importante da aderência armadura / concreto, acarretando o colapso parcial ou total 
da estrutura. 
 
d) nessa modelagem foi introduzido ainda o conceito de vida útil residual, que corresponde ao 
período de tempo em que a estrutura ainda será capaz de desempenhar suas funções, 
contado neste caso a partir da data, qualquer, de uma vistoria. Essa vistoria e 
correspondente diagnóstico pode ser efetuado a qualquer instante da vida em uso da 
estrutura. O prazo final, neste caso, tanto pode ser o limite de projeto, o limite das 
condições de serviço, quanto o limite de ruptura, dando origem a três “vidas úteis 
residuais”; uma mais curta contada até a despassivação da armadura, outra até o 
aparecimento de manchas, fissuras ou destacamento do concreto e outra longa, contada 
até a perda significativa da capacidade resistente do componente estrutural ou seu eventual 
colapso. 
 
É importante salientar que os custos de intervenção na estrutura para atingir um certo nível de 
durabilidade e proteção, crescem exponencialmente quanto mais tarde for essa intervenção. A 
evolução desse custo pode ser assimilado ao de uma progressão geométrica de razão 5, 
conhecida por lei dos 5 ou regra de Sitter, representada na figura C 6.2 3). 
 
Figura C 6.2 - Representação da evolução dos custos em função da fase da vida da 
estrutura em que a intervenção é feita 
O significado dessa “lei” pode ser assim exposto4), segundo a intervenção seja na: 
 
 19 
a) fase de projeto: toda medida tomada a nível de projeto com o objetivo de aumentar a 
proteção e a durabilidade da estrutura, como por exemplo, aumentar o cobrimento da 
armadura, reduzir a relação água/cimento do concreto ou aumentar fck, especificar adição 
de sílica ativa, tratamentos protetores de superfície e outras tantas, implica num custo que 
pode ser associado ao número 1 (um); 
 
b) fase de execução: toda medida extra-projeto, tomada durante a fase de execução 
propriamente dita, implica num custo 5 (cinco) vezes superior ao custo que acarretaria 
tomar uma medida equivalente na fase de projeto, para obter-se o mesmo nível final de 
durabilidade ou vida útil da estrutura. Um exemplo típico é a decisão em obra de reduzir a 
relação água/cimento para aumentar a durabilidade. A mesma medida tomada na fase de 
projeto permitiria o redimensionamento automático da estrutura considerando um novo 
concreto de resistência à compressão mais elevada, de maior módulo de deformação e de 
menor fluência. Esses predicados permitiriam reduzir as dimensões dos componentes 
estruturais, reduzir as fôrmas e o volume de concreto, reduzir o peso próprio e reduzir as 
taxas de armadura. Essas medidas tomadas na execução, apesar de eficazes e oportunas 
do ponto de vista da vida útil, não mais podem propiciar economia e otimização da 
estrutura; 
 
c) fase de manutenção preventiva: as operações isoladas de manutenção do tipo: pinturas 
freqüentes, limpezas de fachada sem beirais e sem proteções, impermeabilizações de 
coberturas e reservatórios mal projetados, e outras, necessárias a assegurar as boas 
condições da estrutura durante o período da sua vida útil, podem custar até 25 vezes mais 
que medidas corretas tomadas na fase de projeto estrutural ou arquitetônico. Por outro lado 
podem ser cinco vezes mais econômicas que aguardar a estrutura apresentar problemas 
patológicos evidentes que requeiram uma manutenção corretiva; 
 
d) fase de manutenção corretiva: corresponde aos trabalhos de diagnóstico, reparo, reforço 
e proteção das estruturas que já perderam sua vida útil de projeto e apresentam 
manifestações patológicas evidentes. A estas atividades pode-se associar um custo 125 
vezes superior ao custo das medidas que poderiam e deveriam ter sido tomadas na fase de 
projeto e que implicariam num mesmo nível de durabilidade que se estime dessa obra após 
essa intervenção corretiva. 
 
C 6.2.2 A vida útil da estrutura depende tanto do desempenho dos elementos e componentes 
estruturais propriamente ditos quanto dos demais componentes e partes da obra. Os demais 
elementos e componentes incorporados à estrutura, tais como drenos, juntas, aparelhos de 
apoio, instalações, pingadeiras, rufos, chapins, impermeabilizações, revestimentos e outros, 
possuem geralmente vida útil mais curta que a do concreto, o que exige previsões adequadas 
para suas substituições e manutenções, uma vez que ali estão para proteger a estrutura de 
concreto. 
 
C 6.2.3 Recomenda-se que todos os envolvidos nos processos de projeto, construção e 
manutenção estabeleçam de forma conjunta e coerente a extensão da vida útil desejável para 
a estrutura, tendo como referência um patamar mínimo de 50 anos e, a partir da análise das 
condições de exposição, escolham detalhes que objetivem assegurar a vida útil prevista e 
defina medidas mínimas de inspeção, monitoramento e manutenção preventiva. Em obras de 
caráter provisório, transitório ou efêmero é tecnicamente recomendável adotar-se vida útil de 
projeto de pelo menos um ano. Para as pontes e outras obras de caráter permanente, podem 
ser adotados períodos de 50, 75 ou até mais de 100 anos5). 
 
 
 
 
 
 20 
C 6.3 Mecanismos de envelhecimento e deterioração 
 
C 6.3.1 Mecanismos preponderantes de deterioração relativos ao concreto 
 
a) lixiviação: por ação de águas puras, carbônicas agressivas e ácidas que dissolvem e 
carreiam os compostos hidratadosda pasta de cimento. A sintomatologia básica é uma 
superfície arenosa ou com agregados expostos sem a pasta superficial, eflorescências de 
carbonato, elevada retenção de fuligem e risco de desenvolvimento de fungos, com 
conseqüente redução do pH do extrato aquoso dos poros superficiais; 
 
b) expansão: por ação de águas e solos que contenham ou estejam contaminados com 
sulfatos, dando origem a reações expansivas e deletérias com a pasta de cimento hidratado. 
A sintomatologia básica é uma superfície com fissuras aleatórias, esfoliação e redução 
significativa da dureza e da resistência superficial do concreto, com conseqüente redução do 
pH do extrato aquoso dos poros superficiais. Do ponto de vista do concreto, os sulfatos 
presentes na água do mar, nas águas servidas, nas águas industriais e nos solos úmidos e 
gessíferos, podem acarretar reações deletérias de expansão com formação de compostos 
expansivos do tipo etringita e gesso secundário6). O teor de sulfato em um concreto depende 
do consumo de cimento e do teor de gesso primário no referido cimento. Assim, por 
exemplo, um concreto de massa específica 2 300 kg/m3, com 350 kg de cimento por metro 
cúbico, preparado com um cimento que contenha no máximo 3% de gesso, deve ter um teor 
máximo total de sulfatos de 0,46% sobre a massa de concreto. Se as quantidades 
encontradas forem superiores, significa que houve contaminação proveniente do exterior7); 
 
c) expansão: por ação das reações entre os álcalis do cimento e certos agregados reativos. 
Dentre os agregados reativos pode-se destacar a opala, a calcedônia, as sílicas amorfas, 
certos calcários, que para conduzir a reações significativamente deletérias requerem estar 
em presença de elevada umidade. A sintomatologia básica é uma expansão geral da massa 
de concreto com fissuras superficiais e profundas; 
 
d) reações deletérias superficiais: de certos agregados decorrentes de transformações de 
produtos ferruginosos presentes na sua constituição mineralógica. Destaca-se como 
exemplo os problemas oriundos com agregados que contêm pirita que pode acarretar 
manchas, cavidades e protuberância na superfície dos concretos. 
 
C 6.3.2 Mecanismos preponderantes de deterioração relativos à armadura 
 
a) despassivação por carbonatação, ou seja, por ação do gás carbônico da atmosfera que 
penetra por difusão e reage com os hidróxidos alcalinos da solução dos poros do concreto 
reduzindo o pH dessa solução. A despassivação deletéria só ocorre de maneira significativa 
em ambientes de umidade relativa abaixo de 98% e acima de 65%, ou em ambientes 
sujeitos a ciclos de molhagem e secagem, possibilitando a instalação da corrosão. O 
fenômeno não é perceptível a olho nu, não reduz a resistência do concreto e até aumenta 
sua dureza superficial. A identificação da frente ou profundidade de carbonatação requer 
ensaios específicos. Ao atingir a armadura, dependendo das condições de umidade 
ambiente pode promover séria corrosão com aparecimento de manchas, fissuras, 
destacamentos de pedaços de concreto e até perda da seção resistente e da aderência, 
promovendo o colapso da estrutura ou suas partes. 
 
b) despassivação por elevado teor de íon cloro (cloreto), ou seja, por penetração do 
cloreto através de processos de difusão, de impregnação ou de absorção capilar de águas 
contendo teores de cloreto, que ao superarem um certo limite em relação à concentração de 
hidroxilas na solução dos poros do concreto, despassivam a superfície do aço e instalam a 
corrosão. Eventualmente, esses teores elevados de cloreto podem ter sido introduzidos, 
inadvertidamente, durante o amassamento do concreto, geralmente através do excesso de 
aditivos aceleradores de endurecimento. O fenômeno não é perceptível a olho nu, não reduz 
 21 
a resistência do concreto nem altera seu aspecto superficial. A identificação da frente ou da 
profundidade de penetração de certo teor crítico de cloreto requer ensaios específicos. Ao 
atingir a armadura pode promover séria corrosão com aparecimento de manchas, fissuras, 
destacamentos de pedaços de concreto e até perda da seção resistente e da aderência, 
promovendo o colapso da estrutura ou de suas partes. 
 
C 6.4 Agressividade do ambiente 
 
Uma classificação mais rigorosa do que a apresentada na NB-1, com base na concentração 
efetiva de certas substâncias agressivas no ambiente que envolve a estrutura ou suas partes 
pode também ser utilizada em casos especiais, recomendando-se os limites orientativos 
constantes da norma CETESB L 1.0078). No caso de agressividade ao concreto, avaliada 
através de determinações específicas de teores de substâncias agressivas, podem ser 
adotados os valores referenciais9) apresentados na tabela C 6.1. 
 
Tabela C 6.1 - Classificação da agressividade do ambiente visando a durabilidade do 
concreto 
 
Classe de 
agressividad
e 
 
pH 
CO2 
agressivo 
mg/l 
Amônia 
NH4+ 
mg/l 
Magnésia 
Mg2+ 
mg/l 
Sulfato 
SO42- 
mg/l 
Sólidos 
dissolvido
s 
mg/l 
I > 5,9 < 20 < 100 < 150 < 400 > 150 
II 5,9 – 5,0 20 – 30 100 – 150 150 – 250 400 – 700 150 – 50 
III 5,0 – 4,5 30 – 100 150 – 250 250 – 500 700 – 1500 < 50 
IV < 4,5 > 100 > 250 > 500 > 1500 < 50 
NOTAS: 
1) No caso de solos a análise deve ser feita no extrato aquoso do solo. 
2) Água em movimento, temperatura acima de 30ºC, ou solo agressivo muito permeável 
conduz a um aumento de um grau na classe de agressividade. 
3) Ação física superficial tal como abrasão e cavitação aumentam a velocidade de ataque 
químico. 
 
 22 
C 7 Critérios de projeto visando a durabilidade 
 
C 7.1 Generalidades 
 
Para evitar envelhecimento prematuro e satisfazer as exigências de durabilidade devem ser 
observados os seguintes critérios do conjunto de projetos relativos à obra: 
 
a) prever drenagem eficiente; 
b) evitar formas arquitetônicas e estruturais inadequadas; 
c) garantir concreto de qualidade apropriada, particularmente nas regiões superficiais dos 
elementos estruturais; 
d) garantir cobrimentos de concreto apropriados para proteção às armaduras; 
e) detalhar adequadamente as armaduras; 
f) controlar a fissuração das peças; 
g) prever espessuras de sacrifício ou revestimento protetores em regiões sob condições de 
exposição ambiental muito agressivas; 
h) definir um plano de inspeção e manutenção preventiva 
 
C 7.2 Drenagem 
 
A água poluída e impregnada no concreto mantendo-o úmido é a condição mais favorável à 
deterioração precoce da estrutura. 
 
Devem ser criadas boas condições de drenagem evitando acúmulo sobre a estrutura e 
encaminhando-a para tubulações de drenagem adequadas, como estabelece a NB-1. 
 
C 7.4 Qualidade do concreto de cobrimento 
 
A qualidade potencial do concreto depende preponderantemente da relação água/cimento e do 
grau de hidratação. São esses os dois principais parâmetros que regem as propriedades de 
absorção capilar de água, de permeabilidade por gradiente de pressão de água ou de gases, 
de difusividade de água ou de gases, de migração de íons, assim como todas as propriedades 
mecânicas tais como, módulo de elasticidade, resistência à compressão, à tração, fluência, 
relaxação, abrasão, e outras. Assim, a NB-1 estabelece: 
 
7.4.2 Ensaios comprobatórios de desempenho da durabilidade da estrutura frente ao tipo 
e nível de agressividade previsto em projeto devem estabelecer os parâmetros mínimos a 
serem atendidos. Na falta destes e devido à existência de uma forte correspondência 
entre a relação água/cimento, a resistência à compressão do concreto e sua durabilidade, 
permite-se adotar os requisitos mínimos expressos na tabela 7.1. 
 
Tabela 7.1 - Correspondência entre classe de agressividade e qualidade do concreto 
 
Classe de agressividade (tabela 6.1) Concreto Tipo 
I II III IV 
CA ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45 Relação água/cimento em 
massa CP ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45 
CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40 Classe de concreto 
(NBR 8953) CP ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40 
NOTAS: 
1) O concreto empregado na execução das estruturas deve cumprircom os requisitos 
estabelecidos na NBR 12655. 
2) CA corresponde a componentes e elementos estruturais de concreto armado. 
3) CP corresponde a componentes e elementos estruturais de concreto protendido. 
 
 23 
É importante acrescentar nesta segunda edição desses comentários, que a recente revisão da 
NBR12655:2009 “Concreto de cimento Portland – preparo, controle e recebimento – 
Procedimento” acrescentou a essa tabela uma linha adicional relativa ao consumo mínimo de 
cimento como elemento adicional importante para melhorar a confiança em se obter um 
concreto com a durabilidade esperada. De fato, esse era um procedimento muito usado e 
testado em tempos passados, como elemento importante em ambientes agressivos, como 
ambiente marinho,por exemplo, mas que não havia sido contemplado na NB1 por falta de 
consenso e por se julgar que ficaria melhor na norma de preparo de concreto.. A 
NBR12655:2006 estabelece para as classes de agressividade I, II, III e IV, o consumo mínimo 
de 260, 280, 320, 360 kg de cimento por metro cúbico de concreto, seja ele armado ou 
protendido. 
 
7.4.3 Os requisitos das tabelas 7.1 e 7.2 são válidos para concretos executados com 
cimento Portland que atenda, conforme seu tipo e classe, às especificações das NBR 
5732, NBR 5733, NBR 5735, NBR 5736, NBR 5737, NBR 11578, NBR 12989 ou NBR 
13116, com consumos mínimos de cimento por metro cúbico de concreto de acordo com 
a NBR 12655. 
 
É importante ressaltar que a NBR 12655 não contempla o uso de adições não normalizadas no 
concreto 
 
7.4.4 Não é permitido o uso de aditivos contendo cloreto na sua composição em 
estruturas de concreto armado ou protendido. 
 
7.4.3 Os requisitos das tabelas 7.1 e 7.2 são válidos para concretos executados com 
cimento Portland que atenda, conforme seu tipo e classe, às especificações das NBR 
5732, NBR 5733, NBR 5735, NBR 5736, NBR 5737, NBR 11578, NBR 12989 ou NBR 
13116, com consumos mínimos de cimento por metro cúbico de concreto de acordo com 
a NBR 12655. 
 
7.4.4 Não é permitido o uso de aditivos contendo cloreto na sua composição em 
estruturas de concreto armado ou protendido. 
 
A qualidade efetiva do concreto na obra deve ser assegurada por corretos procedimentos de 
mistura, transporte, lançamento, adensamento, cura e desmoldagem. Embora um concreto de 
resistência mais alta, seja, em princípio e sob certas circunstâncias, potencialmente mais 
durável do que um concreto de resistência mais baixa (de mesmos materiais)10), 11), a 
resistência à compressão não é, por si só, uma medida suficiente da durabilidade do concreto, 
pois esta depende das camadas superficiais do concreto da estrutura. Nessas camadas, a 
moldagem, o adensamento, a cura e a desmoldagem têm efeito muito importante nas 
propriedades de difusividade, permeabilidade e absorção capilar de água e gases. Apesar 
disso decidiu-se fazer referência às classes de concreto (ver NBR 8953) por ser esta a 
propriedade mais consagrada nos projetos estruturais. 
 
Convém dar preferência a certos tipos de cimento Portland mais adequados a resistir à 
agressividade ambiental, em função da natureza dessa agressividade. Do ponto de vista da 
maior resistência à lixiviação e para minimizar o risco de reações álcali-agregado são 
preferíveis os cimentos com adições tipo CP III e CP IV; para reduzir a taxa de carbonatação 
são preferíveis os cimentos tipo CP I e CP V e para reduzir a penetração de cloretos são 
preferíveis os cimentos com adições tipo CP III e CP IV. A tabela C 7.1 dá uma idéia de como 
varia a resistência do concreto com a mudança do tipo de cimento. 
 
 24 
Tabela C 7.1 – Resultados, em MPa, obtidos em ensaios realizados para determinação de 
resistência à compressão aos 28 dias de concretos, em função da relação a/c, para 
vários tipos de cimento 
 
Relação a/c Tipo de 
cimento 0,65 0,60 0,55 0,50 0,45 
CP I - 32 28 32 37 41 47 
CP II - 32 24 28 31 35 39 
CP II - 40 28 32 36 41 46 
CP III - 32 23 27 31 36 41 
CP III - 40 27 32 37 42 49 
CP IV - 32 24 28 32 36 41 
CP V - 
ARI/RS 30 33 38 42 46 
CP V - ARI 33 38 42 47 53 
Notas: 
1) Agregados de origem granítica. 
2) Diâmetro máximo dos agregados de 25 mm. 
3) Abatimento entre 50 mm e 70 mm. 
4) Concretos com aditivo plastificante normal, ou seja, aqueles que não possuem ação 
superplastificante ou superfluidificante. 
5) Não foi estabelecida a correlação em função do consumo de cimento por metro cúbico de 
concreto, cuja influência é expressiva, de acordo com a literatura técnica. 
 
A proteção das armaduras é fator preponderante na NB-1, destacando-se: 
 
7.4.5 A proteção das armaduras ativas externas deve ser garantida pela bainha, 
completada por graute, calda de cimento Portland sem adições, ou graxa especialmente 
formulada para esse fim. 
 
7.4.6 Atenção especial deve ser dedicada à proteção contra a corrosão das ancoragens 
das armaduras ativas. 
 
O ideal para proteção durável contra a corrosão das ancoragens das armaduras ativas parece 
ser o emprego de grautes de base cimento modificado com polímeros. 
 
7.4.7 Para o cobrimento deve ser observado o prescrito em 7.4.7.1 a 7.4.7.7. 
 
7.4.7.1 Para atender aos requisitos estabelecidos nesta Norma, o cobrimento mínimo da 
armadura é o menor valor que deve ser respeitado ao longo de todo o elemento 
considerado e que se constitui num critério de aceitação. 
 
7.4.7.2 Para garantir o cobrimento mínimo (cmin) o projeto e a execução devem considerar 
o cobrimento nominal (cnom), que é o cobrimento mínimo acrescido da tolerância de 
execução (∆c). Assim, as dimensões das armaduras e os espaçadores devem respeitar 
os cobrimentos nominais, estabelecidos na tabela 7.2, para ∆c = 10 mm. 
 
7.4.7.3 Nas obras correntes o valor de ∆c deve ser maior ou igual a 10 mm. 
 
7.4.7.4 Quando houver um adequado controle de qualidade e rígidos limites de tolerância 
da variabilidade das medidas durante a execução pode ser adotado o valor ∆c = 5 mm, 
mas a exigência de controle rigoroso deve ser explicitada nos desenhos de projeto. 
Permite-se, então, a redução dos cobrimentos nominais prescritos na tabela 7.2 em 5 
mm. 
 25 
 
7.4.7.5 Os cobrimentos nominais e mínimos estão sempre referidos à superfície da 
armadura externa, em geral à face externa do estribo. O cobrimento nominal de uma 
determinada barra deve sempre ser: 
a) cnom ≥ φ barra; 
b) cnom ≥ φ feixe = φn = φ n ; 
c) cnom ≥ 0,5 φ bainha. 
 
7.4.7.6 A dimensão máxima característica do agregado graúdo utilizado no concreto não 
pode superar em 20% a espessura nominal do cobrimento, ou seja: 
dmáx ≤ 1,2 cnom 
 
Tabela 7.2 - Correspondência entre classe de agressividade ambiental e cobrimento 
nominal para ∆c = 10mm 
 
Classe de agressividade 
ambiental (tabela 6.1) 
I II III IV3) Tipo de estrutura 
Componente ou 
elemento 
Cobrimento nominal 
mm 
Laje2) 20 25 35 45 Concreto armado 
Viga/Pilar 25 30 40 50 
Concreto protendido1) Todos 30 35 45 55 
1) Cobrimento nominal da armadura passiva que envolve a bainha ou os fios, cabos e 
cordoalhas, sempre superior ao especificado para o elemento de concreto armado, devido 
aos riscos de corrosão fragilizante sob tensão. 
2) Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de contrapiso, 
com revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa de revestimento e 
acabamento tais como pisos de elevado desempenho, pisos cerâmicos, pisos asfálticos e 
outros tantos, as exigências desta tabela podem ser substituídas por 7.4.7.5 respeitado um 
cobrimento nominal ≥ 15 mm. 
3) Nas faces inferiores de lajes e vigas de reservatórios, estações de tratamento de água e 
esgoto, condutos de esgoto, canaletas de efluentes e outras obras em ambientes química 
e intensamente agressivos, a armadura deve ter cobrimento nominal ≥ 45 mm. 
 
A qualidade efetiva do concreto superficial de cobrimento e proteção à armadura depende da 
adequabilidade da fôrma, do aditivo desmoldante e, preponderantemente da cura dessas 
superfícies. Em especial devem ser curadas as superfíciesexpostas precocemente, devido à 
desmoldagem, tais como fundos de lajes, laterais e fundos de vigas e faces de pilares e 
paredes. Uma diretriz geral, encontrada na literatura técnica, diz que a durabilidade da 
estrutura de concreto é determinada por quatro fatores identificados como regra dos 4C: 
 
- composição ou traço do concreto; 
- compactação ou adensamento efetivo do concreto na estrutura; 
- cura efetiva do concreto na estrutura; 
- cobrimento ou espessura do concreto de cobrimento das armaduras. 
 
Portanto a vida útil desejada para a estrutura pode ser alcançada através de uma combinação 
adequada e inteligente desses fatores, ou seja, ao empregar um concreto de melhor qualidade 
é possível reduzir o cobrimento mantendo a mesma vida útil de projeto, e vice-versa. Admitindo 
que o adensamento e a cura serão e deverão ser bem executados em quaisquer 
circunstâncias, fica um certo grau de liberdade entre a escolha da resistência (qualidade) do 
concreto e a espessura do cobrimento. Essa ainda não é a postura do CEB12), que não 
aconselha uma redução dos cobrimentos mínimos. Esse conceito pode ser exemplificado na 
 26 
figura C 7.1 onde está apresentado um ábaco correspondente a uma estrutura sujeita a um 
ambiente agressivo no qual predomina a ação do gás carbônico, ou seja um fenômeno 
preponderante de carbonatação13). Como se pode observar qualitativamente (não tomar 
valores numéricos deste ábaco para projeto), uma mesma vida útil pode ser alcançada por 
diferentes pares cobrimentos / resistência de concreto. 
 
O ábaco indicado na figura C 7.1, é apenas conceitual e qualitativo, correlacionando vida útil de 
projeto com espessura de cobrimento das armaduras e com a qualidade do concreto (C10 a 
C50), em função do ambiente (neste caso zona urbana e industrial). 
 
 
 
Figura C 7.1 – Correlações conceituais e qualitativas da carbonatação em faces externas 
dos componentes estruturais de concreto expostos à intempérie 
 
O mesmo raciocínio pode ser aplicado para uma situação considerada de extrema 
agressividade, ou seja, para a zona de respingos de maré, conforme apresentada na figura 
C 7.2. 
 
O ábaco indicado na figura C 7.2, também apenas conceitual e qualitativo, correlacionando 
vida útil de projeto com espessura de cobrimento das armaduras e com a qualidade do 
concreto (C 10 a C 50), em função do ambiente (neste caso zona de respingos de maré). Como 
se pode constatar em condições de extrema agressividade, sempre qualitativamente, somente 
os concretos de 45 MPa e 50 MPa com cobrimentos mínimos de 9 cm e 5 cm respectivamente, 
poderiam alcançar 50 anos de vida útil de projeto. 
 27 
 
 
Figura C 7.2 – Correlações conceituais da difusão de cloretos em faces externas de 
componentes estruturais de concreto expostos à zona de respingos de maré 
 
Esta nova visão da questão da durabilidade, expressa neste comentário aponta para uma 
mudança radical na forma de exigir requisitos de projeto. Atualmente, uma vez classificada a 
agressividade do ambiente o passo seguinte é escolher a qualidade do concreto e atender a 
uma certa espessura de cobrimento. Desse atendimento aos dois requisitos espera-se alcançar 
uma certa vida útil de projeto. Dentro da nova conceituação, após a classificação da 
agressividade do ambiente, o passo a tomar deve ser o de escolher uma vida útil de projeto e, 
a partir dela, com liberdade, combinar inteligentemente o cobrimento de concreto das 
armaduras com a qualidade (resistência) desse concreto. 
 
C 7.5 Detalhamento das armaduras 
 
O congestionamento das barras dificulta a moldagem, propicia a segregação dos componentes 
do concreto e impede um bom adensamento, ao dificultar a entrada do vibrador, 
comprometendo a compacidade final do concreto endurecido14). 
 
C 7.6 Controle da fissuração 
 
A abertura máxima característica wk das fissuras, desde que não exceda valores da ordem de 
0,3 mm a 0,4 mm, em elementos e componentes estruturais submetidos e projetados em 
conformidade com as demais exigências desta Norma (ver tabela 13.3), não têm importância 
significativa na evolução da corrosão das armaduras passivas15), 16), 17), 18), 19), 20). 
 
Assim, uma diferenciação mais detalhada entre aberturas limite de fissuras transversais à 
armadura principal não é necessária nas estruturas correntes de concreto armado. 
 
É de interesse, no entanto, fixar aberturas limite de fissuras mais restritas, no caso destas 
afetarem a funcionalidade da estrutura, como é o caso, por exemplo, da estanqueidade de 
reservatórios, assim como nos casos em que possam vir a causar desconforto psicológico nos 
usuários. 
 
 28 
Nos componentes e elementos estruturais sob classes de agressividade muito forte (IV), a 
limitação de abertura de fissuras em valores menores que 0,3 mm não se constitui medida 
suficiente para prevenir a deterioração da estrutura. 
 
A penetração de agentes agressivos ao concreto até atingir a armadura, se dá por outros 
mecanismos que não exclusivamente através de fissuras. 
 
C 7.7 Medidas especiais 
 
Em princípio podem ser utilizadas as seguintes medidas protetoras especiais21): 
 
a) proteção das superfícies de concreto aparente com hidrofugantes (base silicone), com 
vernizes de base acrílico puro, com vernizes de base poliuretano alifático ou com sistemas 
duplos, renovados periodicamente a cada 3 a 5 anos; 
 
b) proteção das superfícies de concreto não aparente com chapisco, emboço, reboco e 
pintura ou revestimentos de pastilha, de cerâmica, de base asfalto, ou revestimentos 
reforçados com fibras de vidro ou de poliéster, de mantas de náilon, e similares, mantidos e 
renovados periodicamente; 
 
c) proteção da superfície da armadura com revestimentos de zinco tipo galvanizados. 
Cuidados especiais devem ser tomados no manuseio das barras para não comprometer a 
proteção superficial; 
 
d) proteção direta da superfície da armadura com revestimentos de base epóxi. Cuidados 
especiais devem ser tomados no manuseio das barras para não comprometer a proteção 
superficial; 
 
e) proteção da armadura contra a corrosão através de proteção catódica por corrente 
impressa, mantida periódica e sistematicamente. 
 
Na tradição brasileira tem sido aceito considerar que um revestimento da superfície da 
estrutura de concreto com chapisco, emboço e reboco de argamassa de cimento:cal:areia, com 
acabamento de pintura renovada periodicamente ou outro acabamento, tais como pastilha, 
cerâmica, e outros, desde que submetidos a uma manutenção periódica, atuaria como uma 
barreira extra e protetora da armadura contra a corrosão. Com esse raciocínio era permitido 
reduzir a espessura de cobrimento de 5 mm. Ao lado de obras com resultado positivo há uma 
série de outras catastróficas principalmente quando isso foi considerado motivo para relaxar a 
qualidade da execução e sempre que as cerâmicas, pastilhas, fachadas e pisos foram lavados 
com ácido muriático (ácido clorídrico comercial), que é altamente agressivo às armaduras. 
Portanto, em concordância com as demais normas internacionais sobre o assunto, apesar de 
viável em casos específicos, não se recomenda reduzir automaticamente os cobrimentos 
mínimos ou a qualidade do concreto de cobrimento. 
 
 29 
C 8 Propriedades dos materiais 
 
C 8.2.1 Classes 
 
Esta Norma se aplica a concretos compreendidos nas classes de resistência do grupo I, 
indicadas na NBR 8953, ou seja, até C50. 
 
A classe C20, ou superior, se aplica a concreto com armadura passiva e a classe C25, ou 
superior, a concreto com armadura ativa. A classe C15 pode ser usada apenas em fundações, 
conforme NBR 6122, e em obras provisórias. 
 
O valor de 15 MPa pode ser eventualmente utilizado em obras de pequeno porte (até 4 
pavimentos, com vãos inferiores a 4 m e sem lajes lisas ou cogumelo). 
 
C 8.2.6 Resistência no estado multiaxial de tensões 
 
A expressão foi desenvolvida para o estado duplo, aplicando-se ao caso multiaxial com grande 
margem de segurança. 
 
σ1 ≥ - fctk 
 
σ3 ≤ fck + 4 σ1 
 
Em casosespeciais, literatura específica pode ser usada para se obter valores mais realistas. 
 
Para consideração da tensão intermediária, o critério de ruptura indicado pelo MC90 CEB-FIP 
pode ser utilizado. 
 
C 8.2.8 Módulo de elasticidade 
 
A rigor o módulo de elasticidade inicial Eci está ligado ao valor médio da resistência à 
compressão do concreto, fcm. 
 
Como fcm não é conhecido na fase de projeto, apenas fck; Eci será calculado em função de fck. 
 
Na verdade, na verificação de elementos estruturais ou seções transversais, o valor da efetiva 
resistência do concreto pode ser da ordem de fck, daí ser prudente usar as expressões 
constantes de 8.2.8 em função de fck: 
 
O módulo de elasticidade ou módulo de deformação tangente inicial, deve ser obtido 
segundo ensaio descrito na NBR 8522 . Quando não forem feitos ensaios e não existirem 
dados mais precisos sobre o concreto usado na idade de 28 d, pode-se estimar o valor 
do módulo de elasticidade usando a expressão : 
 
Eci = 5600 fck1/2 
 
onde: 
 
Eci e fck são dados em megapascal. 
 
O módulo de elasticidade numa idade j ≥ 7 d pode também ser avaliado através dessa 
expressão, substituindo-se fck por fckj. 
 
Quando for o caso, é esse o módulo de elasticidade a ser especificado em projeto e 
controlado na obra. 
 
 30 
O módulo de elasticidade secante a ser utilizado nas análises elásticas de projeto, 
especialmente para determinação de esforços solicitantes e verificação de estados limites 
de serviço, deve ser calculado pela expressão : 
 
Ecs = 0,85 Eci 
 
Na avaliação do comportamento de um elemento estrutural ou seção transversal pode 
ser adotado um módulo de elasticidade único, à tração e à compressão, igual ao módulo 
de elasticidade secante (Ecs). 
 
Na avaliação do comportamento global da estrutura e para o cálculo das perdas de 
protensão, pode ser utilizado em projeto o módulo de deformação tangente inicial (Eci). 
 
A redução de 15% de Eci para Ecs, é importante porque em regiões localizadas as tensões 
podem ser da ordem de 40% a 50% de fck, até mais, reduzindo o valor efetivo de Ecs. 
 
Na avaliação do comportamento global da estrutura, permite-se adotar o módulo Eci por três 
razões principais: 
 
- para a estrutura toda é adequado avaliar a rigidez a partir de fcm; 
- existem significativas regiões da estrutura onde as tensões são baixas, abaixo de 30% de 
fck; 
- nessas análises uma parte das ações é usualmente dinâmica de curta duração, como o 
vento por exemplo, para as quais o concreto tem uma resposta mais rígida. 
 
Muitas são as variáveis que podem interferir no resultado do módulo de elasticidade do 
concreto. Dentre elas, pode-se citar: 
 
- diferentes resistências à compressão do concreto; 
- diferentes consistências do concreto fresco; 
- diferentes volumes de pasta por metro cúbico de concreto; 
- diferentes estados de umidade dos corpos-de-prova no momento do ensaio; 
- diferentes velocidades de aplicação da carga ou da deformação; 
- diferentes diâmetros nominais do agregado graúdo; 
- diferentes dimensões dos corpos-de-prova; 
- diferentes temperaturas de ensaio; 
- diferentes naturezas do agregado graúdo; 
- diferentes idades. 
 
Por isso é muito difícil estabelecer um modelo único que forneça o módulo a partir da 
resistência à compressão, que é apenas uma das variáveis em jogo. Para exemplificar 
apresenta-se a seguir uma proposta de faixas possíveis de variação do módulo de elasticidade 
inicial. 
 
Eci = a1 . a2 . 5600 . fck 
 
onde: 
 
a1 e a2 podem ser obtidos nas tabelas 8.1 e 8.2. 
 
 31 
Tabela C 8.1 - Proposta de índices de correção do módulo de elasticidade do concreto 
em função da natureza do agregado 
 
Natureza do agregado graúdo a1 
Basalto, diabásio e calcário sedimentar denso 1,1 a 1,2 
Granito e gnaisse 1,0 
Calcário metamórfico, e metasedimento 0,9 
Arenito 0,7 
 
Tabela C 8.2 - Proposta de índices de correção do módulo de elasticidade do concreto 
em função de sua consistência 
 
Consistência do concreto fresco1) a2 
fluida 0,9 
plástica 1,0 
seca 1,1 
1) Consistência obtida pela NBR NM 67 sem o uso de aditivos, especialmente 
superplastificantes. 
 
C 8.2.10 Diagramas tensão deformação 
 
Para análises não-lineares é importante a utilização de diagramas tensão-deformação mais 
realistas, (ver figura C 8.1) como o dado pelo MC 90 CEB-FIP. É importante que o valor do 
módulo de elasticidade secante para 0,4 fck coincida com o de 8.2.8. 
 
 
Figura C 8.1 – Diagrama tensão –deformação mais realistas 
 
C 8.3.9 Soldabilidade 
 
Para que um aço seja considerado soldável, sua composição deve obedecer aos limites 
estabelecidos na NBR 8965. 
 
A emenda de aço soldada deve ser ensaiada à tração segundo a NBR 8548. A carga de 
ruptura mínima, medida na barra soldada, deve satisfazer ao especificado na NBR 7480 
e o alongamento sob carga deve ser tal que não comprometa a dutilidade da armadura. 
O alongamento total plástico medido na barra soldada deve atender a um mínimo de 2%. 
 
 32 
Informações sobre execução de solda podem ser obtidas na NBR 14931 – Execução de 
estruturas de concreto – Procedimento. 
 
C 8.4.1 Classificação 
 
Os valores de resistência característica à tração, diâmetro e área dos fios das 
cordoalhas, bem como a classificação quanto à relaxação, a serem adotados em projeto, 
são os nominais indicados na NBR 7482 e na NBR 7483, respectivamente. 
 
Para barras não existe norma de especificação. 
 
C 8.4.8 Relaxação 
 
A relaxação de fios e cordoalhas, após 1 000 h a 20ºC (Ψ1000) e para tensões variando de 
0,5 fptk a 0,8 fptk, obtida em ensaios descritos na NBR 7484, não deve ultrapassar os valores 
dados nas NBR 7482 e NBR 7483, respectivamente. Para efeito de projeto, os valores de 
Ψ1000 da tabela 8.3 podem ser adotados. 
 
Para barras não existe norma de especificação. 
 
 33 
C 9 Comportamento conjunto dos materiais 
 
C 9.2.2 Níveis de protensão 
 
Os níveis de protensão estão relacionados com os níveis de intensidade da força de 
protensão que, por sua vez, são função da proporção de armadura ativa utilizada em 
relação à passiva (ver 3.1.4 e tabela 13.3). 
 
Em regiões localizadas como nos trechos junto às extremidades das peças com aderência 
inicial (armadura pré-tracionada, 3.1.7) a existência de tração em parte da seção transversal 
não caracteriza o nível de protensão. 
 
Esses esforços de tração podem ser resistidos apenas por armadura passiva, respeitadas as 
exigências referentes aos estados limites para as peças de concreto armado. 
 
Em casos de peças pré-fabricadas de acordo com a NBR 9062, pelo processo de extrusão ou 
do tipo fôrma deslizante com fios aderentes, a resistência à tração do concreto pode ser 
considerada desde que comprovada experimentalmente a segurança global do trecho. 
 
C 9.3 Verificação da aderência 
 
Para verificação do fendilhamento ver também: CEB-CM90 Bull 151/CEB - Bond Action and 
Bond Behaviour of Reinforcement Construções de Concreto - Leonhardt - Vol. 3. 
 
C 9.4 Ancoragem das armaduras 
 
C 9.4.1 Condições gerais 
 
Todas as barras das armaduras devem ser ancoradas de forma que os esforços a que 
estejam submetidas sejam integralmente transmitidos ao concreto, seja por meio de 
aderência ou de dispositivos mecânicos ou combinação de ambos. 
 
A NB-1 entende que uma ancoragem deve garantir, com a segurança prevista nessa Norma: 
a) a integridade do concreto na região da ancoragem; 
b) a resistência e rigidez da barra aos esforços para os quais foi calculada no trecho em que 
está integralmente ancorada. Ponto A da figura C 9.1; 
c) a resistência das barras remanescentes, no trecho em que a barra ancorada foi 
suprimida. Ponto B figura C 9.1; 
d) ao longo do comprimento de ancoragem a resistência da barra ancorada pode ser 
considerada linearmente variável conforme mostra a figura C 9.1. 
 
 
Figura C 9.1 - Variação da resistência de cálculo de um conjunto de três barras, quando 
uma delas é cortada (a barra 3, no ponto B) 
 
 34 
C 9.4.2.5 Comprimento de ancoragem

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