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Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Hoje em dia cada vez mais se está substituindo o adjetivo “mental” por “intelectual”. A Organização Pan‐Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde realizaram um evento ( l B il ti i ) M t l C dá(no qual o Brasil participou) em Montreal, Canadá, em outubro de 2004, evento esse que aprovou o documento DECLARAÇÃO DE MONTREAL SOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUALDEFICIÊNCIA INTELECTUAL. Esse é só um exemplo do porque da utilização do termo deficiência intelectual em detrimento dotermo deficiência intelectual em detrimento do termo deficiência mental. Todavia, ao longo do curso poderemos nos valer do termo deficiência mental para nos referirmos a deficiência intelectual, hajapara nos referirmos a deficiência intelectual, haja vista que grande parte da literatura ainda utiliza o termo “deficiência mental” Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A concepção de deficiência intelectual tem, ao longo da história do comportamento humano, passado por mudanças profundas. Somente, a partir do final do século XVIII, é que educadores e pedagogos passaram a se preocupar com a deficiência intelectual, pois, durante muito tempo (um século e meio) este era um problema que caberia, quase que exclusivamente, à medicina, dar as respostas. Na perspectiva médica a “oligofrenia” (em grego: pouca mente) era diagnosticada por um conjuntoNa perspectiva médica, a oligofrenia (em grego: pouca mente) era diagnosticada por um conjunto de sintomas presentes em um grupo amplo e heterogêneo de anomalias com etiologia variada ‐ e às vezes, presumida, mais que desconhecida ‐, mas com um elemento comum: o de apresentar déficits irreversíveis na atividade mental superior. Nessa perspectiva, a única intervenção possível erairreversíveis na atividade mental superior. Nessa perspectiva, a única intervenção possível era prevenir, a rigor, nem curar e nem sequer tratar.(Coll e colaboradores, 2004, p.193). Essa concepção predominou durante muito tempo, fazendo com que durante décadas e décadas muitas crianças fossem consideradas incapazes de aprender, portanto, de freqüentar a escola regular. N é l XIX ã d d fi iê i i id d d t iNo século XIX, essa compreensão da deficiência como incapacidade, que por sua vez determinava a não escolarização de muitas crianças, foi reforçada pela psicometria ou “ medição da inteligência”, cujos testes como os do francês Binet, reforçaram a diferenças entre as crianças, classificando‐as entre capazes e incapazes de se beneficiarem da educação escolar Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual entre capazes e incapazes de se beneficiarem da educação escolar. Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Você deve estar, neste momento, se lembrando dos estudos realizados no seu curso de formação de professores dos conceitos de idade mental, quociente intelectual, idade mental, idade cronológica, conceitos esses da psicometria e que, do t d i t d i l it iliponto de vista educacional, muito pouco auxiliavam na definição do que se deveria fazer, como educar, como reabilitar as pessoas com deficiência mental. Psicometria: conjunto de técnicas utilizadas para mensurar de formapara mensurar, de forma adequada e comprovada experimentalmente, um conjunto ou uma gama de comportamentosde comportamentos que se deseja conhecer melhor. Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Coll (2004) explica que, em termos psicométricos, se considera deficiência mental o grau de capacidade que, em uma distribuição normal da inteligência (no sentido estatístico), em uma determinada população, encontram‐se dois desvios típicos abaixo da média. A classificação psicométrica, adotada e mantida pela O i ã M di l d S úd OMS it l d Q i t I t l t l QI b i d 70Organização Mundial da Saúde ‐ OMS, situa‐se em valores de Quociente Intelectual‐QI abaixo de 70. Assim, cada desvio típico mais abaixo que se acrescenta, dá lugar a classificação típica da deficiência mental, conforme o quadro seguinte: Deficiência Mental Leve: QI 55 a 70; Deficiência Mental Moderada:, q g f Q ; f QI 40 a 55: Deficiência Mental Séria: QI 25 a 40; e Deficiência Mental Profunda: QI abaixo de 25. O Quociente Intelectual‐QI era visto como imutável pela psicometria. Contudo, ao começarem a aparecer d did t t d i l ó ti ô b f t id d derros de medida nos testes, o que poderia levar a prognósticos errôneos sobre a futura capacidade da criança, o desenvolvimento de programas do tipo “ensinar a pensar”, começaram a mostrar que o QI não era tão imutável como se supunha.Também passou a sofrer críticas por seu caráter ideológico, pois, era favorável às competências próprias das classes sociais altas ou médias e, porque não proporcionavap p p , p q p p elementos acerca do que poderia ser feito em termos de educação das pessoas com deficiência. Atualmente, dois são os enfoques predominantes sobre a deficiência mental: um conceito funcional, centrado no funcionamento adaptativo da pessoa com deficiência nas atividades da vida diária e ocentrado no funcionamento adaptativo da pessoa com deficiência nas atividades da vida diária e o outro, analisado dentro do marco da psicologia cognitiva. Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL O primeiro enfoque coincidiu com o auge do behaviorismo, sendo portanto, a deficiência mental analisada, a partir dos pressupostos behavioristas, e tendo predominado ao longo dos anos 70, em muitos setores profissionais. O behaviorismo não fala de deficiência ou atraso mental, mas de conduta atrasada; recusa todo tipo de rótulos meramente descritivos e centraliza seu interesse nas técnicas eficazes, para criar repertórios de aprendizagens mais completos. Acreditava‐se que era possível modificar a conduta, os hábitos aprendidos, o nível de rendimento e a qualidade da execução das diferentes áreas, tanto escolares, quanto da vida diária, a partir da modificação das experiências, dos estímulos (Coll, 2004, p.195). Behaviorismo:conjunto de teorias psicológicas que estudam o comportamento humano, considerado o ú i bj t d t d d P i l iúnico objeto de estudo da Psicologia Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Um outro conceito funcional, proposto em 1992 (Association American on Mental Retardion, Estados Unidos) explica que “a deficiência mental refere‐se a limitações substanciais no desenvolvimento corrente. Caracteriza‐se por um funcionamento intelectual significativamente inferior à média, que ocorre juntamente com limitações associadas em duas ou mais das seguintes áreas de habilidades adaptativas possíveis: comunicação, cuidado pessoal, vida doméstica, habilidades sociais, utilização da comunidade, autogoverno, saúde e segurança, habilidades acadêmicas funcionais lazer e trabalho A deficiência mental manifesta se antes dos 18 anos” (Collacadêmicas funcionais, lazer e trabalho. A deficiência mental manifesta‐se antes dos 18 anos (Coll, 2004). Coll analisa essas concepções como delimitadora do que se entende por deficiência mental, deslocaColl analisa essas concepções como delimitadora do que se entende por deficiência mental, desloca a ênfase do “intelectual” ou cognitivo para o adaptativo e funcional, contudo é uma delimitação difusa, ou seja, os limites entre deficiência mental propriamentedita e outras categorias, como a de atraso evolutivo ou dificuldades gerais de aprendizagem, não são nítidos. São como diz Coll (2004) “fronteiras móveis e mal definidas, de modo, que apenas o desenvolvimento da pessoa e sua resposta à intervenção educativa permite, com o tempo, discernir a deficiência mental permanente de outros possíveis atrasos e/ou dificuldades de caráter transitório ou menos generalizado”. O outro enfoque da deficiência mental, e que é mais aceito hoje, é o que compreende as teorias da deficiência mental como sendo teorias da inteligência e, ao mesmo tempo, do pensamento. Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Como teoria cognitiva, a inteligência é associada à aprendizagem e ambas relacionadas com a deficiência mental. Inteligência e deficiência não são definidas em si mesmas ou por si mesmas, mas em termos relacionais, em relação à instrução e às condições em que esta se produz; e, também diferem do enfoque anterior, no sentido de que indica o que fazer ou como fazer, como proceder com as pessoas que apresentam menor capacidade, proporcionando a elas condições melhores de instrução (Coll, 2004). A partir do enfoque cognitivo, a pessoa com deficiência mental passa a ser vista como tendo dificuldades especiais em adquirir conhecimentos, dificuldades que têm a ver com todos os processos cognitivos e os parâmetros de inteligência, mas o déficit básico da deficiência mental encontra‐se nas estratégias gerais de aprendizagem, de manejo da experiência. D i i t ã t t t d d fi iê i d á l i t ã dDessa maneira, a intervenção no tratamento da deficiência se dará pela instauração de estratégias de aprendizagem. Compreende‐se, portanto, que a mente humana se desenvolve em função de sua própria história e de sua experiência, e que mesmo os componentes não tão facilmente modificáveis os de capacidades podem ser ampliados como conseqüência de umafacilmente modificáveis, os de capacidades, podem ser ampliados como conseqüência de uma melhoria das estratégias. (Coll, 2004). Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A Personalidade dos Sujeitos com Deficiência Intelectual Pesquisas realizadas por Coll e colaboradores constataram que as pessoas com deficiência mental apresentam outros traços além dos associados a sua limitação intelectual tais como as A Personalidade dos Sujeitos com Deficiência Intelectual mental apresentam outros traços, além dos associados a sua limitação intelectual, tais como as relacionadas à personalidade. As pessoas com deficiência mental pesquisadas apresentaram como traço mais visível a rigidez comportamental, ou seja, são capazes de ficar muito mais tempo que outras pessoas em uma determinada tarefa, por mais repetitiva que seja. Isso setempo que outras pessoas em uma determinada tarefa, por mais repetitiva que seja. Isso se explica, porque, sendo a inteligência considerada como a capacidade de adaptação a situações novas, a pessoa com baixa capacidade intelectual encontra maiores dificuldades nessa adaptação, experimentando, conseqüentemente mais insegurança e ansiedade diante de umap ç p q g ç situação nova. Coll (2004) chama nossa atenção para o fato de que, embora essa capacidade coloque a pessoa com deficiência mental com vantagens para trabalhos rotineiros, no que refere à educação, não favorece o seu desenvolvimento pessoal. Por isso, os(as) professores(as) devem aproveitar essa capacidade, porém, apresentando o novo em dozes razoáveis, para que possa ser aceito pelo indivíduo concreto sem que seu equilíbrio emocional seja perturbado. Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A Personalidade dos Sujeitos com Deficiência Intelectual Outro aspecto importante observado nas pessoas com deficiência mental é sua dependência afetiva e comportamental com outras pessoas. Quando pequena, a criança com deficiência mental constrói um A Personalidade dos Sujeitos com Deficiência Intelectual p p p q , ç vínculo, inicialmente com a mãe, e depois com outras pessoas adultas que a protegem, que tem um alto valor para a sua sobrevivência e desempenha um importante papel na sua evolução. Esse vínculo se transforma ao longo do desenvolvimento do ser humano e apresenta outras formas na idade adulta, if t d d d i d l t i i f ti d t id dmanifestando‐se de modos variados, geralmente, mais infantis que os correspondentes a sua idade cronológica. Essas pessoas são muito dependentes em seus comportamentos, em suas relações, em seus afetos. Possuem baixas expectativas com relação à própria eficiência, quanto ao predomínio de atribuições dep ç p p , q p ç causalidade externas. Acreditam que o que lhes acontece e o que acontece, o que ocorreu no passado e o que ocorrerá no futuro estão fora de suas mãos e de seu controle, e que dependem de outras pessoas ou de fatores do destino (Coll, 2004). As pesquisas também demonstram que tal qual a criança, o sujeito com deficiência tem grande dificuldade, para prorrogar o esforço e para agir movido por incentivos distantes, por isso, recomendam a aplicação imediata do reforço às condutas que se deseja que sejam implementadas.p ç ç q j q j p Outras características atribuídas às pessoas com deficiência são a baixa auto‐estima e a grande instabilidade emocional, que Coll (2004) considera que são traços aprendidos, muitos dependentes das experiências vividas e do modo como são tratadas Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual experiências vividas e do modo como são tratadas. Essas características não devem ser generalizadas, mas deve‐se considerar a singularidade de cada sujeito. Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Etiologia Em medicina, o vocábulo significa o estudo que busca saber da origem, da causa de uma determinada doença.Assim dizemos que o aparecimento da deficiência mental possui uma etiologia variada, ou seja, Etiologia ç q p p g , j , procedem de diversas causas, tendo sido comumente dividida em duas grandes categorias: a deficiência de origem biológica e a de origem ambiental, psicossocial. Outra distinção clássica era a das causas, pré‐peri e pós‐natais, conforme ocorressem antes, durante ou depois do nascimento, contudo essas distinções não d à lid d (C ll 2004) E t d i di d fi iê i t l é d id á icorrespondem à realidade (Coll, 2004).Estudos indicam que a deficiência mental é produzida por vários fatores, pode ser decorrente da interação e/ou da acumulação de vários fatores, biológicos ou psicossociais. As causas concretas da deficiência mental são também bastante variadas. Em certas situações, dependem principalmente de circunstâncias sanitárias, sobretudo, na gravidez e no parto, e muitas vezes também de causas sociais. O caso mais típico em que a incidência é praticamente a mesma em sociedades distintas é o da Síndrome de Down, cuja freqüência média é de, aproximadamente, 01 em cada 600 nascimentos, mas mesmo assim, a taxa varia muito, conforme a idade da mãe e, eventualmente também a do pai. A taxa é mais alta emp mulheres muito jovens, abaixo de 18 anos, e, sobretudo, nas mães acima de 30 anos, idade em que a taxa aumenta em progressão geométrica junto com os anos (Coll, 2004). Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A AvaliaçãoA Avaliação. Não se trata de apenas identificar ou definir a natureza, os graus, a etiologia, as características da deficiência mental como tal, em sua generalidade,mas a sua identificação, a sua gravidade, em relação aos traços e ao perfil de um sujeito tconcreto. É necessário que se avalie, para intervir e não apenas, para constatar. A avaliação deve ao mesmo tempo avaliar o potencial da pessoa comtempo avaliar o potencial da pessoa com deficiência e o programa de instrução ou de ensino, em diferentes momentos e com diferentes objetivos É necessário e possível avaliar os déficitsobjetivos. É necessário e possível avaliar os déficits físicos, orgânicos, neurológicos, sensoriais e motores, perfeitamente identificáveis, muitas vezes associados à deficiência mental. Essa avaliaçãoassociados à deficiência mental. Essa avaliação compete ao especialista ‐ neurologista, reabilitador, otorrino, etc, que estabelecerá um diagnóstico acerca das capacidades, limitações ou disfunções Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual p , ç ç da pessoa. Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A AvaliaçãoA Avaliação. No âmbito escolar, deve‐se fazer a avaliação de caráter educacional ou curricular, na qual se constatará a aquisição por parte do aluno daqueles conhecimentos, competências e capacidades que constituem o currículo. Quem deve fazer essa li ã é ( ) f ( ) i í i ã éavaliação é o(a) professor(a) e, em princípio, não é diferente da que ele faz com as outras crianças, sem outras particularidade que não aquelas que decorrem da adaptação dos critérios de avaliaçãodecorrem da adaptação dos critérios de avaliação pertinentes.(Coll, 2004). Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A avaliação Coll (2004) indica também que deve ser feita a avaliação daquelas capacidades adaptativas básicas consideradas constitutivas ou descritivas da deficiência mental através da utilização A avaliação básicas, consideradas constitutivas ou descritivas da deficiência mental, através da utilização prudente e bem orientada dos clássicos testes de inteligência geral ou de aptidões concretas, com os quais se tentou medir o hipotético quociente intelectual ou, de maneira geral, o nível de capacidades básicas de ordem diversa: de discriminação, de associação, de abstração, dede capacidades básicas de ordem diversa: de discriminação, de associação, de abstração, de raciocínio, etc. Explica que o nível da prova esteja de acordo com o sujeito a ser avaliado e ele deve pelo menos, compreender o sentido das tarefas que a prova propõe. De acordo com Coll, (2004) em geral, todos os testes ou provas de capacidade intelectual e/ou de aptidões específicas são próprios, para avaliar a deficiência mental, sendo em princípio, os mais aptos, os mais livres de influências culturais e, portanto, mais livres de influências educativas. São úteis, as provas clássicas de capacidade, ou repertórios cognitivos, como as escalas de Wechsler, o teste de Aptidões Primárias (PMA); ou os mais recentes, como o Teste de Habilidade de Sternberg, que reponde a um modelo de inteligência; ou também, aqueles inspirados no modelo evolutivo de Piaget. Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A avaliação Também é importante avaliar o comportamento adaptativo.Em todo caso, diz Coll (2004 p 2004) “é preciso destacar que a qualificação de uma criança A avaliação diz Coll (2004, p. 2004) é preciso destacar que a qualificação de uma criança como” aluno com deficiência mental” não pode ser feita em caráter definitivo. Não apenas a avaliação contínua ‐ subtende‐se ‐ da aprendizagem, t bé li ã d id d bá i tá j it i ãmas também a avaliação de capacidades básicas está sujeita a revisão, o que deve ser feito de modo sistemático de tempos em tempos, pelo menos no início da escolarização, como na mudança de escola ou na passagem de um Éciclo para outro. É uma avaliação que deve sempre ser feia com a finalidade principal de orientação educativa.”. Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A Intervenção em Pessoas com Deficiência IntelectualA Intervenção em Pessoas com Deficiência Intelectual A intervenção em pessoas com deficiência mental deve ter lugar em âmbitos variados, e visam ao desenvolvimento de capacidades básicas próprias do ser humano, como por exemplo: vestir‐se, comer sem ajuda, controlar os fí i j i h úbli desfíncteres ou viajar sozinho em transporte público, poder comunicar‐se com os outros, poder assegurar seu alimento e outros bens necessários, identificar riscos mais com ns da ida e desempenhar se em face deles ocomuns da vida e desempenhar‐se em face deles ou relacionar‐se sexualmente de modo satisfatório. As crianças com deficiência não serão sempre criançasAs crianças com deficiência não serão sempre crianças, mas é preciso procurar estabelecer nelas comportamentos e hábitos de autonomia próprios das crianças, base para qualquer outra autonomia e independência (Coll 2004)qualquer outra autonomia e independência (Coll, 2004). Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A Intervenção em Pessoas com Deficiência IntelectualA Intervenção em Pessoas com Deficiência Intelectual Esses tipos de aprendizagens elementares, na sua maioria adquiridas em casa pelas crianças tidas como normais de modo casual, sem necessidade de ensino metódico por parte dos pais, são as que as crianças com deficiência l i i i fmental necessitam, tanto mais quanto maior for seu déficit. Elas precisam ser instruídas metodicamente, e com certeza, não apenas em casa, mas também na escola. Essa aprendi agem pode ser incenti ada pela obser ação e/oaprendizagem pode ser incentivada pela observação e/ou imitação e mediante outros reforços. Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A Intervenção em Pessoas com Deficiência IntelectualA Intervenção em Pessoas com Deficiência Intelectual Alguns princípios e/ou regras que devem ser observadas na intervenção educativa com pessoas com deficiência, indicados por Coll (2004, p. 206‐7) são: h b í l d tê i d d j it• conhecer bem o nível de competência de cada sujeito em um determinado âmbito de tarefas antes de propô‐las e de fazê‐lo enfrentar outras; • é imprescindível um ensino gradual, passo a passo. Osp g , p p sujeitos com deficiência dificilmente aprendem mais de uma coisa ao mesmo tempo.A análise minuciosa das tarefas, de seu nível de dificuldade e também da seqüência de atividades que se compõe ti id d l é di ã é i t té iuma atividade complexa é condição prévia para a estratégia gradual; • A instrução mais completa que as pessoas com deficiência necessitam é obtida, entre outros meios, graças à, , g ç ampla utilização de um princípio de redundância: ensinar de diferentes formas, com variados exemplos, por meio de canais sensoriais e de ações distintas, introduzindo também, variações na ã d t f Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual consecução das tarefas; Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A Intervenção em Pessoas com Deficiência IntelectualA Intervenção em Pessoas com Deficiência Intelectual Alguns princípios e/ou regras que devem ser observadas na intervenção educativa com pessoas com deficiência, indicados por Coll (2004, p. 206‐7) são: É i t t bé ti ã lidã• É conveniente também, a repetição, a consolidação e a lembrança do já adquirido, o que, por outro lado, está bem de acordo com a aspiração dessas pessoas a um ambiente estável, seguro, previsível;g , p ; • O nível de complexidade e/ou de dificuldade aconselhável em cada momento é o imediatamente superior ao dominado e consolidado no momento, acessível, mas desafiador di tí l i l i d dipara o aprendiz, e suscetível inclusive de uma aprendizagem sem erros; • Do mesmo modo que as demais pessoas, aquelas que têm deficiência mental aprendem sem necessidade de terp consciência disso, mas aprendem melhor, com menos erros, mais depressa, com “sobreaprendizagem”, quando o fazem conscientes dos procedimentos que utilizam e quando “monitoram” seu lt d é í l í i d Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual processo e seus resultados, o que é possível em níveis de deficiência leve e, inclusive, moderada. Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A Intervenção em Pessoas com Deficiência IntelectualA Intervenção em Pessoas com Deficiência Intelectual Esses princípios gerais indicados anteriormente são também válidos para um modo particular de intervenção, que é a educação que se produz na escola.Todavia, se faz necessário outro nível de intervenção educativa para ibili i d fi iê i lpossibilitar a criança com deficiência mental uma educação que lhe possibilite incrementar seu potencial cognitivo e não apenas o afetivo e o relacional, e com isso, config re s a identidade e a mat ração pessoal de acordoconfigure sua identidade e a maturação pessoal de acordo com suas possibilidades. Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A Intervenção em Pessoas com Deficiência Intelectual Contrariamente ao que até então vinha se efetivando em termos de educação da criança com deficiência mental hoje é preciso que “se pense mais em que resposta educativa é preciso A Intervenção em Pessoas com Deficiência Intelectual deficiência mental, hoje, é preciso que se pense mais em que resposta educativa é preciso dar, que estratégias de atuação educativa são necessárias, que desenvolvimento e quais adaptações curriculares, ou seja, é preciso que se volte nossa atenção para as questões relativas mais ao ensinar, mais do que aprender” (Coll, 2004).relativas mais ao ensinar, mais do que aprender (Coll, 2004). Assim, “no lugar de se falar de dificuldades dos alunos, ou, além disso, fale‐se de dificuldades de seu ensino. Além disso, trata‐se de enfocar a atividade educacional não tanto em torno def dificuldades, as de aprender e ensinar, fazendo com que o peso da atenção recaia sobre a dificuldade, mas em torno de um conjunto de práticas e modos de intervenção dirigidos a superá‐las. Trata‐se de mudar o enfoque, não centrando mais no aspecto negativo das dificuldades, mas no positivo dos programas, das práticas, das estratégias didáticas e da educação específica que é preciso oferecer aos alunos” (Coll, 2004, p.209). Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A Intervenção em Pessoas com Deficiência IntelectualA Intervenção em Pessoas com Deficiência Intelectual Vamos ver agora o que você, na qualidade de professor, pode fazer: Primeiramente não se esqueça de que é muito difícil um di ó ti d d fi iê i t l i i idiagnóstico da deficiência mental, pois, os sinais que a criança apresenta podem ser indicativos de problemas de outra ordem, sobretudo emocionais, por exemplo. Somente com um diagnóstico feito por uma equipeSomente com um diagnóstico feito por uma equipe multiprofissional, composta por psicólogo, médico, professor(a) e outros especialistas que atuam em conjunto tem condições de avaliar a criança na suaconjunto, tem condições de avaliar a criança na sua totalidade. Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A Intervenção em Pessoas com Deficiência IntelectualA Intervenção em Pessoas com Deficiência Intelectual O(a) professor(a) não pode se deixar levar pelos mitos sobre a deficiência mental tais como: “toda pessoa com deficiência mental é doente”; “pessoas com deficiência mental morrem cedo, devido a “graves” e “i á i ” bl d úd ”““incontornáveis” problemas de saúde”“; pessoas com deficiência mental precisam usar remédios controlados”; “pessoas com deficiência mental são agressivas e perigosas o dóceis e cordatas” “Pessoas com deficiênciaperigosas, ou dóceis e cordatas”; “Pessoas com deficiência mental são generalizadamente incompetentes”; “existe um culpado pela condição de deficiência”; “Pessoas com deficiência mental só estão “bem” com seus “iguais”;deficiência mental só estão bem com seus iguais ; “Para o aluno com deficiência mental, a escola é apenas um lugar para exercer alguma ocupação fora de casa”. Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A Intervenção em Pessoas com Deficiência IntelectualA Intervenção em Pessoas com Deficiência Intelectual O(a) professor(a) verdadeiramente interessado(a) pela educação d i b h i b d fi iê i ldessas crianças busca conhecimentos sobre a deficiência mental, para poder compreender o problema e melhor ajudá‐las. Quando tem consciência de que está diante de aluno que esteja mostrando algum sinal indicativo de que possa estar com algum g q p g problema de ordem mental, deve orientar os pais para que procurem profissionais especializados, para avaliar a situação da criança. Não subestime a inteligência das crianças com deficiência mental. Encoraje‐as a participar, a expressar suas opiniões. Não superproteja, deixe que elas façam ou tentem fazer sozinhas tudo p p j , q ç o que puderem. Ajude apenas, quando for necessário. Valorize mais o processo do que o resultado, mas não ignore os resultados, pois, eles também devem ser esperados e cobrados d l d fi iê i t l P ti i ãdos alunos com deficiência mental. Promova a participação em atividades estimulantes e diversificadas; respeite as preferências, os gostos, as decisões das crianças com deficiência mental. Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A Intervenção em Pessoas com Deficiência IntelectualA Intervenção em Pessoas com Deficiência Intelectual Vamos ver alguns indicadores de Cultura, Política e Prática para a F íliFamília: • A escola é acolhedora e agradável para os pais e/ou responsáveis;p ; • A escola procura ativamente meios, para interagir com os pais e/ou responsáveis; • A escola procura ativamente interagir com os pais e/ou á i d l tê id d i iresponsáveis de alunos que têm necessidades especiais; • Os(as) professores(as) conhecem individualmente a família e a história de cada um de seus alunos; • Os pais e/ou responsáveis pelos alunos participam da p / p p p p gestão da escola; • Os pais e/ou responsáveis pelos alunos têm representantes nas instâncias de decisão da escola; A l i i i b d• A escola possui mecanismos, para ouvir os membros da família (cotidianamente); Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A Intervenção em Pessoas com Deficiência IntelectualA Intervenção em Pessoas com Deficiência Intelectual Vamos ver alguns indicadoresde Cultura, Política e Prática para a F íliFamília: • Os pais e/ou responsáveis sabem a quem procurar, quando há um problema;q p ; • Os pais e/ou responsáveis têm acesso à escola e ao prédio da escola em qualquer horário; • Os pais e/ou responsáveis contribuem voluntariamente t ã d lpara a manutenção da escola; • Os pais e/ou responsáveis realizam voluntariamente atividades com os alunos; • Os pais e/ou responsáveis são tratados e tratam uns p / p aos outros com respeito e dignidade; • Os pais e/ou responsáveis conhecem os colegas de seus filhos; A l li ti id d i i i i• A escola realiza atividades sociais nas quais os pais e/ou responsáveis são convidados a participar ativamente; Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual Curso de Educação Especial | Módulo XI DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A Intervenção em Pessoas com Deficiência IntelectualA Intervenção em Pessoas com Deficiência Intelectual Vamos ver alguns indicadores de Cultura, Política e Prática para a F íliFamília: • Os pais e/ou responsáveis são chamados para receber notícias sobre o sucesso de seus filhos;; • A escola realiza atividades culturais e desportivas nas quais os pais/responsáveis são convidados a participar ativamente; A l li ti id d dê i i i• A escola realiza atividades acadêmicas nas quais os pais e/ou responsáveis são convidados a participar ativamente.(Ferreira e Martins, 2007, p.99‐100). Para finalizar este módulo vamos a uma atividade. Você já lecionou para turmas de crianças na qual havia algum l ( ) d fi iê i t l? C f i áti ? Qaluno(a) com deficiência mental? Como foi sua prática? Que dificuldades você apontaria como impeditivas para o ensino da criança com deficiência mental? Módulo XI – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Intelectual