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Universidade Federal do Piauí Campus Ministro Reis Velloso – Parnaíba Curso Biomedicina Disciplina Genética Humana e Médica Profa Renata Canalle Herança Monogênica: autossômica dominante e recessiva Conceitos básicos de genética formal Herança monogênica: características determinadas por um único gene Doenças genéticas que resultam em mutação em um único gene Apresentam genótipos e fenótipos distribuídos conforme padrões característicos Também conhecidas como Herança Mendeliana: as características aparecem dentro das famílias em proporções mais ou menos fixas Prevalente na faixa de idade pediátrica; também importante no adulto (cardiopatias, derrame, câncer e diabetes) Online Mendelian Inheritance in Man (OMIM) – 2008 www.ncbi.nlm.nih.gov/Omim quase 20.000 – Características monogênicas 18.671 – Dentro dos autossomos 1.122 – ligadas ao cromossomo X 59 – ligadas ao cromossomo Y 63 - mitocondrial Herança autossômica dominante e recessiva Online Mendelian Inheritance in Man (OMIM) Mais de 17.000 características normais e patológicas que apresentam herança monogênica obedecendo as leis de Mendel 23.000 Online Mendelian Inheritance in Man (OMIM) Lócus gênicos em doenças monogênicas Lócus gênicos em doenças monogênicas Lócus gênicos em doenças monogênicas Conceitos básicos de genética formal 21 Herança Autossômica Herança Ligada ao sexo Herança autossômica dominante e recessiva Conceitos básicos de genética formal Característica Dominante aquela que se manifesta mesmo quando o gene que a determina encontra-se em dose simples (heterozigoto) Distúrbios puramente dominantes raramente existem em genética médica; mutações dominantes → mutações de ganho de função Conceitos básicos de genética formal Característica recessiva é a que se manifesta apenas quando o gene que a determina encontra-se em dose dupla (homozigoto), hemizigotos ou heterozigotos compostos Maior parte dos distúrbios recessivos é devida a mutações que reduzem ou eliminam a função do produto genético – mutações de perda de função - mais de 50% dessas características são autossômicas dominantes - 33% são autossômicas recessivas - menos de 10% são ligadas ao sexo Sem a presença do alelo selvagem Conceitos básicos de genética formal As contribuições de Gregor Mendel O princípio da dominância O princípio da segregação O princípio da distribuição independente • Nos heterozigotos, as consequências de um alelo recessivo são “escondidas” • Genes ocorrem aos pares, sendo transmitido apenas um membro para a prole • Genes em loci diferentes são transmitidos independentemente, em proporções definidas Herança autossômica dominante e recessiva exceção - ligação As contribuições de Gregor Mendel O princípio da distribuição independente • Genes em loci diferentes são transmitidos independentemente, em proporções definidas Herança autossômica dominante e recessiva As contribuições de Gregor Mendel • Genótipo → constituição genética da característica em estudo; conjunto de alelos que constitui a composição genética (em todos os loci ou em um único locus) • Carga genética → a soma total da morte e doenças causadas por genes mutantes • Fenótipo → manifestação externa do genótipo; é a expressão observável de um genótipo como uma característica morfológica, clínica, bioquímica ou molecular • Dominância → quando um alelo sozinho determina o fenótipo • Recessividade → quando há a necessidade de dois alelos para a manifestação do fenótipo • Homozigoto → dois alelos iguais em um locus gênico (AA ou aa) • Heterozigoto → dois alelos diferentes em um locus gênico (Aa) • Alelo → cada uma das formas alternativas de um gene • Alelos normais → alelos selvagens (WT) • Alelos anormais → alelos mutantes (MT) ou variantes • Polimorfismo → quando existem mais de 2 alelos relativamente comuns para um locus gênico na população Heterozigoto composto: presença de dois diferentes alelos mutantes do mesmo gene O princípio da independência nos permite deduzir 2 conceitos A regra da multiplicação (e) A regra da adição (ou) Herança autossômica dominante e recessiva Quadro de Punnet As contribuições de Gregor Mendel Construção de Genealogias ou Heredogramas O estudo da herança de uma característica é feito pela análise de genealogias ou heredogramas: método abreviado e simples de representação dos dados de uma família Montagem realizada a partir de informações prestadas pelo probando (propósito) ou caso-índice: indivíduo da família que chama primeiramente a atenção dos pesquisadores ou geneticistas procura-se abranger o maior número de gerações, e a maior parte dos seus membros Deverão estar representados indivíduos afetados, normais, abortos e natimortos A pessoa que traz a família à atenção de uma consulta a um geneticista é denominada consulente Os parentes são classificados em primeiro grau (pais, irmãos e prole de um probando), segundo grau (avós e netos, tios e tias, sobrinhos e sobrinhas), terceiro grau (primos em primeiro grau) Casais com um ou mais antepassados em comum são consanguíneos Se o probando é o único afetado na família (caso isolado); e se for por uma mutação nova (caso esporádico) Estrutura de um heredograma básico Herança monogênica, ou mendeliana Autossômica Dominante Recessiva 21 Herança autossômica dominante e recessiva Herança autossômica dominante Características Doenças relativamente raras Reproduções entre 2 pessoas afetadas incomuns; difícil afetado homozigoto Proles afetadas produzidas pela união de genitor normal com heterozigoto afetado Metade dos filhos serão heterozigotos e irão expressar a doença (50%) A = alelo mutante – MT a = alelo normal - WT Herança autossômica dominante - rara Critérios para o reconhecimento Aparece igualmente em homens e mulheres (autossômica) É observada a transmissão pai-filho Não há pulo de gerações Devemos encontrar indivíduos afetados em todas as gerações, exceto se houver penetrância incompleta ou mutação nova. Padrão vertical de transmissão só os afetados possuem filhos afetados; indivíduos afetados têm pelo menos um dos genitores afetados em média, um afetado (heterozigoto) tem 50% dos seus filhos também afetados Polidactilia pós-axial Herança autossômica dominante - rara Risco de recorrência Genitores em risco de ter filhos com uma doença genética • Qual a chance de que nosso futuro filho tenha esta doença? • Resposta: ½ (50%); risco constante Risco de recorrência X Risco de ocorrência (13,9: 10.000 pessoas) Herança autossômica dominante - rara Outros Exemplos Acondroplasia - nanismo genético mais comum; gene FGFR3 (codifica um tipo de receptor para o fator de crescimento fibroblástico nas cartilagens, em que a cartilagem se transforma em osso e nessa mutação o crescimento fica paralisado); 4p16.3 Doença de Huntington (repetição códon CAG; 4p16.3) Neurofibromatose (doença cutânea; gene NF1; 17q11.2) Retinoblastoma (tumor ocular; 13q14; supressor tumoral) Osteogênese Imperfeita (cromossomo 17 e 7; defeito na síntese do colágeno) Osteogênese imperfeita Acondroplasia (membros curtos e macrocefalia) Herança autossômica dominante - rara Herança incompletamente Dominante Acondroplasia é um conhecido distúrbio esquelético incompletamente dominante, que se manifesta como um nanismo de membros curtos e cabeça grande; maioria inteligência normal Indivíduos homozigotos para acondroplasia são muito mais gravemente afetados do que os heterozigotos e comumente não sobrevivem ao período pós-natal imediato. Outro exemplo: hipercolesterolemia familial Em termos práticos, só a união entre dois heterozigotos precisa ser considerada, porque os homozigotos D/D são muito raros e, geralmente, muito gravemente afetados para se reproduzirem A natureza do fenótipo deve ser considerada O gene da acondroplasia é, por conseguinte, letal em homozigose Herançaautossômica dominante - rara Herança incompletamente Dominante A natureza do fenótipo deve ser considerada: acrondroplasia O gene da acondroplasia é, por conseguinte, letal em homozigose Muda as proporções fenotípicas mendelianas: Aa x Aa 3:1 → 2:1 3/4:1/4 → 2/3:1/3 Risco de recorrência: uma nova criança com acondroplasia Herança autossômica dominante - comum Presença de sardas, destro Herança autossômica dominante e recessiva Dominante sobre a sua ausência ou sobre canhotos •Alelos: S e s •Genótipos: SS, Ss e ss •Fenótipos: presença de sardas, presença de sardas, ausência de sardas •Qualquer genótipo pode ser encontrado em alta frequência na população Tipos de casamento e descendência esperada na herança autossômica Herança autossômica recessiva - rara Características Doenças relativamente raras (frequência do alelo rara; heterozigotos compostos) Genitores de pessoas afetadas em geral são ambos heterozigotos; normais fenotipicamente e portadores do alelo mutante Prole: ¼ homozigotos normais, ½ heterozigotos normais, ¼ homozigotos afetados ¼ (25%) dos filhos serão homozigotos e irão expressar a doença A = alelo normal – WT a = alelo mutante - MT Todos nós temos pelo menos entre 50 e 200 alelos mutantes deletérios para distúrbios AR Somente em homozigotos ou heterozigtos compostos Herança autossômica recessiva - rara Albinismo oculocutâneo Herança autossômica dominante e recessiva • Bloqueio da síntese de melanina; ausência da enzima tirosinase nos melanócitos • Pele e cabelos muito claros • Suscetíveis ao câncer de pele; baixa acuidade visual; longevidade diminuída • Cromossomo 11 (11q14-q21); mais de 50 mutações (heterogeneidade alélica) • Incidência: 1:17.000 pessoas • 1:20.000 nascimentos de caucasianos • 1:10.000 nascimentos de negros americanos Herança autossômica recessiva - rara Critérios para o reconhecimento Existem saltos de gerações, ao contrário da autossômica dominante Para a maioria, ambos os sexos são afetados em números mais ou menos iguais (exceções fenótipo influenciado pelo sexo) É observada a transmissão pai-filho Os afetados, em geral, possuem genitores normais (heterozigotos); Há um padrão horizontal de transmissão, na irmandade ¼ (25%) da prole de 2 heterozigotos será afetado pelo distúrbio A consanguinidade está mais frequentemente presente (alelo raro na população) Herança autossômica recessiva - rara Albinismo Herança autossômica recessiva - comum Grupo sanguíneo O – não sofre seleção: se uma característica recessiva é suficientemente comum a ponto de pessoas não relacionadas que se casam portarem esta característica, a genealogia pode erroneamente assemelhar-se à de uma característica dominante Strachan e Read, Genética Molecular Humana, 4ª ed., Artmed, 2013. Herança autossômica recessiva Risco de recorrência Herança autossômica dominante e recessiva Genitores geralmente heterozigotos (portadores) Doenças graves para que os afetados tenham menos chance de serem genitores Risco 25% 1AA: 2Aa: 1aa Herança autossômica recessiva Risco de recorrência Genitores: heterozigotos (portadores) x homozigoto recessivo (afetados) Risco 50% 1Aa : 1aa Herança autossômica dominante e recessiva Herança autossômica recessiva Risco de recorrência Genitores: ambos homozigotos (afetados) toda a prole afetada (risco 100%) Genitor afetado com genitor normal sem parentesco risco pequeno - risco basal (populacional) de casamento sem parentesco – 2 a 3%; risco para a prole é de 1,5% Casamento consanguíneo (primos primeiro grau) – 3 a 5% Herança autossômica dominante e recessiva Herança autossômica recessiva Risco de recorrência (consulta genética) André tem anemia falciforme, que é herdada como uma condição autossômica recessiva. Seus pais, Renato e Luiza, não são afetados. A irmã de André, Ellen, também saudável, está esperando seu primeiro filho. O marido de Ellen, Tim, não tem história familiar de anemia falciforme. Ellen quer saber qual o risco que seu filho tem de herdar o alelo mutante dela e ser um portador. 1. Qual o risco de que ela seja uma portadora? 2. Sendo portadora, quais as chances de que ela passe o alelo mutante para sua prole? Duas perguntas: Herança autossômica recessiva Risco de recorrência (consulta genética) P Tim Ellen André Luiza Renato I II III S s Luiza Renato S s SS Ss Ss ss S s Ellen Tim S S SS Ss SS Ss Irmão de Ellen, André, tem anemia falciforme Probabilidade de Ellen ser portadora: 2/3 Se Ellen é portadora, a chance de que o feto seja portador: 1/2 Risco de o feto ser um portador (probabilidade final), supondo que o pai não é portador: 2/3 x 1/2 = 1/3 Herança autossômica dominante X autossômica recessiva Herança autossômica dominante X autossômica recessiva Alguns cuidados Em alguns casos, uma doença pode ser herdada de maneira tanto autossômica dominante quanto de maneira autossômica recessiva, dependendo da natureza da mutação que altera o produto do gene Exemplo β-talassemia -autossômica recessiva: mudança de matriz de leitura ou sem sentido que resultam no término da cadeia nos éxons 1 e 2, pouco mRNA anormal no citoplasma, deixando o produto do alelo normal intacto. Consequentemente, o heterozigoto não é afetado -autossômica dominante: mutações que resultam em término da cadeia nos éxons 3 ou posteriores. mRNA resultante produz cadeias instáveis que interferem com o produto do alelo normal. Heterozigoto afetado. Herança autossômica recessiva - rara Outros Exemplos Herança autossômica dominante e recessiva Fibrose cística (gene CFTR; 7q31; canal para cloretos) Surdez congênita fenilcetonúria (falta da hidroxilase fenilalanina; 12q22-q24.1) mucopolissacaridoses mucopolissacaridose Fibrose cística Tipos especiais de Herança Monogênica Co-dominância: Quando a expressão diferente de dois alelos ocorrem em um organismo heterozigoto: Ex: Sistema sanguíneo MN LMLM tipo M LMLN tipo MN LNLN tipo N Tipos especiais de Herança Monogênica Co-dominância e Dominância: Ex: Alelos múltiplos do sistema ABO – apresentam mais de dois alelos diferentes para o mesmo locus Fenótipos Genótipos Grupo A IAIA; IAi (D) Grupo B IBIB; IBi (D) Grupo AB IAIB (C) Grupo O ii (R) Tipos especiais de Herança Monogênica Alelos múltiplos: Ex: fenilcetonúria (PKU) – proteína totalmente ausente: profundamente retardado Mais de 300 alelos mutantes - combinam-se para formar quatro fenótipos básicos: - PKU clássica, profundo retardo mental - PKU moderada - PKU branda - simples excesso de excreção do aa na urina Heterogeneidade Alélica e de locus (BH4) Fatores que podem complicar os padrões de herança Mutações novas Mosaicismo germinativo Penetrância reduzida Expressividade variável Pleiotropia Efeitos ambientais na expressão dos genes Imprinting genômico, dissomia uniparental Antecipação e expansão de repetições Heterogeneidade genética (alélica e de locus) Surdez congênita hereditária – 75% AR (35 loci diferentes); 3% AD; 2% recessivas ligadas ao X; 1% herança mitocondrial (materna) A avaliação dos riscos de afecções é dificultada pela interferência de certos fenômenos Idade de Início Hereditário x congênito Fenocópias (hereditário x ambiente) surdez congênita Fatores que podem complicar os padrões de herança Heterogeneidade genética de locus: o fenótipo de uma única doença é causado por mutações em diferentes loci (diferentes genes) nas diferentes famílias. Ex.: retinite pigmentosa; surdez congênita hereditária; albinismo oculocutâneo (pais albinos com 4 filhos normais – duplos heterozigotos AaBb), chr 11 e 15. Heterogeneidade alélica: diferentes mutações são observadas dentro do mesmo locus (do mesmo gene) → variações no fenótipo, ou ao desenvolvimento de outras doenças. Ex.: Fibrose Cística (heterozigotos compostos e homozigoto). Hereditárioou genético x congênito (presente ao nascimento) Importante causa de variação clínica 1.400 mutações FC Painel de mutações: 12; 34 Fatores que podem complicar os padrões de herança Fenocópia: é a manifestação de um caráter adquirido, não hereditário, que se assemelha a um caráter hereditário. Surge quando indivíduos com o mesmo fenótipo possuem genótipos diferentes. Ex. surdez congênita (infecções período de gestação). A fenocópia dá-se quando um indivíduo cujo fenótipo, sob uma particular condição ambiental, é idêntico ao de outro cujo fenótipo é determinado pelo genótipo. Ou seja, a fenocópia mimetiza o fenótipo produzido por um gene. Fatores que podem complicar os padrões de herança Heterogeneidade genética (de locus) Surdez congênita hereditária Fatores que podem complicar os padrões de herança www.iapo.org.br/manuals/VI_Manual_br_Lubianca.pdf Fatores que podem complicar os padrões de herança Fenocópia – surdez congênita Fatores que podem complicar os padrões de herança Apresentação de um caso O menino C. L., de 7 anos tem baixa estatura (84 cm), membros curtos, à custa principalmente dos segmentos proximais, mãos pequenas e largas, com dedos curtos, lordose lombar, cifose dorsal e joelho valgo discreto. As radiografias mostram encurtamento e alargamento das extremidades distais de úmero, cúbito e fêmur e das extremidades proximais e distais da tíbia e perônio. A coluna vertebral apresenta deformidade em cunha das três primeiras vértebras lombares. O ilíaco é curto. Os ossos das mãos são curtos e têm extremidades alargadas. Os pais são normais e não consanguíneo e negam ocorrência de casos semelhantes na família. Fatores que podem complicar os padrões de herança Apresentação de um caso Firmou-se o diagnóstico de acondroplasia. Aspectos clínicos: a acondroplasia é uma forma de nanismo produzida pelo distúrbio do crescimento, decorrente de deficiência da ossificação endocondral. Gene 4p16.3, mutação no nucleotídeo 1.138. O alelo normal é responsável pela síntese do receptor 3 do fator de crescimento de fibroblastos. Baixa estatura desde o nascimento, por terem os membros curtos, mas o tronco e a coluna vertebral têm tamanho quase normal. Cabeça grande (megacefalia). Incidência: 1 afetado por 10.000 nascidos vivos. Fatores que podem complicar os padrões de herança Apresentação de um caso Firmou-se o diagnóstico de acondroplasia. Aspectos genéticos: autossômica dominante de penetrância completa. 10% dos casos são transmitidos (um dos genitores afetados); os outros 90% resultam de mutação nova. Praticamente todos os acondroplásicos são heterozigotos; homozigotos falecem precocemente – gene da acondroplasia é letal em homozigose. Aconselhamento genético: - penetrância completa (100%); afetado de pais normais, risco de recorrência para um irmão é praticamente nulo. Entretanto, a criança desse afetado, casado com pessoa normal, risco de 50%. - Dois heterozigotos: risco de 50% de filho heterozigoto e 25% homozigoto letal. Fatores que podem complicar os padrões de herança Mutações novas Risco de recorrência não é elevado (taxa de mutação espontânea é baixa/ 10-5 a 10-6 – 1 em 24.000; aumenta com a idade paterna) Risco da prole do indivíduo afetado sim 50% para uma doença autossômica dominante 7/8 dos acondroplásicos são mutações novas (90%) Idade paterna avançada herança de uma nova mutação, espontânea, em um gameta herdado de um genitor não-heterozigoto Acondroplasia: herança autossômica dominante e penetrância completa Fatores que podem complicar os padrões de herança Mosaicismo germinativo: quando todas ou parte das células germinativas são afetadas por uma mutação da doença, mas as células somáticas não são afetadas. 2 ou mais pessoas da prole apresentam uma doença autossômica dominante Ex.: Osteogênese imperfeita (6% dos casos); DMD (recessiva ligada ao X, 15%); hemofilia A (20%) risco de recorrência – dependente da proporção dos gametas que contém a mutação Portadores, mas não expressam a doença Células normais mutação Células mutadas Ocorre em um dos genitores maior parte células germinativas Fatores que podem complicar os padrões de herança Mosaicismo germinativo (Osteogênese imperfeita) Herança autossômica dominante e recessiva Autossômica dominante Fatores que podem complicar os padrões de herança Mosaicismo germinativo (Osteogênese imperfeita) Herança autossômica dominante e recessiva Autossômica dominante Casal de irmãos com osteogênese imperfeita - cada um portador de uma mutação idêntica de apenas uma cópia em seu gene COL1A1 (Chr 17) Probabilidade de duas mutações espontâneas idênticas (mutação nova) acontecerem???? Pai com a mutação; presente em 40% dos espermas. Risco de recorrência: 40% Fatores que podem complicar os padrões de herança Penetrância: mede a porcentagem de organismos em uma dada população que exibem evidências do fenótipo mutante correspondente; é a probabilidade de que um gene venha, de fato, a possuir uma expressão fenotípica Quando tem-se ausência de manifestação do gene no fenótipo (falta total de expressão no fenótipo), ou a frequência de expressão de um genótipo é de menos de 100% - penetrância reduzida Quando os indivíduos não mostram uma característica, mesmo tendo o genótipo apropriado, diz-se que a característica exibe penetrância incompleta ou reduzida • Penetrância dependente da idade: quando a doença genética não se torna aparente até a vida adulta (atraso na idade do início). Exemplo Doença de Huntington Fatores que podem complicar os padrões de herança Penetrância reduzida: ausência de manifestação do gene no fenótipo (falta total de expressão no fenótipo) Ex.: Retinoblastoma • Herança autossômica dominante • 10% dos portadores obrigatórios não têm a doença • Penetrância de 90% • Fenômeno de “tudo ou nada” Gene não está se expressando Fatores que podem complicar os padrões de herança Ex.: Retinoblastoma • Herança autossômica dominante • 10% dos portadores obrigatórios não têm a doença • Penetrância de 90% Gene não está se expressando Risco de recorrência: 0,5 (50%) x 0,9 (90%) = 0,45 ou 45% Penetrância reduzida: ausência de manifestação do gene no fenótipo (falta total de expressão no fenótipo) Fatores que podem complicar os padrões de herança Criança com síndrome de van der Woude. Observe o lábio leporino bilateral e as fendas no lábio inferior Genealogia de uma família com a síndrome de van der Woude com penetrância reduzida de 80%. Quais as chances de II.1 ter uma criança afetada pela síndrome? - 50% de ter herdado o gene - 20% de tendo o gene não manifestar, mas transmitir 0,5 x 0,2 = 0,10 - 50% de transmissão filho - 0,10 x 0,5 = 0,05 0,05 x 0,8 = 0,04 ou 4%Risco real Fatores que podem complicar os padrões de herança Expressividade: mede a extensão da variação da expressão fenotípica de um dado genótipo; refere-se à gravidade com que um gene se manifesta no fenótipo Herança autossômica dominante e recessiva • Se uma característica não se manifestar uniformemente entre as pessoas que a apresentam, diz-se que tal característica possui expressividade variável • Expressividade variável: quando a gravidade da doença difere em pessoas que possuem o mesmo genótipo. • Mesmo na mesma família, dois indivíduos portadores dos mesmos genes mutantes podem apresentar alguns sinais e sintomas em comuns, enquanto as suas outras manifestações patológicas podem ser bem diferentes Fatores que podem complicar os padrões de herança Expressividade variável: refere-se à gravidade com que um gene se manifesta no fenótipo Ex.: Neurofibromatose do tipo 1 (AD); polidactilia (MD e ME; 6 dedos / 7 dedos) • Intensidade da expressão do fenótipo da doença (de leve a mais grave; idade de início) manifestação clínica típica: crescimento de múltiplos tumores carnosos benignos (neurofibromas) na pele; manchas café-com-leite na pele Neurofibromatose (NF1): distúrbiocomum do sistema nervoso, olhos e pele (incidência - 1:3.500 nascimentos) Expressão branda – não sabem que a têm; podem transmitir o alelo causador e a criança apresentar expressividade severa Fatores que podem complicar os padrões de herança Expressividade variável: refere-se à gravidade com que um gene se manifesta no fenótipo Diferentes membros afetados da família mostram diferentes características da síndrome de Waardenburg tipo 1, característica autossômica dominante Strachan e Read, Genética Molecular Humana, 4ª ed., Artmed, 2013. Fatores que podem complicar os padrões de herança Penetrância e Expressividade Fatores que alteram: Genes modificadores, genes epistáticos, genes supressores, modificação ambiental, idade variável na manifestação da doença Penetrância e Expressividade controladas pelo sexo - Lábio leporino, base genética – penetrância maior em homens (60% dos afetados) do que em mulheres - Anencefalia, espinha bífida, multifatoriais poligênicas – maior frequência de mulheres afetadas Fatores que podem complicar os padrões de herança Pleiotropia: um gene com efeitos fenotípicos múltiplos Ex.: Síndrome de Marfan Efeito primário: defeito nas fibras elásticas do tecido conjuntivo (proteína fibrilina); efeitos secundários: defeitos nos sistemas ocular, esquelético e cardiovascular autossômica dominante dedos finos e compridos membros longos depressão no tórax Tais condições podem ser difíceis de acompanhar nas famílias porque pessoas com subgrupos diferentes de sintomas parecem ter distúrbios diferentes Fatores que podem complicar os padrões de herança Efeitos ambientais na expressão dos genes humanos o Fenilcetonúria distúrbio recessivo do metabolismo de aminoácidos • Ex.: Como um fator ambiental físico, a dieta, pode ser manipulado para modificar o fenótipo modificações específicas que as contribuições genéticas dos genitores sofrem ao passar pela linhagem germinativa, tanto paterna quanto materna Imprinting genômico ou impressão genômica Expressão diferente de uma informação genética (gene) potencialmente igual, dependendo se for herdado do pai ou da mãe (1% dos genes) • Imprinting alteração na cromatina expressão de um gene, mas não sua sequência de DNA • É reversível e não é uma mutação • Metilação diferencial do DNA • Expressão monoalélica Fatores que podem complicar os padrões de herança Imprinting genômico ou impressão genômica • Imprinting alteração na cromatina expressão de um gene, mas não sua sequência de DNA • É reversível e não é uma mutação • Metilação diferencial do DNA • Expressão monoalélica Fatores que podem complicar os padrões de herança Refere-se a características codificadas por genes autossômicos cuja expressão é afetada pelo sexo do genitor que transmite os genes Acetilação - Ac Ac Ac Mecanismos Epigenéticos CATAGACGTACGCGATCGATCGTACGATACGATCGTACCTAGC Proteínas envolvidas na transcrição A metilação da região promotora interfere com a transcrição do gene (silenciamento de genes) Metilação das citosinas na região promotora Muitos genes são inativados por metilação em um padrão paterno-específico - imprinting Hipermetilação e/ou hipometilação podem acompanhar o processo neoplásico Epigenética: metilação do DNA Ilhas CpG 5-metil citosina Adição grupo metila –CH3 (metiltransferases) Fatores que podem complicar os padrões de herança Epigenética: metilação do DNA citosina Fatores que podem complicar os padrões de herança Imprinting genômico ou impressão genômica Fatores que podem complicar os padrões de herança Funcionalmente estes genes serão “haplóides” O gene A tem somente expressão “materna” (alelo paterno inexpressivo), enquanto o C somente “paterna” (alelo materno inexpressivo). O produto de ambos é o normal e suficiente para o funcionamento da célula O gene B tem expressão em ambos os alelos, e seu produto também é normal para o funcionamento da célula MP Epigenética: imprinting genômico O imprinting genômico do gene IGF2 em camundongos e humanos afeta o crescimento fetal. O alelo paterno Igf2 é ativo no feto e na placenta, enquanto o alelo materno é silencioso (inativo). Fatores que podem complicar os padrões de herança Síndrome de Prader-Willi (deleção no pai) Síndrome de Angelman (deleção na mãe) mesma característica citogenética: del 15q11-13; expressão diferente SPW - obesidade - mãos e pés pequenos, - baixa estatura, - hipogonadismo - retardo mental SA - aspecto facial incomum (sorridente) - baixa estatura - grave retardo mental - Pouca coordenação muscular - convulsões Informação 15q11-13 apenas da mãe (imprinting materno) Informação 15q11-13 apenas do pai (imprinting paterno) Síndromes: imprinting genômico Deleção no pai 75% causadas por uma deleção no cromossomo 15q11-q13 Prider-Willi Angelman Deleção na mãe 75% causadas por uma deleção no cromossomo 15q11-q13 Epigenética: imprinting genômico Genes localizados na região da síndrome de Prader-Willi/Angelman Fatores que podem complicar os padrões de herança Epigenética: imprinting genômico Fatores que podem complicar os padrões de herança 31 genes autossômicos com imprinting genômico identificados em humanos Implicado em vários distúrbios: formas raras de diabetes mellitus, autismo e síndromes tumorais Mapa das regiões “imprintadas” do genoma humano. Cinza: regiões cromossômicas com um ou mais genes expressos somente a partir da cópia herdada da mãe (imprinting paterno). Azul: regiões contendo um ou mais genes expressos somente a partir da cópia herdada do pai (imprinting materno). Fatores que podem complicar os padrões de herança Imprinting genômico → gametogênese Marca alguns genes como sendo da mãe ou do pai Metilação (CH3) diferencial do DNA Imprinting genômico e conversão dos imprints materno e paterno através da gametogênese masculina ou feminina. Após fecundação, tanto o embrião masculino como o feminino têm uma cópia do cromossomo carregando imprint paterno e uma cópia carregando um imprint materno. Durante a ovocitogênese e espermatogênese, os imprints são apagados pela remoção da metilação e estabelecidos novos imprints de acordo com o sexo do progenitor na região imprintada. Imprinting materno – vermelho Imprinting paterno - azul Fatores que podem complicar os padrões de herança Imprinting genômico e característica autossômica dominante A – nesta família, o paraganglioma autossômico dominante manifesta-se apenas quando o gene é herdado do pai (imprinting materno); B- nesta família, a síndrome de Beckwith-Wiedemann autossômica dominante manifesta-se apenas quando o gene é herdado da mãe (imprinting paterno) Strachan e Read, Genética Molecular Humana, 4ª ed., Artmed, 2013. Fatores que podem complicar os padrões de herança Antecipação e expansão de repetições Herança autossômica dominante e recessiva Primeira metade do século XX • Algumas doenças genéticas parecem apresentar uma idade precoce de manifestação e/ou uma expressão mais grave nas gerações mais recentes • Melhora nos métodos de diagnóstico??? • Um distúrbio antes diagnosticado aos 60 anos agora poderia ser feito aos 40 • Mecanismos biológico real??? • Embora evidências do mecanismo permanecesse desconhecidas Fatores que podem complicar os padrões de herança Genética molecular Herança autossômica dominante e recessiva Antecipação de fato tem uma base biológica Distrofia miotônica Doença autossômica dominante Deterioração progressiva dos músculos face estreita e expressão facial um pouco limitada arritmias (defeitos na condução cardíaca); catarata pleiotropia Fatores que podem complicar os padrões de herança Distrofia miotônica 1 / 8.000 pessoas Distrofia muscular mais comum em adultos gene causador da doença (proteína quinase) DMPK - cromossomo 19 Repetição CTG na parte 3’ UTR Gravidade da doença (CTG)5-30 = normal (CTG)50-100 = brandamenteafetados (CTG)100-milhares = afetados Como ocorre o mecanismo??? Família com 3 gerações - antecipação Fatores que podem complicar os padrões de herança Distrofia miotônica ATACATCACACGTCTGCTGGATGCTTCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGC TGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTG CTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCT GCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGC TGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTGCTG CTGTTCTGCACCGTTAGTGCTGTCCTGGTA (CTG)101 Forma congênita - grave e potencialmente letal: descendentes de uma mãe afetada; expansões maciças (mais de milhares de repetições) só na gametogênese feminina Doença de Huntington Gráfico correlacionando a idade aproximada de início da Doença de Huntington com o número de repetições CAG encontradas no gene HD. A linha contínua representa a idade média de início, e a área sombreada mostra a faixa das idades de início para um número qualquer de repetições. (penetrância dependente da idade, início mais tardio – 40 a 50 repetições) Pré-mRNA Localizações das expansões de repetições de trinucleotídeos em cinco doenças representativas de repetições em um esquema de um pré-mRNA genérico. Fatores que podem complicar os padrões de herança Doenças associadas a expansões de repetições de trinucleotídeos Viés de transmissão parental Fatores que podem complicar os padrões de herança Distrofia miotônica Como ocorre o mecanismo??? Mecanismo de variação no número de repetições em tandem a) Crossing-over desigual Aumenta no repetições Diminui no repetições Mecanismo de variação no número de repetições em tandem: não sofre seleção → alta variabilidade de alelos (altamente polimórfico) Aumento do número de repetições Diminuição do número de repetições primer fita nova fita molde Fita nova desliza Nova replicação primer fita nova fita molde Fita molde desliza Fatores que podem complicar os padrões de herança Distrofia miotônica Como ocorre o mecanismo??? Mecanismo de variação no número de repetições em tandem b) Deslizamento de fitas durante a duplicação do DNA Mecanismos de aumento ou diminuição de repetições Replicação do DNA Deslizamento da DNA polimerase Slips Mecanismos de aumento ou diminuição de repetições Aumento do número de repetições - alça na fita nova Diminuição do número de repetições – alça na fita molde primer fita nova fita molde Fita nova desliza Nova replicação primer fita nova fita molde Fita molde desliza Replicação do DNA: deslizamento da DNA polimerase – (slippage) Retirada dos primers, síntese de mais uma repetição Enzima de reparo corta a alça Universidade Federal do Piauí Campus Ministro Reis Velloso – Parnaíba Curso Biomedicina Disciplina Genética Humana e Médica Profa Renata Canalle Herança Monogênica: herança ligada ao sexo Conceitos básicos de genética formal 21 Autossômica Ligada ao sexo Herança ligada ao X Considerações gerais O cromossomo X Grande contém cerca de 5% do DNA do genoma nuclear Aproximadamente 160 milhões de pares de bases Aproximadamente de 800 genes codificadores de proteína, e 300 de RNA não codificante Doenças ligadas ao X O cromossomo Y Pequeno 70 milhões de pares de bases Poucos genes conhecidos (20 a 30 genes) • Grande maioria recessiva • Embora existam dominantes DNA mitocondrial Doenças genéticas associadas a mutações no mtDNA Herança ligada ao X Herança ligada ao X Homens: hemizigotos (XY); heme = metade Os homens são hemizigotos com relação aos genes ligados ao X, enquanto as mulheres (XX) podem ser homozigotas (ou heterozigota composta) para qualquer um dos alelos ou podem ser heterozigotas Como os homens têm um cromossomo X e as mulheres têm 2, existem 2 genótipos possíveis nos homens (XHY ou XhY), mas 3 nas mulheres (XHXH, XHXh ou XhXh). Embora o homem tenha 1 cromossomo X e a mulher 2, o produto formado por um gene é equivalente O mecanismo pelo qual essa compensação da dose é obtida pode ser explicada pelo princípio da inativação do X (Corpúsculo de Barr), chamada Hipótese de Lyon Inativação do cromossomo X Mary Lyon (1961) Inativação do cromossomo X Compensação de dose • Inativação do X no início do desenvolvimento embrionário; estágio de mórula • Processo aleatório 50% do pai e 50% da mãe • Mecanismo análogo ao experimento de lançar moedas • A inativação é fixada; um cromossomo X foi inativado em uma célula, todos os descendentes clonais daquela célula apresentam o mesmo X inativado Hipótese Lyon Mulheres Mosaicos para o cromossomo X Homens Hemizigotos para o cromossomo X Herança ligada ao X Inativação do cromossomo X duas populações de células Herança ligada ao X Esquema mostrando um mapa de expressão da deficiência de glicose-6-desidrogenase (G6PD) em mulheres portadoras deste distúrbio ligado ao X. Expressão reduzida no interior das hemácias (proteção das hemácias contra danos oxidativos, impedindo hemólise) Inativação do cromossomo X Mulheres heterozigotas - mosaico Evidências da hipótese de Lyon Inativação do cromossomo X Fêmeas são tipicamente mosaicos para algumas características ligadas ao X: como a cor da pelagem Herança ligada ao X Evidências da hipótese de Lyon Inativação do cromossomo X Herança ligada ao X Evidências da hipótese de Lyon Inativação do cromossomo X Corpúsculo de Barr Cromatina sexual XX XX XY XX XY Herança ligada ao X Evidências da hipótese de Lyon Inativação do cromossomo X Se os cromossomos X extras são inativados, as pessoas com cromossomo X extra (ou faltando) não deveriam ser fenotipicamente normais? Síndrome de KlinefelterSíndrome de Turner Herança ligada ao X A inativação do X é incompleta Inativação do cromossomo X Várias regiões do cromossomo X permanecem ativas Principalmente nas pontas dos braços curtos e longos do cromossomo X A ponta do braço curto é altamente homóloga ao braço curto distal do Y Genes que escapam da inativação têm homólogos no cromossomo Y Ter cópias extras (ou não) das partes ativas do cromossomo X deve contribuir para anormalidade fenotípica - genes que estão fisicamente localizados nos cromossomos sexuais (sintenia X ou Y) - genes que exibem herança ligada ao X (ou ligada ao Y); maioria dos loci no X - loci pseudoautossômicos; pequeno número de genes Cromossomo Y humano • tendência a serem pequenos; • apresentarem poucos genes funcionais ( 85 / 60 Mb) • serem ricos em sequências repetitivas • genes em múltiplas cópias (famílias de genes)PAR2, 320 Kb região pseudo-autossômica (PAR1; 2,6 Mb) AZFa-c: regiões deletadas na azoospermia Cromossomo X: • muitos genes funcionais (1000 / 165 Mb) • altamente conservado entre os mamíferos placentários Regiões de homologia além das regiões pseudo-autossômicas comuns (PAR) • Homologia Xp-Yq: SMCX-SMCY • Homologia Xp-Yp: ZFX-ZFY Inativação do cromossomo X Alguns genes ligados ao X escapam da inativação: 10 a 15% • não são distribuídos de forma aleatória • muito mais genes em Xp escapam do que em Xq Classe 1: genes da região pseudo- autossômica, homólogos em Y Classe 2: fora da região pseudo- autossômica, no braço curto e no longo, cópias correlatas em YClasse 3: fora da região pseudo- autossômica, sem cópia no Y Ter cópias extras (ou não) das partes ativas do cromossomo X deve contribuir para anormalidade fenotípica Centro de inativação do X Inativação do cromossomo X Gene XIST: transcrito apenas no cromossomo X inativo Metilação e desacetilação de histonas: mecanismos epigenéticos envolvidos na manutenção da inativação Alguns genes ligados ao X escapam da inativação: 10 a 15% Perfil de expressão gênica do cromossomo X. • Cada símbolo indica o estado de inativação dos genes ligados ao X • A localização de cada símbolo indica sua posição aproximada Borges-Osório, MR. Genética Humana. 3 ed. Artmed, 2013. Herança ligadaao sexo Herança recessiva ligada ao X: critérios para identificação expressa-se fenotipicamente em todos os homens, mas apenas nas mulheres que são homozigotas mutantes; normalmente se restringem aos homens Mãe passa os genes aos filhos homens; não há transmissão direta de homem para homem (para o qual passa o Y, e não o X) O gene é transmitido por um homem afetado a todas as suas filhas, e estas o transmitem para mais ou menos a metade da sua prole Homens afetados geralmente têm filhos normais (de ambos os sexos) Ex.: Hemofilia A, distrofia muscular Duchene e daltonismo verde-vermelho Mutações novas (casos isolados) Em vista da inativação parcial de um dos cromossomos X de uma mulher, as heterozigotas poderão apresentar, em algumas condições, gradações de uma característica (expressividade variável das heterozigotas; heterozigotas manifestantes) portadores afetado Herança ligada ao sexo Herança recessiva ligada ao X Hemofilia A • Afeta aproximadamente 1/5.000 a 1/10.000 homens no mundo (incidência) • Mais comuns dos distúrbios de sangramento • Talmud Primeiro exemplo registrado de consulta genética • Causada por deficiência ou defeito do fator VIII da coagulação: afeta a formação de fibrina • Expressividade variável em heterozigotas; heterozigotas manifestantes (efeito Lyon) Herança ligada ao sexo Herança recessiva ligada ao X Hemofilia A Xh – alelo mutante para o fator VIII XH – alelo normal Herança ligada ao sexo Herança recessiva ligada ao X Hemofilia A Hemartrose (sangramento nas articulações) Extensos hematomas Herança ligada ao sexo Herança recessiva ligada ao X Distrofia muscular de Duchenne • Afeta aproximadamente 1/3.500 homens • Prevalência na população geral é apenas 3/100.000 (letalidade) • manifesta-se nos primeiros 3 a 5 anos de vida por um andar desajeitado, equilíbrio precário, tendência a queda • 2/3 dos casos a mãe é portadora da mutação • 1/3 a mutação é nova (risco de recorrência diminuto) • Gene DMD codifica a distrofina (1986) • fraqueza muscular • hipertrofia panturrilha: infiltração do músculo por tecido adiposo e conjuntivo Herança ligada ao sexo Sinal de Gowers Herança ligada ao sexo Herança recessiva ligada ao X Distrofia muscular de Duchenne (paciente de 6 anos) Herança ligada ao sexo Herança recessiva ligada ao X Daltonismo: envolve defeito nos cones, responsáveis pela visão em cores Presente em 4 a 5% dos homens (verde-vermelho) XDXD mulher normal XDXd mulher portadora XdXd mulher afetada XDY homem normal XdY homem afetado Herança ligada ao sexo Herança recessiva ligada ao X Heredograma Herança ligada ao sexo Herança recessiva ligada ao X Pai normal X Mãe heterozigota portadora • Tipo mais comum de reprodução envolvendo genes recessivos ligados ao X 1 = Normal 2 = Mutante risco de recorrência: 25% 1/2 x 1/2 Herança ligada ao sexo Herança recessiva ligada ao X Pai afetado X Mãe normal 1 = Normal 2 = Mutante Herança ligada ao sexo Herança recessiva ligada ao X Pai afetado X Mãe heterozigota portadora; menos comum; pais consanguíneos 1 = Normal 2 = Mutante Herança ligada ao sexo Herança dominante ligada ao X Menos numerosas e menos significativas clinicamente do que as recessivas Com exceção da síndrome do X frágil (segunda causa genética mais importante de deficiência mental) Ao contrário da herança recessiva ligada ao X, o número de mulheres afetadas pode ser igual, inferior ou superior ao de homens afetados; geralmente mulheres afetadas são duas vezes mais comuns que os homens afetados; letal em homens A melhor maneira de identificá-la é quando o heredograma possui um homem afetado, com prole grande, onde todas as filhas são afetas, mas nenhum dos filhos é afetado (não é vista transmissão pai-filho); mulheres afetadas podem ter 50% de seus filhos de ambos os sexos também afetados O fenótipo aparece em todas as gerações Ausência de transmissão homem a homem Herança ligada ao sexo Herança dominante ligada ao X • Rins prejudicados em sua capacidade de reabsorver fosfato • Ossificação anormal • Curvatura e distorção dos ossos (deformidades esqueléticas) • Retardo do crescimento • Não responde ao tratamento com vitamina D • surge nos primeiros dois anos de vida • raquitismo menos grave nas mulheres heterozigotas do que nos homens afetados Raquitismo hipofosfatêmico resistente à vitamina D Herança ligada ao sexo Herança dominante ligada ao X Incontinência pigmentar • Pigmentação anormal da pele • Dentes cônicos ou ausentes • Anomalias oculares e neurológicas (convulsões e retardo mental) • Visto apenas em mulheres; expressividade variável (letalidade dos hemizigotos) Lesões de pele vesiculares eritematosas inflamatórias Herança ligada ao sexo Herança dominante ligada ao X Incontinência pigmentar Strachan e Read, Genética Molecular Humana, 4ª ed., Artmed, 2013. • Visto apenas em mulheres; expressividade variável (letalidade dos hemizigotos) Condição letal nos homens ligada ao X: nesta família com incontinência pigmentar dominante ligada ao X (OMIM 308300), homens afetados são abortados espontaneamente. Strachan e Read, Genética Molecular Humana, 4ª ed., Artmed, 2013. Genes em regiões pseudossomática (Herança Pseudoautossômica) Herança ligada ao Y – de homem para homem (masculinidade/infertilidade) O alelo que causa esta condição dominante está no cromossomo Y, nos homens afetados marcados com Y, mas no cromossomo X em todos os outros indivíduos afetados. Os três indivíduos com asterisco são resultado de um cruzamento Xp-Yp em seus pais. Indistinguível de uma genealogia autossômica dominante Herança da discondrosteose, mutações no gene SHOX Displasia esquelética, apresenta baixa estatura e deformidade dos antebraços • Lócus (loci) gênicos para doenças do genoma humano, localizados no cromossomo X Borges-Osório, MR. Genética Humana. 3 ed. Artmed, 2013.
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