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APO 2 - PSICO

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FACULDADE BARRETOS
APO 2 - PSICOLOGIA JURÍDICA 
José Lucas Silva – RM:1601702038
Pesquisar um estudo de caso ou relato de experiência na literatura científica relacionando o judiciário com a Psicologia e escrever uma breve análise sobre o caso - não esquecer de colocar a referência do texto encontrado. 
Resposta: Algumas pessoas compartilham de um pensamento equivocado que a psicologia jurídica atua apenas na seara criminal, contudo a interdisciplinaridade vai além da prática forense. Desta maneira, o operador do direito se depara com situações que exigem conhecimentos que grande parte das vezes não são adquiridos em sua formação acadêmica.
Calha ressaltar, que a psicologia tem exercido um importante papel no ramo do direito civil, principalmente na busca por soluções dos litígios oriundos da seara do direito de família, tais como conflitos de guarda compartilhada e a síndrome de alienação parental. 
GUARDA COMPARTILHADA
Nos processos de separação ou divórcio, é preciso definir qual dos ex-cônjuges deterá a guarda dos filhos. De acordo com o disposto no artigo nº 1.584, do Código Civil, quando a separação ocorrer de forma consensual, será observado o que os cônjuges acordarem sobre a guarda dos filhos. Entretanto, caso não ocorra acordo, a guarda será atribuída àquele que reunir melhores condições para exercê-la, o que não implica melhores condições econômicas ou materiais (Brasil, 2003). Sendo assim, a guarda poderá ser exclusiva ou compartilhada.
 
Na guarda compartilhada, ambos os genitores detêm o poder familiar e a tomada de decisões, independentemente do tempo em que os filhos passem com cada um deles. A guarda exclusiva ainda é predominante no Brasil, ficando os filhos normalmente sob a custódia da mãe. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2005), em 91,1% dos casos de separação e em 89,5% dos casos de divórcio, a guarda dos filhos ficou sob responsabilidade da mãe.
Diante disso, o processo de separação pode interferir no desenvolvimento dessa criança e trazer sérios riscos a sua saúde mental. Logo, destaca-se a importância do psicólogo na busca de soluções que possam deixar esse processo de separação menos traumático para a criança, evitando o surgimento de rancor e amargura, principalmente quando as mesmas são afastadas do convívio do genitor não-guardião. 
SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL
O fenômeno da Síndrome de Alienação Parental (SAP) tem sido comumente visto no contexto de disputas de guarda (Gardner, 1999). O termo síndrome de alienação parental foi criado pelo psiquiatra norte-americano Richard Gardner. O referido autor observou um aumento significativo das situações em que um dos genitores programa o filho para alienar-se do outro, na esperança de que isso o favoreça na disputa judicial. A partir daí, Gardner (2002) constatou não apenas que o genitor alienador incutia no filho ideias negativas em relação ao ex-cônjuge, mas que havia também uma contribuição dos filhos para essa desmoralização.
Gardner (2002) definiu então a SAP como o processo que consiste em programar uma criança para que odeie um de seus genitores sem justificativa. Para que se configure efetivamente o quadro da SAP, Silva (2006) destaca que é preciso ter certeza de que o genitor alienado não merece ser rejeitado pela criança por meio de comportamentos tão depreciáveis. Gardner (2002) aponta ainda que a SAP se caracteriza pelo fato de o alienador programar o filho para denegrir a imagem do outro genitor e pelas contribuições criadas pela própria criança, que sustentam essa desmoralização do genitor alienado.
 O alienador caracteriza-se como uma figura superprotetora, que pode ficar cego de raiva ou animar-se por um espírito de vingança provocado pela inveja ou pela cólera. Geralmente, coloca-se como vítima de um tratamento injusto e cruel por parte do outro genitor, do qual tenta vingar-se fazendo crer aos filhos que aquele não é merecedor de nenhum afeto. 
Conforme analisado esse exposto, podemos chegar à conclusão que o direito e a psicologia quando trabalhados em conjunto trazem inúmeros benefícios para a solução de litígios. Portanto, percebe-se que o operador do direito deve estar preparado para atuar em parcerias de outras áreas não jurídicas.
Referência:
Disponível em: 
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141498932009000200007&script=sci_arttext acesso em: 10/09/2020

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